Prefeito Esvandir Antônio Mendes foi assassinado na sexta-feira (15); suspeitos foram presos neste sábado (16), quando chegavam a Castanheira.
Por G1 MT
Três homens foram presos suspeitos de executar o prefeito de Colniza, a
cerca de 1 mil quilômetros de Cuiabá, e de tentarem matar o secretário
de Finanças do município.
O prefeito Esvandir Antônio Mendes (PSB), de 61 anos, foi morto a tiros
na sexta-feira (15).
O secretário Admilson Ferreira dos Santos, de 41
anos, também foi atingido por disparos.
As prisões foram efetuadas pelo
Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) da Polícia Civil.
Os suspeitos, identificados como Zenilton Xavier de Almeida, Antônio
Pereira Rodrigues Neto e Welisson Brito Silva, foram presos em uma
estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira, a 893 km e 780 km
de Cuiabá, respectivamente.
O G1 não localizou a defesa dos suspeitos.
O motivo do crime ainda não foi esclarecido.
Antônio é morador de Colniza e apontado como o suposto mandante do
crime, tendo também participado da execução do prefeito, segundo a
polícia.
Ele teria contratado os dois comparsas no Pará para
participarem da ação.
Eles foram encaminhados para serem interrogados
por Edison Pick, titular de Colniza, e Caio Álvares de Albuquerque, da força-tarefa de Cuiabá.
De acordo com a polícia, o trio estava em um Uno cinza no momento em
que foram abordados pelos policiais do Garra, a cerca de 20 km de
Castanheira, já tendo abandonado o carro que foi utilizado para
perseguirem o prefeito e cometerem o crime, apontado como um SUV de cor
preta.
Esse último veículo foi localizado e está sendo analisado pela
Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Dentro do automóvel foram apreendidos R$ 60 mil, em dinheiro, que seria
o pagamento pela execução do prefeito.
As armas usadas no crime foram
encontradas jogadas em um rio.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para
retirá-las.
O crime.
As investigações apontam que o prefeito conduzia uma caminhonete preta e
estava acompanhado do secretário de Finanças, sendo interceptado pelos
suspeitos a cerca de 7 km da entrada da cidade.
Os executores efetuaram vários disparos contra o prefeito, que ainda
conseguiu dirigir, mas morreu já no perímetro urbano da BR-174.
Dois
disparos feriram a perna esquerda e as costas do secretário, sendo um na
perna esquerda e outro nas costas.
O quadro de saúde do secretário é
estável.
O corpo do prefeito foi velado em um ginásio, na região central da
cidade, neste sábado.
O velório foi encerrado por volta das 14h [horário
de Mato Grosso].
O corpo será transladado para Ji-Paraná (RO), onde
deve ser enterrado no domingo (17).
Município mais violento.
Colniza já foi considerado o município mais violento do país, em 2007,
segundo levantamento do Mapa da Violência.
De acordo com o estudo, a
taxa de homicídios em Colniza foi de 165,3 casos a cada 100 mil
habitantes.
Em março deste ano, o ex-vereador Élpido da Silva Meira (PR), de 53 anos, também foi assassinado a tiros dentro de casa, em Colniza.
Ele foi atingido por disparos no tórax, segundo a Polícia Militar,
quando chegava na residência.
Nada foi levado da casa pelos suspeitos.
A região de Colniza é conhecida como uma área de conflitos agrários.
A motivação dos crimes seria a extração de recursos naturais da área.
Prefeitos assassinados.
Em 2017, outros três prefeitos foram mortos em circunstâncias
semelhantes no Brasil.
No Pará, em maio deste ano, Diego Kolling (PSDB),
prefeito de Breu Branco, morreu depois de ser atingido por disparos enquanto andava de bicicleta.
O caso foi encerrado e seis pessoas foram presas por envolvimento no assassinato.
Em julho, o prefeito de Tucuruí, Jones Willian (PMDB), também no Pará,
foi baleado e morreu.
Ele vistoriava uma operação tapa-buraco, quando
dois homens em uma moto o abordaram e atiraram várias vezes.
Já no estado de Rondônia, o prefeito de Candeias do Jamari, foi assassinado ao chegar em casa.
Conforme a polícia, o prefeito estava dentro do próprio carro que levou os tiros de pistola.