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segunda-feira, novembro 23, 2015

Morre nos EUA um dos últimos quatro rinocerontes brancos do mundo

Nola passou por eutanásia aos 41 anos após sofrer uma série de doenças.
Três últimos exemplares da espécie vivem em reserva no Quênia.

Da AP
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A rinoceronte branco Nola, em foto de 31 de dezembro de 2014 (Foto: AP Photo/Lenny Ignelzi, File) 
A rinoceronte branco Nola, em foto de 31 de dezembro de 2014 (Foto: AP Photo/Lenny Ignelzi, File)
 
 
Um popular rinoceronte branco foi sacrificado no San Diego Zoo Safari Park após sofrer uma série de problemas de saúde.


O jornal “Los Angeles Times” afirma que, aos 41 anos, Nola era considerada muito idosa e sofria diversos problemas relacionados à idade avançada, incluindo artrite.

A rinoceronte também tinha recebido tratamento para um abcesso recorrente em seu quadril.

Funcionários do zoológico disseram que Nola passou pelo processo de eutanásia na manhã de domingo (22) após sua condição se deteriorar.


Ela era uma atração do Safari Park desde 1986.

A morte de Nola deixa apenas três rinocerontes brancos vivos no mundo.


Todos estão em um santuário no Quênia, protegidos de caçadores por guarda-costas armados que os acompanham o tempo todo.

Escola pública está sem água há 11 dias entre Itajubá e Maria da Fé, MG

Prefeitura envia galões a cada 2 dias, porém abastecimento é insuficiente.
Estudantes estão levando água para consumo próprio dentro da mochila.

Do G1 Sul de Minas

A Escola Municipal Coronel Silvestre, que fica no bairro Goiabal, na zona rural entre os municípios de Itajubá (MG) e Maria da Fé (MG), está sem água há 11 dias e nem por isso as aulas foram suspensas.

O problema, segundo a direção, é de que a água usada na escola vinha de uma mina, que secou.

O colégio tem 51 estudantes e 10 funcionários, que estão levando recipientes de casa para continuar com o calendário normal, já que a prefeitura tem mandado água a cada dois dias. 

Ao todo, eles recebem 20 galões para a limpeza da escola e seis para consumo, mas a quantidade não é suficiente.

Na mochila do Cauã, além do material escolar ele leva também duas garrafinhas de água. 

“Está faltando água há 11 dias.

Ele mando para ele, mas ele tem ficado sem ir ao banheiro, a professora não deixa e ele chegou a fazer xixi na roupa” , disse a mãe do garoto Eliane Isabel.

Escola está há 11 dias sem água na zona rural de Itutinga (Foto: Reprodução EPTV) 
Escola está há 11 dias sem água na zona rural, entre Itajubá e Maria da Fé (Foto: Reprodução EPTV)
 
Já o filho de Valdete Aparecida Pereira não quer ir na aula.

“Ele está reclamando para ir, porque não tem água”, comentou.

De acordo com ela, a Prefeitura de Itajubá assumiu a escola em 2013. 

“Ela era administrada pela prefeitura de Maria da Fé, agora o prefeito de Itajubá pediu, mas não toma conta”, relatou.

O zelador da escola, Sebastião Márcio Batista, disse que só depois que a diretoria da escola reclamou na prefeitura, é que começaram a chegar os galões. 

“Mas não é suficiente.

Antes de a mina secar, tínhamos água, mas depois da estiagem, ficou complicado”, disse.

Moradores também estão sem água.
 
Contudo, não é apenas a escola que está com problemas de abastecimento.


 A casa que fica ao lado da escola também está sem água. 

“Eu preciso pegar galões na escola, pois na minha família somos em sete pessoas, vivendo com as torneiras secas.

 Nós temos que andar 3 Km pra tomar banho”, completou Batista.

A esposa dele também reclamou da situação.

 “Eu estou esperando a água com as roupas e as louças sujas”, acrescentou Célia Regina Batista.

Questionada, a secretária de Educação de Itajubá informou que mais galões de água serão levados para a escola ainda nesta segunda-feira (23).  

Sobre a solução definitiva para a falta de água, Mariângela Alves da Silva disse que não sabe quando isso poderá acontecer.
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Alunos e funcionários estão levando recipientes de casa para continuar rotina normal (Foto: Reprodução EPTV)Alunos e funcionários estão levando recipientes de casa para continuar rotina normal (Foto: Reprodução EPTV)

Chuva faz nível do Lago de Furnas subir 11 centímetros em dois dias

Segundo última medição, lago está em 756,02 m conforme última medição.
Atual nível representa 22,98% do volume útil para geração de energia.

Do G1 Sul de Minas
 
A chuva que caiu no Sul de Minas durante o fim de semana fez com que o nível do Lago de Furnas subisse 11 centímetros.

Segundo a última mediação oficial feita pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, o Lago de Furnas estava no domingo (22), data da última medição, em 756,02 centímetros acima do nível do mar.

O atual nível representa 22,98% do volume útil, que é a capacidade total de água usada para a geração de energia elétrica. 

Na última sexta-feira (20), o nível do lago estava em 755,91 metros.
Mesmo com a pequena melhora, o nível do lago segue 12 metros abaixo da cota máxima, de 768 metros acima do nível do mar.
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Régua do nível do reservatório da Hidrelétrica de Furnas: 14 metros abaixo do normal. (Foto: Tiago Campos / G1)Régua do nível do reservatório da Hidrelétrica de Furnas. (Foto: Tiago Campos / G1)

Lama de barragem adentra mais de 10 km no mar do ES, diz instituto

23/11/2015 15h42 - Atualizado em 23/11/2015 18h22

Lama de barragem adentra mais de 10 km no mar do ES, diz instituto

Rejeito de mineração chegou ao mar neste domingo (22).

Peixes mortos começaram a ser enterrados na praia de Povoação.

Naiara Arpini Do G1 ES
Barragem (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Lama da barragem da Samarco no mar, em Linhares (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
 
A lama da barragem da Samarco, cujos donos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton, já adentrou mais de 10 quilômetros no mar do Espírito Santo, de acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).

Nesta segunda-feira (23), a prefeitura de Linhares, no Norte do Espírito Santo, orientou a população para que não entre em contato com a água.

Ainda segundo o Iema, a lama já se espalhou por uma extensão de 40 quilômetros pelas praias de Regência e Povoação.



Pescadores contratados pela Samarco enterraram peixes mortos na praia de Povoação, em Linhares, segundo a agência de notícias Reuters.

Questionada sobre o enterro dos peixes na praia, a Samarco não respondeu e disse apenas que eles estão sendo armazenados em bombonas (tambores).

Pescadores contratados pela mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a australiana BHP, enterram peixes mortos da praia de Povoação, no Espírito Santo. O local foi inundado por lama após o rompimento de barragens da empresa em Minas Gerais (Foto: Ricardo Moraes/Reuters) 
Pescadores contratados pela mineradora Samarco enterram peixes mortos da praia de Povoação, no Espírito Santo.
 
O local foi inundado por lama após o rompimento de barragens da empresa em Minas Gerais (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
 
A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco em Mariana (MG) chegou ao mar neste domingo (22), após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, segundo o Serviço Geológico do Brasil.

Resgate de peixes no rio
 

O Iema informa que os peixes encontrados nas águas, agora barrentas, do rio Doce já não têm mais condições de contribuir para o repovoamento do Doce, de seus afluentes e lagoas próximas.

Esses organismos já estão debilitados pela condição severa da água misturada a lama de rejeitos e, provavelmente, não sobreviverão ao transporte e também à diferença de condições que encontrarão nas lagoas, segundo o instituto.
Biólogo
O biólogo Marcos Vago explicou que as substâncias contidas na lama que avança pelo mar podem ser transferidas de um peixe para outro, por meio da cadeia alimentar.








"O problema maior da lama no mar é que essa lama contém metais pesados, e esses metais serão distribuídos em cadeias alimentares e aí acontece a transferência dessa substância. Esses metais são acumulativos e podem chegar até o homem, que se alimenta de animais marinhos", diz o biológo.

Ainda segundo Marcos, além do risco da contaminação, os metais presentes da lama podem prejudicar a respiração dos peixes.

 “A quantidade de minério é muito grande, ele acumula nas brânquias dos animais e pode impedir que eles façam a troca gasosa”, explicou.

“Muitos animais têm a região de Regência como berçário. 

A maioria das espécies vêm para poder se reproduzir na foz, onde há água salobra.

Esses animais são os mais ameaçados”, disse.
Foz do Rio Doce é tomada por lama de mineração (Foto: Ricardo Moraes/Reuters) 
Foz do Rio Doce é tomada por lama de mineração
(Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
 
 
Associação de pescadores
De acordo com a Associação de Pescadores de Regência, peixes mortos estão sendo retirados do mar.


 “A empresa está pagando pescadores para recolher os peixes mortos e levar para análise, para saber porque morreu, qual é a substância que está no corpo do peixe”, explicou o presidente da Asper, Leoni Carlos.

Ele também comentou a situação dos pescadores da vila.

“Está crítica, péssima. 

Não tem como mais sobreviver do Rio Doce. O pescador hoje que não tem uma esposa empregada ou os filhos empregados não tem como colocar comida na mesa. Tenho 68 anos e criei meus filhos da pesca.

Hoje meu neto me pergunta ‘vovô, cadê o Rio Doce?’”, contou.

Leoni Carlos também falou sobre a expectativa em relação ao futuro dos pecadores da região. 

“Eu não tenho mais esperança.

Talvez daqui a uns 10 anos a situação melhore, mas até lá eu já morri”, lamentou.
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23/11 - Versão infográfico barragens Mariana (Foto: Arte/G1)

domingo, novembro 22, 2015

Homens da Defesa Nacional iniciam combate ao incêndio na Chapada

Atividades começaram por volta das 8h deste domingo, diz Secretário.
Entre bombeiros e brigadistas, mais de 120 pessoas atuam contra o fogo.

Do G1 BA
Homens da Defesa Nacional iniciam atividades de combate ao fogo na região da Chapada Diamantina. (Foto: Gorverno da Bahia)Homens da Defesa Nacional iniciam atividades de combate ao fogo na região da Chapada Diamantina (Foto: Divulgação GOV/BA)


A equipe de bombeiros formada por 40 homens da Defesa Nacional, que chegou na tarde do último sábado (21) à Chapada Diamantina, no centro da Bahia, iniciou por volta das 8h deste domingo (22) o combate às chamas que atigem a região.

Até a manhã deste domingo, a estimativa era de que o fogo tenha atingido mais de 30 mil hectares.
Em contato com o G1, o Secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, afirmou que homens da Defesa Nacional atuarão principalmente na região de Morro Branco, na cidade de Lençóis. 

"Atualmente é o ponto mais preocupante porque é de difícil acesso.

É preciso entrar com estratégia para combater o fogo", contou.

Com a chegada da Defesa Nacional, são mais de 120 homens atuando contra o incêndio da Chapada. 

Entre eles estão também bombeiros militares da Bahia e brigadistas voluntários.

MPF investiga

O Ministério Público Federal (MPF) em Irecê, centro-norte da Bahia, abriu uma investigação para apurar as providências adotadas pelo governo do estado e órgãos ambientais em combate ao incêndio que atinge a Chapada Diamantina. 


A procuradoria cobra das entidades explicações sobre as medidas adotadas no controle do fogo, além de informações sobre os focos das chamas e os danos causados.
Homens da Defesa Nacional foram acionados para ajudar a combater o incêndio na região da Chapada. (Foto: Gorverno da Bahia)Homens da Defesa Nacional foram acionados para ajudar a combater o incêndio na região da Chapada (Foto: Divulgação GOV/BA)

A Educação Ambiental do SAAEP na Escola Municipal Faruk Salmem.


 No comando da unidade escolar municipal Faruk Salmen, a diretora a Zélia Aranha , a  coordenadora  pedagógica Amália e a professora Marcia Nunes do 5º ano, solicitaram no mês de novembro, uma palestra da educação ambiental do SAAEP , cuja o tema "Água " no município, no Brasil  e no mundo .

O objetivo do trabalho dos alunos, através da palestra ministrada é escrever um artigo de opinião, sobre o tema abordado. 









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UFPA tem primeiro indígena com título de doutor


 UFPA tem primeiro indígena com título de doutor (Foto: Divulgação/UFPA)


A Universidade Federal do Pará (UFPA) vivenciou um momento histórico na última sexta-feira (20), quando Almires Martins Machado, da etnia Guarani, se tornou o primeiro indígena a receber o título de doutor pela instituição.

 Ele participava do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e defendeu uma tese sobre a história de seu povo.

O trabalho, intitulado “De Sonhos ao Oguatá Guassú em busca da(s) Terra(s) Isenta(s) de Mal”, contou sobre a migração dos Guarani, que saíram de Missiones, na Argentina, até chegar ao Pará, em busca do que chamam de “terra sem mal”, abordando as motivações do seu povo, compreensão de mundo e o significado dessas mudanças de locais de morada, tudo sob a visão da população indígena.

Segundo Almires, tanto o seu ingresso no ensino superior como o tema de sua tese foram escolhidos coletivamente pela comundiade Guarani. 

 “Quando disse na minha aldeia que iria fazer uma tese, me disseram ‘Agora vais escrever a nossa história, de um jeito que os brancos entendam’”, afirmou.
Almires fez graduação em Direito, no Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), no Mato Grosso do Sul, e mestrado em Direitos Humanos e Doutorado em Antropologia, na UFPA.

(DOL com informações da UFPA)

SAAEP participando de mais evento Prefeitura nos bairros.

O governo "Mãos que Trabalham" no comando o prefeito Valmir  Queiroz Mariano, promoveu mais uma ação Prefeitura nos bairros, neste dia 21 de novembro de 2015.

Na manhã de sábado, ás 8 horas, o prefeito Valmir Mariano se fez presente,  na Escola Municipal Terezinha de Jesus, no bairro Cidade Jardim, deu abertura a solenidade, logo em seguida o prefeito participou de um delicioso café da manhã juntamente a comunidade presente.

Dando continuidade a programação de atividades culturais e sociais durante o dia todo.
 Na unidade escolar, participaram da ação  secretarias: da Saúde, da Assistência Social, da Cultura, da Segurança Pública, Procon, DMTT, da Mulher, Esporte, do Meio Ambiente, SAAEP e outras demais, fizeram o atendimento publico.

O SAAEP também se fez presente, levando o sistema de abastecimento até local de forma lúdica, esclarecendo dúvidas quanto ao funcionamento do sistema, aproveitando os visitantes foi enfatizado o "DESPERDÍCIO ZERO", mostrando que o planeta vem sofrendo com a escassez de água, o município não está longe, o nível do Rio Parauapebas vem, sofrendo modificações, com a retirada de areia do rio, moradores invadindo o local para construir casa na área de preservação permanente, jogando esgoto doméstico diretamente no rio sem tratamento, agravante maior é o desmatamento acelerado dos morros, com isso tem alterado as condições climáticas, as estações do ano, assim comprometendo a natureza que  DEUS nos deu para cuidar. 

Reflexão:

O que você esta fazendo para ajudar o planeta ?

 Acorda Parauapebas! 

Daqui um tempo teremos mais esse rio precioso? Teremos água?
  

 Fotos : Educação Ambiental / Assessoria de Comunicação do SAAEP



 
 

 
 








ONG faz dossiê e mostra que Belo Monte não pode ter licença para operar

Foto aérea mostra região onde a usina de Belo Monte está em construção, no Pará 

RESUMO DO ARTIGO:

Neste texto, a jornalista Amelia Gonzalez comenta o dossiê preparado pelo Instituto Socioambiental (ISA) sobre os impactos causados pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. VEJA A ÍNTEGRA DO ARTIGO ABAIXO: 

Para digerir o dossiê Belo Monte feito pelo Instituto Socioambiental (ISA) que li durante todo o fim de semana, tive que buscar ajuda de quem pensa criticamente o desenvolvimento. 

A Usina Belo Mont

e, quando construída, deverá produzir cerca de 4.500 MW em média ao longo do ano, o que representa aproximadamente 10% do consumo nacional. 

Será a terceira maior hidrelétrica do mundo em potência instalada e a maior inteiramente em território nacional.

Se, em resumo, desenvolvimento é sinônimo de vida, quem pode ser contra?

Alguém como GilbertRist, professor do Instituto Universal de Estudos do Desenvolvimento, situado em Genebra. Escreve Rist num artigo do livro “The Post-Development Reader” (Zed Books):

“As organizações são raramente questionadas sobre se os sinais de desenvolvimento   têm algum significado real para as populações atingidas”.

Já me basta esta reflexão para acompanhar o pensamento do antropólogo Guilherme Orlandini Heurich, que escreve um dos artigos que acompanham o dossiê do ISA.   

Ele se pergunta:“Será que algo do tamanho, físico e simbólico, de Belo Monte pode ser ressignificado por um povo como os Araweté?”

Não preciso conhecer a rotina dos Araweté, povo que habita uma das terras indígenas afetadas pelas obras para imaginar que não, eles não conseguem entender que o combustível, as voadeiras e os fardos de arroz que chegam à aldeia são uma contrapartida para algo que o homem branco chama de desenvolvimento. 

Para aquelas pessoas, segundo o relato de Orlandiini Heurich, será a morte “do povo do Ipixuna”.

Fato é que, baseados em mais de 50 entrevistas e em duas dezenas de artigos inéditos, a equipe do ISA decidiu elaborar o dossiê, esperando que funcione como uma espéciede reflexão sobre o licenciamentoda Usina de Belo Monte. 

O estudo tem o intuito de “promoverum debate qualificado, que possa influenciar o planejamento, a execução, a fiscalização e o controle social”.

A conclusão, depois de tudo o que os técnicos do ISA leram e refletiram, é de que não há condições para a licença de operação da usina, subtítulo da obra que foi lançada hoje e pode ser lida no site do Instituto (veja aqui) .

Um dos principais gargalos, como é fácil de se prever, foi o aumento da população gerada pelas obras. 

De 2011 para cá, segundo informa o dossiê, de cem mil pessoas a população da cidade paraense de Altamira, localizada às margens do Rio Xingu, que virou palco da construção da Usina (veja aqui)cresceu para cerca de 150 mil pessoas. 

Para diminuir os impactos negativos, o Ibama exigiu que o consórcio Norte Energia S/A, que está realiando a obra, cumprisse várias exigências que ainda estão em pendência.
   
Diz o estudo: “O que se verificou, na elaboração deste dossiê, é um cenário de descompasso. 

A Norte Energia é capaz de erguer a terceira maior hidrelétrica do mundo e não conseguiu, em três anos, construir um hospital público em Altamira a tempo de atender à demanda geral no pico das obras”.

Sim, foram empregados R$ 458 milhões na implantação de tubos e na estação de tratamento de esgoto e de água mas isso não garante que a cidade vá ter saneamento básico.

É que este sistema não foi conectado à casa dos moradores. 

A empresa alega que fez o que foi exigido no Projeto Básico Ambiental (PBA) e que não é função dela fazer as obras nas casas dos moradores. 

O poder público local não se coça. Corre-se o risco, alerta o dossiê, de que assim que seja autorizado o barramento do Rio Xingu, “degradem-se as águas do reservatório”.

A concessão da licença prévia da Usina foi dada há cerca de cinco anos, e até hoje persistem os problemas na implementação da infraestrutura de saúde, educação ,  saneamento básico e de proteção das terras indígenas.

Há problemas  que demonstram uma total desconexão entre realidade e teoria: algumas salas de aula construídas pela concessionária ganharam modernos aparelhos de ar condicionado que não podem ser utilizados por inadequação à rede elétrica.

É mais ou menos como ganhar uma geladeira de presente que não cabe em sua cozinha.

Os exemplos dessa desconexão se acumulam no dossiê. 

Esta é a última etapa do licenciamento ambiental, e não  se pode deixar mais “para depois” a solução dos problemas.

Meu olhar mais atento vai para a questão das remoções. Segundo o estudo,  o consórcio não levou em conta a peculiaridade dos povos que moram à beira rio.

Essas famílias normalmente têm duas casas, uma próxima do rio e outra mais afastada, por questões de conveniência.

Mas, na hora em que tiveram que optar sobre a melhor forma  de serem ressarcidos, essas duas modalidades de moradia foram ignoradas pela concessionária.

Das  quase oito mil famílias que serão atingidas pela barragem, 1.798 já optaram por uma das formas de compensação.

Só 28, ou seja, 1,5%, escolheram o reassentamento rural. Outras 1.378 – 75% - optaram por indenizações em dinheiro e 379 – 21% - preferiram a carta de crédito, um processo onde o morador escolhe o terreno e a concessionária o compra posteriormente.

O relatório do ISA conta a história de uma mulher, analfabeta, que optou pela indenização sem ter muito ideia do que isso significava, e se arrependeu.

Nos últimos quatro anos, o número de acidentes de carro em Altamira saltou de 456 por ano para 1.169 por ano, segundo dados colhidos no Hospital Regional.  

Na Terra Indígena de Cachoeira Seca foram extraídos 200 mil metros cúbicos de madeira só em 2014. Em todas as terras indígenas situadas na área afetada por Belo Monte houve um crescimento de 16,3% de desmatamento.

A construção da usina tem tornado as águas do Xingu turvas, impossibilitando a pesca em algumas regiões.

Essas são algumas questões  levantadas no extenso dossiê que certamente serão contestadas pelo governo e pela concessionária Norte Energia. Faz parte de um processo polêmico, grandioso demais.

Há a promessa de que o Xingu não terá mais nenhuma hidrelétrica, o que é bom. 

Até porque, segundo outro estudo divulgado na sexta-feira (26) pelo Greenpeace e Observatório do Clima (veja aqui)a diversificação das fontes de energia é fundamental para que se pense em desenvolvimento sustentável.

O dossiê do ISA é a forma de a sociedade civil exercer o legítimo controle social. Tenho feito contato com situações em que esse controle tem sido importante para conseguir mudanças estruturais (leia aqui). 

O próprio estudo do instituto mostra que uma única comunidade no Xingu conseguiu que o consórcio construísse um bairro à beira rio, como todas as outras gostariam para continuarem vivendo uma vida parecida. 

Houve mobilização, deu certo.
Nada parecido, no entanto, ao caso do Chile que, no ano passado, rejeitou um projeto de uma enorme hidrelétrica na Patagônia (leia aqui, em inglês) com forte mobilização nas ruas. Belo Monte não pode mais ser paralisado, se tornaria um enorme elefante branco. 

Mas há muito que pode ser feito no sentido de minimizar os impactos socioambientais e, nesse sentido, o dossiê dá uma valiosa ajuda às autoridades e à empresa. 

O ideal seria que todo mundo pudesse se sentar para resolver as pendências.

O calendário pendurado no escritório de Altamira da Norte Energia comemora: “faltam 64 dias para a Licença de Operação”. 

Mas, pelo que se vê, muito ainda precisa ser feito para uma licença definitiva à obra.

*Crédito da imagem: André Villas-Bôas/ISA

Após quatro anos, vertedouro de Itaipu volta a abrir todas as comportas

Vazão de água na manhã deste domingo (22) passou de 11 milhões de l/s.
Cheia vem sendo monitorada por comissão que alerta sobre enchentes.

Do G1 PR, em Foz do Iguaçu
As três calhas do vertedouro de Itaipu foram abertas neste domingo (22) por volta das 10h (Foto: Patrícia Iunovich / Itaipu Binacional / Divulgação) 
As três calhas do vertedouro de Itaipu foram abertas neste domingo (22) por volta das 10h (Foto: Patrícia Iunovich / Itaipu Binacional / Divulgação)
 
 
Com vazão recorde, a Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, abriu na manhã deste domingo (22) todas as 14 
comportas do vertedouro.

Situação semelhante foi registrada pela última vez em 2011. 

Por volta das 10h, o volume de água dispensado pelas três calhas passava de 11 milhões de litros por segundo, o equivalente a sete Cataratas do Iguaçu em dias normais. 

Inicialmente, a previsão é que seguisse aberto até as 12h, porém até as 13h30 seguia sem previsão de fechamento.

A vazão do excedente de água não usado na produção de energia elétrica é a maior do ano.

Por causa do espetáculo raro, o Complexo Turístico da hidrelétrica disponibilizou ônibus extras para a visitação neste domingo e lembra que moradores de Foz do Iguaçu e região não pagam para fazer a visita panorâmica.

 Para tanto, é preciso apresentar comprovante de endereço recente.

Por ser uma usina que opera com reservatório um pequeno volume de água se comparado à vazão do rio – do tipo fio d’água -, Itaipu não tem como “segurar” a água do Rio Paraná.

Por isso, toda a água que chega até a barragem segue o curso do rio barragem abaixo, seja passando pelas unidades geradoras e produzindo energia, ou dispensada pelo vertedouro, quando há mais água do que o necessário para a geração.

O reservatório opera no sistema de cotas mínima e máxima de armazenamento. 

A cota máxima fica aos 220,30 metros acima do nível do mar. 

Até hoje, a cota mínima utilizada por Itaipu foi de 215,35 metros, em 2001, quando a binacional precisou operar em carga máxima para atender o setor elétrico brasileiro. 

Naquele ano, o Brasil chegou a enfrentar um racionamento de energia e a usina precisou ser acionada com maior potência.

Imagem rara: vertedouro de Itaipu teve todas as calhas abertas pela última vez em 2011 (Foto: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional)Imagem rara: vertedouro de Itaipu teve todas as calhas abertas pela última vez no dia 24 de julho de 2011, quando a estrutura passou por testes (Foto: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional)
Alerta para enchentes

A Comissão de Cheia permanece monitorando e avaliando a situação, com a divulgação de boletins permanentes de alertas hidrológicos para a região. No sábado (21), cerca de 40 casas no bairro San Rafael, em Hernandárias, no Paraguai, foram atingidas pela elevação do Rio Paraná na região da Ponte da Amizade, na fronteira entre o Brasil e o país vizinho. 


Naquele ponto, o nível do rio chegou a 113,3 metros, mais de 4 metros acima do normal.

Vazão no vertedouro passou de 11 milhões de litros de água por segundo, o equivalente a mais de sete Cataratas do Iguaçu (Foto: Isabeli Zucheli / RPC)Vazão no vertedouro passou de 11 milhões de litros de água por segundo, o equivalente a mais de sete Cataratas do Iguaçu (Foto: Isabeli Zucheli / RPC)
Estrutura segura

Apesar do grande volume de água no lago, técnicos de Itaipu asseguram que a população não precisa temer possíveis rompimentos da barragem.


“Não há motivo algum para preocupação com Itaipu”, afirma o coordenador da Comissão de Concreto do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), engenheiro José Marques Filho, que esta semana esteve na usina para ministrar um curso sobre segurança de barragens, direcionado a 25 funcionários de Itaipu.

Completo Turístico preparou esquema especial de visitação disponibilizando ônibus extras para turistas e moradores da região (Foto: Patrícia Iunovich / Itaipu Binacional / Divulgação)Completo Turístico preparou esquema especial de visitação disponibilizando ônibus extras para turistas e moradores da região (Foto: Patrícia Iunovich / Itaipu Binacional / Divulgação)
 
 
Para ele, a combinação de três fatores – projeto, obra e monitoramento bem feitos – faz com que o risco em Itaipu seja considerada mínimo, apesar de sua dimensão gigantesca.

 “Uma obra deste porte tem importância monstruosa, do ponto de vista econômico e de responsabilidade com as pessoas do entorno. 

Imagine ter um problema na usina que contribui com quase 17% do consumo de energia do País?

 Seria desastroso”, observa.

Itaipu conta com mais de 2,5 mil instrumentos para acompanhar o comportamento das estruturas de concreto e da fundação das suas barragens, além de 5.295 drenos e do próprio vertedouro, com capacidade para vazão de 60 milhões de litros por segundo.

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...