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segunda-feira, dezembro 08, 2014

Relatório de técnicos do TSE defende rejeição das contas de Dilma

Relatório foi enviado à Procuradoria Geral Eleitoral, que deverá dar parecer.
Coordenação financeira da campanha diz que seguiu 'rigorosamente' a lei.

 



Do G1, em Brasília
 



A Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) informou nesta segunda-feira (8) que recebeu relatório da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias, grupo técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que recomenda a rejeição das contas da campanha eleitoral de 2014 da presidente Dilma Rousseff.

O TSE julgará a prestação de contas da campanha presidencial de Dilma depois que a PGE emitir um parecer – o relatório técnico do TSE é um dos elementos nos quais a procuradoria se baseará para emitir o parecer.

No relatório, 16 técnicos do TSE apontam entre os motivos para justificar a rejeição das contas indícios de descumprimento do limite de doação por parte de algumas empresas. 

Os técnicos concluíram que há impropriedades em 5,22% do total de receitas, que representam R$ 18,3 milhões. 

Entre as impropriedades apontadas estão pagamento de despesas a pessoas jurídicas sem emissão de notas e recibos de trabalho, o que é considerado doação estimada em dinheiro sem assinatura do doador.

A coordenação financeira da campanha de Dilma divulgou nota na qual afirma que as razões apontadas pelos técnicos para justificar o relatório são "meramente formais" e que seguiu "rigorosamente a legislação vigente, os princípios éticos e a mais absoluta transparência, seja na arrecadação como na ordenação de despesas" (leia íntegra ao final desta reportagem).
O prazo determinado para a conclusão do julgamento pelo TSE é quarta-feira (10), a fim de que a presidente eleita possa ser diplomada em cerimônia marcada para o próximo dia 18. 

Os ministros do TSE poderão aprovar integralmente, aprovar com ressalvas ou rejeitar as contas.

A eventual rejeição das contas pelo tribunal não implica suspender a diplomação, mas, posteriormente, pode levar à abertura de procedimento de cassação do diploma.

Entre as possíveis consequências da constatação de irregularidades nas contas da campanha de Dilma, estão a imposição de multa e a suspensão entre um mês e um ano das verbas do fundo partidário recebidas pelo PT.

A campanha eleitoral de Dilma arrecadou R$ 318 milhões e deixou uma sobra de R$ 169 mil, segundo números informados no final de novembro ao TSE.

Omissão de despesas

Segundo o relatório, mesmo após retificações e coleta de material, foram apuradas omissões na prestação de contas no valor de R$ 1.999.403,90. 


"Se reconhecidas as despesas, tais omissões no registro da prestação de contas irão constituir dívida de campanha, às quais devem submeter-se, dentro outros requisitos, ao rito descrito no artigo 30 da resolução 23.406/2014", diz o texto do relatório.

O documento aponta ainda que, segundo o PT, algumas despesas não constaram da primeira prestação, embora tenham ocorrido antes, mas foram incluídas na segunda porque só foram efetivamente pagas depois. 

Para os técnicos, "a ausência de informações que deveriam constar originariamente nas contas parciais é "irregularidade grave", uma vez que retira a intempestividade da publicidade que a Lei Eleitoral prevê que deva ser dada a tais informações".

PSDB contestou prestação de contas

No último dia 29, o PSDB, partido do senador Aécio Neves, derrotado por Dilma no segundo turno da eleição, apresentou ao TSE questionamentos sobre a prestação de contas da campanha à reeleição da presidente.


No documento, o PSDB aponta três supostos problemas. 

O primeiro está relacionado ao limite de despesas autorizado. 

Conforme o partido, a campanha de Dilma ultrapassou os R$ 298 milhões inicialmente informados pelo PT antes de o TSE autorizar a ampliação desse limite.

Os tucanos também argumentaram que os pagamentos ao site Muda Mais, que fez propaganda da petista na internet, foram registrados sob a rubrica “Produção de Programas de Rádio, Televisão ou Vídeo”, em vez de “Criação e inclusão de Páginas na Internet”. 

Além disso, o partido considerou não ser “razoável” o ressarcimento no valor de R$ 5 milhões pelo uso do avião presidencial para viagens de campanha.

Dias depois dos questionamentos do PSDB, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, disse considerar que não haverá problemas para a aprovação das contas da campanha.
"Eu acho que tem que se terminar a investigação, ver exatamente o que aconteceu, ver se há responsabilidade, se há dolo, inclusive. 

Mas, a princípio, eu tenho confiança que o trabalho de campanha foi mais cuidadoso, mais atento possível”, disse Adams.

Versão do PT

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela coordenação financeira da campanha de Dilma Roussef.


Nota para a imprensa.

Em relação à divulgação do parecer da Assessoria Técnica do TSE que opina pela desaprovação das contas de campanha do PT, esclarece-se:

1) até o presente momento, não tivemos acesso ao parecer técnico elaborado pelo TSE;
2) os aspectos questionados são de natureza formal. 

Em nada questionam a lisura da arrecadação e das despesas.  

A campanha Dilma Rousseff seguiu rigorosamente a legislação vigente, os princípios éticos e a mais absoluta transparência, seja na arrecadação como na ordenação de despesas;
3) toda a arrecadação e gastos de campanha foram rigorosamente informados à Justiça Eleitoral, não havendo questionamento que subsista a uma verificação atenta dos 245 volumes de documentos apresentados. 

Grande parte dos questionamentos encontram suas respostas nos documentos apresentados ao próprio TSE;
4) as questões apontadas no parecer para justificar a desaprovação, conforme divulgadas pela imprensa, são meramente formais e estão relacionadas exclusivamente às datas de lançamento das prestações de contas parciais – gastos realizados em julho informados em agosto; gastos realizados em agosto informados na prestação de contas final - ou seja, questões que não comprometem a verificação integral das contas. 

Importante ressaltar que a prestação de contas seguiu rigorosamente a legislação em vigor;
5) deve-se salientar ainda que o rigor da Assessoria Técnica em relação às questões formais apontadas não encontra amparo legal nem na própria jurisprudência do TSE;
6)  por fim, espera o Partido dos Trabalhadores e a Coligação “Com a força do povo” que o Tribunal Superior Eleitoral, em nome da segurança jurídica, não altere deliberada e casuisticamente sua orientação anteriormente firmada.

Coordenação Financeira da Campanha Dilma Rousseff

A PREFEITURA DE PARAUAPEBAS ESTÁ FALIDA

 Blog do Luiz Vieira

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014


Com um orçamento que ultrapassou a casa dos dois bilhões de reais em 2014, o Governo Valmir superou até mesmo o ilusionista Mister M. Teve a capacidade de executar essa mágica e fazer desaparecer essa fortuna sem nenhuma justificativa. 

Desde o mês de setembro os fornecedores e prestadores de serviços estão com pagamentos atrasados e as poucas obras na cidade foram paralisadas com a alegação de falta de dinheiro. 

Um exemplo clássico é o Bairro Liberdade. 

Após inúmeras manifestações de populares que interditaram ruas para reivindicar serviços no bairro, a SEMOB colocou maquinário para executar serviços de terraplanagem e drenagem. 

Mal começou e as máquinas foram retiradas com a alegação de vencimento de contrato.

Outra alegação comum nesse governo para a paralisia é a falta de licitação. 

Após dois anos de gestão e várias trocas de equipes da licitação o Valmir ainda não conseguiu se entender. 

O pior é que agora, as poucas licitações que saem ficam paralisadas por falta de dinheiro como foi o caso do contrato de serviços e locações de caminhões da Secretaria de Meio Ambiente.

O Caos Toma Conta da Cidade


O mês de dezembro está morto para a Prefeitura de Parauapebas. 

Sem dinheiro para nada, nosso rico município está literalmente entregue aos ratos e baratas. 

A coleta de lixo que deveria ser tratada como serviço prioritário, vem sendo feito com improvisações e de forma grosseira. 

As ruas estão tomadas de lixo, pois a coleta não tem mais dia certo. 

Quando o caminhão passa coletando o lixo, sai derramando o chorume rua afora deixando o cheiro de podridão pelo ar.

Outro serviço essencial que está abandonado é o fornecimento de água. 

Há três dias o serviço foi interrompido para manutenção que deveria durar 24 horas e até agora ninguém sabe o que aconteceu. 

Várias escolas públicas estão sem aulas devido a falta de água. 

Além disso, o serviço de ampliação para abastecimento nos bairros onde a água nunca chegou foi abandonado sem nenhuma explicação. 

Os bairros Caetanópolis e Bela Vista estão desde março com ruas intrafegáveis devido as valas que foram abertas para instalação de canos.  

Apesar de vários protestos de vereadores na Câmara, ninguém dá uma satisfação à população.

Cadê o Dinheiro que Tava aqui?


O gato comeu, o gato sumiu e ninguém viu. 

Parece brincadeira, mas dois bilhões evaporaram como passe de mágica e a cidade parou. 

Se dependesse da Prefeitura todos estaríamos quebrados, falidos e mal pagos. 

Felizmente nosso município é próspero e empreendedor e apesar de tudo ainda atraímos investidores que movimentam nossa economia.

O mais inusitado é que o povo está a mercê dos corruptos. 

Não tem vereadores, não tem Ministério Público, não tem Polícia, não tem nem uma autoridade que queira enxergar esse caos desenfreado. 

O grupo de vereadores denominados G-5 ainda usa a tribuna constantemente para denunciar, mas em minoria acabam perdendo força. 

Será preciso que os cinco vereadores da oposição mudem a metodologia e a forma de trabalhar. 

A denúncia feita na tribuna da Câmara não surte mais efeito. 

É preciso levar para as ruas, é preciso mobilizar a população e sacudir esse município que continua deitado em berço esplêndido. 

O grande problema é saber quem terá coragem, quem se disporá a ser esse grande líder que vai fazer o papel de vereador em sua plenitude. 

Em quem você aposta caro leitor?
Como as autoridades que deveriam fiscalizar e botar um freio nesse trem desgovernado nada fazem, o povo tem que agir. 

Por isso esse Blog está fazendo a campanha para que um grande número de cidadãos façam a denúncia ao Fantástico. 

Não se trata de propaganda para a Rede Globo, mas vai que a equipe da emissora fique tocada com tantas denúncias de um longínquo município do Norte do Brasil e resolva aparecer por aqui! 

Não custa nada tentar. 

Para denunciar basta clicar no link abaixo. 

Apesar de ter que preencher um pequeno formulário com seus dados, fica tudo em absoluto sigilo. Não perca tempo, faça sua denúncia agora.

Para denunciar clique AQUI.



6 comentários:

  1. Meu caro professor pra ser bem sincero dos vereadores que temos aí nenhum! nenhum! nenhum! tem moral de mudar tal situação em que vive nossa cidade nenhum! a sensação é que vivemos em uma cidade jogada ao léu vivendo as traças sem ordem sem prestígio sem autoridades sem justiça pública estão nos saqueando todos os dias meses e anos e ninguém absolutamente ninguém que deveria brigar questionar interrogar dá a cara a tapa pelo povo fazem nada nada nada mais de 2 BILHOES isso só em 2014 nos cofres da prefeitura fica a pergunta CADÊ O DINHEIRO QUE TAVA AQUI????? 

    Meus amigos se quisermos uma parauapebas que tanto sonhamos e lutamos temos que fazer isso já!!!! 

    Denúnciar tudo o que está acontecendo aqui em parauapebas ao programa do Fantástico nossa esperança de uma revolução na políticagem que está acontecendo aqui.
    Responder
  2. FUNCIONÁRIOS DA SEMAS....Luiz esse dinheiro deve está sumindo em todas as secretarias. aqui na SEMAS não é diferente.

    A Dna. Antonia Ruth junto com sua equipe estão fazendo um verdadeiro assalto aqui na SEMAS. 

    Estão superfaturando notas fiscais de: cestas básicas, gêneros alimentícios que é pra atender os projetos, material de expediente E mais...e o pior de tudo isso é que todos os funcionários daqui sabem mas não podem fazer nada. 

    Os que não fazem parte da quadrilha são ameaçados de serem demitidos pela Antonia Ruth a todo momento. 

    Essa quadrilha está enriquecendo as custas do que é pra ser doado pra quem realmente precisa; dos menos favorecidos.

    È só entrar no portal de transparência da PMP e ver o que é pago mensalmente, é muito grana e nós não recebemos nem a metade desse material que essa quadrilha negocia. 

    Já denunciamos pro fantástico e também pra Policia Federal. 

    Espero que venham logo e acabe com essa roubalheira sem limites.

    As provas não serão difíceis de encontrar, aqui até as ASG sabem o que eles estão fazendo, e como estão fazendo.
    Responder

    Respostas
    1. Parabéns Meu Nobre Pela Sua Denúncia, Tomara que assim tantos outros casos seja na prefeitura, na Câmara Municipal ou em qualquer outra secretaria seja veementemente DENUNCIADO A POLÍCIA FEDERAL E NESSE PROGRAMA DO FANTASTICO.
    Isso que acontece nessa prefeitura é típico de governo PSD, PSDB e agregados a esses partidos, agora imagine se Aécio ganha pra presidente, o Brasil estaria completamente entregue a todo tipo de marginal. 

    É a mudança que o povo queria realmente mudou pra pior.
    Responder
    vamos denunciar.. já foram denunciados a saúde e a semas quem quiser os números da policia federal são esse capital 91-3214 8000\8014\8016.plantão 91-3214 8014 .marabá 94-3321 4008 vamos acabar com a corrupção em parauapebas
    Responder


    Anônimosábado, 6 de dezembro de 2014 09:48:00 BRT
    acabei de fazer minha denuncia .... quem quiser denuncias é só ligar ou entrar no site da policia federal .fone- capital 91-3214 8000\8014\8016 plantão 91-3214 8014 marabá 94-3321 4008 ou www.dpf.gov.br\simba\fale-conosco vamos acabar com a corrupção em parauapebas

Tradição indígena faz pais tirarem a vida de crianças com deficiência física

A prática acontece em pelos menos 13 etnias indígenas do Brasil.

Uma tradição comum antes mesmo de o homem branco chegar ao país.


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Um assunto da maior importância: o
 direito à vida. Você acha certo matar crianças recém-nascidos por causa de alguma deficiência física?
Pois saiba que isso acontece no Brasil e não é CRIME
A Constituição, nossa lei maior, assegura a grupos indígenas o direito à prática do infanticídio, o assassinato de bebês que nascem com algum problema grave de saúde.
Para os índios, isso é um gesto de amor, uma forma de proteger o recém-nascido, mas tem gente que discorda.
Um projeto de lei que pretende erradicar o infanticídio já foi aprovado em duas comissões na Câmara FEDERAL e agora vai para votação no plenário.
Do outro lado, os antropólogos defendem a não interferência na cultura dos índios. Os repórteres do Fantástico foram investigar essa questão sobre a qual pouco se fala. E descobriram que a morte desses recém-nascidos mudou para pior o mapa da violência no BRASIL.
A cidade mais violenta do BRASIL fica no interior do estado de Roraima. Chama-se Caracaraí e tem só 19 mil habitantes.
De acordo com o último Mapa da Violência, do Ministério da Justiça, em um ano, 42 pessoas foram assassinadas por lá. Entre elas, 37 índios, todos recém-nascidos, mortos pelas próprias mães, pouco depois do primeiro choro.
A partir de uma porteira, o Fantástico entrou na terra dos ianomâmis, uma área de 9,6 milhões de hectares, maior do que PORTUGAL. Lá, vivem 25 mil índios em 300 aldeias numa floresta inteiramente preservada.
O filho de uma mulher ianomâmi vai fazer parte da próxima estatística de crianças mortas logo após o nascimento. Há duas semanas, ela começou a sentir as dores do parto, entrou na floresta sozinha e horas depois saiu de lá sem a barriga de grávida e sem a criança.
Os agentes de saúde que trabalham lá disseram, sem gravar, que naquela noite aconteceu mais um homicídio infantil, o infanticídio.
O infanticídio indígena é um ato sem testemunha. As mulheres vão sozinhas para a floresta. Lá, depois do parto, examinam a criança. Se ela tiver alguma deficiência, a mãe volta sozinha para a aldeia.
A prática acontece em pelos menos 13 etnias indígenas do Brasil, principalmente nas tribos isoladas, como os suruwahas, ianomâmis e kamaiurás. Cada etnia tem uma crença que leva a mãe a matar o bebê recém-nascido.
Criança com deficiência física, gêmeos, filho de mãe solteira ou fruto de adultério podem ser vistos como amaldiçoados dependendo da tribo e acabam sendo envenenados, enterrados ou abandonados na selva. 
Uma tradição comum antes mesmo de o homem branco chegar por lá, mas que fica geralmente escondida no meio da floresta.
O tema infanticídio ressurge agora por ter se destacado no Mapa da Violência 2014, elaborado com os dados de dois anos atrás.
O autor do levantamento feito para o Ministério da Justiça, o pesquisador Júlio Jacobo, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, não tinha ideia da prática.
“E aí, então, comecei a pesquisar efetivamente com as certidões de óbito. Registravam que crianças de cor ou raça indígena, de 0 a 6 dias de idade. E começamos a ver que realmente era uma cultura indígena meio não falada, meio oculta”, diz o pesquisador.
O secretário de Segurança Pública de Roraima, Amadeu Soares, explica por que o seu estado aparece, pela primeira vez, entre os mais violentos do Brasil.
Fantástico: Por que no ano de 2012 teve essa evolução, esse número tão grande?
 
Amadeu Soares: Porque foi o ano que a Secretaria Especial começou a fazer o trabalho de registro desses infanticídios.
E foi assim que Caracaraí, no interior de Roraima, se transformou no município mais violento do Brasil. São 210 homicídios para cada 100 mil habitantes. A média nacional é 29 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Pituko Waiãpi é um sobrevivente. Ele nasceu há 37 anos numa aldeia waiapi, localizada no interior do Amapá. Tinha paralisia infantil e estava condenado ao sacrifício. 
“A minha família não aceitava por causa da deficiência. Então, a Funai me tirou de lá”, conta.
O garoto cresceu entre os homens brancos e, aos sete anos, foi levado de volta para a tribo.
“Uma assistente social não entendia do costume da aldeia. Ela não sabia que ele não podia mais voltar e o mandou de volta”, conta Silvia Waiãpi, irmã de Pituko.
O garoto vivia carregado pela mãe, pai ou irmão mais velho.
“E aí um dia minha mãe cansou de me carregar e deu para o meu pai. Quando foi na hora de atravessar o rio, meu pai começou a ameaçar que eu não servia para nada, que eu merecia ser morto.
 A minha mãe escutou isso e gritou que não era para ele fazer isso comigo”, conta Pituko.
“A minha mãe o deu para um dentista e a única palavra que ele sabia falar em português era: ‘Embora. Embora. Embora’”, diz a irmã.
Ele só voltou a ver os pais quando tinha 21 anos.
“A minha mãe sentou do meu lado e disse: ‘Meu filho, tu lembra daquele tempo que aconteceu?’. Eu falei: ‘Lembro’. 
Aí ela perguntou: ‘Você tem raiva dele?’. ‘Eu, não. 
Eu gosto do meu pai’. Isso é cultura de vocês. 
Quem sabe vocês estavam fazendo o certo e eu não estava sofrendo mais”, conta Pituko.
“Como é que é carregar um deficiente físico nas costas sem cadeiras de rodas? No meio do mato?”, comenta a irmã de Pituko.
A irmã de Pituko explica: para o seu povo, o infanticídio não é um ato cruel.
“Era um ato de amor. Amor e desespero. Porque você não quer que um filho seu continue sofrendo. Você quer que ele sobreviva, mas não se não há como?”, diz ela.
“Não se pode atribuir a isso qualquer elemento de crueldade. Se uma pessoa começa já no nascimento conter deformações físicas ou incapacidades muito grandes, você vai ter sempre em si um marginal”, avalia o antropólogo João Pacheco.
Na visão do antropólogo, este garoto é um exemplo do que seria um marginal na comunidade indígena. Ele sofre de um problema neurológico.
“Essa criança nasceu, segundo informações, sem nenhum sinal de qualquer tipo de deficiência. 
Eles não rejeitaram ela, mas ao mesmo tempo ela não fica como as outras crianças. 
Fica mais escondidinha”, explica Tiago Pereira, enfermeiro da Secretaria de Saúde Indígena.
Por não ter percebido a deficiência, a mãe deu de mamar ao filho.
Esta é uma cena da maior importância na vida de um pequeno ianomâmi. Quando a mãe amamenta o filho, é como se tivesse dando a ele a certidão de nascimento, é que ele está sendo aceito por ela e pela comunidade.
Os índios acreditam que só durante esse ritual o bebê se torna um ser vivo e, graças a essa primeira mamada, Kanhu Rakai, filha de Tawarit, está viva hoje.
“Se tivesse anotado de pequeno, poderia estar enterrado”, afirma Tawarit Makaulaka Kamaiurá, pai de Kanhu Rakai.
Quando nasceu, a família, que faz parte da etnia kamayurá, não notou que Kanhu Rakai desenvolveria qualquer problema.
“Ela nasceu normal. Depois de cinco anos, ela começou a ir enfraquecendo mais”, conta Tawarit.
Kanhu Rakai tinha distrofia muscular progressiva, uma doença degenerativa que dificulta cada dia mais os movimentos da garota, e os pais se sentiam pressionados pela comunidade para matar a criança.
“A aldeia não manda. Pode mandar, mas só que quem decide, eu e ela, é a gente que decide”, diz Tawarit.
E eles decidiram se mudar para Brasília.
“Para mim, enterrar as crianças é feio, é muito feio”, afirma Tawarit.
A solução para impedir a morte de bebês indígenas não é simples. Quem vive próximo ao problema, sabe disso. 
João Catalano é o coordenador geral da Frente de Proteção dos Índios Ianomâmis, da Funai.
“A gente tem que entender o ambiente em que eles estão inseridos. 
Aqui a gente está falando da maior floresta tropical do mundo. 
A maior parte das regiões só chega de avião”, diz Catalano. 
O secretário de Segurança Pública de Roraima aponta outra limitação para agir: “A Funai acompanha, estuda e analisa todas essas questões culturais dos povos indígenas. 
E o estado tem essa limitação de apenas fazer o registro e o atendimento no caso de óbito”.
Várias vezes, enquanto esta reportagem estava sendo feita, tentamos falar com a direção da Funai, a Fundação Nacional do Índio. 
Ela não quis falar com o Fantástico sobre esse assunto.
E o que diz a lei brasileira sobre o infanticídio indígena? O artigo 5º da Constituição garante a todos o direito à vida.
O jurista José Afonso da Silva, especialista em direito constitucional, faz uma ressalva sobre as exceções dentro da Constituição.
“Ela reconhece a cultura indígena, os costumes indígenas, as tradições indígenas”, observa o jurista.
Então, diante da Constituição do Brasil, não há nada condenável no ato da mãe índia que mata o filho bebê.
O deputado federal Henrique Afonso, do PV do Acre, apresentou um projeto de lei indicando como o estado pode trabalhar para intervir na questão. “Esse projeto, o objetivo é erradicar o infanticídio no Brasil”, diz Henrique Afonso.
Ele prevê, por exemplo, a criação de um Conselho Tutelar Indígena, que teria autonomia para determinar qual medida deve ser adotada em cada caso. 
O projeto ainda não foi colocado em votação no Congresso, mas já é criticado. 
“Não há como executar essa lei a não ser com violência, que é desaconselhável. E a própria Constituição repudiaria isso”, comenta o jurista José Afonso da Silva.
“Eu não posso imaginar que esse seja um projeto realmente humanitário. Então, nesse sentido, os antropólogos têm se manifestado sempre contra”, diz o antropólogo João Pacheco.
Para os antropólogos, a solução seria o diálogo.
Uma saída bem sucedida encontrada pelo técnico de enfermagem da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Charles Sheiffer. Conversando, ele conseguiu impedir a morte de um bebê indígena.
“Eu estava no posto de saúde mais ou menos 5h20 e, de repente, eu escutei uma batida na porta do posto. 
A mãe mandou um dos filhos dela me chamar para poder mostrar essa criança. 
Cheguei lá e a criança estava na grama já com placenta e tudo. 
E fiquei com essa criança mais ou menos uns três dias”, conta Sheiffer.
O pai já tinha outros três filhos. E acreditava que não tinha condição de criar mais um bebê.
“Até que o pai se convenceu da minha atitude. 
E a mãe também queria a criança. 
De toda forma, ela queria. 
E aí quando ela deu a primeira mamada... Pronto! 
A criança estava livre”, lembra Sheiffer.
Silvia se formou em fisioterapia, é tenente no Exército e reclama da falta de estrutura e saúde dada a esses povos.
“Falta de medicação, falta de enfermeiros, técnicos, porque os poucos que têm estão sobrecarregados. Então, dizer que o índio está fazendo o infanticídio é muito fácil. 
Mas se tivesse estrutura, eu duvido que isso aconteceria. 
Eu falo isso porque meu irmão, o Pituko, é tetraplégico, ele não teria nenhuma condição de sobrevivência dentro da aldeia, mas aqui ele hoje é um pintor. Ele só mexe a cabeça e o pescoço, e ele pinta, e ele escreve apenas com a boca”, conta Silvia.
Hoje Pituko é um orgulho para a sua aldeia. Agora, os waiãpis descobriram que existe outro caminho para crianças que nascem com deficiência.
“Eu quebrei os preconceitos sobre pessoas com paralisia infantil. Eu tenho uma sobrinha que tem dois filhos que são deficientes”, diz Pituko.
“E hoje meu pai entende isso. Hoje, nós vemos isso no olhar dele. Um olhar de amor. Um olhar de carinho. E quando nós vamos, ele chora, porque fazia muito tempo que ele não nos via. E ele diz em português: saudade”, conta Silvia.
A mesma saudade que Muwaji tem do seu povo. Ela é de uma tribo isolada do Amazonas, a suruwaha.
Quando deu a luz ao seu filho, estava sozinha no meio da floresta. Percebeu que a criança não abria as mãos e tinha as pernas cruzadas e duras. Muwaji começou a criar a filha mas o irmão insistia que ela devia matar a bebê.
“Meu irmão falou: ‘Dá o veneno. Eles vão matar’. ‘Não quero matar’”, conta Muwaji.
Para salvar a criança, Muwaji fugiu da sua tribo. Vive com a filha de oito anos em Brasília e nunca mais viu a família.
“Meu coração é triste, chora. Depois é alegre de novo”, diz.
Ela não vê meios de voltar para sua tribo e apenas canta quando quer se sentir próxima a seu povo.

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