Bate-boca envolveu João Rodrigues (PSD-SC) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).
Para Rodrigues, colega é 'escória'; Wyllys reagiu chamando-o de 'fascista'.
Um bate-boca com troca de ofensas entre os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC) paralisou por alguns minutos as votações desta quarta-feira (28) no plenário da Câmara.
A discussão começou quando Rodrigues subiu à tribuna para criticar parlamentares que se opõem à revogação do Estatuto do Desarmamento.
No discurso, o deputado de Santa Catarina ironiza a trajetória de Jean Wyllys e chega a chamá-lo de “escória” do país.
Jean Wyllys reagiu depois, chamando o colega de “fascista” e citando vídeo pornô que Rodrigues teria assistido durante sessão em maio.
João Rodrigues
“Quero comentar algumas afirmações de alguns parlamentares que, ao comentar o Estatuto do Desarmamento, se postam como verdadeiros defensores de bandidos", declarou Rodrigues.
Segundo ele, alguns parlamentares "se equivocam". "Como, por exemplo, o deputado Jean Wyllys, o ex-BBB, que disputou a primeira eleição com 13 mil votos.
Chegou a esta Casa com a sua exposição naquele programa extremamente culto, que acrescenta demais na cultura dos brasileiros.
Chegou e questionou o comportamento de cada parlamentar, chamando os parlamentares de bandidos”, disse João Rodrigues.
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O deputado prosseguiu o discurso criticando a posições que Jean Wyllys defende, como a descriminalização das drogas.
“A sua vida pregressa eu não conheço.
A sua experiência política eu sei.
Tenho sete mandatos, fui três vezes prefeito.
E tive a honra de ser o segundo deputado mais votado na história de Santa Catarina.
Posso até ser criticado, mas vindo do senhor é elogio.
Um parlamentar que defende perdão para drogas, que defende que adolescente pode trocar de sexo, mesmo sem autorização dos pais.
isso não é deputado, é a escória deste país, mas ocupa lugar como deputado”, afirmou.
Jean Wyllys
A fala gerou protestos no plenário, e Jean Wyllys pediu a palavra.
No microfone, o deputado do Rio de Janeiro partiu para o ataque e acusou João Rodrigues de ser “ladrão de dinheiro público” e ter atitude “fascista”.
“Ele e todos os fascistas vão ter que me engolir. Sou homossexual assumido, sim, e vocês vão ter que me engolir. Vocês não vão me intimidar”, declarou.
Jean Wyllys também citou o fato de João Rodrigues ter sido flagrado, em maio deste ano, assistindo a um vídeo pornô durante a votação da proposta de reforma política.
A cena foi divulgada pelo SBT.
“Homens decentes não assistem vídeos pornôs em plena sessão plenária, não são condenados por improbidade administrativa, como o deputado foi.
Quam não tem moral para representar o povo brasileiro é ladrão.
Qualquer programa de televisão é mais decente que deputado que rouba dinheiro do povo.
É mais decente que deputado que usa sessão para ver vídeo pornô”, disse Jean Wyllys.
“Resta saber se seu vídeo pornô era hétero ou não”, disse Wyllys.
A fala do deputado do PSOL gerou um princípio de confusão no plenário, já que Rodrigues ficou exaltado.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu “ordem” em plenário e as discussões cessaram.
Cunha
Pouco depois, um novo princípio de confusão começou no plenário, quando a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) subiu à Mesa Diretora da Câmara e abriu um cartaz atrás de Eduardo Cunha com os dizeres: “Cunha quer trazer o dinheiro sujo da Suíça. Diga Não!”.
Pouco depois, um novo princípio de confusão começou no plenário, quando a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) subiu à Mesa Diretora da Câmara e abriu um cartaz atrás de Eduardo Cunha com os dizeres: “Cunha quer trazer o dinheiro sujo da Suíça. Diga Não!”.
A deputada é filha do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, desafeto do presidente da Câmara.
Clarissa Garotinho foi abordada por seguranças da Casa, que a convenceram a descer para o plenário.
Cunha é investigado pela Procuradoria-Geral da República pela suspeita de manter contas secretas na Suíça.
Na Câmara, é alvo de duas representações por quebra de decoro parlamentar que pedem a cassação de seu mandato.
“Estou fazendo essa manifestação em forma de cartaz, porque aqui, para falar, tem ser líder ou vice-líder.
Todas as vezes em que fui sorteada para falar, o presidente da Câmara marca sessão extraordinária para eu não falar.
Eu estava inscrita hoje para discursar e ele encerrou antes o debate”, criticou Clarissa Garotinho