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terça-feira, dezembro 01, 2015

Ibama diz que quase 1,5 mil hectares foram destruídos por desastre

É impossível estimar um prazo de retorno da fauna ao local’, aponta laudo.
Estudo preliminar aborda impactos ambientais e sociais em MG e no ES.

Raquel FreitasDo G1 MG

Fotógrafo registra imagens dos impactos da lama da Samarco no Rio Doce (Foto: Leonardo Merçon/ Últimos Refúgios)Fotógrafo registra imagens dos impactos da lama da Samarco no Rio Doce (Foto: Leonardo Merçon/ Últimos Refúgios)
 
Um laudo técnico preliminar do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aponta que 1.469 hectares de vegetação – ao longo de 77 quilômetros de cursos d’água, inclusive em áreas de preservação permanente – foram destruídos pelo rompimento da barragem da Samarco, cujas donas são a Vale a BHP Billiton, em Mariana. 

O documento, com data de 26 de novembro, abrange áreas afetadas em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Além dos danos à vegetação, o estudo, divulgado nesta terça-feira (1º) pelo jornal 'O Estado de S.Paulo', também destaca os impactos à fauna, à qualidade água e socioeconômicos.

 O laudo indica que, a execução das medidas de reparação de danos, quando viáveis, durará pelo menos dez anos.

Em relação aos animais, o documento não traz dados animadores. 


“O nível de impacto foi tão profundo e perverso ao longo de diversos estratos ecológicos, que é impossível estimar um prazo de retorno da fauna ao local, visando o reequilíbrio das espécies na bacia do rio Doce”, traz o documento.

Segundo informações apresentadas pelo Ibama, mais de 80 espécies habitavam a bacia hidrográfica antes do desastre ambiental. 


Dentre elas, 11 estavam ameaçadas de extinção e 12 são exclusivas ao rio.

 Somente no período entre 16 e 23 de novembro, no trecho entre as cidades capixabas de Baixo Guandu e Linhares, quase 7,5 mil peixes mortos foram recolhidos.

Entretanto, de acordo com o laudo, a mortandade de animais pode ser ainda maior do que a aparente. 


Como a maioria dos peixes do rio é de pequeno porte, eles podem se decompor rapidamente ou talvez não flutuem após perderem a vida.

 Além disso, o rompimento da barragem ocorreu justamente na época de reprodução de peixes e crustáceos.

Segundo o Ibama, os danos chegam a toda cadeia alimentar, afetando desde plânctons até os mamíferos.


 “Essas alterações poderão até provocar um aumento no grau de ameaça de extinção das espécies [já ameaçadas] (...), bem como tornar ameaçadas espécies antes abundantes”.

O Parque Estadual do Rio Doce, maior área preservada de Mata Atlântica de Minas Gerais, também está ameaçado, conforme o estudo. 

 A lama de rejeitos, segundo o Ibama, tem potencial de extravasar a calha do rio e atingir o sistema de lagoas e florestas ciliares da reserva.

Conforme o relatório, 34 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério vazaram da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro.


Outros 16 milhões de metros cúbicos seguem sendo carreados por mais de 663 quilômetros e, por isso, segundo o Ibama, “pode-se dizer que o desastre continua em curso”.

7/11 - Distrito de Paracatu foi tomado por lama. Marca em Igreja mostra que ela quase foi totalmente coberta (Foto: Raquel Freitas/G1)Distrito de Paracatu foi tomado por lama, mas extensão  da área atingida ainda não foi calculada pelo Ibama (Foto: Raquel Freitas/G1)
 
De acordo com o laudo, em Bento Rodrigues, em Mariana, das 251 edificações do subdistrito, 207 estão na área atingida pelo mar de lama.

 Esse levantamento, entretanto, ainda não foi feito em outras localidades como Paracatu de Baixo, a segunda mais atingida.

Ao longo do caminho percorrido pela lama, ao menos 1.249 pescadores foram afetados em mais de 40 cidades mineiras e capixabas.

Em relação ao impacto na qualidade da água, além da suspensão do abastecimento nos municípios afetados, a presença de metais e alteração de outros parâmetros indica a necessidade de monitoramento contínuo do ambiente afetado.


O laudo é finalizado com uma enumeração de medidas de recuperação que devem ser tomadas.

Entre as ações voltadas para o meio ambiente, estão a elaboração de planos de recuperação e conservação do solo e da água, de gerenciamento do material retirado do rio Doce e de monitoramento ambiental da bacia.

Com relação aos impactos sociais, além da reconstrução das estruturas afetadas e realojamento de pessoas, o estudo recomenda a execução de pesquisa social, visando ao conhecimento da percepção de riscos de rompimento de barragens. 

O laudo ainda ressalta que deve ser dada atenção especial a populações indígenas, àqueles que trabalham com ecoturismo e a comunidades de pescadores e de pequenos agricultores.


Fotógrafo registra imagens dos impactos da lama da Samarco no Rio Doce (Foto: Leonardo Merçon/ Últimos Refúgios)Fotógrafo registra imagens dos impactos da lama da Samarco no Rio Doce (Foto: Leonardo Merçon/ Últimos Refúgios)

Capital paraense amanhece tomada pela fumaça nesta terça

Moradores reclamam de cheiro forte e irritação nos olhos.
Problema aconteceu outras vezes neste segundo semestre.

Do G1 PA
Fumaça densa incomoda a população na Grande Belém. (Foto: Reprodução/TV Liberal)Fumaça densa parece com neblina. (Foto: Reprodução/TV Liberal)
A capital paraense amanheceu tomada pela fumaça nesta terça-feira (1º). 

Nas ruas, parece neblina, mas os moradores reclamam do cheiro forte, alguns relataram que os olhos ardem com a fumaça. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, a fumaça estaria sendo causada devido vários focos de incêndios na Grande Belém.

Um problema semelhante aconteceu outras vezes neste segundo semestre. 

A fumaça tinha origem no lixão do Aurá, que estava em chamas provocadas por funcionários de uma usina de compostagem no local.

O aterro sanitário do Aurá foi criado em 1990 e recebia, diariamente, cerca de 1800 toneladas de lixo produzido em Belém, Ananindeua, Santa Bárbara, Benevides, Santa Isabel do Pará e Marituba.

Com a desativação do espaço, todo os resíduos sólidos produzidos na capital e Grande Belém passaram a ser encaminhados para um aterro sanitário em Marituba.

segunda-feira, novembro 30, 2015

Educadores desenvolvem projetos sobre meio ambiente e cidadania

Mais de 20 professores e coordenadores pedagógicos de 3º e 4º ciclos da rede municipal de ensino participaram do encerramento das atividades da Formação de Professores em Educação Ambiental e Cidadania, ofertada pelo Centro de Educação Ambiental de Parauapebas (Ceap). 

O evento aconteceu na semana passada no Centro Universitário de Parauapebas (Ceup).

A formação é fruto da ação das secretarias municipais de Educação (Semed) e Meio Ambiente (Semma), em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Na oportunidade, foram apresentados projetos desenvolvidos pelos educadores durante a formação, que teve jornada de 108 horas, com o objetivo de despertar e fortalecer a consciência ecológica, habilitando o professor a desenvolver aulas práticas que relacionem questões ambientais em seus conteúdos.

De acordo com o geógrafo Marcel Régis Machado, analista ambiental do ICMBio e membro da banca avaliadora dos projetos, os objetivos foram alcançados.

“A partir das formações, percebemos que os educadores estão se empenhando em buscar soluções, que sejam simples e satisfatórias, para os desafios ambientais da nossa região. 

E estão passando isso aos alunos”, avaliou.

Cotidiano

Nos projetos apresentados, constam experiências vivenciadas pelos educadores, envolvendo a comunidade escolar. 

As principais temáticas abordadas são a redução de resíduos no ambiente escolar; o aproveitamento da água das centrais de ar; o plantio de mudas de espécies nativas para conforto térmico da escola; estudos da relação entre homem e planta com fins terapêuticos; e o desenvolvimento de jardim medicinal.

A coordenadora de 3º e 4º ciclos da Escola Plácido de Castro, Franlice Santonet de Mello, apresentou o projeto: “A Importância do Verde no Ambiente Escolar”, a partir do qual percebeu o quanto sua escola precisava de um ambiente mais verde. 

“Diante disso, criamos o jardim suspenso, nos muros do entorno da escola. 

Agora, todo o corpo docente e, principalmente, nossos alunos estão amando cuidar das plantinhas”, declarou.

A coordenadora que representa as ações da Semed no Ceap, Odilene Costa, lembrou que a formação dos professores em Educação Ambiental e Cidadania existe desde 2005. 

Atualmente, o projeto encontra-se reformulado e é desenvolvido com quatro encontros presenciais de aulas teóricas e quatro de aulas práticas, além do projeto de educação ambiental nas escolas. 

“A partir dessas práticas, percebemos o quanto a educação ambiental está transformando, para melhor, a vida escolar dos alunos”, afirmou.

Conforme a coleta de campo do Censo 2010, cerca de 30% das escolas urbanas de Parauapebas têm contato com árvores no entorno dos prédios. 

Em cidades como Marabá, o índice não passa de 10%.


Texto: Luzandra Vilhena/Semed
Fotos: Irisvelton Silva

Alunos produzem ciência para preservar meio ambiente




Alunos da rede municipal de ensino deram um show de compromisso e preocupação com o meio ambiente durante a realização da 4ª Mostra de Experimentos Científicos, que este ano trouxe o tema “Impactos Ambientais e as Mudanças Climáticas na Amazônia”.


Realizado pela Prefeitura de Parauapebas, por meio da Divisão de 3º e 4º Ciclos da Secretaria Municipal de Educação (Semed), o evento ocorreu na manhã da última sexta-feira (27), na Escola Chico Mendes, e envolveu mais de 250 pessoas, entre alunos, professores e técnicos da Semed.



Ao todo, 32 experimentos foram desenvolvidos e apresentados ao público por estudantes do 6º ao 9º ano. São produções originais, fruto de trabalho realizado nas unidades escolares neste ano letivo.


Cada escola apresentou vários experimentos, fez uma seleção interna e encaminhou o melhor projeto à feira.



Segundo Valdelice Cardoso dos Santos, coordenadora de 3º e 4º ciclos, os principais objetivos do projeto foram alcançados com êxito.


“A Mostra tem ampliado os saberes dos nossos estudantes, incentivando à pesquisa científica, e despertando neles consciência crítica em relação à preservação do meio ambiente.


E o mais importante: estamos ultrapassando os muros das escolas, ao levar novos hábitos à família desses alunos e à sociedade”, comemora.



A secretária de Educação, Leila Lobato, fez a abertura oficial da 4ª Mostra. 


Ela falou sobre sua satisfação em prestigiar a feira e parabenizou os envolvidos.


“É maravilhoso contemplar o resultado de um trabalho excepcional realizado em nossas escolas. 


É muito bom ver nossos alunos produzindo novos conhecimentos. 


Agradeço a todos pelo compromisso com a nossa educação, em especial aos professores, por terem conduzido tão bem nossos alunos na execução dos trabalhos”, destacou.



Exemplos de ambientes sustentáveis foram os experimentos mais apresentados nesta edição da Mostra, seguido por alternativas para a produção de energia limpa e para o reaproveitamento da água.



Destaques



Os três experimentos que conquistaram a primeira colocação foram: Reutilização da água dos aparelhos de ar-condicionado para consumo (Carlos Henrique); Apresentação do Biodigestor para demonstração de produção de biogás e biofertilizantes (Novo Horizonte); e Carregador de celular sustentável (Eunice Moreira).

Um dos alunos que defenderam o experimento de sua escola, e conquistou o primeiro lugar, foi Wendel Costa Carvalho, 7º ano, da Escola Novo Horizonte. 


O jovem estudante afirma que o principal objetivo da utilização de biodigestores e biofertilizantes é para a produção de alimentos saudáveis (orgânicos) e a diminuição dos impactos ao meio ambiente. “Nossa ideia é implantar o biodigestor na escola. 


Queremos nossa merenda feira com o gás gerado pelo equipamento e utilizar o biofertilizante na horta escolar”, ressalta, empolgado, com a possibilidade de colocar em prática seu experimento.



Escolas do campo



Pela primeira vez, as escolas da zona rural do município participaram da Mostra. 


Seis das nove unidades educacionais expuseram experimentos e três delas se destacaram conquistando os 2º e 3º lugares: Jorge Amado, Antônio Vilhena e Monteiro Lobato.



Escolas Premiadas



1º Lugar

E.M.E.F. Carlos Henrique – Reutilização da água dos aparelhos de ar-condicionado para consumo

E.M.E.F. Novo Horizonte – Biodigestor para demonstração de produção de biogás e biofertilizantes

E.M.E.F. Eunice Moreira – Carregador de celular sustentável



2º Lugar

E.M.E.F. Milton Martins – Reaproveitamento do biogás como gás de cozinha

E.M.E.F. Jorge Amado – Casa sustentável

E.M.E.F. Antônio Vilhena – Bomba rosário



3º Lugar

E.M.E.F. Cecília Meireles – Carvão ativado do caroço de açaí para tratamento da água

E.M.E.F. Monteiro Lobato – Horta orgânica

E.M.E.F. Eduardo Angelim – Casa sustentável


























Texto: Messania Cardoso
Fotos: Luzandra Vilhena

Marinha encontra vida em lama de mineração que atingiu mar no ES

Resultado mostra plâncton vivendo em meio a água com sedimentos.
Navio retornou do Norte do estado com 391 amostras de água analisadas.

Juliana BorgesDo G1 ES
Navio está monitorando a lama no mar do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Navio está monitorando a lama no mar do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
 
Pesquisadores que monitoraram a lama da Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, no mar encontraram vida nas amostras coletadas desde quinta-feira (26), no litoral de Linhares, Norte do Espírito Santo.



Os resultados preliminares foram apresentados nesta segunda-feira (30) e apontam a presença de plâncton vivendo em meio a água com sedimentos. 

O monitoramento ocorre através do Navio Hidroceanográfico de Pesquisa Vital de Oliveira (NPqHo).


O plâncton é constituído por organismos incapazes de manter sua distribuição sem a movimentação de água. 

Durante a pesquisa, foi encontrado fitoplâncton (microalgas) e zooplâncton (animais), que fazem parte da composição do plâncton. 

Também foi notada a presença de outros microorganismo.

Segundo o biólogo e pesquisador Lohengrin Fernandes, também foram encontrados animais maiores, como golfinhos e peixes, nadando em meio aos sedimentos.

Porém, ainda não é possível falar sobre o comportamento de todos esses seres vivos encontrados, como por exemplo, quanto à reprodução.

"Em todas as atimosferas da pluma [lama] foram encontrados organismos vivos, que estão sendo monitorados.

Estamos estudando se a concentração de lama que está no mar é tóxica para a vida marinha", disse Fernandes.

Posição da lama
 
A Marinha informou, nesta segunda-feira, que só encontrou registros da passagem da lama a 20 quilômetros mar adentro, 6 quilômetros a Norte e 12 quilômetros a Sul.


Já um monitoramento feito pela Samarco apontou que a lama atingiu 1 quilômetro mar adentro, 20 quilômetros a Sul e 8,5 quilômetros a Sudoeste.
  


 Mapa de rejeitos no mar do ES (Foto: Arte/ TV Gazeta)
  (Fonte: Arte TV Gazeta)
 
Amostras
 
Foram estabelecidos 21 pontos de coleta de sedimentos na área compreendida pela lama no mar: desde a Foz do Rio Doce e até 30 quilômetros mar adentro, em uma área de 500 metros quatrados.


Amostra da água do mar com rejeitos de mineração da Samarco, no Norte do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta) 
 
Amostra da água do mar com rejeitos de mineração (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
As 391 amostras foram coletadas no fundo, até aproximadamente 10 metros de profundidade, e também na superfície.

Ao todo, a pesquisa analisou 350 litros de água e 65 kg de sedimentos.

"A lama está mais concentrada na região rasa do mar, com 10 metros de profundidade.

 A água coletada é bem escura perto da Foz e já bem clara a 30 quilômetros mar adentro", disse Fernandes.

Comportamento da lama no mar
 

O pesquisador explicou que a lama tem um comportamento e extensão diferentes na superfície e no fundo. 

Também foi notada uma movimentação maior da lama em direção ao Sul do estado.

"Percebemos que ela se move mais rápido na superfície, sofrendo mais influência dos ventos e correntes, do que no fundo.

 No fundo é bem mais devagar e é onde está concentrada a parte mais densa dos sedimentos", falou Fernandes.

Segunda fase de pesquisas
 

A segunda fase de pesquisas com o mesmo navio começa nesta terça-feira (1º) e vai até sábado (5). 

A equipe vai voltar para monitorar o mesmo local e espera colher a mesma quantidade de amostras da primeira fase, com detalhamento das análises da área mais próxima à foz.

Compra de navio
 
O navio é fruto de um acordo de cooperação firmado entre os ministérios da Defesa (MD) e da Tecnologia e Inovação (MCTI), a Marinha do Brasil (MB) e as empresas Petrobras e Vale. 


Segundo o capitão dos portos, Marcos Aurélio de Arruda, o envolvimento da Vale na compra desse navio não vai influenciar em nada na pesquisa.

"Existe um comitê gestor, no caso desse navio, que define como ele será operado, os custos da operação, que deverá ser pago pelas instituições donas da embarcação.

 Se a Vale é dona da Samarco, isso já é outra questão, não tem nada a ver com a pesquisa", disse.

O custo diário do navio é de R$ 250 mil, fora o custo com alguns equipamentos extras, como por exemplo o que consegue mostrar os microorganismos.

"O navio foi adquirido em 3013, em um acordo de coorperação entre o Ministério da Defesa, o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Vale e a Petrobras. 

Esse não é o primeiro navio que a Marinha tem em parceria com outras instituições, ele foi adquirido para fins de pesquisa", falou Marcos Aurélio.

Barco passa por divisa entre lama e mar, em Regência, Linhares (Foto: Marcello Lourenço/ Arquivo Pessoal)Barco passa por divisa entre lama e mar, em Regência, Linhares (Foto: Marcello Lourenço/ Arquivo Pessoal)

União, MG e ES cobram R$ 20 bi de mineradoras por desastre em Mariana

Ação civil propõe fundo a ser alimentado por 10 anos para reparar danos.
Procurador diz que objetivo não é quebrar Samarco, Vale e BHP Billiton.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília
22/11 - Vista aérea mostra a foz do Rio Doce em Regência, no Espírito Santo, após localidade ser atingida por lama da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a australiana BHP (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Vista aérea mostra a foz do Rio Doce em Regência, no Espírito Santo, após localidade ser atingida pela lama da barragem de Mariana contaminada com rejeitos da mineradora Samarco (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
Procuradores da União, de Minas Gerais e do Espírito Santos protocolaram nesta segunda-feira (30), na Justiça Federal do Distrito Federal, uma ação civil pública que cobra a criação de um fundo público de R$ 20 bilhões para reparar danos causados pelo rompimento de uma barragem em Mariana (MG), que contaminou com lama a bacia do Rio Doce. 

O rio cruza os dois estados e é o principal manancial de diversos municípios mineiros e capixabas.


No útimo dia 5, a barragem de Fundão, da Samarco, se rompeu e provocou um “tsunami” de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e varreu outros distritos da região central de Minas Gerais. 

A lama atingiu o Rio Doce, provocando a morte de peixes e prejudicando o abastecimento de água em cidades banhadas pelo rio.


A ideia é que o fundo seja abastecido em até R$ 2 bilhões por ano no período de uma década pela Samarco – empresa responsável pela barragem – e suas duas controladoras, a Vale e a BHP Billiton.

O dinheiro servirá não só para conter problemas imediatos, mas também para repor perdas das famílias atingidas e recuperação do meio ambiente. 

 A aplicação do dinheiro ficará a cargo de órgãos ambientais federal e estaduais.

“A ideia é que o dinheiro seja usado à medida que os aportes sejam feitos […] 

O objetivo não é quebrar as empresas. 

É restituir a perda, mas de maneira sustentável”, afirmou o procurador-geral federal da Advocacia Geral da União, Renato Rodrigues Vieira, um dos autores da ação.

O procurador de Minas, Onofre Batista, diz esperar que, com a ação, as três mineradoras se reúnam com as autoridades públicas para acertar um processo de colaboração para aplicar o dinheiro.


“Deve ser feito um plano coerente, amplo e completo, pela empresa, que aporta o dinheiro no fundo.

Esse dinheiro então é usado para esse projeto completo, que é gerido e fiscalizado pelos órgãos públicos envolvidos e que seja acompanhado também pelo Ministério Público”, ressaltou Batista.

Procurador do Espírito Santo, Rodrigo Rabello disse que o dinheiro também servirá para reparar danos ambientais na foz do Rio Doce e na área costeira atingida.

“Essa estimativa [de custo] vai ser feita ao longo do plano de recuperação da bacia do Rio Doce e da zona costeira.

Se for necessário maior volume de recursos, certamente faremos pedidos complementares de aporte nesse fundo”, enfatizou.
Dilma
 
Nesta segunda-feira, em seu discurso na cúpula do clima, em Paris, a presidente Dilma Rousseff disse que "uma ação irresponsável" causou o rompimento da barragem em Mariana. 


Ela também pediu mais proatividade da Samarco no apoio às vitimas da tragédia de Mariana.

"A ação irresponsável de umas empresas provocou o maior desastre ambiental na história do Brasil, na grande bácia hidrográfica do rio Doce", criticou a presidente.

"Estamos reagindo pesado com medidas de punição, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragedia", complementou.








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