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segunda-feira, abril 08, 2019

Ministro da Educação é demitido após gestão marcada por controvérsias e recuos

Intensa troca de cargos também marcou os mais de três meses do ministro no posto. Nesse período, quatro nomes chegaram a ser anunciados para a secretaria-executiva da pasta.

 

Por G1

O ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados.
 
A demissão do ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez na semana em que o governo Jair Bolsonaro completa seus 100 dias marca uma gestão que, entre crises, controvérsias e recuos, gerou insegurança nos servidores, nos gestores estaduais e municipais e nos especialistas sobre os riscos para a execução de metas e ações prioritárias. 
 
Nascido em Bogotá (Colômbia) e naturalizado brasileiro em 1997, o agora ex-ministro é autor de mais de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército. 
 
Vélez Rodríguez é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron. 

Disputa interna.

 

Dono de um dos maiores orçamentos do governo federal, o Ministério da Educação (MEC) se arrasta desde a metade de janeiro em uma disputa interna que opõe dois grupos com visões distintas de como a pasta deve operar. 



Houve ao menos 14 demissões no alto escalão, inclusive para o cargo de secretário-executivo (o "número 2" da gestão), além da publicação de documentos oficiais com incongruências, que depois foram anulados, além de frases polêmicas de Vélez, que levaram a críticas. 
 
Para o lugar do Vélez, Bolsonaro indicou o economista Abraham Weintraub 

O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante evento do governo de transição, em dezembro de 2018 — Foto: Casa Civil
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante evento do governo de transição, em dezembro de 2018 — Foto: Casa Civil.
 


Na sexta (5), o presidente Jair Bolsonaro disse que estava "bastante claro que não está dando certo" o trabalho de Vélez no Ministério da Educação. 


Segundo Bolsonaro, "está faltando gestão" na pasta. 
 
A declaração do presidente ocorreu dois dias após o então ministro dizer que pretendia revisar livros didáticos sobre o golpe de 1964 e a ditadura militar


Depois, Vélez disse que as mudanças não seriam uma doutrinação. 


"Mudanças poderiam ser realizadas progressivamente, trazendo uma versão mais ampla da História, e só após passar por uma banca de cientistas da área. 
 

Doutrinação como foi feito pela esquerda, jamais".
 
Confira abaixo os principais pontos polêmicos da gestão Vélez:
 
  • Livros didáticos: Em janeiro, o edital para compra de livros escolares foi publicado sem que houvesse trechos importantes que norteariam a aquisição das obras. Entre eles, foram excluídos itens que evitariam a compra de obras com erros e propagandas. O edital também não trazia mais a exigência de que as obras retratassem a diversidade étnica e o compromisso com ações de combate à violência contra a mulher. No dia seguinte, o edital foi anulado.
  • Presidência do Inep vaga: Ainda em janeiro, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) Maria Inês Fini, no cargo há 3 anos, foi exonerada. O ex-professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcus Vinicius Rodrigues foi nomeado para o cargo. Dois meses depois, também foi demitido. Ele saiu da pasta dizendo que não há comunicação dentro do MEC. Até a noite de sexta-feira (5), ninguém havia sido nomeado para o cargo.
  • Alfabetização: Após a extinção da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), a expectativa era que as crianças fossem avaliadas no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). No entanto, a portaria do Saeb foi publicada sem essa previsão. Um dia depois, foi anulada.
  • Trocas no cargo 'número 2' do MEC: Quatro nomes foram anunciados para o cargo de secretário-executivo do MEC em três meses de gestão.
  • Frases polêmicas: Vélez disse que o brasileiro seria "canibal" ao viajar: "Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola", declarou. O Congresso pediu que ele fosse se explicar. Em documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Vélez disse que foi “infeliz” ao fazer a declaração. Em outra ocasião, Vélez afirmou que a universidade não seria para todos.
  • Educação moral e cívica e retomada do Projeto Rondon: Vélez publicou um vídeo anunciando que a "educação moral e cívica" voltaria às escolas e que retomaria o Projeto Rondon, mas não disse como.
  • Slogan de campanha e filmagem ilegal de crianças: Vélez enviou uma carta a todas as escolas do país pedindo para que fosse lido o slogan de campanha de Bolsonaro e que as crianças fossem filmadas cantando o Hino Nacional. A leitura do slogan pode ferir a Constituição, e a gravação de crianças sem autorização dos responsáveis vai contra o Estatuto da Criança e do Adolescente.
  • Enem: o Inep, vinculado ao MEC, criou uma comissão para fiscalizar o conteúdo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O grupo deveria fazer uma "leitura transversal" das questões que compõem o Banco Nacional de Itens para "verificar a sua pertinência com a realidade social". A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF) pediu esclarecimentos.
  • Golpe militar e ditadura nos livros didáticos: Vélez disse que pretende fazer uma revisão nos livros didáticos que contam a história do golpe de 1964 e da ditadura militar no Brasil. Educadores e historiadores afirmaram que a revisão seria um retrocesso.

(Abaixo, veja mais detalhes sobre cada um dos temas.)

 

Militares x seguidores de Olavo de Carvalho.

 

A crise na gestão de Vélez foi marcada por uma disputa interna entre dois grupos. 


O primeiro é formado por militares e por ao menos um coronel que tinha afinidade com o então ministro.
 

Esses integrantes defendem um plano de governo mais pragmático: projetos como educação a distância, criação de colégios militares em capitais e modernização da gestão. 
 
O segundo grupo é constituído por seguidores do escritor de direita Olavo de Carvalho e por ex-alunos de Vélez. 


A chegada dessa equipe ao governo do presidente Jair Bolsonaro causou atritos com quem que já participava das discussões sobre educação desde a campanha eleitoral. 


O principal ponto para esse grupo “ideológico” é expulsar do MEC qualquer resquício de “marxismo cultural” ou de “pensamentos esquerdistas”. 
 
Na sexta (5), o presidente Jair Bolsonaro negou que houvesse disputas internas no governo


"Não existe [disputa de] olavetes contra militares", afirmou o presidente, referindo-se à disputa entre as alas "ideológica" e "pragmática" do governo. 
 

Declarações de Bolsonaro.

Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta Ricardo Vélez Rodríguez — Foto: Marcos Corrêa/PR
Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta Ricardo Vélez Rodríguez — Foto: Marcos Corrêa/PR.
 
Antes de oficializar a demissão de Vélez, Bolsonaro havia negado mais de uma vez que afastaria o ministro do cargo: 
  • 12 de março.


"Continua. 


Ele teve um problema com o primeiro homem dele. 
 

Mas está resolvido", respondeu o presidente da República aos jornalistas, referindo-se à demissão do secretário-executivo do MEC, Luís Antônio Tozi. 
 
“Eu tenho seis filhos e tenho problemas de vez em quando.


Imagina com 22 ministros”, complementou Bolsonaro, que depois teve que se corrigir, esclarecendo que, na verdade, tem cinco filhos. 
 
Mais tarde, o próprio Vélez usou as redes sociais para dizer que estava "100%" alinhado com o Palácio do 
Planalto. 
  • 27 de março.

No dia 27 de março, Bolsonaro publicou nas redes sociais que os rumores de que teria decidido demitir Vélez eram falsos. 
 
"Sofro fake news diárias como esse caso da 'demissão' do Ministro Vélez. 


A mídia cria narrativas de que NÃO GOVERNO, SOU ATRAPALHADO, etc. 


Você sabe quem quer nos desgastar para se criar uma ação definitiva contra meu mandato no futuro. 


Nosso compromisso é com você, com o Brasil”, postou. 
 
Vélez reproduziu o post em sua página nas redes sociais. 
  • 28 de março

Bolsonaro foi duas vezes questionado sobre a permanência de Vélez no MEC.  

Em ambas, não respondeu.

 
As perguntas foram feitas por jornalistas na saída de uma churrascaria em Brasília. 


Na primeira, o presidente ficou calado. 


Na segunda, começou a falar sobre a reforma da Previdência, mas, ao ser indagado sobre o ministro, deixou o local e entrou no carro para ir embora. 
 
Um dos filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que foi ao mesmo jantar, também foi alvo de questionamentos sobre uma possível demissão do ministro Vélez. 


Ele respondeu: "O presidente é quem fala". 

  • 5 de abril

Em um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Bolsonaro sinalizou que poderia demitir Vélez. "


Está bastante claro que não está dando certo" o trabalho de Vélez no Ministério da Educação. 
 

Segundo ele, "está faltando na gestão" na pasta. 


Troca de cargos.

 

Mais de uma dezena de pessoas já deixaram cargos importantes no Ministério da Educação (MEC) desde janeiro. 


As baixas mais recentes ocorreram na quinta-feira (4) e foram as do assessor especial do ministro para a comunicação e da chefe de gabinete do ministro, que havia assumido o cargo em março – antes, ela estava na Secretaria-Executiva.
Cronologia da crise no MEC até 8 de abril — Foto: G1  
Cronologia da crise no MEC até 8 de abril — Foto: G1.



Edital para compra de livros com erros.

 

No dia 2 de janeiro de 2019, o edital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) foi publicado com alterações polêmicas: livros escolares poderiam ser comprados e adotados pelas instituições de ensino mesmo que apresentassem erros e propagandas


Também não precisariam retratar a diversidade étnica e o compromisso com ações de combate à violência contra a mulher. 
 
No dia seguinte, após repercussão negativa, o edital foi anulado


Segundo a assessoria do MEC, as alterações do PNLD haviam sido feitas no governo Temer. 


O ex-ministro Rossieli Soares negou ter feito as mudanças. 
 
Cerca de uma semana depois, em 11 de janeiro, Vélez exonerou dez pessoas que ocupavam cargos comissionados no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), incluindo o chefe de gabinete do órgão, Rogério Fernando Lot. 


Foi ele quem assinou o edital com as mudanças polêmicas sobre os livros escolares.

Presidência do Inep.

 

No cargo desde 2016, Maria Inês Fini havia sido nomeada presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) por Michel Temer e foi exonerada em 14 de janeiro após polêmicas sobre o Enem.  


A prova trouxe uma questão de linguagens que tratava do dialeto pajubá, conjunto de expressões associadas aos gays e aos travestis.
 Maria Inês Fini, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) — Foto: Carolina Moreno/G1
Maria Inês Fini, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) — Foto: Carolina Moreno/G1.
 
Uma semana depois, em 22 de janeiro, o ex-professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcus Vinicius Rodrigues foi nomeado presidente do órgão
 

Ele passou pouco mais de dois meses no cargo, e foi exonerado em 26 de março. 
 
Em entrevista à TV Globo após ser demitido, o ex-presidente do Inep disse que não há comunicação dentro do ministério


Na segunda-feira (25), Rodrigues havia assinado uma portaria sobre as novas regras do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Vélez demite presidente do Inep após polêmica com exame da alfabetização
Vélez demite presidente do Inep após polêmica com exame da alfabetização.
 
Segundo o documento, a avaliação da alfabetização de crianças não seria feita na edição de 2019. 


Horas depois da publicação no Diário Oficial da União, o Inep afirmou que esse teste só seria aplicado em 2021. 


A portaria provocou o pedido de demissão de Tania Leme de Almeida, secretária de Educação Básica, e foi anulada no dia seguinte pelo ministro da Educação.

"A gente respira educação, a gente dorme educação, acorda educação, come educação.


O quanto custa a gente poder permitir que os projetos tenham andamento?


Se isso custa, de repente, eu estar no ministério, que isso possa realmente ser um preço que eu pago.


E que a educação possa ser de qualidade no nosso país", afirmou Tania, em sua despedida no Conselho Nacional de Educação.


Fontes ouvidas pelo G1 afirmam que a falta de comunicação e articulação internas fizeram com que ela não fosse informada da decisão. 


O ex-presidente do Inep diz que assinou a portaria com respaldo do secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim. 


Um documento mostra que, de fato, Nadalim havia feito a recomendação para que a alfabetização não fosse avaliada em 2019.
Trecho do documento assinado por Carlos Nadalim — Foto: Reprodução 
Trecho do documento assinado por Carlos Nadalim — Foto: Reprodução.
 
Marcus Vinicius Rodrigues disse que "foi um processo muito ruim, que mostrou a incompetência gerencial muito grande." 


Ele também declarou que, em três meses de governo, não houve nenhuma reunião de trabalho com o ministro da Educação.
 
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Vélez disse que Rodrigues deixou o cargo porque "puxou o tapete".

 
"A última demissão no MEC [ocorreu] porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete. 
 

Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para a preservação da Base Nacional Curricular e fazer as avaliações de comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais", afirmou o então ministro.
 
Para Vélez, embora Rodrigues tenha se baseado em pareceres técnicos, a questão não havia sido debatida.
A então secretária de Educação Básica Tania Leme de Almeida em foto de 22 de janeiro, durante a cerimônia de posse dos novos conselheiros do Conselho Nacional de Educação (CNE) — Foto: Andre Sousa/MEC
A então secretária de Educação Básica Tania Leme de Almeida em foto de 22 de janeiro, durante a cerimônia de posse dos novos conselheiros do Conselho Nacional de Educação (CNE) — Foto: Andre Sousa/MEC.
 

Avaliação da alfabetização.   

 

O edital com as diretrizes para o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi publicado em 25 de março sem fazer menção aos alunos em fase de alfabetização. 



A expectativa era de que os alunos estivessem incluídos neste teste. 
 

Isso porque, até o ano passado, a alfabetização era mensurada pela Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), mas em junho de 2018, o então ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que a ANA seria extinta e incorporada ao Saeb – alunos do 2º ano do ensino fundamental passariam a ser avaliados ao lado dos estudantes do 5º e 9º ano do fundamental e do 3º ano do ensino médio. 
 
Quando questionado sobre a ausência dos alunos da alfabetização no edital, o Inep informou que eles passariam a ser avaliados no Saeb somente em 2021


O órgão não informou se em 2019 e 2020 haveria algum outro tipo de avaliação da alfabetização no Brasil. 
 
Mais de dez dias depois da revogação da portaria, o Inep não havia informado quando haverá a publicação das novas regras do exame. 
 

Diretoria do Inep. 

  

Em 16 de janeiro, o Diário Oficial da União trouxe a nomeação de Murilo Resende Ferreira para o cargo de diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, diretoria que coordena o processo de elaboração de provas como o Enem. 

 


Dois dias depois, em 18 de janeiro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, decidiu "tornar sem efeito" a nomeação de Resende.

 
Na mesma portaria, foram nomeadas outras quatro pessoas para ocupar cargos vinculados ao Ministério da Educação, entre eles Anderson Ribeiro Correia, o novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 
 

Vélez diz que brasileiro é 'canibal'.

 

Em entrevista à revista "Veja", Ricardo Vélez afirmou que, viajando, o brasileiro é um "canibal". 


"Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. 


Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola", disse o então ministro. 
 
O Congresso pediu que ele fosse se explicar. 


Em documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Vélez disse que foi “infeliz” ao fazer a declaração. 
 

Projeto Rondon e educação moral e cívica.

 

O ex-ministro publicou um vídeo no site do MEC afirmando que pretendia impulsionar o Projeto Rondon na sua gestão. 


O projeto foi criado em 1968 com o objetivo de levar estudantes do ensino superior em viagens de prestação de serviços em comunidades de todo o território brasileiro. 


Ele havia sido extinto em 1989, mas foi reativado a partir de 2005 pelo Ministério da Defesa (MD). 


O MEC é um dos parceiros na iniciativa. 
 
Vélez, no entanto, não apresentou as medidas concretas para impulsioná-lo. 
 
No mesmo vídeo publicado no site do MEC, o então ministro afirma que quer retomar o ensino de conteúdos de "educação cívica" nas escolas brasileiras.  


Mas ele não explicou como isso seria aplicado.

 
"Então, eu vou dar muita ênfase a isso, à retomada desse processo de ensino de valores fundamentais, fundantes da nossa vida.


Tanto no ensino infantil, quanto no ensino fundamental, ao longo de todo o ensino fundamental e, por que não, continuando no nível universitário”, disse.

'Universidades não são para todos'

Em fevereiro, Vélez afirmou que a universidade não é para todos. 


Em entrevista à revista Veja, o então ministro afirmou que essas instituições de ensino representam uma elite intelectual, "para a qual nem todo mundo está preparado ou para a qual nem todo mundo tem disposição ou capacidade". 



Formação de professores.

 

O Ministério da Educação anunciou que vai rever a proposta de mudanças na formação dos professores da educação básica feita na gestão do ex-presidente Michel Temer. 
 
O documento, chamado de Base Nacional Comum de Formação de Professores da Educação Básica (BNC Formação de Professores), havia sido entregue em dezembro ao Conselho Nacional de Educação (CNE), e a expectativa era que ele fosse avaliado e aprovado ainda em 2019.
 
Procurado pelo G1, o MEC afirmou, em nota, que não está definido se o documento apresentado pela gestão anterior será alterado ou mantido. 



Carta às escolas.

 

Vélez enviou uma carta às escolas de todo o país pedindo que os diretores lessem para as crianças um texto que continha o slogan de campanha do então candidato Jair Bolsonaro e que filmassem os alunos cantando o Hino Nacional. 
 

As imagens deveriam ser enviadas ao MEC. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente veta a divulgação de imagens de menores de idade sem autorização dos pais. 


Já a reprodução do slogan de campanha de Jair Bolsonaro pode ferir a Constituição de acordo com o artigo 37, que diz que a administração pública de qualquer um dos poderes deve seguir os princípios da "legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência".
 

O Ministério Público Federal em Brasília informou que vai apurar se o ex-ministro cometeu improbidade administrativa.

 
Em 26 de fevereiro, Vélez reconheceu que errou ao pedir que as escolas filmassem as crianças sem a autorização dos pais. 


Dois dias depois, ele desistiu de pedir o vídeo às escolas, por questões técnicas de armazenamento e de segurança. 
 
Em 5 de abril, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou recomendações ao ministro depois de instaurar procedimento para apurar de Vélez havia cometido improbidade administrativa com o pedido. 


O resultado da apuração mostrou que a carta foi enviada antes de que órgãos consultivos do MEC, como especialistas jurídicos, fossem consultados, e que ela foi recebida por cerca de 24 mil escolas públicas e privadas. 
 
O MPF recomendou que o ministro, além de se abster de violar a laicidade do Estado e de priorizar as metas do Plano Nacional de Educação, também evite "praticar atos ou adotar medidas sem prévia análise jurídica e técnica da área responsável". 



Comissão para fiscalizar o Enem.

 

Em março, o Inep anunciou a criação uma comissão para fazer uma "leitura transversal" das questões que compõem o Banco Nacional de itens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
 

Segundo o instituto, os coordenadores apresentariam o resultado em 10 dias. 
 
Na quarta-feira (3), a comissão concluiu os trabalhos, mas não divulgou o resultado devido "ao caráter sigiloso" do banco de dados. 


No mesmo dia, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Inep mais informações sobre a comissão. 



Início das demissões.

 

Após a polêmica da carta às escolas, o presidente Jair Bolsonaro determinou que Vélez demitisse não só assessores, mas também militares do ministério.
 

A ação era uma tentativa de aplacar a guerra interna da pasta. 
 
No dia 11 de março, em edição extra do Diário Oficial, o governo Bolsonaro exonerou seis nomes que ocupavam cargos do alto escalão do Ministério da Educação: 
 
  • Tiago Tondinelli, chefe de gabinete do ministro da Educação;
  • Eduardo Miranda Freire de Melo, secretário-executivo adjunto da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação;
  • Ricardo Wagner Roquetti, coronel que atuava como diretor de programa da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação;
  • Claudio Titericz, diretor de programa da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação;
  • Silvio Grimaldo de Camargo, assessor especial do ministro da Educação;
  • Tiago Levi Diniz Lima, diretor de Formação Profissional e Inovação da Fundação Joaquim Nabuco.
Nessa mesma edição, foram nomeados os novos ocupantes de três dos seis cargos que haviam ficado vagos:
  • Josie Priscila Pereira de Jesus, nova chefe de gabinete do ministro Ricardo Vélez Rodríguez;
  • Robson Santos da Silva, diretor de Formação Profissional e Inovação da Fundação Joaquim Nabuco;
  • Rubens Barreto da Silva, novo secretário-executivo adjunto da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação.


Em 4 de abril, Bruno Meirelles Garschagen, assessor especial, e a chefe de gabinete Josie Priscila Pereira de Jesus, foram exonerados.
 
Para o cargo de Josie, Marcos Araújo foi nomeado. 
 

Ele foi coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal e subcomandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal em 2016.

 

Troca-troca do cargo número 2 do MEC.

 

Desocupado durante 17 dias, o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) foi preenchido por Ricardo Machado Vieira. 


A nomeação foi publicada na edição de 29 de março do "Diário Oficial da União" (DOU).
Ricardo Machado Vieira foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) — Foto: Reprodução/Linkedin
Ricardo Machado Vieira foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) — Foto: Reprodução/Linkedin.
 
Ricardo era assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) desde fevereiro de 2019.
 

Ele é militar — segundo seu currículo, é tenente-brigadeiro e já ocupou o posto de chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (FAB). 
 
Em três meses de gestão, é a quarta vez em que o governo anuncia um nome para o cargo de "número dois" do MEC. 


Luiz Antônio Tozi permaneceu no posto até o dia 12 de março, quando foi demitido em um ato de "reestruturação" promovido por Vélez.

 
Com a saída dele, o nome de Rubens Barreto da Silva, que até então era secretário-executivo adjunto, foi anunciado por rede social. 


A nomeação para o novo cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no Diário Oficial. 
 
Em seguida, Iolene Lima foi colocada no posto, também sem publicação no DOU.  

Ela foi demitida oito dias depois.
Iolene Lima foi anunciada pelo ministro Vélez Rodríguez como a nova secretária-executiva do MEC e demitida oito dias depois — Foto: Reprodução/Twitter
Iolene Lima foi anunciada pelo ministro Vélez Rodríguez como a nova secretária-executiva do MEC e demitida oito dias depois — Foto: Reprodução/Twitter.

domingo, abril 07, 2019

Estudo contesta teoria de que beber de forma moderada pode trazer benefícios à saúde


Pesquisa publicada na revista científica The Lancet conclui que qualquer nível de consumo de álcool aumenta risco de acidente vascular cerebral.

 

Por BBC
Estudo acompanhou 500 mil chineses por uma década — Foto: Unsplash TOPO
Estudo acompanhou 500 mil chineses por uma década — Foto: Unsplash 

Você já ouviu falar que beber uma taça de vinho por dia pode fazer bem à saúde? 

Um estudo publicado na revista científica The Lancet contesta essa e outras teorias que afirmam que beber com moderação pode proteger o corpo de algumas doenças. 

A pesquisa, conduzida por especialistas do Reino Unido e da China que acompanharam 500 mil adultos chineses durante 10 anos, destaca que mesmo a ingestão moderada de álcool pode aumentar a pressão arterial e o risco de acidente vascular cerebral, o popular derrame. 

A doença é a que mais mata no Brasil e a que mais causa incapacidade no mundo. 

Segundo os cientistas, as conclusões são a evidência mais segura até então sobre os efeitos diretos do álcool no organismo e valem para qualquer sociedade no planeta. 

Mas pesquisadores com quem a BBC conversou e que não participaram do estudo fizeram ressalvas. 

Já é sabido que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é nocivo à saúde e eleva o risco de derrame. 


Alguns estudos, entretanto, afirmam que a ingestão de pequenas quantidades podem fazer bem ao organismo, enquanto outros defendem que não há nível seguro para o consumo de álcool.

Aumento do risco de AVC.

 

Os pesquisadores, ligados à Universidade de Oxford, à Universidade de Pequim e à Academia de Ciências Médicas da China, verificaram que uma ou duas doses por dia aumentariam o risco de derrame entre 10% e 15%, percentual que saltaria para cerca de 35% com o consumo de quatro doses por dia. 

Uma dose é definida como uma taça de vinho ou uma garrafa de cerveja ou uma medida padrão de destilado. 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 2,3 bilhões de pessoas no mundo consumam bebidas alcoólicas, com uma média de 33g por dia, o que aquivale a aproximadamente duas taças de 150 ml de vinho, uma garrafa de cerveja de 750 ml ou duas doses de 40 ml de destilado. 

O estudo não encontrou nenhum indício de que a ingestão de bebidas, ainda que de forma reduzida, tivesse efeito "protetor". 

"As alegações de que o vinho e a cerveja têm efeitos protetores mágicos não se sustentam", diz Richard Peto, coautor do estudo e professor de estatísticas médicas e epidemiologia na Universidade de Oxford. 

Sobre a relação entre o risco de ataque cardíaco e o consumo de álcool, os pesquisadores afirmaram que os dados eram inconclusivos e que seria necessária uma análise mais aprofundada. 

Por que a China?

 

A análise se concentrou no país asiático porque um percentual significativo da população dessa região tem variantes genéticas que limitam sua tolerância ao álcool. 

Dado que sua composição genética tem grande efeito sobre o consumo de bebidas, mas não sobre outras variáveis, como a dieta e o consumo de tabaco, ela pode ser usada pelos cientistas como parâmetro para determinar as consequências da ingestão de álcool. 

Os pesquisadores ressaltam que, ao comparar os resultados dos testes realizados entre chineses que consomem álcool e aqueles que são abstêmios de acordo com seu perfil genético, conseguiram estabelecer de forma mais precisa os efeitos diretos do álcool sobre o risco de ocorrência um acidente vascular cerebral.
Pesquisa foi feita com base em análises genéticas — Foto: Pixabay
Pesquisa foi feita com base em análises genéticas — Foto: Pixabay.


"Utilizar a genética é um caminho novo para esclarecer se beber de forma moderada nos protege realmente ou se pode também nos fazer mal", ponderou Iona Millwood, da Universidade de Oxford, também coautora do estudo e especialista em epidemiologia. 


"A análise genética nos ajudou a entender as relações de causa e efeito." 


Para os pesquisadores, a principal mensagem do trabalho é a de que nenhum nível de consumo de álcool nos protege de um AVC - ou seja, que mesmo beber uma pequena quantidade eleva as chances de um derrame - e que, portanto, se deveria manter o consumo de bebidas ao mínimo. 

O que dizem outros especialistas?

 

 

O estudo levantou algumas dúvidas na comunidade científica. 

Stephen Burgess, da Universidade de Cambridge, ponderou que a análise tem algumas limitações, entre elas o fato de só ter se debruçado sobre a população chinesa e ter se concentrado especialmente sobre o consumo de destilados e de cerveja, mas não de vinho. 

O especialista reconheceu, contudo, que os resultados são reflexo de muitos anos de pesquisa da comunidade científica sobre o impacto de consumo de álcool sobre o corpo. 

"Ele aponta de forma contundente que não há benefício cardiovascular na ingestão de forma moderada e que o risco de AVC aumenta mesmo com o consumo reduzido de bebidas." 

"O risco de derrame cresce na mesma proporção que a quantidade de álcool consumida. 


Assim, se uma pessoa decide beber, deveria limitar o consumo."
Para alguns especialistas estudo 'não responde a todas as perguntas' — Foto: Unsplash
Para alguns especialistas estudo 'não responde a todas as perguntas' — Foto: Unsplash. 


Para Kevin McConway, professor emérito de estatística aplicada da britânica Open University, a pesquisa não responde a "todas" as perguntas. 

"Aumenta o que sabemos sobre o papel do álcool sobre certas doenças, mas pode não ser a última palavra", considerou. 

"Ele não esclarece exatamente como o álcool eleva o risco de AVC, mas não de ataque cardíaco." 

De qualquer forma, pontua David Spiegelhalter, professor da disciplina de Compreensão Pública de Risco na Universidade de Cambridge, o estudo ajudou a relativizar teorias até pouco tempo amplamente aceitas. 

"Sempre estive razoavelmente convencido de que o consumo moderado de álcool nos protegia de doenças cardiovasculares, mas agora tenho minhas dúvidas."

PF prende acusado de ser um dos executores de Gegê e Paca, chefes de facção criminosa mortos no Ceará


A prisão foi realizada em Sergipe. As duas vítimas foram encontradas mortas em reserva indígena de Aquiraz, na Grande Fortaleza, em fevereiro de 2018. 

 

Por Gioras Xerez, G1 CE
Gegê do Mangue e Paca  — Foto: Reprodução/TV Globo
Gegê do Mangue e Paca — Foto: Reprodução/TV Globo.

A Polícia Federal (PF) prendeu, neste domingo (7), em Sergipe, Carlenilton Pereira Maltas, acusado de ser um dos executores de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, em fevereiro de 2018, no Ceará. 


Os dois eram chefes de uma facção que comanda o crime organizado dentro e fora dos presídios. 


O mandado de prisão foi expedido pelo juízo da Comarca de Aquiraz, na Grande Fortaleza. 


A captura foi resultado de trabalho conjunto das Superintendências da PF do Ceará e de Sergipe. 

Gegê e Paca foram encontrados mortos em reserva indígena na Região Metropolitana de Fortaleza, em fevereiro do ano passado. 


Conforme a investigação, membros da facção ordenaram a morte dos dois porque eles usavam dinheiro da organização criminosa para sustentar uma vida de luxo em Aquiraz, área nobre do litoral cearense. 


Eles viviam em uma mansão e possuíam carros de luxo, que foram apreendidos pela Justiça.

 

 

Prisão de um dos acusados em São Paulo.

 

 

No mês de janeiro de 2019, a Polícia Federal prendeu, em São Paulo, Jefte Ferreira dos Santos, outro acusado de envolvimento das mortes de Gegê e Paca.


Segundo o Ministério Público do Ceará, Jefte dos Santos teve participação decisiva e fundamental para a prática do duplo homicídio. 


De acordo com a PF, ele não participou de forma direta no assassinato, mas reservou a hospedagem onde os outros criminosos ficaram em Fortaleza, no Ceará, antes da execução. 

Jefte dos Santos era considerado foragido e foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça pela participação no crime. 


Ele estava com o namorado, em uma casa de praia em Itanhaém, litoral sul de São Paulo, quando foi preso. 


Após a detenção, ele foi levado para a Superintendência da Polícia Federal na capital. 

Os agentes da PF apreenderam com Jefte apenas telefones celulares.


Ele deverá permanecer em São Paulo até ser transferido para o Ceará, onde estão concentradas as investigações do caso. 


Ainda não há data para o translado.

A PF também procura a mãe dele por participação no crime, mas ela segue foragida.
PF prende suspeito de envolvimento na morte de Gegê do Mangue e Paca
PF prende suspeito de envolvimento na morte de Gegê do Mangue e Paca.

O assassinato.

 

 

Gegê do Mangue e Paca foram mortos na manhã do dia 15 de fevereiro de 2018


Os corpos foram encontrados no dia seguinte, na mata de uma reserva indígena, em Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no litoral leste do estado.


Gegê era considerado um dos membros da cúpula da facção. 


Havia a suspeita de que ele estivesse controlando o tráfico de drogas no Paraguai. 


Ele já havia sido condenado a 47 anos, 7 meses e 15 dias de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada.
Veículo utilizado na morte de Gegê e Paca está em posse da Polícia do Ceará  — Foto: Governo do Estado/Divulgação
Veículo utilizado na morte de Gegê e Paca está em posse da Polícia do Ceará — Foto: Governo do Estado/Divulgação.

'Pessoas gritaram socorro, socorro', quando ponte da Alça Viária caiu no Pará, diz testemunha


Barulho, pessoas gritando e efeito dominó durante queda da ponte foram testemunhados por quem vive as margens do Rio Moju. Ribeirinhos também resgataram tripulantes da balsa que causou acidente. Buscas por vítimas devem ser retomadas neste domingo, 7.

 

 

Por G1 PA — Belém
Balsa derruba parte de ponte no Pará e interrompe a ligação com nordeste do estado
Balsa derruba parte de ponte no Pará e interrompe a ligação com nordeste do estado.

“Pessoas gritaram socorro, socorro”, conta Adriana Lameira, que vive as margens do rio Moju com a família. 


Grávida, ela diz que chegou a ver o momento em que caiu dentro do rio parte da estrutura da terceira ponte da Alça Viária, que liga Belém a cidades do nordeste do Pará. 

“Até falei assim para meu esposo: ‘acho que caiu algum carro’. 


Porque na hora que caiu, eu sai e vi uma luz de um carro em cima da ponte e um caminhão que ia. 


O caminhão ficou pertinho, mas não caiu", conta a ribeirinha. 

Vagner Carvalho, marido de Adriana, diz que o barulho foi o que chamou a atenção no momento do acidente. 


“Parecia um efeito dominó, um caindo sobre o outro. 


Parecia uma cobra quando está se movendo. 


Foi muito feio. 


O barulho, muito alto.” 

Adriana reforça ainda que o choque entre balsas que passam pelo local e a estrutura da ponte são comuns. 


“Ela é sinalizada, mas não adianta de nada. 


Porque todo tempo tem balsa batendo. De dia, de noite”.
Ribeirinhos que vivem às margens do Rio Moju, ouviram pessoas gritando quando ponte caiu. — Foto: Secom / Divulgação Ribeirinhos que vivem às margens do Rio Moju, ouviram pessoas gritando quando ponte caiu. — Foto: Secom / Divulgação.

Buscas no local.

 

Foram os ribeirinhos da região que resgataram os cinco tripulantes do comboio formado por um empurrador e por uma balsa, que colidiram contra a ponte neste sábado (6). 


Os tripulantes não estavam feridos. 


Eles e três vigilantes que trabalhavam em uma obra realizando reparos na estrutura da ponte foram ouvidos pela Polícia Civil


O conteúdo dos depoimentos não foi divulgado, ninguém foi preso e não há previsão de novas oitivas. 

Por volta das 18h40, foram interrompidas as buscas pelas vítimas do acidente, devido a correnteza na região, que ofereciam risco aos agentes e mergulhadores. 


Mas são mantidas no local as equipes da Marinha, Polícia Militar e Bombeiros. 

"Os indícios apontam que os veículos estão no leito principal do rio. E o rio é profundo. 


A correnteza é extensa e isso causa instabilidade para os mergulhadores. 


Nossa visibilidade é zero, então precisamos ter muito cuidado", explica Reginaldo Pinheiro, comandante operacional do Corpo de Bombeiros no local

Entenda.

 

De acordo com a Capitania dos Portos, uma embarcação colidiu com um dos pilares de sustentação da ponte e causou o desabamento de cerca de 200 metros da estrutura, que possuía 860 metros de comprimento e 23 de altura. 


Com a batida, quatro pilares caíram. 

A ponte está localizada no quilômetro 48 da rodovia estadual PA-483 e liga a Região Metropolitana de Belém ao Nordeste do Estado do Pará.
Veja onde fica a ponte da Alça Viária que caiu neste sábado, 6
Veja onde fica a ponte da Alça Viária que caiu neste sábado, 6.
Ponte cai no Pará — Foto: Igor Estrella/G1 
Ponte cai no Pará — Foto: Igor Estrella/G1.

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Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...