TUDO É FORÇA, SÓ DEUS É PODER. "DEUS SEM MIM CONTINUARÁ SENDO DEUS. EU SEM DEUS NÃO SEREI NADA". DISSE JESUS : ”E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ“. JOÃO 8:32 . TODOS CONTRA A PEDOFILIA, EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL, A CORRUPÇÃO GENERALIZADA NO NOSSO PAÍS, A VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS, AS CRIANÇAS E TODOS INDIVÍDUOS INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDADE. ACESSE DIARIAMENTE A SUA "REVISTA ELETRÔNICA".
sexta-feira, março 30, 2012
Promotor apura caso de corrupção e pede prisões
O promotor de justiça Aluísio Maciel Neto revelou ontem que pediu ao Judiciário a prisão preventiva de quatro pessoas que teriam participação num esquema de corrupção que envolveria o SAAE, uma empreiteira e dirigentes da associação Os Independentes. Em entrevista coletiva, o dr. Aluísio contou que a investigação começou em agosto de 2011 e apurou que áreas do Parque do Peão foram asfaltadas pela empresa “Carmo Ferreira”, que era contratada do SAAE, mas o serviço teria sido realizado em troca de credenciais para a Festa do Peão e a cessão do espaço Berrantão para uma festa particular de casamento. Na denúncia, o promotor de justiça apontou como envolvidos Luiz Carlos Anastácio, o Paçoca, que seria o gestor indireto do SAAE, o servidor da autarquia Leone Wilman, além de Marcos Murta, ex-presidente de Os Independentes, e Glei-dson Vedovato, funcionário da associação. Segundo o dr. Aluisio, no procedimento de investigação da Promotoria foram constatadas situações “de corrupção ativa, passiva e peculato dessas quatro pessoas”. O promotor Aluísio Maciel Neto confirmou também sua remoção por merecimento para Santa Bárbara D´ Oeste.
FOTOS: Tininho Junior
O promotor Aluísio Maciel Neto revelou os detalhes do caso na tarde de ontem
Justiça aceita denúncia de corrupção no Parque do Peão em Barretos
Ex-presidente do parque teria trocado favores para local ser asfaltado.
Escutas telefônicas autorizadas foram usadas como prova por promotoria.
O juiz da 2ª Vara Criminal de Barretos (SP) aceitou uma denúncia do Ministério Público sobre o suposto uso de recursos de uma autarquia municipal no Parque do Peão da cidade, de propriedade particular. Foram indiciados dois membros do clube Os Independentes – mantenedor do local e organizador da Festa do Peão – Gleidson Vedovato e Marcos Murta – que presidia a entidade na época – além do ex-diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) Luis Carlos Anastácio e do engenheiro Leone Wilman Filho.
Segundo o promotor Aluisio Antonio Maciel Neto, escutas telefônicas foram usadas como prova. As gravações apontaram que entre julho e agosto de 2011, uma empreiteira contratada pelo Saae asfaltou o heliponto do parque e realizou o recapeamento de trechos dentro do local. As vias tinham sido danificadas por causa da abertura de uma rede de água e esgoto para o Barretos Therma Park, que fica nas imediações do recinto.
Em troca dos serviços, Murta e Vedovato teriam dado, aos funcionários da empreiteira e do Saae, credenciais para todos os dias da Festa do Peão. Os representantes dos Independentes também teriam cedido o Espaço Berrantão – salão usado para eventos – para o casamento da filha de Luis Carlos Anastácio.
Funcionários da empreiteira que trabalharam nas obras no parque depuseram no Ministério Público e confirmaram terem recebido credenciais. Os suspeitos foram indiciados por peculato, corrupção ativa e passiva e usurpação de patrimônio. O promotor chegou a pedir a prisão preventiva dos envolvidos, mas o juiz Luciano de Oliveira Silva foi contrário à medida.
Outro lado
Todos os envolvidos negam as acusações. Os membros do clube Os Independentes disseram que vão aguardar seu advogado ter acesso aos autos para depois se manifestarem.
Em nota, Luis Carlos Anastácio acusou o promotor de expor os envolvidos “pintando-nos de delinquentes, valendo-se da autoridade de seu cargo”. Segundo ele o pedido de prisão preventiva “visava apenas a obter manchete na mídia local”.
Anastácio afirmou que entrará com uma ação contra o promotor Aluisio Antonio Maciel Neto na Corregedoria do Ministério Público, além de pedir indenização por danos morais.
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Depois da audiencia publica com os promotores eu pergunto: e agora ministério publico?
E aos vereadores que fazem a quase que uma escolta armada em torno do prefeito não deixando seguer que ele seja investigado pela camara? Será porque estes tambem tem se beneficiado dos favores do prefeito? Será que o nepotismo envolve só os parentes do prefeito ou estes vereadores tem a familia inteira dentro tambem?
Com relação a tudo isso só tem dois lados: os que repudiam esta roubalheira os que se beneficiam dela. De que lado cada vereador está? Acho que quanto a isso não temos muitas dúvidas....
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Como um representante da lei pode fazer alguma coisa se ele consome o produto do crime.
Uma pessoa me confidenciou que até a babá da filha do promotor era pago pela prefeitura de Agua Azul.
Sou morador desta cidade há mais de 15 anos e nunca vi tanto desvaneio com o dinheiro público.
Nota de esclarecimento - Acidente na Estrada do Manganês (Atualização)
A Vale lamenta informar que hoje, por volta de 00h40, uma árvore, ao cair, atingiu um ônibus que transportava empregados na Estrada do Manganês. O acidente aconteceu no Km 17 da rodovia, que dá acesso à Mina do Azul, na Serra dos Carajás, município de Parauapebas, Pará. Os empregados estavam no trajeto de retorno às suas residências, após o término do turno de trabalho. No momento da ocorrência chovia na região.
O acidente deixou três mortos e nove feridos. A Vale lamenta profundamente o ocorrido e informa que está prestando toda a assistência necessária aos empregados e seus familiares.
Assessoria de Imprensa
Lívia Amaral (Belém) - Tel: 91 3215-2460 2461 / Cel: 91 8886-7361
Carmem Oliveira (Marabá) - Tel: 91 3215-2462 / Cel: 94 8808-3507
Andrea Batista Reis (Parauapebas) - Tel: 94 3327-4763 / Cel: 94 8803-1039
Fernanda Lacerda (Parauapebas) - Tel: 94 3327-4767 / Cel: 94 8808- 3521
www.vale.com/saladeimprensa
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Ressalto que a população e os meios de comunicações locais não possuem coragem de divulgar nada contra ao Prefeito de Água Azul do Norte por puro medo.
Acho que começa a surgir uma luz no fim do túnel.
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Senão que outra função teria um vereador?
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NÃO TEVE REAJUSTE SALARIAL PARA OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS.
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SINTEPP sub-sede de Água Azul deixou um novo comentário sobre a sua postagem "PREFEITO DE ÁGUA AZUL DO NORTE FAVORECE PARENTE E ...":
Portanto, acho que a pergunta seria outra amigo: Onde estavam os homens que se elegeram como fiscais do povo?
Quando se elegeram não falaram em sindicato.
Onde estavam estes homens quando os trabalhadores foram tiveram seu concurso anulado?
Quem faz os levantamentos contáveis pra seja cobrado e todo ano efetivado o reajuste dos servidores?
Qem escreveu, discutiu e apresentou para os vereadores apenas aprovasse o plano de carreiras dos trabalhadores da educação?
O que aconteceu com a notificação de irregularidades detectadas nas contas do FUNDEB entre na cãmara?
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Ate que enfim a população esta acordando.
Cadê os sindicatos?
Os funcionários passavam ate três meses sem receber ai e ninguém fazia nada...
Com nossos votos colocamos no poder, e temos o direito e obrigação de cobrar.
Justiça, honestidade, transparência a cima de tudo... Vai a tudo população de Água Azul
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O que mais machuca é saber que quando uma parcela da cidade se organiza para defender seus direitos e cobrar justiça, se torna presa fácil perto do poder e do dinheiro que este senhor (Renan) conseguiu em tão pouco tempo.
Como alguém que vivia andando de bicicleta pelas ruas emburacadas da cidade, e depois de oito anos, anda de carro luxuoso pelas mesmas ruas emburacadas...
Será que ninguém neste país vai ouvir a voz de um povo tão sofrido, que só querem que vcs investiguem, só isto, investigação, pois, com certeza vão encontrar uma irregularidade, já que ele e seus parentes fazem o que querem, por achar que ninguém irá fazer nada.
Será que só Deus para nos ajudar? Cadê a justiça séria deste país? Façam alguma coisa pelo amor de deus...
STF autoriza quebra de sigilo bancário do senador Demóstenes Torres
Novas gravações mostraram detalhes da ligação do senador com um suspeito de chefiar uma quadrilha de jogos ilegais.
Em Brasília, o destaque é para decisão do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a quebra do sigilo bancário do senador Demóstenes Torres, do Democratas.
Novas gravações mostraram detalhes da ligação do senador com um suspeito de chefiar uma quadrilha de jogos ilegais.
São novos detalhes do envolvimento dele com Carlinhos Cachoeira. Além da quebra do sigilo bancário, o Supremo Tribunal Federal autorizou, também, que Demóstenes Torres tenha acesso aos documentos da investigação.
Já no início da semana que vem o senador deve dar explicações ao partido dele, o Democratas. O Dem cobrou e Demóstenes Torres pediu um tempo para, segundo ele, conhecer melhor as acusações.
O senador Demóstenes Torres passou o dia em casa, em silêncio. A quebra do sigilo bancário dele foi determinada na noite desta quinta-feira (29). “Para nós, é interesse absoluto que seja quebrado o sigilo bancário e fiscal porque nós não temos nenhuma preocupação”, afirma o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro.
Agora, é que começa, de fato, a investigação sobre a relação do senador com o bicheiro Carlos Cachoeira. A autorização foi dada pelo Supremo Tribunal Federal, porque ele é parlamentar.
Mas Demóstenes Torres não será ouvido agora, como queria o procurador-geral da República, que vai conduzir a investigação. O Supremo acha que não é o momento, mas determinou que a Polícia Federal transcreva 19 conversas telefônicas.
Entre as conversas já analisadas, há trechos novos. Carlinhos Cachoeira discutiu o destino de R$ 1 milhão com o contador dele, Giovane Pereira da Silva, que está foragido. E o nome do senador é citado.
Cachoeira pergunta por telefone a Geovani que historia é essa de um milhão que ele estaria segurando? Geovani diz que eles estão segurando esse valor por ordem dele, Cachoeira. O bicheiro responde que esse ‘um’ é do Demóstenes. O contador diz que não. E faz uma conta: diz a Cachoeira que em outubro de 2010 estava "dois e cem", aí eles lançaram um "dele", e deram baixa. Cachoeira então diz que só tinha um na pendência que ele jogou para Demóstenes. E, antes de desligar, pede ao contador que leve o caderno na casa dele para ele ver.
A avaliação no Senado é de que Demóstenes se complicou ainda mais. “O status da acusação ampliou. A acusação antes era de receber benefícios de um contraventor. A partir de agora, a acusação é de integrar a organização. Então, é um status muito mais grave, que exige um posicionamento, por parte do Senado”, aponta o senador Randolfe Rodrigues.
Mas o Conselho de Ética que vai analisar o pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar, só vai se reunir daqui a 11 dias. Amigos do senador, que é do Democratas, já falam na renúncia do mandato. Avaliam que ele não teria apoio político suficiente para escapar de uma cassação.
O presidente do Senado, José Sarney, também avaliou como difícil a situação: “Eu não quero fazer medida de valor, quero dizer que se trata de um assunto grave”.
O ministro Ricardo Lewandowski também pediu ao Senado que envie cópias das emendas apresentadas pelo senador Demóstenes Torres ao orçamento da União. Análise que poderá confirmar ou não se o senador utilizou prerrogativas do cargo dele para beneficiar Carlinhos Cachoeira.Bilionários chineses são presos por pagar propina a funcionário público
Na lista dos bilionários do planeta, os irmãos Kwok, Thomas e Raymond, estão na posição de número 27.
Um caso de corrupção sacudiu a Ásia. Dois bilionários chineses foram para a prisão porque foram pagaram propina para um funcionário público.
Na Ásia, os irmãos Kwok são muito conhecidos. Principalmente por quem acompanha a lista de ricos e famosos. Na lista dos bilionários do planeta, os irmãos Kwok, Thomas e Raymond, estão na posição de número 27. No sudeste asiático estão em segundo lugar. Eles têm US$ 18 bilhões.
Eles foram levados à sede da comissão de combate à corrupção de Hong Kong em um carro de luxo, mas ficaram com cara de constrangimento quando foram cercados pelos fotógrafos.
Os irmãos Kwok são suspeitos de pagar propina a um funcionário público, que também foi preso.
Demóstenes usou cargo de senador para beneficiar Cachoeira
Ex-líder do DEM no Senado colocou mandato a serviço do contraventor
BRASÍLIA - Novas gravações da Polícia Federal mostram que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) colocou o mandato e o prestígio de parlamentar a serviço de negócios de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por chefiar a exploração ilegal de caça-níqueis e outros jogos em Goiás. Nas escutas, obtidas pelo GLOBO, Demóstenes acerta com Cachoeira táticas que vão da interferência em processo judicial ao lobby pela legalização dos jogos de azar no Congresso Nacional.
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Nos diálogos, o senador trata ainda de nebulosos negócios na Infraero no período em que a estatal estava sob o comando do brigadeiro José Carlos Pereira, e Demóstenes era o relator da CPI do Apagão Aéreo. Em outros trechos das gravações, Demóstenes pede dinheiro a Cachoeira para pagar despesas com táxi-aéreo, no valor de R$ 3 mil, conforme antecipou O GLOBO na sexta-feira passada.
As conversas foram gravadas pela Polícia Federal, durante a Operação Vegas, ao longo de 2009. Num dos diálogos, interceptado às 14h41m de 22 de junho de 2009, o senador pede que Cachoeira pague o frete de um avião da Sete, empresa de táxi-aéreo. O contraventor já cobra a conta na mesma conversa e pede ao senador que interceda num processo judicial que estava no gabinete do desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição, do Tribunal de Justiça de Goiás. O processo estava relacionado a um delegado e três agentes da Polícia Civil de Anápolis acusados de tortura e extorsão.
- Por falar nisso, tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar, não, da Sete, né? - pede Demóstenes.
- Tá, tu me fala aí. Eu falo com o... com o Vilnei. Quanto foi lá? - concorda Cachoeira.
Favor em troca de dívida
O senador informa que a despesa é de R$ 3 mil. Cachoeira diz que vai mandar um auxiliar quitar a dívida e imediatamente encomenda um serviço especial ao parlamentar.
- Deixa eu te falar. Aquele negócio (processo) tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim? - diz Cachoeira.
O senador pergunta sobre um detalhe do caso e aceita a missão.
- Tá tranquilo. Eu faço - diz Demóstenes.
Os dois já tinham acertado formas de interferir no processo em conversas anteriores. Nos diálogos, em que Demóstenes chama Cachoeira de “Professor” e é tratado pelo amigo de “Doutor”, o senador relata ao contraventor o resultado de uma reunião que tivera pouco antes com o magistrado.
- Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal - confidencia o senador, numa conversa interceptada às 16h39m de 6 de abril de 2009.
Cachoeira quer saber se o julgamento será rápido, e o senador confirma.
- Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o... negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível - avisa Demóstenes.
Num diálogo, gravado em 22 de abril de 2009, o contraventor manda o senador fazer um levantamento sobre o projeto de lei 7.228, relacionado a jogos de azar, e dois dias depois cobra uma posição de Demóstenes. E até pede que ele fale com o então presidente da Câmara, Michel Temer, hoje vice-presidente da República. O senador promete ajudar e diz que vai tentar fazer com que o plenário da Câmara vote a proposta, o que não aconteceu.
- Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara. 7.228 2002. PL (projeto de lei) - orienta Cachoeira.
O senador obedece, pede mais informações, anota e aceita a tarefa.
- Vou levantar agora e depois te ligo aí - promete.
Em outras conversas, o senador, que sempre alegou desconhecer atividades ilegais de Cachoeira, alerta que o texto, na forma em que se encontrava, poderia prejudicar o contraventor.
- Regulamenta, não (as loterias estaduais). Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: “transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização”. Então inclusive te pega, né? Então vou mandar o texto pra você. Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada - avisa Demóstenes.
Cachoeira discorda e acalma o senador.
- Não, regulariza, sim, uai. Tem a 4-A e a 4-B. Foi votada na Comissão de Constituição e Justiça - diz.
Uma outra conversa, gravada em 4 de abril de 2009, revela que o senador e o contraventor estão de olho em um milionário “negócio” em andamento da Infraero. Um dos intermediários na transação seria Dadá, o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Matias Dadá, um dos presos na Operação Monte Carlo. Demóstenes teria usado a autoridade de relator de uma CPI para levantar informações e prospectar contratos de informática na estatal.
- O negócio da Infraero, conversei com a pessoa que teve lá. Disse o seguinte: o nosso amigo marcou um encontro com ele em uma padaria, não sei o quê. E levou o ex-presidente (José Carlos Pereira, da Infraero), cê entendeu? E que aí o trem lá não andou nada. Eles nem sabem o que tá acontecendo - confidencia Demóstenes.
Cachoeira ordena, então, que o senador faça o serviço.
- Mas tem que ser você mesmo. Você que precisava ligar para ele.
Procurado pelo GLOBO, Pereira confirmou que teve três encontros com Demóstenes em 2009 e reforçou as acusações contra o senador, dizendo que o político estava interessado nos contratos da área de informática da Infraero.
- Houve uma época, durante a CPI (do Apagão Aéreo), eu senti que o Demóstenes poderia estar interessado em assuntos muito internos da Infraero, principalmente ligados à área de informática. E eu cortei na raiz. Eram licitações - disse o brigadeiro.
O desembargador Alan Sebastião confirma que tratou do caso dos policiais torturadores, mas diz que não se lembra se recebeu Demóstenes em seu gabinete. Ele alega que muita gente vai ao gabinete dele pedir “carinho” na análise de processos.
- Mas, se você for escrever alguma coisa, escreva que meu voto foi pela manutenção da condenação dos policiais - disse o desembargador.
Michel Temer disse que, em nenhum momento, foi procurado por Demóstenes para tratar de projetos relacionados a jogos. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, contratado pelo senador, disse que Demóstenes sempre votou contra os bingos, mas não faria comentários porque não conhece o conteúdo das gravações.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/demostenes-usou-cargo-de-senador-para-beneficiar-cachoeira-4451280#ixzz1qbg23GNr
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quinta-feira, março 29, 2012
Alexandre Garcia: "quem recusa teste do bafômetro é porque bebeu"
O STJ decidiu que apenas o bafômetro ou o exame de sangue comprovam a embriaguez. Se o motorista se recusar a fazer o teste, ele não pode ser preso. E o depoimento de testemunhas também não vai valer como prova.
Uma decisão acabou com as dúvidas de muitos motoristas sobre a lei seca. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que apenas o bafômetro ou o exame de sangue comprovam a embriaguez. Se o motorista se recusar a fazer o teste, ele não pode ser preso. Outro ponto importante é que o depoimento de testemunhas também não vai valer como prova.
Foi uma decisão apertada, de cinco a quatro. Em primeiro lugar, essa decisão desestimula quem anda na lei e sente que decisões assim protegem quem está fora da lei. A decisão enfraquece, sim, as campanhas de Lei Seca, principalmente a que mais está salvando vidas, que é a do Rio de Janeiro.
Quem bebe e dirige, assume o risco de causar dano aos outros. Mas é protegido de ser enquadrado em crime, porque tem o direito de não produzir prova contra si. Ou seja, ninguém pode obrigar o alcoolizado a soprar no bafômetro ou ceder sangue para exame. As evidências de bebedeira não valem legalmente, ainda que a pessoa esteja caindo sobre o carro.
A vítima não tem o direito de ser protegida pelo receio de punição exemplar de quem põe vidas em risco. Ainda assim, como todos sabemos, quem se recusa o bafômetro é porque bebeu. Então, a habilitação é apreendida e aplicada multa de R$ 957. Foi o que aconteceu outra noite com o técnico da seleção brasileira.Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua post...":
MAIS GRAVE AINDA OS ÔNIBUS DESTINADOS AO TRANSPORTE ESCOLAR SÃO CORRIQUEIRAMENTE DESVIADOS PARA ATENDER A IGREJAS EVANGÉLICAS E TIMES DE FUTEBOL, FERINDO A FINALIDADE DO TRANSPORTE ESCOLAR (ÔNIBUS ESCOLAR DE AGUÁ AZUL SÃO CONSTANTEMENTE VISTOS NAS RUAS DE XINGUARA CHEIO DE ADULTOS, QUE COM CERTEZA NÃO SÃO ALUNOS DA REDE PUBLICA).
TRATORES E RETROESCAVADEIRAS SAO DISPONIBILIZADAS PARA FAZER REPRESAS PARA GRANDES FAZENDEIROS E OUTROS PARTICULARES, PORÉM QUANDO É PARA FAZER ATIVIDADE PÚBLICA, COMO ESTRADAS, BUEIROS E PONTES SE OS RIBEIRINHOS NÃO PAGAREM O COMBUSTÍVEL NÃO TEM O SERVIÇO FEITO.
CONFIRMADO A PRESENÇA DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA APURAR DENÚNCIAS CONTRA O PREFEITO DE ÁGUA AZUL DO NORTE
Na oportunidade, segundo o representante do Legislativo daquele município, foram feitas várias denúncias contra o gestor municipal por representantes da sociedade aguazulense na audiência pública que foi realizada nas dependências da Câmara Municipal local.
Agora iremos acompanhar o desfecho da ação da justiça através do nosso blog e contar também com a colaboração dos nossos amigos residentes em Água Azul do Norte que se sente prejudicado pela ação do sr. Renam, prefeito da cidade, que não tenha receio de nos enviar mensagem denunciando o mesmo, principalmente caso de ameaças, que publicaremos aqui no nosso jornal eletrônico como também participaremos as autoridades competentes para que as mesmas tomem as devidas providências.
Não tenham mêdo de assinar suas denúncias, porque segundo fonte fidedígna, o prefeito Renan, à partir da audiência pública realizada pelos representantes do Ministério Público, se transformou em suspeito número UM de qualquer atentado contra a integridade física de qualquer pessoa que tenha ligação com as denúncias feitas contra o mesmo.
Cremos que a carreira de truculência desse gestor municipal que deveria ser o exemplo de equilíbrio como um cidadão de bem, agora chega ao fim com a atitude da justiça através do Ministério Público.
Vamos continuar monitorando os acontecimentos de Água Azul do Norte, a distância.
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "PREFEITO DE ÁGUA AZUL DO NORTE FAVORECE PARENTE E ...":
Cadê os sindicatos?
Os funcionários passavam ate três meses sem receber ai e ninguém fazia nada... Com nossos votos colocamos no poder, e temos o direito e obrigação de cobrar.
Justiça, honestidade, transparência a cima de tudo... Vai a tudo população de Água Azul.
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O que espanta é a conivencia das autoridades.
O prefeito se vangloria de ser amigo pessoal do promotor (hoje retirado de Xingura) para o qual oferece jantares e presentes.
promove festas regadas a wisks carissimos e ostenta o protudo dos seus roubos pela cidade, como carros, fazendas, maquinas pesadas e etc. etc. o municipio ha muito tempo e a tabua de salvação para parentes vagabundos de prefeitos que viu na prefeitura oportunidade de dinheiro facil...
quarta-feira, março 28, 2012
Morre o escritor Millôr Fernandes
Autor morreu em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Ele teve falência múltipla dos órgãos, segundo filho.
O escritor carioca Millôr Fernandes morreu, às 21h desta terça-feira (27), em casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo Ivan Fernandes, filho do escritor, ele teve falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. Millôr tinha dois filhos, Ivan e Paula, e um neto, Gabriel. Ele foi casado com Wanda Rubino Fernandes. De acordo com sua certidão, Millôr nasceu no dia 27 de maio de 1924, embora ele dissesse que a data correta era 16 de agosto do ano anterior.
De acordo com a família, o velório está marcado para esta quinta-feira (29), das 10h às 15h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Em seguida, o corpo será cremado numa cerimônia só para a família.
Em 2011, o escritor chegou a ser internado duas vezes na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul. Na época, a assessoria do hospital não detalhou o motivo da internação a pedido da família.
Nascido no bairro do Méier, Millôr sempre fez piada em relação ao seu registro de nascimento. Costumava brincar que percebeu somente aos 17 anos que o seu nome havia sido escrito errado na certidão: onde deveria estar Milton, leu “Millôr” (o corte da letra “t” confundia-se com um acento circunflexo, e o “n” com um “r”). Seja como for, gostou do novo nome e o adotaria a partir de então. “Milton nunca foi uma boa escolha”, comentaria anos mais tarde, durante uma entrevista. A data de nascimento também não estaria correta: em vez de 27 de maio de 1924, ele teria nascido em 16 de agosto do ano anterior.
Desenhista, tradutor, jornalista, roteirista de cinema e dramaturgo, Millôr foi um raro artista que obteve grande sucesso, de crítica e público, em todas as áreas em que se atreveu trabalhar. Ele, que se autodefinia um “escritor sem estilo”, começou no jornalismo em 1938, aos 15 anos, como contínuo e repaginador de “O Cruzeiro”, então uma pequena revista. Ele retornou à publicação em 1943 ao lado de Frederico Chateaubriand e a tornou um sucesso comercial. Lá, criou a famosa coluna “Pif-Paf”, que também teria desenhos seus.
Em 1948, viajou para os Estados Unidos e conheceu Walt Disney. “Nessa época eu ainda acreditava que Disney sabia desenhar. Só mais tarde, lendo sua biografia, aprendi que até aquela assinatura bacana com que ele autentica os desenhos é criação da equipe”, provoca, na autobiografia que escreveu em seu site. No ano seguinte, Millôr assinou seu primeiro roteiro cinematográfico, “Modelo 19", e já foi logo agraciado com o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, criado na década seguinte.
O início dos anos 50 seria importante na vida do autor, tanto pessoal quanto profissionalmente. Na companhia do também escritor Fernando Sabino, fez uma viagem de carro pelo Brasil, com duração de 45 dias. Em 1952, seria a vez da Europa, por onde permaneceria quatro meses. Um ano depois, veria a estreia de sua primeira peça de teatro, "Uma mulher em três atos", no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo.
E foi no teatro, como dramaturgo, que Millôr mais colecionou prêmios. Como em ”Um elefante no caos”, em 1960. Anos depois, diria em seu site: “Foi transformada num excelente espetáculo pela genial direção de João Bittencourt. Uma das poucas vezes que um diretor melhorou um trabalho meu”.
Também no teatro foi um tradutor prolífico e importante. Clássicos como “Rei Lear”, de William Shakespeare, a moderna “As lágrimasaAmargas de Petra von Kant”, de Fassbinder, ou o musical Chorus Line, de James Kirkwood e Nicholas Dante, chegaram aos palcos brasileiros através de suas mãos. "Ao traduzir é preciso ter todo o rigor e nenhum respeito pelo original”, diria em uma entrevista.
Roteirista
Como roteirista, escreveu mais de uma dezena de textos, dentre eles o longa “Terra estrangeira”, e “Memórias de um sargento de milícias”, adaptação da obra de José Manuel de Macedo produzida pela Rede Globo de Televisão. Também roterizou espetáculos musicais, como o musical “Liberdade liberdade”, escrito em parceria com Flávio Rangel, e “Do fundo do azul do mundo”, ao lado de Elizeth Cardoso e do Zimbo Trio.
Recebeu uma homenagem durante o carnaval carioca de 1983, quando foi samba-enredo da Escola de Samba Acadêmicos do Sossego, de Niterói (RJ). Millôr, inclusive, compareceu ao desfile.
Dentre os veículos de imprensa, colaborou ainda com artigos e crônicas nos jornais “O Correio Brasiliense”, “Jornal do Brasil”, “O Estado de São Paulo”, “O Diário Popular”, “Correio da Manhã”, “O Dia”, “Folha da Manhã” e “Diário da Noite”. Para internet, criou o site “Millôr Online”, sobre o qual diria posteriormente: “Se eu soubesse o que atrai tanta gente, nunca mais faria de novo”.
E, como bom roteirista, ainda escreveria sobre a própria vida: "Meu destino não passa pelo poder, pela religião, por qualquer dessas entidades idiotas. Meu script é original, fui eu quem fez. Por isso não morro no fim".
JN mostra novas gravações da PF sobre o caso Demóstenes Torres
Senador é citado em conversas de empresário preso acusado de jogo ilegal.
'No tocante à questão jurídica, estamos muito tranquilos', disse advogado.
O Jornal Nacional teve acesso a novas evidências da relação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o homem preso como chefe de uma quadrilha de jogo ilegal.
O nome do senador aparece em conversas gravadas nas quais o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, faz referência a quantias milionárias. Ele foi preso pela PF em fevereiro, por suspeita de chefiar a exploração ilegal de jogos em Goiás.
O senador Demóstenes Torres não quis comentar a nova denúncia. O advogado dele, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que o senador está apreensivo com as denúncias.
"Ele está preocupado com essas gravações, que são negativas à imagem dele. Mas no tocante à questão juridica , nós estamos muito tranquilos", afirmou Castro.
As gravações foram feitas pela Polícia Federal há um ano, ainda no começo da operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira no mês passado.
Nas gravações, feitas com autorização da Justica, Cachoeira conversa por telefone com o contador Geovani Pereira da Silva - que está foragido - e com Cláudio Abreu, apontado como sócio de Cachoeira em vários negócios suspeitos.
De acordo com a Polícia Federal, os três discutem nas gravações a contabilidade da organização criminosa. As conversas duram cerca de cinco minutos e o nome Demóstenes é citado seis vezes.
Segundo os investigadores, Geovani e Claudio Abreu querem usar R$ 1 milhão para pagar contas da organização. Mas, nas gravações, não fica claro exatamente o contexto das conversas nem para que se destinava o dinheiro mencionado.
Em um dos trechos, Carlinhos Cachoeira pergunta ao sócio Cláudio Abreu o que ele, Cachoeira, reteve. E ouve como resposta: um milhão do Demóstenes.
Cachoeira, referindo-se sempre a Demóstenes, cita várias cifras, cumulativamente: um milhão e quinhentos, mais seiscentos, que dariam dois e cem. E mais um milhão, que Cachoeira diz ao sócio que pediu para segurar. Ele faz a conta e diz que o total dá três e cem. Claudio Abreu discorda, e, usando a expressão "este do Demóstenes", diz que já tinha sido mostrado a ele e que Cachoeira vinha segurando desde a época em que o senador ganhou a eleição.
Os diálogos a que o Jornal Nacional teve acesso estão entre os cerca de 300 gravados pela Polícia Federal em que aparecem referências a parlamentares, entre eles o senador Demóstenes Torres e que agora estão no Supremo Tribunal Federal.
O Ministério Público Federal pediu a abertura de inquérito para apurar possíveis condutas ilícitas. Quem vai decidir é o relator do caso, ministro Ricardo Lewandovsky, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, o jornal "O Globo" já havia revelado a existência de uma gravação em que Demóstenes Torres pedia R$ 3 mil a Carlinhos Cachoeira para pagar uma empresa de táxi aéreo.
Demóstenes Torres já admitiu que é amigo de Carlinhos Cachoeira e que recebeu dele como presente de casamento uma geladeira e um fogão importados. O senador disse que não devolveu por educação.
Ele também reconheceu que usou um telefone habilitado nos Estados Unidos para manter conversas com Cachoeira. Segundo a polícia, foi uma manobra para tentar evitar que as ligações fossem grampeadas.
O senador Demóstenes Torres não quis comentar a nova denúncia. O advogado dele, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que o senador está apreensivo com as denúncias.
"Ele está preocupado com essas gravações, que são negativas à imagem dele. Mas no tocante à questão juridica , nós estamos muito tranquilos", afirmou Castro.
terça-feira, março 27, 2012
PGR pede abertura de inquérito sobre Demóstenes e dois deputados
Roberto Gurgel disse que considerou as gravações graves.
Interceptações de conversas pela PF duraram 10 meses.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou na noite desta terça-feira (27) que enviou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar o senador Demóstenes Torres e pelo menos outros dois deputados federais citados em relatório da operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro.
A operação prendeu o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, suspeito de chefiar esquema ilegal de jogos. As gravações telefônicas revelaram a ligação dele com Demóstenes e com os deputados federais Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Gurgel afirmou que a definição sobre a necessidade de abertura de inquérito veio após a análise de 10 meses de interceptações telefônicas feitas pela PF. "Considerei [as gravações] graves o suficiente para que houvesse o pedido de instauração de inquérito. É um volume muito grande de interceptações telefônicas e de um período bastante longo", afirmou.
O G1 entrou em contato com a defesa de Demóstenes e deixou recado no telefone, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Em pronunciamento no Senado, o senador disse que mantém relação de amizade com o empresário e negou conhecimento ou envolvimento em atividades ilegais.
O pedido de abertura de inquérito será distribuído agora a um ministro do STF, que será o relator e decidirá sobre a abertura ou não de inquérito. Gurgel disse que pediu diligências normais nesse tipo de caso, mas não especificou quais, por se tratar de um caso sob sigilo.
No pedido, o procurador-geral pediu que a investigação seja desmembrada em três inquéritos. Um será específico para apurar possível envolvimento de Demóstenes em atividades ilegais ligadas ao jogo. A segunda deverá se concentrar sobre outros parlamentares. E um terceiro, sobre demais pessoas envolvidas sem foro privilegiado, para ser remetido à primeira instância da Justiça.
Gurgel disse que pediu a abertura de inquérito em separado para Leréia e Sandes Júnior porque identificou menos indícios da ligação deles com Carlinhos Cachoeira. "Em relação a esses outros dois parlamentares, digamos, há menos elementos e, por isso, também se pediu um desmembramento". O G1 tenta contato com os advogados dos deputados.
O procurador esclareceu que recebeu as informações sobre a operação Monte Carlo há 20 dias e, nesse período, se concentrou na análise da investigação para pedir a abertura dos inquéritos.
segunda-feira, março 26, 2012
MINISTÉRIO PÚBLICO PROMOVE AUDIÊNCIA PÚBLICA EM ÁGUA AZUL DO NORTE APÓS DENÚNCIA NESTE BLOG
Agora a população de Água Azul do Norte terá a oportunidade de manifestar-se perante os representantes do Ministério Público, revelando tudo o que sabe sobre o comportamento tirânico daquele que foi eleito para administrar de forma ordeira e responsável o patrimônio público que pertence aos munícipes.
Parabenizamos aqui, a celeridade do Ministério Público em dar uma reposta tão rápida a nossa denúncia, que visa tão somente, proteger os cidadãos e cidadãs de bem que se tornam reféns de indivíduos incapazes de conviverem de forma civilizada no seio de uma sociedade, ainda que composta de pessoas simples e trabalhadora como é o caso dos moradores de Água Azul do Norte.
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "PREFEITO DE ÁGUA AZUL DO NORTE FAVORECE PARENTE E ...":
Secretário de Planejamento é acusado de estuprar servidora pública em Canaã dos Carajás
Até a última, sexta-feira (23), continuava foragido da polícia o secretário municipal de Planejamento e Gestão da Prefeitura de Canaã dos Carajás, Jurandir Ferreira, conhecido por “Bekão”, residente no Bairro Jardim das Palmeiras, Canaã, acusado de estuprar a servidora pública municipal de iniciais T.O.C, 42 anos, residente no Bairro Novo Horizonte, Canaã dos Carajás, atual diretora de Habitação do Instituto de Desenvolvimento Urbano (Idurb) de Canaã dos Carajás.
O caso ocorreu no início da madrugada da última quarta-feira (21) na residência do acusado e foi comunicado pela vítima ao delegado José Euclides Aquino da Silva no início da tarde do mesmo dia.
O acusado foi nomeado secretário municipal da Prefeitura de Canaã dos Carajás há pouco mais de um mês pelo vice-prefeito Itamar Francisco da Silva, no momento em que este assumiu a titularidade do Poder Executivo, uma vez que o prefeito Anuar Alves da Silva fora afastado do cargo pela Justiça.
De acordo com depoimento da servidora, na segunda-feira (19) ela fora convidada por telefone pelo secretário a comparecer na residência dele por volta das 23h30 para conversar sobre trabalho.
TOC disse que estranhou o horário para tratar de negócios, e acabou não atendendo ao chamado. No dia seguinte, terça-feira, ela disse que ligou para Jurandir, perguntando se ela poderia passar na prefeitura para conversar com ele, mas o secretário respondeu que estava muito ocupado, e que mais tarde retornava a ligação...
Segundo ainda TOC, por volta de meia-noite de terça para quarta-feira (21) Jurandir ligou dizendo novamente para ela comparecer na residência dele, para tratar de assuntos de interesse dela. Ela disse que hesitou por alguns momentos, mas como ouvira falar que o secretário tinha família em casa, resolveu atender à convocação do secretário.
Antes de deixar sua residência em seu carro, a mulher informa que passou o número do celular escrito numa viatura da Polícia Militar para um dos filhos dela e avisou se caso ela demorasse que ele ligasse pra ela e também para a polícia.
Ao chegar à residência de Jurandir, este trancou o portão, soltou um cachorro pitbul na área externa da casa, mandou a diretora de Habitação sentar-se no sofá e informou que tinha uma boa proposta de melhora para ela, mas ela tinha que ser cúmplice dele em todos os sentidos.
“Aí ele começou a se aproximar de mim, querendo tocar nos meus seios e dizendo que era tarado por mim”, conta a mulher à reportagem, acrescentando que ela tentou se esquivar por várias vezes, mas o homem agia com muita violência, chegando a bater no rosto dela, nas nádegas e puxar os cabelos da vítima.
Ela conta que, sem força, foi levada para o quarto do secretário, onde este a despiu e tentou manter relação sexual sem preservativo.Somente depois de muito apelo dela é que o homem resolveu usar camisinha.
De acordo ainda com a depoente, ela só foi liberada da casa do tarado depois das 2 horas da manhã, quando então ela se dirigiu para casa e narrou o fato para o filho adolescente e pela manhã passou o assunto para um amigo e uma amiga, que sugeriram que ela comunicasse o caso à polícia.
EXAMES
Em declarações prestadas à reportagem pelo delegado José Euclides Aquino da Silva, na tarde da última quinta-feira (22), em Canaã, ele informou que naquele mesmo dia havia encaminhado a vítima para ser submetida a exame de conjunção carnal e atos libidinosos no IML de Parauapebas e somente após ter os resultados em mãos estaria solicitando à Justiça a prisão preventiva do acusado.
Em Canaã, a reportagem conseguiu conversar com Jurandir Ferreira por telefone, mas ele se negou a dar esclarecimentos sobre as denúncias que pesam contra sua pessoa, sugerindo que o repórter procurasse o advogado dele, Marcos Tavares da Silva.
À reportagem, o causídico respondeu que o cliente dele foi vítima de uma armação política preparada possivelmente pela suposta vítima ou algum superior dela.
“Como é que uma mulher sai de sua casa mais de meia-noite para tratar de assuntos trabalhistas?”, indaga o advogado Marcos Tavares, assegurando que nas próximas horas ele estaria apresentando seu cliente à polícia.
OBSERVAÇÃO: Reportagem completa produzida pelo jornalista Waldir Silva, Diretor da Sucursal do Correio do Tocantins em Parauapebas.
Combate a corrupção depende da educação dos brasileiros
A reportagem do Fantástico mostrou um vasto repertório de falcatruas que podem ser praticadas entre empresas privadas e órgãos públicos.
Mas isso tem solução. O Fantástico conversou com especialistas que há anos estudam os efeitos da corrupção e como evitá-la. Você vai ver agora ideias que podem ajudar - e muito - a combater a corrupção.
Um professor da Universidade de são Paulo acha que a sociedade deve acompanhar as licitações de perto.
“A transmissão dos processos licitatórios via internet em tempo real, sem dúvida nenhuma facilitaria muito a constituição de provas. E essas provas são absolutamente necessárias para eventual punição e responsabilização dos agentes corruptos”, afirma Gustavo Justino de Oliveira.
Ele vai mais longe. “Há casos inclusive de propostas de que toda a qualquer pessoa que exerce cargo público tenha uma câmera no seu bureau, no seu escritório, na repartição. Um grande big brother da gestão pública brasileira”.
E como combater o superfaturamento?
Inaldo Soares é auditor e analista de finanças. Já viu de tudo no mundo da corrupção. Ele escreveu dois livros com sugestões que podem ajudar a impedir falcatruas.
“O Ministério do Planejamento deveria criar cadastro de compras, com preços compatíveis praticados no mercado e alterado em tempo real”, sugere.
Esse acerto prévio entre empresas também pode ser evitado se a inscrição delas for pela internet. Sem a necessidade de ir ao órgão público para pegar o edital.
“Tira pela internet. Pronto. Tira e ela vai. No dia da apresentação da documentação. Ela chega e apresenta. Então, ela não é conhecida, apareceu na hora”, diz o auditor.
Para os estudiosos, o combate a corrupção é muito difícil. E, para dar resultado, exige o esforço de cada cidadão.
“Enquanto nós brasileiros continuarmos oferecendo propina para o guarda, continuarmos querendo furar fila ou querendo que o nosso processo no serviço público passe a frente dos demais e a gente dá um presentinho, dá um agrado, a gente está contribuindo para que o nosso sistema seja um sistema corrupto. O cidadão não percebe, mas ele acaba pagando a conta da corrupção. Porque você vai a um serviço público, e ele não funciona. Ou então ele existe, mas não oferece a qualidade que você espera dele”, analisa o cientista político Ricardo caldas.
“Eu acho que o que tem que ser feito é começar a trabalhar desde a família, embasamento educacional” opina uma mulher de São Paulo.
‘Tudo depende de uma coisa: fiscalização. Se tiver fiscalização, se tiver alguém pra fiscalizar, pra estar olhando, pra estar cuidando desses assuntos, com certeza vai dar tudo bem”, acredita um jovem de recife.
Fiscais calculam prejuízo que fraudes causariam aos cofres
Entre as cenas mais chocantes mostradas na reportagem do Fantástico, está o oferecimento explícito de propina.. Mas como é possível pagar uma comissão de até 20% do valor do contrato? O Fantástico enviou os documentos para serem analisados por auditores.
As propostas foram encaminhadas para uma equipe de fiscais do Instituto dos Auditores Internos do Brasil e para a Controladoria Geral da União, do Governo Federal.
Pela contratação de mão de obra terceirizada, a Rufolo receberia R$ 5.184 milhões. A propina prometida ao gestor seria de mais de R$1 milhão, ou seja, 20% do total. A CGU comparou os valores dessa licitação com os preços pagos em outros contratos feitos pelo governo. E encontrou superfaturamento, por exemplo, na contratação de porteiros.
“No caso do porteiro, a nossa média é cerca de R$1,5 mil, R$1.497”, afirma o secretário-executivo da Controladoria Geral da União. “Enquanto que a Rufolo queria cobrar R$3,5 mil. Portanto, uma diferença de 135%”, completa.
Os técnicos do instituto fizeram o estudo levando em conta os preços médios de mercado. Veja quanto a Rufolo queria cobrar pelo salário de um jardineiro, que tem um salário médio de R$1 mil.
“Um profissional a R$ 4.178. Ninguém contrata um jardineiro em, sã consciência, a esse valor”, observa Renato Trisciuzzi”, presidente do Instituto dos auditores internos do Brasil.
Nem o jardineiro nem o porteiro, é claro, receberiam esse salário. A maior parte do dinheiro seria embolsada pela empresa. Jogando os preços para o alto, fica fácil pagar a propina.
Segundo o Instituto de Auditores do Brasil, a proposta total da Rufolo está superfaturada em quase 70%. Ou seja: daria para pagar os 20% do suborno e ainda ia sobrar muito.
Para a coleta de lixo durante seis meses, a Locanty conseguiria uma verba de R$ 450 mil. A propina? Quase R$ 70 mil: 15% do total.
Agora, preste atenção na diferença que aparece quando a proposta é comparada à média dos contratos nessa área. A medida padrão é um tonel. Recolher um tonel de lixo comum custa R$ 10. O preço da Locanty foi de R$ 67. Com o lixo infectante, a diferença vai de R4 14,30, que é a média paga pelo mercado, para os R$ 110 cobrados na proposta da Locanty. Segundo os técnicos da controladoria, o mesmo serviço pelo o qual a Locanty cobrou R$ 450 mil, pode ser feito por R$ 68 mil. A diferença é de R$382 significa 561% de superfaturamento. E os 15% do suborno, engordam junto.
Finalmente, a Toesa. Por seis meses, ela ganharia R4 1. 680 milhão pelo aluguel de cinco ambulâncias. A propina de 15% daria mais de R$ 250 mil para o suposto gestor. É até pouco, perto do lucro da empresa. Pelo cálculo dos fiscais do instituto a proposta está 42% acima do que se encontra no mercado.
Para os analistas, propina e superfaturamento estão entrelaçados no roubo do dinheiro público. “Para pagar a propina, eu preciso ter gordura no contrato. Além disso, toda vez que há esse tipo de facilidade, quando eu sei que já vou ganhar o contrato de qualquer jeito, eu boto o preço ainda mais alto”, explica Luiz Navarro.
Moral da história: de um total de mais de R$ 7,3 milhões, o serviço a ser feito de fato valeria R$ 4,3 milhões. Na divisão do bolo do dinheiro público, o gestor corrupto receberia R$ 1. 356 milhão. E as empresas embolsariam um R$ 1. 657 milhão em apenas seis meses. Um lucro absurdo e imoral.
Projeto para internet grátis, inaugurado por atual ministro, não funciona em João Pessoa
Mais uma denúncia de dinheiro público mau usado. Em 2010, um projeto que transformaria João Pessoa numa cidade digital, coberta por internet grátis e sem fio, foi anunciado com festa, consumiu milhões de reais, mas hoje não funciona.
Quem o inaugurou foi o atual Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que na época do lançamento era Secretário de Ciência e Tecnologia da capital da Paraíba.
Um produtor do Fantástico marcou uma reunião com um representante da empresa que fez a instalação. Imaginando estar diante de uma nova oportunidade de negócio, o representante falou abertamente em pagar propina.
Veja agora, na reportagem de Maurício Ferraz, Bruno Tavares, João Paulo Medeiros e Alberto dos Santos.
Um show de rock lota a praia da capital paraibana. Foi assim - com festa e políticos presentes - a inauguração do projeto Jampa Digital, em março de 2010.
Neste vídeo, que está na internet , o então secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa, Aguinaldo Ribeiro, diz: “internet de graça pra toda galera de João Pessoa. Parabéns”.
Hoje, Aguinaldo Ribeiro é Ministro das Cidades. O projeto era audacioso: João Pessoa se tornaria a primeira capital digital do país: monitorada por câmeras, com escolas informatizadas. E o principal: todos os moradores teriam internet grátis e sem fio.
Na orla de João Pessoa, dois anos depois, tentamos várias conexões, durante o dia, à noite, no final de semana e nada de internet por aqui”.
E mais: há indícios de que equipamentos foram comprados muito acima dos preços de mercado.
O Fantástico fez contato com a empresa Ideia Digital Sistemas, Consultoria e Comércio Limitada, responsável pela implantação do projeto. Sem saber que era gravado, o representante da Ideia Digital fala em propina. “O que vem se praticando é 5% a 10%. Dos negócios que eu atuei, foi mais ou menos isso”, conta.
Março de 2010. A prefeitura de João Pessoa faz propaganda, sobre a fase inicial do projeto. “Você pode acessar à internet gratuitamente na estação Cabo Branco, na orla, e em breve em mais 14 praças”.
Na inauguração, o então Secretário Municipal e hoje Ministro Aguinaldo Ribeiro foi apresentado assim:
- Nós ouviremos o Secretário de Ciência e Tecnologia. A pessoa responsável pela implantação desse projeto transformador que é o Jampa Digital. Com a palavra, Aguinaldo Ribeiro.
- Tá aí, internet de graça sem fio pra toda galera de João Pessoa. Parabéns.
Aguinaldo Ribeiro se elegeu duas vezes deputado estadual pelo Partido Progressista.
De agosto de 2008 a fevereiro de 2009, foi Secretário de Ciência e Tecnologia do estado da Paraíba.
Reportagens de jornais da Paraíba mostram que ele já falava em distribuir internet pra população. Nesta, de janeiro de 2009, ele promete - numa audiência na Assembleia Legislativa - internet de graça na orla de João Pessoa em seis meses. E declara: "Estamos trabalhando para que todos os paraibanos tenham acesso à internet". Em dezembro de 2009, assumiu a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia de João Pessoa.
No dia da posse, o então prefeito Ricardo Coutinho atestou: "Há algum tempo, Aguinaldo Ribeiro acompanha o processo de implantação do Jampa Digital". Três meses depois, na condição de Secretário Municipal, Aguinaldo Ribeiro inaugurou o projeto.
A concorrência foi vencida pela Ideia Digital Sistemas, Consultoria e Comercio Limitada, no mercado há 20 anos.
O contrato foi assinado pelo antecessor de Aguinaldo Ribeiro na secretaria municipal.
Mês passado, um produtor do Fantástico ligou para a Ideia Digital.
E simulou ser assessor de uma prefeitura interessada em pôr internet de graça na cidade. Tivemos autorização do prefeito para fazer o contato. Já nessa primeira conversa, o funcionário - que se identificou como Luiz Carlos - diz que pode ajudar em "muita coisa".
“A gente pode ajudar, até como é ano de eleição. Tem muita coisa que a gente pode ajudar, mas aí a gente pode conversar pessoalmente”.
No dia sete deste mês, nosso produtor se encontrou com outro funcionário. Daqui a pouco, você vai ver a proposta dele para desviar dinheiro público. “Uma parte do valor, a gente programa o que vai passar para vocês”.
Em julho de 2009, a Ideia Digital ganhou a concorrência para fornecer 75 itens - entre equipamentos e programas de informática - para a prefeitura de João Pessoa. Também ficou responsável pela instalação e manutenção.
Nossa equipe fez levantamentos de preços e também consultou especialistas em informática.
Verificamos que diversos equipamentos do contrato estavam acima do preço de mercado.
Um exemplo: A Ideia Digital vendeu, para a prefeitura de João Pessoa, 16 câmeras de segurança. Cada uma por cerca de R$32 mil reais.
Outra empresa ofereceu, em 2008, uma câmera do mesmo modelo ao Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte. O preço: menos de 11 mil, a unidade.
Apenas dez dias após inaugurar o projeto da cidade digital, Aguinaldo Ribeiro deixou a Secretaria de Ciência e Tecnologia de João Pessoa, entrou em campanha e se elegeu deputado federal.
Um relatório de inteligência financeira - feito a partir de informações repassadas pelos bancos - aponta movimentações classificadas como atípicas - ou seja - fora do normal, em contas bancárias dele.
Segundo o documento, essas transações aconteceram em agosto de 2006; setembro de 2007; agosto de 2008; e entre janeiro e outubro de 2009.
Movimentação atípica não significa ilegal.
Para verificar se houve crime ou não, o relatório foi entregue a procuradores e à Polícia federal. Os órgãos públicos não se manifestam sobre apurações desse tipo que estão em andamento.
Procurado pelo Fantástico, o Ministro das Cidades não quis gravar entrevista.
A assessoria dele divulgou dois ofícios endereçados ao Ministério Público da Paraíba e ao Tribunal de Contas daquele estado.
Nos ofícios, Aguinaldo Ribeiro diz que, quando assumiu a Secretaria de Ciência e Tecnologia de João Pessoa, a licitação e a contratação do Jampa Digital já tinham sido concluídas, e que nunca liberou recursos para o projeto.
Afirma ainda que há mais de 20 anos exerce atividade empresarial, e que sua movimentação financeira é compatível com o patrimônio declarado à receita.
E a rede de internet de graça da prefeitura? Funciona?
“Nós estamos no ponto exato onde teve o lançamento do projeto cidade digital. Quando a gente tenta conectar, não acontece nada”.
Em vários pontos da cidade, o resultado foi o mesmo. Durante 30 dias de tentativas, nenhuma conexão.
Também pedimos a profissionais de informática que tentassem.
“Não conectou. É porque o sinal tá muito pobre. Tá aberto, mas tá pobre”, explica Aquiles Burlamaqui, professor de computação.
“Não consegue conectar, não consegue trafegar dados”, diz Emerson Weirich, engenheiro eletrênico.
Ricardo Coutinho - que era prefeito de João Pessoa na época da inauguração do Jampa e hoje é governador da Paraíba - também não quis gravar entrevista.
Em nome dele, falou o procurador-geral do estado. “Pode estar tendo algum problema de natureza técnica pra efeito de acessar. Agora, que os equipamentos estão lá, estão”, afirma Gilberto Carneiro da Gama, procurador-geral do estado.
Gilberto Carneiro da Gama era secretário de administração de João Pessoa e chegou a assinar contratos relativos ao Jampa.
Diz que a contratação da empresa Ideia Digital seguiu a lei.
“Nós não podemos obrigar as empresas a participar, se ela tem um preço menor. Se ela tem um preço menor e não participou da licitação, a gente não pode obrigá-la. Esse é o problema da licitação”, explica Gilberto Carneiro da Gama, procurador-geral do estado.
Fantástico - Não tem nenhum item superfaturado?
Gilberto Carneiro da Gama - Eu entendo que não. Porque se trata de uma composição dentro de uma aquisição de equipamentos e serviços.
A prefeitura de João Pessoa diz que está investindo um milhão e meio de reais no projeto e que o governo federal repassou 4 milhões e setecentos mil.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação confirmou o valor.
Disse ainda que a prefeitura informou - numa prestação de contas em agosto de 2011 - que onze, dos vinte pontos públicos de acesso à internet, teriam sido instalados.
Como você viu no início desta reportagem, nosso produtor ligou mês passado pra empresa Ideia Digital.
Ele simulou ser assessor de uma prefeitura interessada em instalar internet de graça na cidade. Vamos repetir a resposta do funcionário, pelo telefone: A gente pode ajudar, até como é ano de eleição. Tem muita coisa que a gente pode ajudar, mas aí a gente pode conversar pessoalmente”.
No dia sete deste mês, aconteceu a reunião, que você vai ver agora, em detalhes.
Nós estamos numa sala bem ao lado, acompanhando em tempo real, toda conversa entre o nosso produtor e o representante da empresa.
Ele se apresenta como Paulo Sacerdote, gerente de negócios. Nosso produtor pergunta sobre a tal ajuda mencionada por outro funcionário, pelo telefone.
- Que forma a gente poderia ter esse apoio?
- Você fala de apoio financeiro, diretamente?
- É.
- Pronto. Existem alguns clientes. Vocês vão ter que informar pra gente o percentual. Não estou aqui me fechando a nada. Mas, normalmente, o que vem se praticando é 5 a 10 por cento. Dos negócios que eu atuei, foi mais ou menos isso. Assim que a gente receba o recurso, uma parte do valor, a gente programa o que vai passar para vocês.
O gerente diz que a propina pode ser maior, se a Ideia Digital for contratada.
- Você é o dono do cofre aqui. Porque existem situações que a gente vai, o prefeito diz: "Só vou liberar se for por isso". Aí, a gente vai ver o que a gente pode fazer.
Nosso produtor diz que teria R$900 mil para gastar com o projeto.
O representante da Ideia Digital faz as contas: seria possível desviar R$180 mil. Ou seja, 20% do valor do contrato.
- O que você tem no máximo pra gastar é 900 ( mil reais)?
- É.
- R$180 mil.
- Quando o especialista vier aqui, ele já sabe que vai ter que sobrar uma "gordura" disso.
- Você já fica encarregado de orientar?
- Já, já. Deixa comigo, você não fala nada.
Paulo Sacerdote explica seus métodos. Diz que alguns dos serviços - como capacitação de funcionários - constariam no contrato, mas não seriam feitos.
- Tem formulários, frequência... Tudo que a capacitação foi feita. Ou seja, mostramos relatórios que fez, quando, na verdade, serviu para fazer frente às suas necessidades.
- Deu certo em outros casos?
- Graças a deus, até hoje.
No contrato entre a Ideia Digital e a prefeitura da capital da Paraíba, os preços de vários equipamentos incluem o treinamento de pessoal.
O gerente da empresa diz ao nosso produtor que a negociação pode ser fechada sem concorrência pública.
Ele propõe usar um instrumento legal chamado Ata de registro de preços. - A Ata é muito utilizada pelos órgãos públicos pra economizar tempo. A gente faz no Brasil inteiro.
Ata de preços é uma relação com os valores dos equipamentos que serão fornecidos pela empresa que venceu uma concorrência pública.
Como as atas já são resultado de uma licitação, a lei permite que, durante, pelo menos, um ano, outros órgãos públicos usem essas atas como referência para comprar produtos iguais. E sem abrir concorrência.
No projeto da prefeitura de João Pessoa que - como você viu - tem indícios de superfaturamento, foi feita uma ata dessas, com os preços da Ideia Digital.
O gerente da empresa diz ao nosso produtor que essa ata, de João Pessoa, não está mais valendo e sugere outra: do governo de Pernambuco.
Em dezembro passado, a empresa ganhou uma licitação milionária para informatizar mais de 500 escolas pernambucanas.
- Se vocês tiverem recurso, pode usar até a ata toda. Dá um total de R$150 milhões.
O governo de Pernambuco disse que ainda não publicou essa ata de preços - mencionada pelo gerente da empresa. Portanto, ela não poderia ter sido oferecida ainda.
O governo informou que será aberta uma auditoria sobre a licitação, e que a Ideia Digital recebeu até agora 14 milhões e trezentos mil dos 140 milhões e meio de reais do contrato.
Ao nosso produtor, o gerente da empresa - Paulo Sacerdote - pede que as próximas conversas telefônicas sejam em código.
- Sempre que você quiser falar de recursos, fale outro nome. Documento. Vou precisar de 180 "documentos". Uma coisa do tipo, pra eu entender.
Quinta-feira passada, o Fantástico foi à sede da Ideia Digital, em Salvador, Bahia.
Paulo de Tarso, o dono da empresa, falou por telefone.
Fantástico - O senhor nunca ofereceu propina pra fechar contratos com órgãos públicos?
- Óbvio que não. É uma empresa que tem um histórico absolutamente sério de atuação.
Na sexta-feira, o gerente Paulo Sacerdote se defendeu.
Disse que só falou em propina porque o nosso produtor - que simulou ser assessor de uma prefeitura - insistiu.
- O fato é que ele insistiu tanto até pra eu interromper a conversa, eu comecei a dizer assim: 'para o senhor, cinco por cento é o suficiente?Voltei pra empresa onde alinhei toda a nossa diretoria a conversa tida com esse gestor e tecnicamente, financeiramente, o que ele estava propondo e automaticamente, isso foi rechaçado. Não temos qualquer interesse de estar ofertando propina, seja lá pra quem for.
- Assim que a gente receba o recurso, uma parte do valor, a gente programa o que vai passar para vocês.
No ofício encaminhado à Procuradoria-geral de Justiça e ao Tribunal de Contas da Paraíba, o Ministro Aguinaldo Ribeiro solicitou que as denúncias mostradas nessa reportagem fossem apuradas.
O Fantástico também tinha pedido ao ministro que falasse sobre um outro fato, descoberto por nossa equipe durante a apuração dessa reportagem. Mas não tivemos retorno.
É o resultado de uma auditoria do Tribunal de Contas da Paraíba, que diz o seguinte: Em 2008 e 2009, quando era deputado estadual, Aguinaldo Ribeiro e também uma irmã e o pai dele receberam - juntos - quase 137 mil reais da Assembleia Legislativa. Usaram o dinheiro público para tratamento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um dos mais conceituados do país.
A família do atual Ministro é uma das mais tradicionais do Nordeste.
A conclusão da auditoria: Aguinaldo Ribeiro não faria parte do rol de pessoas carentes para que o estado o ajudasse em suas necessidades mais elementares.
E a população? Será que algum dia todos vão conseguir usar a internet de graça da prefeitura?
Procuramos o atual prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, que não se pronunciou.
Foi marcada uma entrevista com dois secretários do município, um diretor do departamento de tecnologia e uma chefe de gabinete.
Mas, ao saber de detalhes dessa reportagem, eles desistiram. “Eu não gostaria de gravar”.
A prefeitura mandou uma nota, em que afirma que o Jampa Digital seguiu a lei.
Falou ainda que houve uma brusca redução da verba e por isso o projeto não chegou a todos os locais previstos. E que os problemas de conexão se devem a falhas em um equipamento, que foi encaminhado ao fabricante.
Cidadão de João Pessoa, Ivam cansou de esperar e criou o Taxi Digital, com sinal liberado de internet para os clientes e que funciona em toda João Pessoa.
“Seria um sonho. Não precisaria ter investido nesses equipamentos”, diz Ivam Souza, taxista.
Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.
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