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terça-feira, maio 24, 2016

MPF diz que propina era 'modelo de negócio' e Dirceu levou R$ 1,7 milhão

A 30ª fase da Lava Jato prendeu dois sócios de uma empresa de fachada.
Ex-ministro era beneficiário da propina paga no esquema na Petrobras.

 

Fernando Castro Do G1 PR

Coletiva 30ª fase Operação Lava Jato (Foto: Adriana Justi/PF)A 30ª fase Operação Lava Jato foi deflagrada nesta terça-feira (Foto: Adriana Justi/G1)


O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Roberson Pozzobon afirmou nesta terça-feira (24) que pagar propina para obter contratos com a Petrobras era tido por empresários como um "modelo de negócio". 

O ex-ministro José Dirceu foi apontado como beneficário de parte dos R$ 40 milhões em propina investigados na 30ª fase da Operação Lava Jato. 

Ele teria ficado com R$ 1,7 milhão.

"Quem primeiro faz a corrupção? 

Quem oferece ou quem pede?

Nesse caso ficou muito claro que os empresários pagaram propina para prosperar", disse o procurador em entrevista coletiva.

Na 30ª fase, foram presos preventivamente, isto é, sem prazo para sair, Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo. 

Eles eram sócios da Credencial, uma construtora de Sumaré (SP) apontada pelo MPF como empresa fachada, que servia como intermediária para repasses de propina aos beneficiários do esquema de corrupção.

RESUMO DA 30ª FASE:

A operação foi chamada de "Vício", em referência às formas "viciadas" de contratação pelo estado.


– Objetivo: corrupção, organização criminosa e lavagem de ativos.

– Mandados judiciais: dois mandados de prisão preventiva, 28 de busca e apreensão (16, segundo o MPF) e nove de condução coercitiva
– Presos preventivos: Flávio Henrique de Oliveira e Eduardo Aparecido de Meira, donos da empresa Credencial.


– O que descobriu: uso de contratos fraudulentos com fornecedora de tubos que atingiram R$ 5 bilhões para pagamento de propina. 


Foram R$ 40 milhões em vantagem indevida.

Além de Meira e Macedo, que já tinham mandado de prisão expedidos pelo juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal (PF) prendeu ainda uma terceira pessoa que, incialmente, deveria ser apenas conduzida para prestar depoimento. 

Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, mas não teve o nome revelado pelos policiais.

Saiba mais:

Investigações.
 

Conforme o MPF, as empresas fornecedoras de tubos Apolo Tubulars, que tem sede em Lorena (SP), e Confab procuraram diretores da Petrobras para oferecer pagamento de vantagens indevidas em troca de serem contratadas pela estatal. 

Os contratos celebrados pelas duas empresas somam mais de R$ 5 bilhões, o que resultou em pagamentos de propinas que passam de R$ 40 milhões.

No caso da Apolo, os investigadores afirmam que a empresa procurou o operador Júlio Camargo, que é delator do esquema de corrupção, e solicitou auxílio para ser contratada pela Petrobras

Camargo, por sua vez, procurou o então diretor de Serviços Renato Duque, que fez com que o negócio se realizasse.

“Em decorrência disso foram pagos cerca de R$ 6,7 milhões de propina. 

Parte para o próprio diretor, e parte para o grupo político que o apoiava”, explicou Pozzobon. 

Desse grupo político, segundo o procurador, fazia parte o ex-ministro José Dirceu, que sustentava a indicação de Renato Duque para um cargo na direção da estatal.  

Ele já foi condenado a mais de 23 anos de prisão em processo da Lava Jato.

Destes R$ 6,7 milhões, 25% foi direcionado para José Dirceu, o que representa cerca de R$ 1,7 milhão, de acordo com os investigadores. 

Parte dos pagamentos – R$ 170 mil – foi feito por meio de um contrato da Credencial com a JD Consultoria, empresa do ex-ministro, e o restante foi pago em espécie por Júlio Camargo.

"Os outros 75% é algo que ainda há que se desenvolver. 

Uma parte desse valor considerável ficava com um operador financeiro. 

A outra parte chegou a ser destinada para o próprio Renato Duque", disse Roberson Pozzobon.
É uma extorsão? 
 
Não. 
 
Foram os próprios empresários que buscaram o pagamento de propina como modelo de negócios".
 
Roberson Pozzobon, procurador da República.
 
A Confab também procurou Duque, segundo os investigadores, e obteve da mesma forma vantagens em contratos com a estatal. 

“É uma extorsão? 

Não. 

Foram os próprios empresários que buscaram o pagamento de propina como modelo de negócios”, disse o procurador.

Segundo o MPF, entre 2006 e 2012, período em que Duque esteve na Diretoria de Serviços, a Confab manteve 48 contratos de fornecimento de materiais com a Petrobras. 

Os valores orginais somados desses contratos é de R$ 3,8 bilhões.

No caso da Confab, os valores de propina chegaram a US$ 9,4 milhões e foram recebidos integralmente por Duque, afirmou o MPF. 

O dinheiro foi repassado por meio de offshores no exterior, conforme revelado pela delação premiada de João Antônio Bernardi Filho.

O G1 tenta contato as defesas dos investigados.
Credencial.

A Credencial já havia sido citada em outra fase da Lava Jato, em que operou o pagamento de R$ 12 milhões de propina em consórcio que tinha como integrantes empresas como a Setal e a Mendes Júnior. 


As informações fizeram parte da delação de Augusto Mendonça, da Setal Engenharia.

O MPF apontou como evidências da ação de fachada da Credencial o fato de que a maior parte do dinheiro que a empresa recebia era revertida para a conta dos sócios e depois sacada. 

Além disso, o endereço de registro era a residência de um dos sócios e não haviam funcionários contratados.

"A Credencial era uma empresa entreposta depois, subcontratada pelas contratadas da Petrobras. Não tem nenhum contrato com a estatal", afirmou Pozzobon.

Escritório.

Também é investigado nessa fase o escritório de advocacia Rocha Maia, que recebia pagamentos de uma fornecedora da Petrobras. 


Segundo o MPF, o escritório repassava esse dinheiro logo em seguida para o grupo de José Dirceu.

O juiz Sérgio Moro afirmou em despacho que a JD Consultoria recebeu, entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, R$ 850 mil da Rocha Maia Advogados. 

O escritório afirmou à Receita Federal que o repasse referia-se ao pagamento por indicação de clientes para ela pela JD Assessoria.

Ainda segundo Moro, os recursos foram depositados na conta do escritório de advocacia pela empresa Interoil Representações. 

“Isso significa que o escritório de advocacia repassou à JD Assessoria valor muito superior aos aludidos 20% do por ela recebido, tornando inconsistente o álibi apresentado”, avaliou o juiz.

Na entrevista coletiva o MPF afirmou, no entanto, que ainda não é possível sustentar que esses repasses são irregulares.

Apesar disso, os procuradores apontam o fato de que a Interoil declarou condição de inativa em 2010 e não declarou receita no primeiro semestre de 2011. 

“Ademais, elementos angariados no decorrer das investigações demonstram a ligação da Interoil, outrossim, com um operador financeiro de grande destaque no âmbito da Operação Lava Jato no que respeita aos negócios espúrios mantidos no interesse dos representantes da Diretoria de Serviços da Petrobras, Milton Pascowitch”, apontou o MPF.

"O que há é um indicativo que de que Dirceu recebeu por intermédio de um escritório de advocacia valores na ordem de R$ 1,2 milhão, sendo que eles valores tinham como origem remota a empresa Inter Oil. 

Ao mesmo tempo em que os depósitos efetuados pela InterOil no escritório de advocacia eram efetuados, o escritório transferia uma parte de valores para o escritório JD consultoria, de José Dirceu", disse o procurador Roberson Pozzobon.

Área Internacional.

Outro alvo desta etapa da Lava Jato era o ex-executivo da Diretoria Internacional da Petrobras Demarco Epifânio, investigado pelo recebimento de propina na contratação de dois navios-sonda para a estatal. 


Ele deveria ser conduzido para prestar depoimento, mas, segundo a PF, está no exterior.

De acordo com o despacho de Moro, Epifânio participou do grupo que recebia vantagem indevida decorrente os contratos de fornecimento dos navios-sonda e possivelmente da aquisição da Refinaria de Pasadena. 

Esse fato apareceu no depoimento de três delatores: o lobista Fernando Saores, conhecido como Fernando Baiano; Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras; e Agosthilde Mônaco, ex-assessor da diretoria Internacional a Petrobras.

Por essa razão, o juiz também autorizou o cumprimento de mandado de busca e apreensão nos endereços residencial e comercial de Epifânio, além de decretar o bloqueio dos ativos mantidos em contas e investimentos bancários dele.

Nós vemos uma inércia do Congresso Nacional em aprovar medidas legislativas que possam reverter este quadro [de corrupção]"
Roberson Pozzobon, procurador
 
Críticas ao Congresso.

O procurador Roberson Pozzobon também utilizou a entrevista da 30ª fase da Lava Jato para criticar a demora do Congresso em levar adiante a tramitação dos projetos de lei relacionados às "10 medidas contra a corrupção".


"Mesmo num cenário calamitoso como esse, nós vemos uma inércia do Congresso Nacional em aprovar medidas legislativas que possam reverter este quadro [de corrupção]. 

Nós vemos um Estado, um sistema político, um sistema jurídico que deveria estar numa CTI, um Centro de Tratamento Intensivo, mas que por outro lado quase que não há iniciativas legislativas neste sentido."

Para o procurador, o Congresso está diante de uma encruzilhada em que deve optar entre dois caminhos. 

"Por um lado, ele pode escolher em ser uma casa de reabilitação e cura pra este sistema corrupto que infelizmente vivemos ou por outro pode ser uma casa leniente, uma casa que aceite a corrupção como regra do negócio público e a cartelização como regra nos certames públicos. 

Espero que a primeira via seja a adotada", disse Pozzobon.

Ex-governador de Roraima Neudo Campos se entrega à polícia

Campos se entregou nesta terça (24) no Comando de Policiamento, diz PF.
Ele estava com a prisão decretada há 5 dias e era considerado foragido.

 

Do G1 RR

O ex-governador Neudo Campos (PP) se entregou no Comando de Policiamento da Capital, no Centro de Boa Vista, na madrugada desta terça-feira (24). 

Ele foi conduzido para a sede da Polícia Federal ainda nesta manhã, conforme informações da P.

Campos, que é marido da atual governadora de Roraima Suely Campos (PP), teve a prisão decretada na última quinta (19). 

Ele é condenado por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas conhecido como "escândalo dos gafanhotos".

Ele teve a prisão decretada após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1) revogar a liminar de fevereiro deste ano que o mantinha em liberdade. 

A defesa de Campos não quis comentar.
Neudo Campos está no Comando de Policiamento da Capital (CPC) e será levado à Polícia Federal (Foto: Emily Costa ) 
Neudo Campos se entregou durante a madrugada no Comando de Policiamento da Capital (CPC)
(Foto: Arquivo pessoal)


Ainda de acordo com a PF, a adjunta da Secretaria de Assuntos Internacionais Fátima Araújo foi presa em casa nesta terça, suspeita de coordenar o esquema de fuga do ex-governador. 

Ela foi encaminhada à Cadeia Pública Feminina.

Na segunda (23), um sargento e um soldado da Polícia Militar de Roraima foram presos pela Polícia Federal por suspeita de tentar ajudar Neudo Campos a fugir.

A Polícia Federal informou ainda que a investigação continua para apurar a participação de outros servidores públicos e políticos nos crimes investigados.

Mandados de prisão.


No dia 20, cinco envolvidos no 'escândalo dos gafanhotos' durante operação Praga no Egito, deflagrada em 2003, foram presos


Além destes, a PF tentou prender a médica Suzete Macedo de Oliveira, mas buscas foram feitas no endereço da acusada e ela segue foragida.

Condenação.

O ex-governador foi condenado por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas conhecido como "escândalo dos gafanhotos", que consistia no cadastramento de funcionários “fantasmas” na folha de pagamento do Estado e do Departamento de Estradas e Rodagem de Roraima (DER/RR), para distribuição dos salários a deputados estaduais e outras autoridades em troca de apoio político.

Ministro Romero Jucá anuncia que deixa o cargo a partir desta terça

Temer diz que Jucá segue "auxiliando o governo' durante o afastamento.
Em conversa gravada, senador teria sugerido 'pacto' para barrar Lava Jato.

 

Laís Alegretti e Filipe Matoso Do G1, em Brasília

Uma semana e meia após ser nomeado ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB) anunciou nesta segunda-feira (23), sob vaias e protestos, que vai se licenciar do cargo a partir desta terça-feira (24). 

Embora tenha anunciado "licença", ele disse que "tecnicamente" vai pedir exoneração porque voltará a exercer o mandato de senador por Roraima. 

Jucá é investigado na Lava Jato e em outro processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

A saída do governo ocorre no mesmo dia em que o jornal "Folha de S.Paulo" divulgou conversa em que Jucá sugere um "pacto" para barrar a Lava Jato ao falar com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (ouça trechos dos diálogos). 

Machado negocia acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República - que detém o áudio.

Antes de dizer que ia se licenciar, Jucá afirmou em entrevista coletiva que não devia "nada a ninguém" e não via "nenhum motivo para pedir afastamento"

Disse também que o termo "estancar a sangria", usado na conversa com Machado, se referia à economia. 

O jornal publicou o áudio do diálogo e, horas depois, Jucá anunciou que deixaria o governo.
Em seu lugar assumirá o secretário-executivo da pasta, Dyogo Oliveira, que é investigado pela Operação Zelotes

O nome de Oliveira consta em um inquérito aberto para apurar suposto esquema de compra e venda de medidas provisórias nos governos do PT, mas ele não foi indiciado.

No início da noite, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), divulgou nota exaltando Jucá e informando sobre seu afastamento "até que sejam esclarecidas as informações divulgadas pela imprensa". 

Na nota, Temer elogia a "dedicação" e o trabalho "competente" do ministro. 

"Conto que Jucá continuará, neste período, auxiliando o Governo Federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política".

O PSOL acionou a Procuradoria-Geral da Reública (PGR), para pedir a prisão de Jucá, e o PDT vai pedir a cassação do mandato de senador dele, segundo o seu colega Telmário Mota, também senador por Roraima. 

A presidente afastada Dima Rousseff (PT) afirmou que a divulgação de conversa gravada deixa “evidente” o caráter “golpista” e “conspiratório” do processo de impeachment (veja a repercussão política abaixo).

Jucá, Machado e o PMDB.

Senador e primeiro vice-presidente do PMDB, Jucá é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal federal (STF). 


Na Lava Jato, é suspeito de receber propina do esquema na Petrobras. 

No outro, é investigado por suposto desvio de verbas federais em obras municipais e teve seus sigilios bancário e fiscal quebrados, após autorização do ministro Marco Aurélio Mello, na sexta (20).

Sérgio Machado é ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras responsável pelo processamento de gás natural e transporte de combustíveis. 

Ele foi citado nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do senador cassado Delcício do Amaral (sem partido-MS). 

Após as primeiras denúncias, em 2014, Machado se licenciou da Transpetro. 

Em fevereiro de 2015, pediu demissão.

Ex-senador e ex-deputado federal pelo Ceará, Machado foi filiado ao PSDB e ao PMDB, antes de assumir a Transpetro. 

O Ministério Público Federal apura se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina de contratos da Transpetro durante a gestão de Machado. 

Ele indicado pelo PMDB para ocupar o cargo.

Além de Jucá, Machado e Calheiros, são investigados na Lava Jato diversos políticos do PMDB, entre eles Eduardo Cunha, Edison Lobão, Valdir Raupp, Aníbal Gomes e Roseana Sarney.  

Cunha teve seu mandato de deputado suspenso e foi afastado da presidência da Câmara pelo STF por usar o cargo para prejudicar as investigações da Lava Jato e o andamento do processo de cassação que responde no Conselho de Ética da Câmara.

Pedido de manifestação da PGR
 

Ao anunciar que se afastaria, Jucá disse que pediria uma manifestação ao Ministério Público Federal, para que o órgão avalie se ele cometeu algum tipo de crime em relação às conversas gravadas entre ele e Machado. 

"Como há certa manipulação das informações, eu pedi ao meu advogado, doutor Kakay, que prepare um documento", disse.

Sua defesa pediu formalmente à PGR a íntegra das gravações de conversas que manteve com o ex-presidente da Transpetro e perguntou se foi determinada abertura de investigação sobre o caso.

"Eu sou presidente nacional do PMDB, sou um dos construtores deste novo governo e não quero de forma nenhuma deixar que qualquer manipulação mal intencionada possa prejudicar o governo. 

Enquanto o Ministério Público não se manifestar, eu aguardo fora do mistério o posicionamento. 

Se ele se manifestar dizendo que não há crime, que é o que eu acho, caberá ao presidente Michel Temer me reconvidar", afirmou Jucá.

Segundo a assessoria da PGR, o Ministério Público não presta informações sobre uma investigação em curso, somente sobre o andamento processual do caso, para preservar as investigações. 

No caso de Jucá, porém, a PGR ainda deverá analisar que tipo de informação a defesa irá pedir para depois se manifestar.

Saiba mais:

'Saída honrosa'

Segundo o Blog do Camarotti, a "licença" anunciada por Jucá foi uma saída honrosa para o ministro. 


De acordo com o Blog, que menciona interlocutores do presidente em exercício, Jucá não voltará ao governo, e Temer busca outro nome para ministro do Planejamento.

Jucá fez o anúncio depois de acompanhar Michel Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) na visita ao Senado para entregar ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta que altera a meta fiscal do governo. 

A proposta, que precisa ser aprovado pelo Congresso, prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões - o que representa o maior rombo da história nas contas do governo.

A fala do senador foi tumultuada porque deputados e outros manifestantes gritavam contra Jucá e o governo de Michel Temer no Salão Azul do Senado. 

Apontando para as pessoas que gritavam contra ele, Jucá chegou a mencionar "babaquices" e "manifestações". 

"Para evitar babaquices como esta e manipulações do PT, nós vamos fazer enfrentamento onde precisar fazer. 

Não temos medo de cara feia, nem de gritaria", disse Jucá.

"Principalmente de gente atrasada, gente irresponsável, que quebrou o país. 

Faremos enfrentamento e vamos aguardar manifestação do MPF, porque estou consciente de que não cometi irregularidade", afirmou.

Jucá disse que, embora tenha anunciado o afastamento, atuará pela aprovação da proposta na Comissão Mista de Orçamento e no plenário do Congresso, nesta terça, já na condição de senador. 

"A ideia é que amanhã a gente possa aprovar o primeiro movimento da nova equipe econômica, que é dar realidade às contas públicas."

Repercussão.

Após a divulgação da gravação, o PSOL ingressou com uma representação na PGR para pedir a prisão preventiva de Jucá, por suposta tentativa de atrapalhar as investigações da Lava Jato. 


Segundo o partido, a situação de Jucá é semelhante à do senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS), preso por tentar dificultar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

O senador Telmário Mota (PDT-RR) afirmou que o PDT pedirá ao Conselho de Ética do Senado a cassação do mandato de Jucá, que é senador do PMDB por Roraima. 

Mota é o primeiro vice-líder do PDT na Casa e afirmou que a fala de Jucá é “mais grave” que a de Delcídio do Amaral. 

"O Delcídio queria proteger um possível delator. 

Romero quer parar a Lava Jato. 

A proposta dele é neutralizar a Justiça brasileira, fazer um pacto para ela não cumprir com seu dever constitucional”, afirmou.

A presidente afastada Dima Rousseff (PT) afirmou que a divulgação de conversa gravada deixa “evidente” o caráter “golpista” e “conspiratório” do processo de impeachment

“Ele [Jucá] acabou de revelar que o impeachment é a melhor estratégia de paralisação da Lava Jato. 

Eles, que diziam que era para continuar a Lava Jato, por trás, evitavam e tomavam todas as medidas para paralisar”, completou.  

Veja a repercussão no Congresso.

O ministro do STF Luís Roberto Barroso disse ser "impensável" supor que alguém, de maneira individual, possa paralisar as instituições brasileiras ou ter acesso a um ministro do Supremo para "parar determinado jogo."

Responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância e citado na conversa entre Jucá e Machado, o juiz federal Sérgio Moro evitou comentar diretamente o caso e se limitou a dizer que "assuntos pertinentes à Justiça não devem ter interferência do governo".

segunda-feira, maio 23, 2016

Holandês faz filhos 'por caridade' e já teve 98 em 12 anos

passatempo 
Foto: Da BBC Brasil
 


Ed Houbben não cobra por 'doações de sêmen'; ele tem relações sexuais com dezenas de mulheres que procuram a maternidade.

O holandês Ed Houben tem um passatempo diferente. 

Ele tem relações sexuais com dezenas de mulheres que o procuram por seus poderes lendários de inseminação, e não cobra nada por isso.

Em uma casa de fazenda no noroeste da Alemanha, aquecida por forno à lenha, o holandês, grande e de óculos – ele admite que está um pouco acima do peso – se dirige ao segundo andar para o quarto do bebê. 

Houben vê sua filha pela primeira vez.

Com uma voz mansa, ele conversa com sua filha de seis semanas de idade, e a pequena Madita olha para ele. 

Ela é, segundo ele, sua 98ª criança.

Houben, que trabalha como guia turístico, é um "doador de esperma por caridade". 

Ele ajuda casais de lésbicas, mulheres solteiras e casais heterossexuais com problemas de fertilidade a terem filhos sem nenhum custo.

Em 2002, ele começou a doar esperma para um banco de sêmen. 

Mas sua carreira como doador foi interrompida quando a Holanda, como muitos outros países da Europa e o Canadá, proibiram doações anônimas de esperma, e ele passou a oferecer seus serviços de graça pela internet.
 
Foto: Foto: Da BBC Brasil
Rapaz'Alguém como Ed'

Ele agora faz doações da "maneira tradicional".

"As chances de engravidar são maiores", diz.

"As pessoas provavelmente pensam 'ah, ele está tendo relações sexuais sem responsabilidade', mas eu sou, normalmente, o único com quem as pessoas podem falar caso não funcione", explica.

Sua motivação, segundo ele, é "a bela esperança de criar uma nova vida que será muito amada e bem cuidada".

A mãe de Madita é Kati, enfermeira de 28 anos, que tem tatuagens do Ursinho Puff, do Tigrão e do Leitão no braço. "Eu sou solteira. 

Sempre quis ter um filho mas nunca encontrei o homem certo", explica. 

"Então, comecei a procurar por alguém como o Ed."

Sobre a dificuldade em procurar um homem que ela não conhecia e ter uma relação sexual com ele para fazer um filho, ela diz: "Nós nos conhecemos antes, então não foi um problema."

Ela optou por poder conhecer pessoalmente o homem que seria o pai de seu filho, em vez de usar uma doação anônima. 

"Eu quero ser capaz de dar respostas quando ela começar a fazer perguntas", diz. 

Ela também espera que o pai desempenhe um papel na vida de sua filha. 

"Eles poderiam se encontrar uma ou duas vezes por ano", sugere.

Lista de descendência.

De volta ao apartamento onde vive sozinho, em Maastricht, na Holanda, perto da fronteira com a Alemanha, ele me mostra algumas das canecas que os filhos de casais de lésbicas fizeram para ele no jardim de infância como presente para o Dia dos Pais.

Há dezenas de fotos de crianças por todo o apartamento. 

São tantos que ele comprou um porta-retrato digital, há fotografias de 89 crianças. 

Em seu computador, ele mantém uma lista atualizada de seus descendentes para reduzir o risco de eles terem filhos entre si.

"Se, mais tarde, um de meus filhos encontrar alguém que não sabe quem é seu pai biológico, ele pode consultar essa lista", diz.

Na lista dos "próximos" a serem inseminados, vemos um casal britânico heterossexual que o procurou depois de muitos anos visitando clínicas nos EUA e na Grã-Bretanha.

"Eles ficaram por oito dias e, como posso dizer, ela e eu mantivemos relações por quatro vezes, e depois de quase dez anos de tentativas eles tiveram sua primeira gravidez." 

"No ano passado eles me visitaram novamente, e agora estão esperando seu segundo filho."

Boa-fé.

Eu pergunto: não é difícil para os maridos? 

"Eu posso imaginar que, se você nunca esteve nessa situação, seria difícil", diz. 

"Mas veja o exemplo de um casal da Belarus, que eu ajudei recentemente."

"Eles dirigiram mais de 1,6 mil km para chegar aqui todo mês, durante três meses. 

Eles tentavam engravidar há 15 anos em clínicas... gastaram todas as suas economias... 

Médicos diziam 'vai dar tudo certo, vai funcionar’ e assim por diante - e nada aconteceu. 

Normalmente funciona, mas para eles isso não aconteceu."

"Eles vieram aqui três vezes e agora têm um bebê. 

Eles estão além desse sentimento de 'oh há um estranho dormindo com a minha mulher'."

Com mães de seus filhos por toda parte da Holanda e da Europa, como é que Houben se protege contra pedidos de ajuda financeira?

Ele parece incrivelmente relaxado sobre isso. 

Ele costumava elaborar contratos, mas desde que um advogado lhe disse que isso não garantiria sua proteção, ele agora depende de boa-fé. 

Um dia, diz Houben, ele espera encontrar uma mulher com que possa começar uma família.

De volta ao seu 98º filho, sua mãe desembrulha presentes que ele trouxe para elas. 

Um grande chocolate no formato da letra M para a mãe e um chocalho para a pequena Madita.

E ele vai comemorar quando chegar a 100 filhos? 

Ele diz que não costuma beber, para manter a "qualidade". 

Mas quando chegar ao 100º filho, ele poderia abrir uma exceção.

BBC Brasil

domingo, maio 22, 2016

Juiz no Rio Grande do Sul inviabiliza audiência de Advogado cadeirante por não haver acesso à sala, nem por rampa, muito menos por elevador

Advogado cadeirante entra na Justiça após juiz não descer para audiência

Juiz se recusou a descer do 1º andar para sala do térreo e cliente participou sozinho da audiência. Tribunal considerou que atitude prejudicou o processo.

 

Dilto enfrentou dificuldades desde que nasceu. 


Aprendeu a conviver com uma deficiência motora e esteve entre a vida e a morte mais de uma vez. 


Em 2013, o advogado tinha ido ao tribunal de São Francisco de Paula para atender um dos clientes que tem na região. 

Mas o prédio só tinha acessibilidade no térreo. 

O problema é que a audiência era no primeiro andar. 

E o juiz não quis descer. 


O advogado teve que ficar do lado de fora, enquanto seu cliente entrava sozinho. 

Revoltado, ele entrou com um processo administrativo no Tribunal de Justiça em Porto Alegre, onde foi ouvido essa semana. 

O juiz não quis dar entrevista ao Fantástico.




O Advogado Dilto Marques Nunes, Advogado, cadeirante que atua no Rio Grande do Sul, foi vítima de preconceito pelo Magistrado Carlos Eduardo Lima Pinto, do Fórum de São Francisco de Paula na Serra Gaúcha. 

Em conversa por telefone à equipe da (RBS-TV) G1, o Juiz afirmou que o prédio do Fórum de São Francisco de Paula é da década de 1960 e que, por isso, não conta com equipamentos de acessibilidade. 


Além disso, informou que não foi possível transferir os encontros para o térreo devido à falta de recursos técnicos, como computador com o programa que é usado pelo judiciário.


Essa foi a desculpa utilizada pelo Magistrado, todavia a vítima diz que se trata de preconceito, pois não é a primeira vez que se vê constrangido por não conseguir participar de Audiência com cliente. 

Nessa última ocasião o Juiz da audiência sugeriu ao cliente dele, o aposentado Júlio Cesar Canani, o seguinte: “Por que tu não botou um outro advogado? 

Sabia que ia ser assim”. 

Aí ele quis me colocar um advogado do Estado. 

Eu recusei. 

Disse que não aceito porque já tenho o meu advogado. 

Isso não existe”, relata Júlio César.


Um pedido de anulação da primeira audiência requerido por Dilto, já foi acatado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). 

Ainda, de acordo com o TJ-RS, o juiz Carlos Eduardo foi orientado pela Corregedoria a fazer os ajustes necessários para realizar as audiências no térreo para que o problema não se repita.  

“Espero que se faça justiça. 

Não poderia trabalhar se não acreditasse no que faço”; …“não posso crer que um país que clama pela igualdade, por justiça e, sobretudo, por serenidade, honestidade, possa resumir as coisas desta maneira…” Desabafa o advogado. 


Razão por demais tem o Advogado em requerer o que lhe é de direito; no entanto, parece que o magistrado desconhece que os Direitos da Pessoa com Deficiência são reconhecidamente os mais importantes já que a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008 e pelo Decreto do Poder Executivo nº 6.949/09 foi aprovada conforme o procedimento do § 3º do art. da Constituição tornando-se equivalente à Emenda Constitucional (de todas as Convenções que tratam sobre Direitos Humanos, é, inclusive, a única que se equipara às normas constitucionais – devido a seu quórum de aprovação).


Um dos compromissos do Governo brasileiro, por intermédio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), é assegurar um País acessível para todas e todos, o que significa reconhecer e realizar os direitos de mais de 24 milhões de brasileiros e brasileiras com deficiência, segundo o IBGE.













Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...