Dylann Storm Roof, de 21 anos, é procurado por morte de 9 pessoas.
Ataque aconteceu em comunidade negra na Carolina do Sul.
O FBI, a polícia federal americana, identificou nesta quinta-feira (18)
o atirador que abriu fogo em uma igreja negra de Charleston, na
Carolina do Sul, matando nove pessoas.
Segundo as autoridades, o
suspeito se chama Dylann Storm Roof e tem 21 anos, informaram as
agências Reuters e France Presse.
Roof se encontra ainda foragido, apesar da grande operação de busca
organizada pela polícia local com apoio de agentes federais.
Um tio do suspeito disse à agência Reuters que o reconheceu após a
divulgação das fotos pela polícia, e afirmou que o jovem ganhou uma
pistola calibre .45 de presente em abril deste ano.
"Quanto mais olho,
mais me convenço de que é ele", disse Carson Cowles, de 56 anos.
O familiar do suspeito ainda informou que ele é quieto e fala pouco.
Imagens
de câmeras de segurança fornecidas pela polícia mostram o suspeito do
tiroteio em Charleston (Foto: Reuters/Polícia de Charleston)
Segundo a polícia, o atirador se sentou com os fiéis por cerca de uma
hora antes de abrir fogo.
O chefe de polícia Greg Mullen disse a
repórteres que seis mulheres e três homens foram mortos na igreja
Emanuel African Methodist Episcopal, na noite de quarta-feira (17), e
que três pessoas sobreviveram ao ataque.
Saiba mais:
O ataque ocorreu por volta de 21h locais (22h em Brasília) e, segundo a
polícia local, um rapaz branco abriu fogo dentro do templo.
A polícia não forneceu a identificação dos mortos e feridos.
Segundo a rede “NBC”, um senador democrata estaria entre as vítimas.
O
reverendo Al Sharpton, líder de direitos civis em Nova York, tuitou que o
senador Clementa C.
Pinckney morreu no ataque.
A afiliada da "CNN" na região disse que Elder James Johnson, presidente
da organização de direitos civis National Action Network na região,
confirmou a morte de Pinckney.
O senador Kent Williams, também
representante da Carolina do Sul, confirmou à "CNN" a morte de seu
colega no Senado.
O jornal “The New York Times” informou que Pinckney é reverendo no
templo, e que sua morte foi confirmada pelo deputado J. Todd Rutherford.
Segundo ele, a irmã de Pinckney também morreu.
As informações ainda não
foram confirmadas pelas autoridades.
Frequentadores de igreja atacada em Charleston se abraçam após tiroteio (Foto: David Goldman / AP Photo)
O tiroteio ocorreu na Emanuel African Methodist Episcopal Church, uma
das mais antigas da comunidade negra.
Após o ataque, uma ameaça de bomba
chegou à polícia local, que isolou o quarteirão onde está localizada a
igreja.
Em sua conta no Twitter, a polícia de Charleston afirmou que estava
buscando um suspeito branco, loiro, do sexo masculino e com cerca de 21
anos.
Ele teria disparado contra os fiéis da igreja durante uma
cerimônia.
Ele estava vestindo um moletom cinza, calça jeans e botas.
O homem abriu fogo durante uma sessão de estudos bíblicos, muito
frequentes nas igrejas do sul dos Estados Unidos, tanto durante a semana
como aos domingos.
Crime de ódio.
“Havia oito mortos dentro da igreja.
Duas pessoas foram transportadas
para um hospital, mas uma delas não resistiu e morreu.
Temos nove
mortos”, disse o chefe de polícia de Charleston, Gregory Mullen.
Ele
afirmou que foi um “crime de ódio”.
Grupo se reúne para orar após tiroteio em igreja de Charleston (Foto: David Goldman / AP Photo)
Um homem foi visto sendo algemado e preso por policiais após o
incidente, mas ainda não se sabe se ele era o autor dos disparos.
Imagens de emissoras de TV mostraram helicópteros sobrevoando a área, ambulâncias e muitos policiais.
“Trata-se de uma tragédia desoladora nessa igreja histórica”, afirmou o prefeito Riley ao jornal local “The Post and Courier”.
"Ele (atirador) obviamente é extremamente perigoso", disse o presidente
o chefe de polícia Mullen.
"Vamos colocar todos os nossos recursos,
vamos colocar toda a nossa energia em encontrar essa pessoa", afirmou.
Policiais e cães vasculham a cidade á procura do suspeito.
A polícia
pediu aos cidadãos para ligar para o 911 para denunciar suspeitos.
A Emanuel African Methodist Episcopal Church é uma das mais antigas
igrejas da comunidade negra dos EUA.
Denmark Vesey, um dos fundadores do
templo, liderou uma revolta de escravos fracassada em 1822.
Tensão racial
O crime representa um novo golpe para a comunidade afro-americana nos
Estados Unidos, que nos últimos meses foi vítima de crimes aparentemente
motivados por racismo, em particular homicídios cometidos por policiais
brancos contra homens negros desarmados.
Este foi o caso de Ferguson em 2014 e o de Baltimore há algumas
semanas, além de vários crimes similares ao cometido em Charleston que
provocaram uma grande tensão racial no país.
Após o tiroteio em Charleston, a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, fez um apelo aos moradores.
"Minha família e eu oramos pelas vítimas e os parentes afetados pela
tragédia sem sentido desta noite" na igreja, disse a governadora.
"Enquanto ainda ignoramos os detalhes, sabemos que jamais entenderemos o
que motiva uma pessoa a entrar em um dos nossos locais de oração e
tirar a vida de outros".
Jeb Bush, pré-candidato republicano à Casa Branca nas eleições de 2016,
que deve participar de um comício em Charlotte, na Carolina do Norte,
escreveu no Twitter que "nossos pensamentos e orações estão com os
indivíduos e famílias afetadas pelos trágicos fatos de Charleston".
A pré-candidata democrata Hillary Clinton, que participou na
quarta-feira de um ato eleitoral na cidade, escreveu no Twitter:
"Notícias terríveis de Charleston. Meus pensamentos e minhas orações
estão com vocês".
Mike Huckabee, outro republicano que sonha com a candidatura à Casa Branca, também expressou pêsames.
Um homem se ajoelha em frente a igreja atacada (Foto: Wade Spees / The Post e Courier / via AP Photo)