Anderson de Oliveira foi preso após agredir auxiliar de produção em 2014.
'Morro de medo dele e não perdoo', diz vítima que mora em São Roque.
Jomar Bellini Do G1 Sorocaba e Jundiaí
O comerciante Anderson Lucio de Oliveira, condenado por ter agredido a auxiliar de produção Fernanda Regina Cézar com uma forte cotovelada agosto de 2014, falou pela primeira vez com jornalistas desde a agressão.
Ele voltou para São Roque (SP), onde mora, depois de conseguir a liberdade condicional nesta semana.
"Eu me arrependo muito.
A gente faz certas coisas na vida da gente que se arrepende depois", afirmou durante entrevista ao Fantástico.
O caso aconteceu em agosto de 2014, quando Fernanda
sofreu traumatismo craniano após ser atingida com uma cotovelada pelo
comerciante na frente de um clube.
Ela ficou 15 dias internada no
Hospital Regional, em Sorocaba.
Toda a ação foi registrada por câmeras
de segurança, que foram fundamentais para explicar como as coisas
aconteceram.
A agressão.
O vídeo, que foi solicitado pela própria família da vítima ao dono do
comércio, mostra Fernanda discutindo primeiro com uma pessoa vestindo
uma blusa branca.
Depois,
ela fala com Anderson, que está de terno e com uma lata de cerveja na
mão.
Na sequência, o rapaz desfere uma cotovelada contra ela.
“Estava
esperando uns amigos na frente da balada e ela veio me atormentar com
muitas palavras de baixo calão.
Acabou citando meu pai, que tinha
falecido, e eu falei: sai pra lá!”, conta o comerciante.
Pessoas
que estavam no local chamam o resgate, que chega pouco tempo depois.
Anderson permanece no local, impassível.
"Eu não posso ver sangue.
Fiquei com receio de alguém ver alguma coisa e de falar que era eu.
Fiquei totalmente em choque", afirma como justificativa sobre o porque
de não tentar ajudar a vítima após a agressão.
Anderson sorriu para os familiares ao deixar Fórum em São Roque (Foto: Reprodução/TV TEM)
Já a auxiliar de enfermagem conta
que só lembrou da agressão após ver as cenas gravadas pelas câmeras.
“Foi muito rápido, então não vi direito.
Apagou da minha memória.
É,
inacreditável, mas eu nasci de novo", afirma a auxilar de produção ao
dizer que ainda sente fortes dores e toma remédios para depressão.
"É
uma dor que eu sinto aqui do lado esquerdo que vai apertando", explica.
Fernanda teve traumatismo craniano e ficou 15 dias internada (Foto: Emilio Botta/G1)
Durante
a entrevista, os dois admitiram que tinham consumido bebida alcoólica
antes do momento em que se encontraram em frente ao clube na avenida
Antonino Dias Bastos, uma das principais da cidade.
Eles também afirmam
que se conheciam "apenas de vista".
Condenação.
Um ano depois, o comerciante foi condenado a cinco anos de prisão por lesão corporal grave com agravante de crime contra a mulher.
Ao
sair do Fórum, escoltado e algemado, Anderson sorriu e gritou para os
familiares e amigos que aguardavam o fim do julgamento. "
Na sexta-feira (6), ele deixou a Penitenciária "Dr. José Augusto Salgado" II de Tremembé (SP), onde cumpria regime semiaberto.
Da pena de cinco anos, foi descontado o período de um ano que ele passou preso durante a investigação e julgamento do caso.
saiba mais:
O caso, entretanto, ainda não foi encerrado para o Ministério Público,
que entrou com recurso na justiça para que Anderson seja julgado
novamente por tentativa de homicídio.
Nesse caso, a pena aumentaria em
mais três anos.
"Houve uma tentativa de homicídio. Ele assumiu o risco de dar uma
cotovelada numa indefesa, numa mulher.
Nós não podemos confiar numa
pessoa dessa", afirma o advogado que representa Fernanda, Ademar Gomes.
A
apelação está no Tribunal de Justiça de São Paulo e ainda não há prazo
para a decisão.
O advogado de Anderson, Luiz Pires Moraes Neto, rebate afirmando que
não houve a intenção de agredir a auxiliar de enfermagem.
"Ele não
assumiu o risco.
Ele teve uma reação que produziu uma queda e essa
queda, sim, produziu os ferimentos que quase levaram à morte", defende.
Retorno para casa.
Enquanto aguarda a análise do recurso, o comerciante tenta retomar a vida em São Roque.
Desde que conseguiu a liberdade condicional, ele voltou a trabalhar no
bar em que é proprietário na região central da cidade.
Com a liberdade
condicional, ele fica proibido de mudar de município sem a autorização
do juiz e deve comparecer uma vez por mês no Fórum de São Roque.
“Eu sempre fui contra levantar alguma mão, alguma coisa contra uma
mulher.
Só que isso acabou acontecendo.
Comigo ela não tem o que se
preocupar.
Quero que ela viva a vida dela e deixe eu viver a minha
também.
Eu nunca quis o mal dela e torci muito pra ela estar viva, pode
ter certeza disso”, diz.
Já a auxiliar de enfermagem conta que vive com receio de um possível
encontro.
"Eu tenho medo dele.
Morro de medo.
Queria que ele olhasse no
meu olho e me contasse o que foi que eu falei pra ele.
Eu não perdoo [o
que ele fez], mas [se] ele olhasse dentro dos meus olhos, eu iria
pensar", afirma.
Mulher estava na frente do clube quando foi agredida por cotovelada (Foto: Reprodução/TV TEM)
Sequência de fotos produzidas pelo Jornalista Valter Desiderio Barreto a partir do vídeo do programa Fantástico da Rede Globo do dia 15 de maio de 2016.
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Por que você não experimentou dar uma cotovelada nesse policial ? |
COMENTÁRIO:
Saiba você meu amigo, que tem homens do seu porte físico no Brasil inteiro e no mundo, ávidos para ter um encontro contigo, para te fazer experimentar o mesmo tipo de cotovelada que tu deste na Fernanda provocando traumatismo craniano nela.
Realmente tu és um tremendo covarde.
Valter Desiderio Barreto.