Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) anunciou decisão individual nesta quinta. Deputados apresentaram pedidos de audiências com procurador-geral, autor da denúncia contra Temer.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), informou nesta quinta-feira (6) ter rejeitado os requerimentos que pediam audiência com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tratar da denúncia contra o presidente Michel Temer.
Pacheco anunciou, também, ter rejeitado outros requerimentos
semelhantes, que pediam audiências com alguns políticos, entre os quais
os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco
(Secretaria-Geral), além do ex-assessor especial de Temer Rodrigo Rocha
Loures e o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F,
que controla a JBS.
Com base nas delações de Joesley e de outros executivos da empresa, Rodrigo Janot denunciou o presidente Temer ao Supremo Tribunal Federal
(STF) pelo crime de corrupção passiva.
Além da condenação, Janot pediu a perda do mandato de Temer por ter "violado ses deveres para com o Estado e a sociedade".
Além da condenação, Janot pediu a perda do mandato de Temer por ter "violado ses deveres para com o Estado e a sociedade".
ESPECIAL G1: TEMER NA MIRA DA JUSTIÇA
A denúncia foi encaminhada à Câmara na semana passada, a quem cabe autorizar o STF a analisar a peça do Ministério Público Federal.
Numa primeira etapa, a denúncia será discutida na CCJ da Câmara, que terá de votar o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), no qual ele recomendará a aprovação ou a rejeição da denúncia.
Independentemente do resultado, o relatório será votado em plenário e,
para seguir ao Supremo, a denúncia precisa do apoio mínimo de 342 dos
513 deputados.
Entenda: A tramitação da denúncia
O que diz o presidente da CCJ
Segundo o presidente da CCJ, o processo de análise da denúncia na
Câmara tem natureza "simplesmente autorizativa".
Portanto, na avaliação de Rodrigo Pacheco, não cabe à comissão colher depoimentos e produzir provas.
Portanto, na avaliação de Rodrigo Pacheco, não cabe à comissão colher depoimentos e produzir provas.
"Toda e qualquer produção de provas desse fato cabe ao Supremo Tribunal
Federal", disse.
"Estamos cumprindo a Constituição e cumprindo o regimento da Câmara", acrescentou.
"Estamos cumprindo a Constituição e cumprindo o regimento da Câmara", acrescentou.
Os requerimentos
Os pedidos para as audiências foram apresentados, principalmente, por
deputados da oposição, mas também houve um requerimento protocolado por
um parlamentar que integra a base aliada de Temer.
Nesta quarta (5), ao apresentar a defesa do presidente,
o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, afirmou que
interrogar os envolvidos na denúncia seria "conveniente", acrescentando
que, na visão dele, os pedidos poderiam ser negados por Pacheco se não
houvesse amparo regimental.
Até a tarde desta quinta, haviam sido apresentados à CCJ 22 requerimentos específicos sobre a denúncia contra Temer.
Decisão individual
Durante toda esta semana, parlamentares da oposição pediram a Rodrigo
Pacheco que não tomasse decisões sobre os pedidos de audiências de
maneira individual e submetesse os requerimentos ao plenário da CCJ.
O presidente da comissão tem dito, contudo, que é permitida a apresentação de recurso contra a decisão do presidente.
Antes mesmo do anúncio desta quinta do presidente da CCJ, o deputado
Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou que acionaria o STF caso Pacheco
rejeitasse os requerimentos.
Estratégias do governo
Segundo o colunista do G1
e da GloboNews Gerson Camarotti, o Palácio do Planalto definiu a
estratégia para não prolongar o processo na CCJ.
Como a comissão dará voz aos 66 titulares e aos 66 suplentes, e mais 40 deputados, a ordem, diz o Blog do Camarotti, é que muitos dos aliados não façam pronunciamentos.
Como a comissão dará voz aos 66 titulares e aos 66 suplentes, e mais 40 deputados, a ordem, diz o Blog do Camarotti, é que muitos dos aliados não façam pronunciamentos.
Como cada deputado terá 15 minutos para falar, o que prolongaria a
sessão por mais de 40 horas, a estratégia do governo é que somente 10 a
15 parlamentares aliados discursem para defender Temer.
Além disso, também de acordo com o colunista do G1, com o objetivo de
ganhar votos contra a denúncia, o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi
(SP), efetivou como titular da CCJ o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), considerado um dos principais integrantes da tropa de choque de Temer.
Marun esteve no Palácio do Planalto nesta quarta para se reunir com Temer.
Além dele, o presidente recebeu durante o dia outros sete integrantes da CCJ.
No fim da noite, o presidente, que viajou nesta quinta para a Alemanha, comandou uma reunião ministerial.
Além dele, o presidente recebeu durante o dia outros sete integrantes da CCJ.
No fim da noite, o presidente, que viajou nesta quinta para a Alemanha, comandou uma reunião ministerial.
O PT pediu à PGR que apure se há uma tentativa do presidente de comprar votos de deputados contra a denúncia.