Aconteceu todo o dia de ontem (sábado), nas dependências do Centro Universitário de Parauapebas, CEUP, a 5ª Conferência das Cidades, com a participação de várias pessoas que integram a sociedade organizada do município como um todo, que teve como Tema Nacional: "Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana Já !"
A 5º Conferência das Cidades é um
evento que ocorre em todo o Brasil, e se realiza em três etapas: local,
estadual e nacional.
Durante o evento é discutido o texto base, constituído da proposta do Sistema Nacional de Desenvolvimento, assim como as prioridades do Ministério da Cidade para o próximo biênio.
Durante o evento é discutido o texto base, constituído da proposta do Sistema Nacional de Desenvolvimento, assim como as prioridades do Ministério da Cidade para o próximo biênio.
As prioridades estaduais e municipais
para a Política de Desenvolvimento Urbano também estão dentro da pauta de
discussão.
O evento conta com a participação de representantes da sociedade civil organizada e de representantes do poder público.
O evento conta com a participação de representantes da sociedade civil organizada e de representantes do poder público.
O responsável pelo evento neste município foi a Prefeitura Municipal de Parauapebas, tendo como seu gestor, Valmir Mariano Queiróz, através da Secretaria Municipal de Planejamento na pessoa do titular daquela pasta, Célio Costa, responsável pela coordenação do evento.
Os temas sugeridos a serem discutidos foram divididos em quatro grupos formados por pessoas devidamente credencidas para terem direito de voz e voto no momento da aprovação dos temas sugeridos pelos respectivos grupos na plenária.
Como Delegado representando a imprensa local, participamos do grupo 4, cujo tema a ser discutido teve como título: POLÍTICAS DE INCENTIVO À IMPLANTAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE PROMOÇÃO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
Após a discussão do tema atribuido a nossa equipe, tivemos o intervalo para o almoço que foi servido pela prefeitura através da coordenação do evento a todos os inscritos, e em seguida, retornamos todos ao auditório principal do CEUP, para em plenária, aprovarmos todos os destaques e acréscimos de sugestões, feitos nas propostas pré-elaboradas pela Coordenação Nacional da Conferência.
Uma das sugestões que nosso grupo propôs para ser inserida na "Carta da Cidade de Parauapebas" exigiu um pouco de esclarecimento a plenária, que foi a criação de consórcio entre prefeituras que fazem parte da mesma região, nos provocou a fazer uso do microfone para fazer uma observação sobre o futuro sombrio de Parauapebas quando a mesma não tiver mais a Vale como a "Prima Rica" da nossa região e não somente o nosso município como os demais próximos desta mineradora que só tem pouco mais de 15 anos como exploradora das nossas riquezas.
Nossa fala foi sobre a irresponsabilidade dos quatro prefeitos que antecederam o atual Valmir Mariano, e os vereadores que já passaram pelo Legislativo Municipal, que nunca se incomodaram em criar alternativas e opções sustentáveis de trabalho e emprego, para após a migração da Vale para outra região minerária, a nossa cidade não se transforme em uma "cidade fantasma" pelo fato da sobrevivência da mesma se tornar impossível, visto que a maior fonte de renda que gera emprego e desenvolvimento para a população parauapebense está deixando o nosso território, onde nós herdaremos somente o ônus da desgraça e da miséria entre seus moradores, a exemplo de Serra do Navio no estado do Amapá.
Porque todos nós sabemos que Parauapebas é dependente da Vale para a sua existência e sobrevivência.
Se quiserem saber se é verdade o que digo, basta retirar do cofre público municipal os royalties que a Vale repassa para o mesmo, e vejam o que acontece com a nossa cidade.
A estrutura comercial e empresarial instaladas no município, não terão condições de sustentá-la.
As empresas, os comerciantes de todos os segmentos existentes no município, os autônomos, todos sem exceção, dependem da Vale para a sua sobrevivência.
Não culpamos somente os gestores incompetentes e seus vereadores que comandaram amadoristicamente o nosso município desde que o mesmo se emancipara em 10 de maio de 1988 não, culpamos também, a omissão das entidades de classes que foram criadas no município, as associações de bairros, sindicatos diversos, o poder judiciário, a imprensa local, os profissionais liberais, os comerciantes, os empresários dos diversos segmentos, os educadores tanto a nível estadual como municipal, por nunca se preocuparem e nem cobrarem de forma sistemática àqueles que tiveram a opotunidade de comandarem o nosso município por vários anos, ações que visassem a auto-suficiência do nosso município e o "corte" do "cordão umbilical" da "mãe desnaturada" Vale.
Concluimos nossa fala parabenizando o atual prefeito valmir Mariano que tem demonstrado administrar Parauapebas de forma participativa com os demais prefeitos eleitos dos municípios vizinhos, gerando progresso e evolução não só para o município que o elegeu, como para toda a região do qual fazem parte os demais município có-irmãos, vontade demonstrada pelo mesmo em sua primeira entrevista que tivemos a honra de ouví-la, após sua vitória esmagadora nas urnas no dia 07 de outubro de 2012, na radio Liderança, juntamente com os tres prefeitos eleitos de Canaâ dos Carajás, Eldorado e Curionópolis.
Tanto prova a intenção do prefeito Valmir Mariano fazer parceria com seus demais colegas gestores dos municípios vizinhos ao nosso no sentido de colaborar na solução de problemas que afetam a população que reside na nossa região, que recentemente ele e o prefeito de Marabá João Salame, pôs fim em um imbróglio de caráter político que dificultava a vida dos moradores da região denominada "Contestado", que se arrastava há 25 anos sem que os quatro gestores que antecederam o "Velhote" juntamente com os vereadores das legislaturas passadas, nunca tiveram a competência de resolverem, repito.
Quero finalizar esse meu texto afirmando com a grande convicção do grande Geólogo ORLANDO VALVERDE, autor do livro inédito e raro no mercado, GRANDE CARAJÁS, Planejamento da Destruição, que alertou ao governo federal sobre o grande desastre para o meio ambiente e a natureza, caso o mesmo insistisse em manter a determinação de implantar nesta região este projeto de exploração de minério, que todos nós glamourizamos como sinônimo de poder financeiro e econômico, mas que tem nos trazidos mais prejuízos do que benefícios, que se o atual gestor e a nova Câmara de Vereadores de Parauapebas não correrem contra o tempo em busca de novos caminhos para uma política de auto-sustentabilidade e auto-suficiência para o nosso município, e ficarmos unicamente a mercê dos repasses da Vale, todo nosso esforço na participação desta 5ª Conferência das Cidades, se tornarão em vão, porque a execução dos projetos e as propostas caso sejam aprovadas pelo governo estadual e federal, são de médio e longos prazos, ultrapassando o tempo que resta para a mineradora Vale transferir-se para outra região do "tesouro perdido".
Valter Desiderio Barreto - Jornalista e blogueiro.