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segunda-feira, abril 22, 2013

Conheça o presídio exclusivo de PMs para onde podem ir réus do Carandiru

G1 teve acesso com exclusividade à casa prisional na Zona Norte de SP.
Mizael é preso mais famoso na unidade que já teve Cabo Bruno e Rambo.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo
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Única prisão no estado de São Paulo exclusiva para policiais militares, o Presídio Militar Romão Gomes pode ser o destino dos 23 PMs condenados pelo massacre do Carandiru a 156 anos de prisão cada um. Na última semana, o G1 visitou os pavilhões da unidade prisional que fica na Zona Norte de São Paulo e completou 64 anos no domingo (21).

Com 184 das 225 vagas ocupadas por presos até terça-feira (16), a unidade tem espaço para mais 41 internos, segundo a Justiça Militar. "Se os réus do Carandiru forem condenados, eles vão ocupar todas as vagas sem superlotação", havia dito o tenente-coronel Daniel Augusto Ramos Ignácio, comandante e diretor do Romão Gomes, antes da condenação dos policiais militares.

MAPA_presidio_romao_gomes (Foto: Editoria de Arte / G1)


Sob a condição de não terem seus nomes divulgados nem os rostos fotografados, os detentos conversaram com o G1 sobre suas rotinas no presídio e a respeito do julgamento. Para a maioria, a condenação pelo massacre do Carandiru seria difícil de ocorrer.

"Não sei se teve um culpado ou todos foram culpados. 

A probabilidade de serem condenados é pequena", disse um subtenente da PM aposentado que está preso no Romão Gomes. Ele contou que um dos réus do massacre do Carandiru é seu amigo. "Não espero vê-lo aqui".

"Houve um pouco de abuso ali na ação dos PMs que invadiram o Carandiru. Foram 111 mortos. Acho que serão condenados porque a sociedade atualmente não tolera mais abuso de autoridade", disse um soldado detido no presídio.

Entretanto, mesmo com condenação, a ida desses policiais para o Romão Gomes pode demorar. Em geral, a jurisprudência diz que réus soltos que são condenados ficam fora das grades até que suas defesas esgotem os recursos nas instâncias superiores.
Além disso, parte dos acusados se aposentou ou se desligou definitivamente da corporação. 

Nestas condições, o destino dos PMs condenados pelo Carandiru seria uma prisão comum, onde há pavilhões seguros para garantir a integridade física deles. A Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, costuma abrigar presos em risco.

Atualmente, só parte dos 23 PMs condenados continuam na ativa. Alguns foram promovidos e se tornaram oficiais mesmo com a acusação de assassinatos.

O homicídio, aliás, é o tipo de crime que mais manda PMs para o Romão Gomes. Dos atuais 184 detentos, 96 (52,1%) estão lá por homicídio, segundo levantamento recente feito pela administração da casa. Crimes sexuais e roubos são as outras violações mais comuns.

"Não tem gente boazinha aqui não. Tem gente perigosa", disse Daniel Ignácio, comandante do presídio em que os presos têm uma rotina diferenciada: são identificados com crachás, vivem em celas abertas ou dormitórios com televisão, mas só podem jogar futebol com autorização por escrito.

Não tem gente boazinha aqui não. Tem gente perigosa"
Daniel Ignácio, comandante do presídio
 
Presidiário caminha por corredor no Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Detento caminha por corredor do Presídio Romão
Gomes, na Zona Norte de SP (Foto: Raul Zito/G1)
 
 
Entre os presos está o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, o mais famoso detento da casa, condenado em março a 20 anos de prisão pela morte da advogada Mércia Nakashima, ocorrida em 2010.

No passado, as "figuras ilustres" do Romão Gomes haviam sido Cabo Bruno – que ficou 27 anos preso por chefiar um esquadrão da morte – e o soldado Otávio Lourenço Gambra, o Rambo  – conhecido por aparecer em imagens que registraram a agressividade da polícia na Favela Naval, em Diadema, no ABC.

A equipe de reportagem do G1 não passou pela porta de detector de metais do Romão Gomes, mas teve as mochilas revistadas. O telefone celular do fotógrafo foi confiscado temporariamente.

Nas guaritas, PMs fardados e armados vigiam os colegas presos, que vestem camisetas amarelas com a inscrição PMRG em letras garrafais, sigla do nome do presídio. Calças beges e botas pretas completam o visual dos detentos.

Como num presídio comum, a maioria se diz inocente e afirma ter sido vítima de armação. Poucos dizem ter errado.


Um dos que assume ter cometido crime é um ex-soldado da PM, expulso da corporação em 2006. Prestes a completar 38 anos de idade, ele foi condenado a 109 anos e oito meses de prisão pelo assassinato de cinco pessoas e por três tentativas de homicídios. É o detento mais antigo e com a maior pena do Romão Gomes.

"Matei mesmo. Matava porque os bandidos do bairro onde eu morava queriam matar e sequestrar a mim, minha esposa, na época, e meu filho. 

Eu não paguei para ver", contou o ex-policial. "Comecei depois que os malas furtaram o som do meu carro. Não tinha horário. Conforme eles apareciam perto, eu percebia e matava". Segurando uma Bíblia, ele disse estar arrependido do que fez.

"Eu errei e me converti. Hoje dou palestras. Fui condenado em oito julgamentos. Fui condenado por 56 jurados. Mas nenhum deles me conhece como Deus. 


Esse sim me conhece, me julgou e me perdoou pelo que fiz. Espero conseguir o semiaberto em 2017", afirmou o fiel da Congregação Cristã no Brasil. 

Apesar da condenação a mais de 100 anos, a expectativa pela saída tem explicação: pela lei, ninguém pode ficar mais de 30 anos preso.

Armaram um flagrante bem armado para mim, que não tive como escapar. Fui pego no motel com uma menina de 14 anos"
Tenente aposentado, preso desde 2009
 
Presídio Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Tenente aposentado que está preso por corrupção
de menores cuida da biblioteca (Foto: Raul Zito/G1)
 
 
Convivência

Entre os que negam o crime pelos quais foram condenados está um soldado de 31 anos, de Pinhalzinho, interior de São Paulo. "Sou inocente". Na sala de artesanato, na manhã de terça-feira (18) ele desenhava São Jorge matando um dragão para um policial preso que torce pelo Corinthians.

No Romão Gomes, a convivência não é delimitada pelos tipos de crimes cometidos, diferentemente das prisões comuns, onde criminosos presos por violência sexual são isolados dos demais para não apanharem dos colegas. Há 16 condenados por estupro e atentado violento ao pudor no local.

Um tenente aposentado, no vigor dos seus 70 anos e agora dedicado a cuidar da biblioteca da prisão, está preso por corrupção de menores. "Armaram um flagrante bem armado para mim, que não tive como escapar. 


Fui pego no motel com uma menina de 14 anos. Não deu nem tempo de ter tido conjunção carnal", afirmou.

Ele está preso desde 2009 e deve ganhar a liberdade daqui a dois meses. Segundo outros policiais que fazem a segurança do presídio, a adolescente que foi vítima do idoso mantinha um relacionamento amoroso com ele. Até hoje ela o visita na unidade prisional. Uma bela morena de 19 anos, dizem.

Os encontros íntimos só são permitidos para os homens receberem suas mulheres e duram até uma hora. 


As três únicas mulheres presas no complexo prisional não têm este direito. Separadas numa ala só para elas, respondem, cada uma, por extorsão, concussão e homicídio. "Há o receio de que elas engravidem", justificou o tenente Marcos Meira, chefe do setor de laborterapia. Ele foi responsável por apresentar o Romão Gomes ao G1.

Rotina de trabalho

Às 6h os presos acordam, arrumam as camas e passam por uma revista. Ao todo, são cinco checagens por dia. Após o café da manhã, eles participam de atividades para remissão das suas penas e, depois, almoçam no refeitório. 


A alimentação é fornecida por uma empresa terceirizada. Cumpridas oito horas de trabalho, estão liberados para usar a modesta academia do presídio.

Se dizendo vítima de "armação", um soldado de 36 anos levanta 50 kg no aparelho de supino, tentando esquecer a acusação que responde por homicídio. No rádio, rock para manter o ânimo. Ex-praticante de jiu-jitsu, ele participou de uma ação policial que resultou na morte de oito pessoas em Santos.

Perto da academia, a quadra é menos acessível: só é liberada para o futebol se os presos fizerem um pedido por escrito para o comandante e ele autorizar. 


A prática é evitada porque costuma terminar em briga. Como nas cadeias comuns, existem lideranças internas. Há presos que se destacam e acabam gerindo suas próprias regras.

Presídio Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Condenado a 20 anos de prisão, o PM reformado
Mizael fica na cela 10 da prisão (Foto: Raul Zito/G1)
 
 
Ele [Mizael] não gosta de falar com a imprensa. Nem adianta pedir que não vamos chamá-lo. Pedido dele"
Preso que trabalha com Mizael na lavanderia
 
Presídio Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Trabalho ajuda a reduzir penas (Foto: Raul Zito/G1)
 
 
Briga com Mizael

No ano passado, por exemplo, uma discussão acalorada no refeitório acabou em briga entre um PM preso e Mizael Bispo de Souza, atualmente o mais famoso detido na unidade. Segundo testemunhas, o motivo da confusão teria sido um pedaço de bolo.


Condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da ex-namorada, a advogada Mércia Nakashima, Mizael não foi encontrado pelo G1.

Ele estava sozinho na cela número 10 , atrás de uma porta de ferro. Quando fechada, o contato com o corredor se faz por uma portinhola, como janela. "Ele não gosta de falar com a imprensa. 

Nem adianta pedir que não vamos chamá-lo. Pedido dele mesmo", afirmou um dos presos que trabalha com Mizael na lavanderia.

Quatro tipos de crachás

No pescoço, a identificação do preso é feita por meio de um crachá: foto, nome, data de quando entrou na prisão e o artigo do Código Penal Brasileiro (CPB) ou Código Penal Militar (CPM) a que responde ou foi condenado. 


São crachás com quatro cores diferentes. Vermelho, amarelo e verde para o regime fechado. Azul para o semiaberto.

Mizael e mais 59 homens usam um crachá vermelho, identificados como sendo do primeiro estágio. Nesse setor ficam todos os presos que chegam pela primeira vez ao Romão Gomes. 

Eles são distribuídos em dez celas de tamanhos diferentes, com triliches, onde passam 22 horas por dia.
As celas ficam destrancadas e possuem televisão. Apesar disso, a administração diz que controla o que eles assistem. 

Os detentos têm ainda direito a duas horas de banho de sol diárias. Esse estágio pode durar até seis meses, dependendo do comportamento. No período, recebem visitas aos sábados, com limite de duas pessoas.

"Estamos aqui por culpa da imprensa. Ela distorce tudo o que falamos. Ouve primeiro os familiares de quem é encontrado morto. Depois acusam a gente, dizendo que foi PM quem matou", falou um dos oito presos de uma cela do nível vermelho que aceitaram conversar com a regortagem.

"Ninguém checa se o morto tinha passagem pela polícia. Para a imprensa, o morto sempre é servente de pedreiro. 

Nunca dizem que ele foi homicida, assaltante ou traficante", reclamou o detento. Assim como os demais colegas, ele negou a acusação de integrar grupo de extermínio formado por PMs, responsável por chacinas e execuções contra ex-criminosos durante a onda de violência em 2012.

Presídio Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Presos passam por avaliação antes de entrar para
novo estágio dentro do presídio (Foto: Raul Zito/G1)
 
Avaliação psicológica

Quatro meses depois da primeira entrada no presídio, os detentos passam por avaliação psicológica para saber se estão em condições de seguirem para o segundo estágio, no qual a identificação é feita pelo crachá amarelo.

"Avaliamos os potenciais riscos de fuga e reincidência. Por exemplo, estupradores têm conflito na área sexual", afirmou a psicóloga e sargento da PM Cláudia Feitosa.

Atualmente, 40 presos estão no nível amarelo, no qual não há celas, mas dormitórios. Os presos podem circular por outros blocos do complexo. Também podem trabalhar no lava-rápido do presídio, prestando serviço aos motoristas vizinhos do Romão Gomes. Marcenaria e tapeçaria são outras atividades.


Renda do trabalho para a família

Na terceira e última etapa do regime fechado é dado o crachá verde. Cinquenta e dois presos estavam nesse nível. Os detentos frequentam o apiário e participam dos trabalhos na horta e de criação de animais. A produção de equipamentos eletrônicos é revertida em salário. Sessenta por cento da renda vai para a família do preso.


Presídio Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Detento tem o nome dos filhos tatuados no braço
para ter sua família 'mais perto' (Foto: Raul Zito/G1)
 
Regime semiaberto

Outro tipo de regime é o semiaberto, no qual o preso recebe o crachá azul. Dos 32 que estavam nessa condição, seis faziam serviços administrativos fora da unidade e retornavam para dormir no Romão Gomes. 


Os demais continuavam presos porque não conseguiram vagas para trabalhar.

É o caso de um sargento aposentado, de 50 anos, preso por porte ilegal de arma. Ele sai somente nas saídas temporárias autorizadas pela Justiça. Para ter a família mais perto, resolveu tatuar os nomes dos cinco filhos no braço direito.

Além da TV e da família, o preso sabe o que ocorre fora dos muros do Romão Gomes por meio de seus advogados. Um parlatório permite a conversa entre eles pelo período de uma hora.

Recuperação possível, diz comandante


A leitura é uma das atividades que podem contribuir para a progressão dos estágios no presídio. Para reduzir a permanência na prisão, a opção é trabalhar: para cada três dias de trabalho, um dia a menos na pena. 


De acordo com o comandante Daniel Ignácio, a maior missão de quem administra o Romão Gomes é recuperar o preso. "Eu acredito na ressocialização", disse. "O perfil do preso militar é diferente do preso comum. O comum opta pelo crime. Não segue regras, não respeita normas sociais. Transgride mesmo", afirma.

Quando vem para cá, a ficha dele cai. Se afastou da família e da profissão. É mais fácil recuperar um PM preso do que um preso comum"
Daniel Ignácio, comandante do presídio
Vou voltar às ruas e à PM para prender ladrão de novo. E se preciso dar tiro de rajada de metralhadora de novo"
PM preso pela morte de dois jovens
 
Presídio Romão Gomes (Foto: Raul Zito/G1) 
Presos durante o banho de sol (Foto: Raul Zito/G1)
 
 
"O PM é diferente. Tem valores que foram internalizados pela família. Passou pela formação da corporação também. Não é ele que faz a opção pelo crime. Ele tem forte desvio de conduta por grande fraqueza de caráter moral. 

Quando vem para cá, a ficha dele cai. Se afastou da família e da profissão. É mais fácil recuperar um PM preso do que um preso comum", afirma comandante Ignácio.

Detido há oito meses pela morte de dois jovens, um sargento da PM deixa dúvidas sobre se a recuperação pode atingir todos os presos. "Vou voltar às ruas e à PM para prender ladrão de novo. E se preciso dar tiro de rajada de metralhadora de novo".

Segundo a administração do presídio, a taxa de reincidência é de 0,2%. Dados do Romão Gomes indicam que 47 presos já foram demitidos da PM. A maioria dos detidos está em situação de atividade: são 109. Outros 27 são aposentados.

Nos últimos anos, ocorreram duas fugas. Em 2008, um PM preso condenado por homicídio que trabalhava na cozinha fugiu. Até hoje não foi encontrado. Em 2010, um policial que cumpria o regime semiaberto por roubo não voltou para a prisão. Foi detido dias depois usando drogas.


Juiz defende presídio

O juiz militar Luiz Alberto Moro Cavalcante explica que o detento chega ao presídio ainda "ostentando a condição de PM", mas depois pode ser excluído da corporação dependendo da gravidade do crime que cometeu. Ele afirmou que a transferência para presídios comuns traria prejuízos.


"Há casos em que a decisão de exclusão se dá anos após o encarceramento, quando ele se encontra em processo de recuperação, com respostas satisfatórias às medidas aplicadas", explicou o juiz. "Sua transferência para uma penitenciária da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado importaria em uma interrupção do processo de recuperação".

"A título de exemplo, há casos no Presídio em que a exclusão disciplinar deu-se cinco, seis anos depois do encarceramento, quando o indivíduo já se encontrava no regime semiaberto, cursando faculdade e sustentando a família com trabalho remunerado no interior do presídio. 


A sua transferência, que foi refutada por mim, teria como consequência a sua remoção para outra cidade e a interrupção de todo o trabalho destinado à sua recuperação", disse o juiz magistrado

Foto achada na casa de Bola pode indicar mais crimes do ex-policial

Ele será julgado a partir desta segunda (22) pela morte de Eliza Samudio.
Segundo delegado, corpos de dois homens sumiram misteriosamente.



O acusado de ser o executor de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, pode ter ligação com outros assassinatos, como indicam fotos encontradas na casa dele. 

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, 50 anos, começa a ser julgado nesta segunda-feira (22), em Contagem (MG). 

Um dos indícios da ligação com outros crimes foi encontrado na casa dele, em Vespasiano, durante as investigações do caso Eliza Samudio: uma foto em que dois homens aparecem com cruzes marcadas na testa.

Neste domingo (21), o Fantástico mostrou detalhes de outros crimes que, segundo a promotoria, foram cometidos por Bola e que confirmam o perfil violento dele. 


Segundo a acusação, Bola é um matador de aluguel, frio e calculista que guardava até foto das vítimas. "Tudo o que você pensar em termos de maldade que se pode fazer com um ser humano, ele é capaz", afirma José Arteiro, advogado da família de Eliza Samudio.

Imagem da foto encontrada na casa de bola, em Vespasiano (MG) (Foto: Reprodução/TV Globo)Imagem da foto encontrada na casa de bola, em Vespasiano (MG) (Foto: Reprodução/TV Globo)
 
 
O ex-policial está preso desde julho de 2010 pelo assassinato e ocultação do cadáver de Eliza, com quem o goleiro Bruno teve um filho. Ela exigia reconhecimento de paternidade e pagamento de pensão.

Investigações mostram que o réu é acusado de fazer parte de um grupo de extermínio. "Bola é uma pessoa muito perigosa, que tem um grau de relacionamento dentro da polícia. 

Devia, de certa forma, facilitar as ações dele", disse a promotora de Justiça Mirella Giovanetti.

Cronologia caso Eliza Samudio (Foto: Arte/ G1)


De acordo com o Ministério Público, em 2008, ele e três policiais do Grupo de Resposta Especial (GRE) da Polícia Civil de Minas mataram dois homens: Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura tinham antecedentes criminais.

As investigações mostram que o duplo assassinato foi no sítio onde Bola treinava policiais, em Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Hoje, não há mais cursos no local.

Segundo a acusação, as vítimas foram algemadas, torturadas e mortas. Depois, o grupo teria cortado os corpos e colocado fogo. Uma nova prova desse crime foi encontrada na casa de Marcos Aparecido, o Bola, durante as investigações do caso Eliza Samudio.

Na casa em Vespasiano, os policiais acharam um papel amassado. Na verdade, era a cópia de uma foto em que aparecem seis homens. 

Na imagem, dois deles estão marcados com cruzes na cabeça. Segundo as investigações, eles são Paulo César e Marildo, os mortos em Esmeraldas. Os corpos nunca foram encontrados.

"Os cachorros de Bola teriam violentado essas pessoas ainda em vida e depois esses corpos sumiram misteriosamente. 

Então, tem uma dinâmica similar, parecida à dinâmica da morte de Eliza", destaca o chefe do Departamento de Homicídios, Wagner Pinto Souza.

Em julho de 2009, em Belo Horizonte, Bola foi visto praticando um outro assassinato. Desta vez, a vítima era Devanir Alves, um motorista particular de 54 anos. 

Segundo uma testemunha, Marcos Aparecido cumprimentou a vítima e, assim que se certificou do nome da pessoa, atirou três vezes. 

O homem caiu morto quase na porta de casa e na frente da filha, que na época tinha três anos.

O Fantástico localizou uma parente de Devanir, que não quis se identificar. "Acabou com a vida da família toda. Não precisava fazer isso", disse a parente.

As investigações mostram que Bola foi contratado pelo comerciante Antônio Bicalho. A então mulher de Antônio teria um romance com a vítima.

"Ela fala, jura, que nunca teve nada com esse tal Devanir", diz Antonio Bicalho. Ele afirma que é inocente, vítima de uma armação. "Eu não conheço o Bola. Nunca vi o Bola não", acrescenta.

Segundo o Ministério Público, por causa da fama de matador, Bola foi contratado por R$ 70 mil para executar Eliza e sumir com o corpo dela.

O julgamento


Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão - braço direito de Bruno - já foi condenado nesse caso a 15 anos de cadeia. 


O goleiro pegou pena maior, de 22 anos e três meses em regime inicialmente fechado.

Durante o júri, marcado para começar nesta segunda-feira (22), a defesa vai alegar inocência. "Vamos provar a fraude nesse processo, fraudes graves. 

Marcos Aparecido está sendo escolhido pra ser réu", disse o advogado Fernando Magalhães. No caso da ex-amante de Bruno, Bola pode ser condenado a 33 anos de cadeia.

A tese de inocência é sustentada também para os outros três assassinatos mostrados na reportagem. "Marcos Aparecido nos diz, nos olhos, olhando, e sentindo, tanto no tom da voz, o seu sofrimento: 'sou inocente de todas as acusações"', afirmou o defensor.

O advogado da família de Eliza, assistente de acusação, adiantou o que vai dizer ao ex-policial, durante o julgamento. "Você é um sujeito que tem que permanecer preso. Você não é gente", disse José Arteiro.

Em juízo, Bola já havia dito que é inocente. "Essa acusação que tá sendo contra o senhor não é verdadeira?", perguntou a juíza Mariza Fabiane Lopes, durante audiência do caso. "Sim. Não é, não é verdadeira", respondeu à época. 

A magistrada vai presidir o júri. A previsão é que o julgamento dure três dias, de acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Condenações

Quatro réus no caso já foram julgados, três deles condenados e uma absolvida. O Goleiro Bruno Fernandes foi condenado em março pelo júri popular a 22 anos e três meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. 


Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, foi absolvida.

Em novembro do ano passado, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, também foram condenados por participação nas ações que resultaram na morte da ex-amante do jogador. 

Macarrão pegou 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio qualificado em razão de sua confissão -, e Fernanda, cinco anos.

Além de Bola, outros dois réus ainda vão ser julgados, Wemerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha, e Elenílson Vitor da Silva. 

O júri dos dois está marcado para 15 de maio deste ano, também em Contagem (MG).

domingo, abril 21, 2013

Mas uma pessoa vítima da negligência médica em Cedro, Ceará. E o atual Prefeito é médico.

Denis Félix Guedes
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pessoal do grupo e amigos de Face, e pessoas que trabalham em Cedro.. na Saúde precária que afeta o nosso município. 
 Mas uma pessoa vítima da negligência médica em Cedro. 
 Eu fico me perguntando quantas pessoas vão morrer pra se tomar as providências que tem que acontecer, por falta de atendimento médico, essa pessoa muito jovem morreu, não foi atendida no hospital em Cedro, foi levada a Icó, onde lá aconteceu a mesma coisa, ninguém se dói com isso, era uma vida minha gente, e o pior de tudo: 
Além dela morrer na mesa de cirurgia, nenhum responsável pelo o atendimento teve a decência de tirar o feto do seu corpo, ninguém se preocupou em poder salvar a vida da criança, e ai população cedrense, isso fica por isso mesmo, ninguém fala, ninguém sente nada. 
 Uma jovem morre por falta de atendimento e ninguém é responsabilizado por isso. 
Pêsames a família, que Deus conforte todos eles. 
E vocês dos órgãos da Saúde vamos fazer alguma coisa por favor, ficar só vendo o povo morrer não dá. 
Fica aqui a minha revolta contra o descaso que acontece com as pessoas mais simples..
Partiu prematuramente da nossa convivência, neste dia 20/04/13, a jovem Jomária Alves, aluna do Colégio Estadual Celso Araújo, em razão de problemas no seu oitavo mês de gravidez.
Á família meus pêsames e muita força neste momento de perda e dor
Partiu prematuramente da nossa convivência, neste dia 20/04/13, a jovem Jomária Alves, aluna do Colégio Estadual Celso Araújo, em razão de problemas no seu oitavo mês de gravidez.

Á família meus pêsames e muita força neste momento de perda e dor

o povo mais carente do cedro esperavam que com um administrador medico a saude vinhecer a melhora,mais o quer estamos vivenciado e o cotrario do quer esperavam...

 Olha isso é revoltante cara, uma pessoa morrer por falta de atendimento, eu espero que isso não se repita mais em nossa cidade que já sofre demais com carência de tantas coisas.. Ai só pq a pessoa é simples, não tem os recursos de um "rico" morre assim.. Pelo o amor de Deus, chega! 
A população tem que agir nessa hora..

Prostitutas contam histórias de vida em aula de inglês para a Copa em BH

Profissionais do sexo aprendem nova língua para recepcionar estrangeiros.
Além de inglês, professores também ensinam espanhol, francês e italiano.

Sara Antunes Do G1 MG



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Elmo Lincoln também dá aulas de inglês e reclama de ausências no curso. (Foto: Sara Antunes/G1)Professor Elmo Lincoln dá aula de inglês e reclama da ausência de algumas alunas 
(Foto: Sara Antunes/G1)

Laura Maria do Espírito Santo, de 54 anos, é prostituta em Belo Horizonte (MG) e uma das alunas do curso de inglês para profissionais do sexo, iniciado em 11 de março na capital, com objetivo de educar os profissionais do sexo para recepcionar os turistas estrangeiros na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo de 2014.

Ela trabalha "há bastante tempo", como prefere dizer, e lembra com saudade de quando teve um cliente canadense, que mandava cartas e que por cinco anos visitou o Brasil para tentar convencê-la a deixar o país com ele. 

Ela ri ao falar dos presentes recebidos do amante e de como ele costumava falar em inglês e em francês ao seu ouvido; nada que pudesse entender à época. A relação durou certo tempo, mesmo com a dificuldade dos idiomas diferentes.


Laura do Espírito Santo é aluna do curso de inglês paras prostitutas e travestis. (Foto: Sara Antunes/ G1) 
Laura do Espírito Santo é aluna do curso de inglês
para prostitutas e travestis (Foto: Sara Antunes/ G1)


As prostitutas e travestis de Belo Horizonte também podem fazer gratuitamente aulas de espanhol, francês e italiano, ministradas por professores voluntários.

O G1 acompanhou uma aula de inglês da turma de Laura. Das 15 alunas inscritas, só sete compareceram. 

Muitas têm receio de ir ao curso, em um shopping popular da cidade, enquanto outras trabalham em horários diversificados, segundo explicou Cida Vieira, presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) – da qual Laura é vice-presidente.

É o caso de Agatha (nome fictício), de 25 anos. A jovem frequenta as aulas desde o início, mas falta quando congestionamento não deixa que ela chegue a tempo. 

Nascida em Piracicaba (SP), a estudante tem na pronúncia sua principal dificuldade. Durante a aula, o professor Igor Fusch comentou sobre a insistência dela em colocar o dáblio "antes de tudo".

O método do professor é a repetição. Fusch, de 53 anos, morou por quase 20 anos na Austrália e retornou ao Brasil há quatro. "Agora que está no começo, eu quero enfatizar os greetings, que é o conhecer a pessoa", disse sobre um dos tópicos da aula. 

Para ele, um desafio é se acostumar ao modo norte-americano e inglês de iniciar uma conversa, pois tendem a manter certa formalidade.

A cada encontro, o professor ensina frases novas, e as estudantes devem repeti-las. 

Em seguida, elas devem direcionar a questão a Fusch, que responde para ensinar como se fala. Logo, elas também precisam responder às perguntas. 

Os erros resultam em inúmeras risadas. Muitas meninas são do interior e tem no sotaque uma grande dificuldade.


Igor Fusch morou por quase 20 anos na Austrália. (Foto: Sara Antunes/ G1) 
Igor Fusch morou por quase 20 anos na Austrália e
hoje dá aulas na capital (Foto: Sara Antunes/ G1)




Quero aprender para mim, não para os clientes"
Agatha (nome fictício), de 25 anos
Outro problema é que muitas alunas não têm escolaridade completa. 

Por isso, algumas lições precisam ser repetidas, respeitando o tempo de aprendizado de cada uma das mulheres. "Sempre faltam umas duas ou três. 

Então, quando elas vêm eu repito, aí as outras guardam", disse o professor.
Elmo Lincoln, professor de inglês há cinco anos, tem um método diferente de ensino. 

Ele prepara lições para entregar aos alunos e explica como usar os verbos e formar frases no idioma. 

Lincoln também se queixa da ausência de alguns alunos. Na aula desta terça-feira (16), apenas três participaram.

Mas se comparecem às aulas, a vontade de aprender impressiona. 

Para as prostitutas, as short answers (respostas curtas, em português) ensinadas por Fusch não são suficientes. 

Quando o professor questiona se as mães delas vivem em Belo Horizonte, o 'Yes, she does' e 'No, she doesn’t ' é pouco. 

As alunas que perderam as mães, por exemplo, querem saber como se fala ‘céu’ em inglês ou como mencionar São Pedro no idioma. Outras começam a falar da cidade de origem das famílias.

Uma simples pergunta pode desencadear a revelação de histórias pessoais, como quantos filhos elas têm, as músicas e comidas favoritas, e a hora na qual costumam acordar. 

O professor ressalta que as profissionais do sexo precisam aprender detalhes relacionados ao trabalho para entreter os clientes e prevenir qualquer mal-estar. 

Outro conhecimento importante é quanto aos preços dos programas.

Agatha espera ganhar mais com a chegada dos estrangeiros. Ela afirma amar os cursos de inglês e espanhol. 

Mas nega aprender os idiomas apenas para agradar os frequentadores da Rua Guaicurus – ponto onde está a maioria dos hotéis nos quais os serviços ocorrem – e sim para ter mais conhecimento. "Quero aprender para mim, não para os clientes", afirmou.

Para a profissional do sexo, a intenção é aprender várias expressões para que a conversa possa fluir melhor. 

Ela e outras prostitutas contam que os clientes são curiosos e exigem atenção. "Eles perguntam tanta coisa", contou Agatha.

Extrovertida, Laura do Espírito Santo conta que tem uma filha que estuda em Portugal; está fazendo doutorado. 

Perguntada se foi difícil se tornar uma prostituta, ela não hesita: "No princípio, eu me senti constrangida. 

Mas depois que solta a franga, é difícil pegar [a franga]", disse aos risos. 

Sobre a rotina de programas, repetida há anos, diz que o importante é não ter o nome sujo, não abusar do álcool e não usar drogas. 

Para ela, o que faz é um trabalho como qualquer outro. "Eu entro no hotel de cabeça erguida e saio de cabeça de erguida", disse.

Ainda há vagas

De acordo com a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), 800 garotas e garotos de programa trabalham no Centro de Belo Horizonte, principalmente em hotéis da Rua Guaicurus.


O projeto é apoiado pelo dono de um shopping popular na reguião, que empresta as salas. 

A ideia do curso surgiu para elevar a autoestima das garotas de programas e melhorar o contato delas com os estrangeiros.

Após uma entrevista em que dirigentes comentaram sobre o projeto, apareceram muitos professores voluntários. Atualmente, são 12, segundo a associação. As alunas não pagam nada.

De acordo com Cida, presidente da Aspromig, ainda há vagas e os interessados podem entrar em contato com a associação pelo telefone (31) 3201-1799.

Polícia prende italiano suspeito de matar esposa asfixiada em Alagoas

Perito encontrou um pedaço de pênis de borracha na garganta da vítima.
Suspeito disse aos policiais que morte foi acidental.


A Polícia Militar prendeu, na noite de sábado (20), o italiano Fabrizio Carlo Angelo Riccardi, suspeito de asfixiar e matar a própria esposa. 

Ele foi abordado dentro de casa, na Praia do Francês, Litoral Sul de Alagoas, depois que vizinhos o denunciaram. 

De acordo com a polícia, Riccardi afirmou em depoimento que a morte da esposa foi acidental.

No momento da prisão, Fabrizio mostrou o dedo em direção aos populares. (Foto: Cortesia/ Real Deodorense) 
No momento da prisão, Fabrizio fez um gesto obceno para os vizinhos. 
(Foto: Cortesia/ Real Deodorense)
 
Judite Fonseca de França Riccardi foi encontrada morta dentro de casa pelos policiais do 5º Batalhão. 

Os militares que atenderam a ocorrência suspeitam que a vítima foi asfixiada com um pênis de borracha. 

Isso porque, de acordo com a polícia, peritos do Instituto de Criminalística encontraram um pedaço do material na garganta da vítima, o que teria provocado a morte por asfixia.

Pênis de borracha que teria sufocado Judite Riccardi foi recolhido pela polícia. (Foto: Cortesia/ Real Deodorense) 
Pênis de borracha que teria sufocado Judite
Riccardi foi recolhido pela polícia.
(Foto: Cortesia/ Real Deodorense)
 
 
No momento da prisão do italiano, os vizinhos informaram aos militares que Fabrizio já teria agredido a esposa em outras oportunidades, segundo a polícia.

O italiano passou a noite na Central de Polícia e, na manhã deste domingo (21), foi levado para o Hospital Sanatório, em Maceió, para fazer o exame de corpo de delito.

Após o procedimento, Riccardi foi encaminhado para a Casa de Custódia, no bairro do Jacintinho.

Professor cria ponto de ônibus VIP e inicia ações do bem em Campinas

Parada tem água potável, lixeira, revistas e jornais para os usuários.
Local, que terá luz elétrica para melhorar a segurança, já rende elogios.

Luciano Calafiori Do G1 Campinas e Região
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O decorador Luiz Leão no ponto de ônibus em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1) 
O decorador Luiz Leão no ponto de ônibus em
Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1)
 
 
Revisteiro, jornal do dia, água potável e, futuramente, iluminação artificial. 

A sala VIP não está em nenhum aeroporto, mas em um ponto de ônibus localizado na Avenida Luiz de Tella, na Cidade Universitária, em Campinas (SP). 

A parada inusitada fica a poucos quarteirões da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O autor da obra é o professor aposentado de engenharia de alimentos Ahmed  El Dash, nascido no Egito e que teve a ideia de dar mais conforto para usuários da parada de coletivo, após verificar que o local sempre ficava sujo e o chão danificado. "As pessoas jogavam lixo, o piso estava quebrado e estava um ambiente ruim. 

Foi uma ideia na base da necessidade", sustenta o professor aposentado, que desembolsou cerca de R$ 1 mil pelas melhorias no espaço público.

"Tem uma senhora que me disse que tinha medo de ficar no ponto, mas agora está contente. Isso vale mais do que R$ 1 mil", relata El Dash.  

“Achei muito bacana e uma coisa muito diferente”, confessa o microempresário Alexandre Pinheiro Fernandes, que parou a moto em frente à sala vip para conhecer o novo "ponto turístico " da Cidade Universitária. "Uma bordadeira me contou e vim aqui ver", explica.

Os pedreiros Gentil Ferreira lendo jornal  no ponto de ônibus vip (Foto: Luciano Calafiori/G1) 
O pedreiro Gentil Ferreira lê jornal disponível no ponto de ônibus vip 
(Foto: Luciano Calafiori/G1)
 
 
O pedreiro José Carlos de Carvalho disse que trabalha há 22 anos com o professor El Dash e, de início, achou estranha esta história de colocar uma pia, um filtro de água e revisteiro em um ponto de ônibus. 

Mas confessa estar admirado de ver que o local está sendo mantido intacto por quem passa e usa os "presentes". “Achei meio estranho, disse que não ia durar muito, mas já faz duas semanas”, lembra o pedreiro, que colocou os azulejos e fez a pintura. “Ainda falta pintar o chão e colocar luz”, completa.

Bilhete deixado por usuário do ponto de ônibus vip em Campinas  (Foto: Luciano Calafiori/G1) 
Bilhete deixado por usuário do ponto de ônibus vip
em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1)
 
 
Gentil Ferreira de Almeida também ajudou na obra, na parte hidráulica da sala vip. 

Ele conta que, na quinta-feira (18), o filtro de água “salvou” a vida de 35 mulheres que estavam em um ônibus que quebrou no local. “Tinha 35 mulheres e quase todas beberam água aqui. O ônibus quebrou bem em frente ao nosso ponto, que coisa?!”, revela.

O decorador Luiz Leão levou o carro para uma oficina após um problema e tem utilizado o sistema de transporte urbano nos últimos dias.  “Não tinha reparado. Sensacional!. 

Achei louvável esta iniciativa”, avalia.“Se todo mundo fizesse isso seria uma boa”, comenta a doméstica que preferiu se identificar apenas como Nice. Ela usa o ponto diariamente e está surpresa pela preservação.

“Dei até os parabéns para a pessoa que fez isso ”, conta a doméstica Mariluci Raimundo, que já tomou água no espaço comunitário e passa todos os dias pelo novo ponto de espera.

Ideia louca e solidariedade

"Acharam que a minha ideia era louca. Eu disse: Sou pesquisador e vou experimentar. Está dando certo e o povo está dando apoio", defende o egípcio. 


A gentileza do professor El Dash iniciou uma cadeia de solidariedade. 

A professora de farmacologia Elen Landucci parou o carro em frente ao ponto nesta sexta-feira (19) e doou revistas para os usuários. “Ficou ótimo”, elogia a educadora. 

O professor deixou uma mensagem para quem passa pelo local. O texto fixado em um dos pilares diz: "O Brasil é um presente para todos nós, sem igual na face da terra. 

Vamos cuidar bem dele, cada um de nós em seu espaço. Vamos entregar um Brasil melhor para nossos filhos e netos". 

Uma usuária que passou pelo local deixou um bilhete de agradecimento. O recado diz: "Muito legal a atitude! Obrigada", finaliza.

A doméstica Mariluci Raimundo arruma as revistas doadas no ponto de ônibus vip (Foto: Luciano Calafiori/G1) 
A doméstica Mariluci Raimundo arruma as revistas no ponto de ônibus vip 
(Foto: Luciano Calafiori/G1)

Repórter chinesa 'deixa' casamento e cobre terremoto vestida de noiva

Ela estava se preparando para cerimônia quando precisou noticiar tremor.
Terremoto deixou pelo menos 203 mortos e desaparecidos em Sichuan.

Da France Presse
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A jornalista chinesa Chen Ying apresentou vestida de noiva as notícias sobre o terremoto que atingiu Ya'an, na província de Sichuan (China). 

Chen estava se preparando para a cerimônia de seu casamento quando o terremoto aconteceu.

Sem tempo para trocar de roupa, Ying passou as informações sobre o terremoto com o vestido que usaria no casamento

Depois de notíciar o tremor para a emissora na qual trabalha, a jornalista terminou de se arrumar e voltou para cerimônia de casamento.

Chen Ying apresentou vestida de noiva as notícias sobre o terremoto que atingiu Ya'an (Foto: Ya'an TV/Reuters )Chen Ying apresentou vestida de noiva as notícias sobre o terremoto que atingiu 
Ya'an (Foto: Ya'an TV/Reuters)
 
Ela estava se preparando para cerimônia quando precisou cobrir tremor (Foto: Ya'an TV/Reuters) 
 Ela estava se preparando para cerimônia quando precisou cobrir tremor (Foto: Ya'an TV/Reuters)
 
Resgate
mapa (Foto: Arte/G1)


Milhares de equipes militares, civis ou simples cidadãos tentavam neste domingo (21) resgatar as vítimas e ajudar os feridos do terremoto que deixou pelo menos 203 mortos e desaparecidos em Sichuan, sudoeste da China.

Mais de 24 horas depois do terremoto de 6,6 graus de magnitude que destruiu quase 10 mil casas nesta região montanhosa e muito populosa, os feridos são levados para os hospitais já lotados.

Eles recebem atendimento nas barracas de campanhas montadas após a catástrofe.

A província de Sichuan, uma das quatro mais povoadas da China, com 80 milhões de habitantes, foi devastada por um terremoto em 2008, 7,9 graus, que deixou 87 mil mortos e desaparecidos na região de Wenchuan, 200 km ao nordeste do epicentro do tremor de sábado.

Terremoto deixou pelo menos 203 mortos e desaparecidos em Sichuan (Foto: Ng Han Guan/AP)Terremoto deixou pelo menos 203 mortos e desaparecidos em Sichuan 
(Foto: Ng Han Guan/AP)
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'Não fazia sentido esconder quem eu amo e respeito', diz prefeito de Lins


Edgar de Souza assumiu homossexualidade na campanha de 2012.
Ele mantém uma relação estável com outro homem há nove anos.

Alan Schneider Do G1 Bauru e Marília



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Edgar de Souza já ocupou a cadeira de vereador por três mandatos consecutivos (Foto: J. Serafim / Assessoria Prefeitura de Lins)     Edgar de Souza já ocupou a cadeira de vereador por três mandatos consecutivos 
(Foto: J. Serafim)

O prefeito de Lins (SP), Edgar de Souza (PSDB), foi o único candidato homossexual assumido a se eleger nas eleições de 2012 em todo o país ao cargo de chefe do Executivo, segundo levantamento da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). 

Sociólogo formado, ligado à igreja católica e à teologia da libertação, o prefeito começou cedo na política. 

Em entrevista ao G1, Edgar contou que, apesar dos ataques dos adversários na campanha do ano passado, sua trajetória na vida pública foi o principal motivo para obter 53,23% dos votos válidos e garantir a eleição.
 
"Hoje sou muito feliz. Extremamente feliz. Por que se incomodar com a sexualidade alheia? 

Quem tem convicção da sua não se incomoda com a do outro. No que a minha sexualidade te atrapalha? Essa invasão da vida íntima das pessoas é feita de forma pejorativa. 

Dizem que sou anormal. Eu sou normal, não sou azul, não tenho três braços. Na vida pública a gente preza pela transparência, não fazia sentido esconder quem eu amo e quem eu respeito", afirma.


Por que se incomodar com a sexualidade alheia? Quem tem convicção da sua não se incomoda com a do outro"
Edgar de Souza, prefeito de Lins
Atualmente com 34 anos, Edgar começou a conquistar a confiança da população aos 21 anos, com o início do primeiro mandato como vereador. 

A homossexualidade, no entanto, ainda não era declarada. 

De lá para cá, ele seguiu como vereador por outros dois mandatos consecutivos até sair candidato a prefeito no ano passado.

Em 2004, na reeleição para vereador, surgiram os primeiros comentários sobre sua posição sexual. Mas não tão forte quanto na eleição para a cadeira principal da prefeitura

A questão da homossexualidade só foi abordada por ele em público na campanha durante o último comício antes do pleito municipal. 

Ele falou no palanque: “Eu não tenho que esconder com quem eu vivo, quem eu amo. Se eu esconder, não mereço ser prefeito de vocês. Deus me ama como homossexual”.

Já sua vida íntima sempre foi usada para receber ataques dos adversários. 


Segundo Edgar, os políticos tentaram usar sua opção sexual para atrapalhar a candidatura. “Nunca usei a homossexualidade para levar uma bandeira e tudo o que eles tentaram fazer caiu por terra. 

Minha opção não define meu caráter e meus votos foram devido à minha história política.”

Na campanha, ele afirmou que a sexualidade não era relevante para o processo eleitoral. 


Mas para os concorrentes, sim. “Estão rolando dois inquéritos na polícia sobre panfletos distribuídos com fotos minha com meu companheiro. 

Foram enviados pelos Correios de 5 mil a 10 mil cartazes. No material tinha uma foto minha com Alex. Ele com a cabeça deitada no ombro e com vários corações.”

Prefeito assumiu a homossexualidade em público durante o último comício antes do pleito municipal.
 Outra ataque político conseguiu ser interceptado às véspera do dia da votação. “É comum que panfletos sejam distribuídos nas ruas. 

Equipes trabalharam na madrugada para evitar que o panfleto fosse espalhado. Tratava de um panfleto com minha foto como uma drag queen, com uma peruca horrorosa.”

Hoje, depois de mais de 100 dias à frente do comando da cidade, Edgar afirma que só pensa em um futuro melhor para a população de Lins. Como chefe do Executivo, ele fala que vai dar sua cara na administração, mas brinca que não vai pintar as ruas de cor-de-rosa. “Não vou pintar as ruas de rosa. 


Não tem a menor possibilidade de laço ou de rosa. E o rosa não é a cor do movimento gay: é colorido. Quero fazer uma administração moderna e fazer a cidade dar um salto de qualidade. Lins tem um potencial logístico extraordinário. 

Você não faz nada de bom se você não pensar grande. Não posso mudar o Brasil, mas esse pedacinho do país vai ser mudado.”

Adolescência


O prefeito contou que sofria demais quando tinha relação com algum homem ainda na adolescência. A primeira relação sexual foi com um rapaz aos 14 anos. “Na hora tem o desejo, mas depois vinha a carga religiosa, a carga moral. 


Era um sofrimento danado. Chegava em casa chorando. Tomava banho e esfregava o braço até quase sair a pele. Ficava sentindo o cheiro da pessoa e me virava o estômago. 

Em programas de televisão que discutiam a homossexualidade, as pessoas falavam que se libertavam aos 19 anos. E daí eu falava que precisava me curar. 

E por coincidência ou algo que a própria mente projetou, aos 19 anos eu me assumo também pra mim. Sair do armário não tem que ser para os outros. Tem que ser para você. Esse é o grande passo porque você rompe a barreira da depressão, do sofrimento”, avisa.

Edgar de Souza afirma que também fez sexo com mulheres. A primeira vez, aos 16 anos. Atualmente, o prefeito de Lins tem uma relação estável há 9 anos com outro homem, Alex, de 31 anos. 

Os dois trocaram alianças depois da eleição no ano passado e moram juntos em uma casa com dois meninos, de três e dois anos, além da mãe das crianças. Elas foram adotadas depois de um problema com o pai, que é dependente químico.
 


Me senti muito ofendido quando o Marco Feliciano colocou no Twitter que o destino da criança criada por casais homoafetivo é ser vítima de pedofilia. É uma idiotice que não tem tamanho."
Edgar de Souza, prefeito de Lins
Religião

Na vida pública, Edgar sofreu preconceito dentro da igreja, mas ele diz que está com a consciência tranquila. “A minha formação cristã fez eu reconhecer que Deus me ama como homossexual. Dentro da igreja sempre tive a consciência muito tranquila. 


Tive um problema de embate pessoal com a doutrina quando houve a publicação de um documento do Vaticano do Papa Bento XVI, que falava que os homossexuais não poderiam atender ao sacerdócio. Mas a vivência nas comunidades é muito maior do que isso.”

A opção sexual dividiu seus apoiadores religiosos na campanha eleitoral. “Durante a campanha tive apoio de vários pastores e de muitas igrejas evangélicas. 


Não podemos generalizar. Obviamente também tiveram vários pastores que foram contra por conta da minha homossexualidade. Também tiveram católicos mais conservadores que acham que a homossexualidade é um problema.”

Marco Feliciano


O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDH) e é alvo de protestos por todo o país, também deixou o prefeito de Lins indignado com algumas declarações. 


“Me senti muito ofendido quando o Marco Feliciano colocou no Twitter que o destino da criança criada por casais homoafetivo é ser vítima de pedofilia. É uma idiotice que não tem tamanho. 

A maior parte de casos de pedofilia acontece em relações heterossexuais, porque a maior parte das pessoas é hetero. 

Larga a mão de ser idiota falar uma coisa dessa. Ele coloca todo mundo sob suspeição. Sabe aquela coisa, se na rua tem um traficante todo mundo se torna traficante.”

Apoio nas ruas

Nas urnas, Edgar de Souza conquistou 53,23% dos votos válidos. E nas ruas da cidade, os moradores não se incomodam com a homossexualidade do prefeito. 


O que eles querem é avaliar o trabalho como administrador de Lins. "Acho que não tem nada a ver. Cada um faz aquilo que gosta. 

Ele é um cara que veio da roça e uma pessoa muito boa. Esperamos que ele faça o bem para a cidade", disse o funcionário público aposentado, Sebastião Germano da Silva.

Outra moradora também é a favor de discutir apenas o desenvolvimento da cidade. 

Para a garçonete Tânia Aparecida Rodrigues, a opção sexual de Edgar não deve ser envolvida com a condição de prefeito. "Jamais vai atrapalhar ele na prefeitura. 

Não interfere nas coisas da cidade. 

 Queremos que ele faça Lins crescer. 

A opção sexual é um assunto particular. A cidade inteira sabe que ele é gay."

Edgar, de 34 anos, mantém relação há nove anos com Alex, de 31 anos (Foto: Divulgação / Edgar de Souza)Edgar, de 34 anos, mantém relação há nove anos com Alex, de 31 anos (Foto: Divulgação / Edgar de Souza)

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