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domingo, junho 26, 2022

A Origem do Nome “Cristão”

 A ORIGEM DO NOME “CRISTÃO”
Atos 11.1-30


Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo. 


Quando o encontrou, levou-o para Antioquia. 


Ali permaneceram com a igreja um ano inteiro, ensinando a muitas pessoas. 


Foi em Antioquia que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez.


Distintivo de honra:


O significado que hoje se dá para o adjetivo cristão é bem diferente daquele usado pelas Escrituras. 


Em nossos dias, qualquer um que diz acreditar em Deus e julga pertencer a uma religião denominada “cristã”, mesmo que não a frequente com regularidade, acha-se no direito de dizer que é cristão. 


Para eles, não importa o conteúdo da fé, o compromisso com a comunidade local nem a conduta de vida que adotam.

 
Aliás, alguns são tão depravados em sua forma de viver que de maneira alguma fazem justiça ao nome.
 

A primeira vez que os discípulos de Jesus foram chamados de cristão foi na cidade de Antioquia, conforme nós acabamos de ler no relato de Lucas. 


O termo significa “do partido de Jesus” e, provavelmente, foi usado pela primeira vez como forma de desdém ou de escárnio, porque também, o termo "cristão", queria dizer, "miniaturas" de Cristo, e também "cristinhos",
Mas parece que os discípulos de Jesus gostaram do “apelido”.


Pedro, por exemplo, quando escreveu para encorajar os eleitos de Cristo que viviam dispersos, como estrangeiros e peregrinos, por causa da perseguição, disse assim:
1ª Pedro 4: 14-16
 

Se vocês forem insultados por causa do nome de Cristo, abençoados serão, pois o glorioso Espírito de Deus repousa sobre vocês. 

 
Se sofrerem, porém, que não seja por matar, roubar, causar confusão ou intrometer-se em assuntos alheios.  


Mas, se sofrerem por ser cristãos, não se envergonhem; louvem a Deus por serem chamados por esse nome!
 

O termo que foi usado para desdenhar havia se tornado um distintivo de honra para a igreja primitiva. 


O historiador Eusébio (séc. IV a.C.), falando de um certo mártir da igreja,  cujo nome era Sanctus, relata que aos seus torturadores, quando eles o provocavam ou o indagavam, ele simplesmente respondia: “Eu sou um cristão!”.


O nome “cristão”, portanto, era e ainda deve ser um distintivo de honra para os discípulos de Jesus Cristo. 


Sendo assim, convido você para investigarmos o capítulo 11 de Atos e juntos descobrirmos como os discípulos viviam e o que eles faziam que fez os moradores de Antioquia chamá-los de “cristãos”.


Há três qualidades naqueles discípulos que desejo destacar com vocês. 


Elas juntas fizeram o mundo chamá-los de cristãos. 


Veremos que cristãos são um povo de braços abertos, boca aberta e bolso aberto. 


Simples assim, mas profundamente impactante e revolucionário. 


Veja.


1. Um povo de braços abertos.


A primeira coisa que nós observamos sobre os discípulos de Jesus e que deve ter impressionado a população de Antioquia é eles eram pessoas de braços abertos para receber pessoas diferentes; eles não era fechados para outros povos e raças; a fé que eles proclamavam era para todos.

 
Essa diversidade impressionava o mundo antigo.


Porém, não se engane achando que nunca houve necessidade de alguns ajustes internos, para que eles pudessem abrir os braços para outros povos e raças. 


Veja o texto.


Atos 11.1-3. 

Logo chegou aos apóstolos e a outros irmãos da Judeia a notícia de que os gentios haviam recebido a palavra de Deus.

 
Mas, quando Pedro voltou a Jerusalém, os discípulos judeus o criticaram, dizendo: “Você entrou na casa de gentios e até comeu com eles!”.


Lembrem-se de que Pedro havia sido convencido pelo próprio Deus de que a fé cristã era também para outros povos e raças, não apenas para os judeus. 


Foi o que nós vimos na última mensagem, quando estudamos Atos.

 
Agora, porém, o “Conselho” de Jerusalém e da Judeia precisava ser, igualmente, convencido.


Pedro, então, de boa vontade, passa a justificar as suas ações. 


Como ele o faz?


O apóstolo narra como Deus trabalhou, ao mesmo tempo, nos dois lados, mostrando tanto a ele como a Cornélio que deveriam se encontrar. 


Pedro precisaria apresentar a Cornélio o evangelho, e Cornélio precisaria abrir o coração para a mensagem de Pedro.
Atos 11.4-5. 


Então Pedro lhes contou exatamente o que havia acontecido. 

Disse: […]


Ao narrar tim-tim por tim-tim os fatos, até o final do verso 18, Pedro manteve a ordem cronológica. 


Seu relato foi tão preciso e tão detalhado que os irmãos de Jerusalém e da Judeia tiveram a chance de reviver a experiência com Pedro.


Quatro pontos são marcantes na revisão que Pedro fez de sua história com os gentios: 


A visão sobre a queda das barreiras étnicas veio de Deus.

 
Atos 11.5-10 […] Eu estava na cidade de Jope e, enquanto orava, num êxtase, tive uma visão. 


Algo semelhante a um lençol grande foi baixado do céu, preso pelas quatro pontas, vindo até onde eu estava.


Quando olhei dentro do lençol, vi toda espécie de animais domésticos e selvagens, répteis e aves.


E ouvi uma voz dizer: ‘Levante-se, Pedro; mate e coma’.


“Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! 


Jamais comi coisa alguma que fosse considerada impura ou imprópria’.


“Mas a voz do céu falou novamente:

 "Não chame de impuro o que Deus purificou".

 
Isso aconteceu três vezes, antes que o lençol, com tudo que ele continha, fosse recolhido ao céu.” 


A ordem para seguir os servos de Cornélio também veio de Deus  Atos 11.11-12


“Nesse momento, três homens que haviam sido enviados de Cesareia chegaram à casa onde eu estava hospedado. 


O Espírito me disse que eu fosse com eles, sem nada questionar. 


Esses seis irmãos me acompanharam, e logo entramos na casa do homem que havia mandado nos buscar.


”A ação preparatória de Deus.


Atos 11.13-14


“Ele nos contou como um anjo havia aparecido em sua casa e dito: ‘Envie mensageiros a Jope e mande buscar Simão, também chamado Pedro.


Ele lhe dirá como você e toda a sua casa podem ser salvos’.


”A vinda do Espírito Santo Atos 11.15-17


15 “Quando comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, como ocorreu conosco, no princípio.
 

Então me lembrei das palavras do Senhor, quando ele disse: ‘João batizou com água, mas vocês serão batizados com o Espírito Santo’.  

E, uma vez que Deus deu a esses gentios a mesma dádiva que concedeu a nós quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para me opor a Deus?”.


Lucas, então, nos conta como foi a reação dos judeus convertidos ao cristianismo:


Atos 11.18.


Ao ouvirem isso, pararam de levantar objeções e começaram a louvar a Deus, dizendo: 

“Vemos que Deus deu aos gentios o mesmo privilégio de se arrepender e receber a vida ­eterna!”.


Agora todos estavam no barco de Pedro, de braços abertos para receberem os convertidos de todas a tribos, povos, línguas e nações.

 
Pois bem, barreiras derrubadas, como eles procedem? 


De que forma eles abrem os braços para acolher e abençoar os novos crentes?


Atos 11.22-26

 
Quando a igreja de Jerusalém soube do que havia acontecido o grande número de conversões em Antioquia enviou Barnabé a Antioquia.


Ao chegar ali e ver essa demonstração da graça de Deus, alegrou-se muito e incentivou os irmãos a permanecerem fiéis ao Senhor.

  
Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. 


E uma grande multidão se converteu ao Senhor. 


Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo.  


Quando o encontrou, levou-o para Antioquia. 


Ali permaneceram com a igreja um ano inteiro, ensinando a muitas pessoas. 


Foi em Antioquia que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez.


Observe comigo algumas atitudes de quem tem braços abertos para acolher:


Oferece-se o que se tem de melhor para abençoar — não foi enviado um apóstolo, mas o melhor pastor que eles tinham: Barnabé.

       
Alegra-se com o mover de Deus na vida dos outros — Barnabé, ao chegar em Antioquia e ver note o que ele viu!  

   
A “demonstração da graça de Deus”, ficou muito alegre.  

   
Derrama-se bondade e amor na vida dos outros — Barnabé era bom.


Divide-se o trabalho com outras pessoas, mesmo que elas sejam melhores — Barnabé buscou Paulo e o colocou no centro do palco da obra missionária Gasta-se tempo com as pessoas para poder discipulá-las — Barnabé e Paulo “permaneceram com a igreja um ano inteiro, ensinando a muitas pessoas”.

 
Os cristão precisam ser conhecidos como um povo de braços abertos para receber, acolher, cuidar e discipular o pecador. 


Não podemos ser, por exemplo, como foi determinada igreja na vida de Mahatma Gandhi.


Li que, em sua autobiografia, Gandhi registra que em seu tempo de estudante na Inglaterra ele foi profundamente tocado pela leitura dos Evangelhos e, portanto, considerou seriamente a possibilidade de tornar-se cristão.
 

Sua impressão era que a fé cristã poderia oferecer uma verdadeira solução para o sistema de castas que dividia o povo da Índia. 


Então, num domingo, decidiu participar do culto de uma igreja e pedir ao pastor que lhe esclarecesse algumas coisas sobre salvação e outras doutrinas. 


Mas quando ele entrou no santuário, alguém da equipe de introdução se recusou a levá-lo a um assento e sugeriu que Gandhi fosse a outro lugar para adorar com seu próprio povo. 


De lá ele saiu e nunca mais voltou.
 

A declaração dele para si mesmo, após o episódio, foi a seguinte:
Se entre os cristãos também há diferenças de casta, eu posso muito bem permanecer como um hindu!


Há um pequeno poema adaptado por Edwin Markham que bem expressa a realidade de algumas “castas” que se denominam cristãs em contraste com a graça de Jesus Cristo:


Alguns desenham um círculo que deixa outros de fora;
Status e posição é tudo pelo que se implora;
Mas Cristo, em amor, com todos se importa;
Ele desenha um círculo e abre-lhes a porta!


Os cristãos devem ser um povo de braços abertos.


Boca aberta para nós significa falar de Jesus para todo mundo; não se conter com o evangelho da graça; falar e não se calar por onde quer que se vá. 


Dessa forma, os primeiros cristãos eram sim um bando de boca aberta.

 
Observe:


Atos 11.19-21 


“Enquanto isso [enquanto Pedro se explicava em Jerusalém], os discípulos que haviam sido dispersos na perseguição depois da morte de Estêvão chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. 

Pregaram a palavra, mas somente aos judeus.


Contudo, alguns dos discípulos que foram de Chipre e Cirene até Antioquia começaram a anunciar aos gentios as boas-novas a respeito do Senhor Jesus.  


A mão do Senhor estava com eles, e muitos desses gentios creram e se converteram ao Senhor.


Os cristãos, sob quaisquer circunstâncias, são chamados a falar do amor de Deus. 


Irmãos, se não vemos nossas igrejas mais cheias, talvez seja porque não estamos abrindo muito a boca para falar da graça de Jesus Cristo aos que cruzam os nossos caminhos.


Certa feita, em Corinto, tomado pelo medo, Paulo ouviu o Senhor lhe dizer:


Atos 18.9-11.


Certa noite, o Senhor falou a Paulo numa visão: “Não tenha medo! 


Continue a falar e não se cale
e, pois estou com você, e ninguém o atacará nem lhe fará mal, porque muita gente nesta cidade me pertence”. 


Então Paulo permaneceu ali um ano e meio, ensinando a palavra de Deus.


A Timóteo, Paulo, anos mais tarde, escreveu:


2ª Timóteo 4.1-5

 
Eu lhe digo solenemente, na presença de Deus e de Cristo Jesus, que um dia julgará os vivos e os mortos quando vier para estabelecer seu reino: pregue a palavra. 


Esteja preparado, quer a ocasião seja favorável, quer não. 


Corrija, repreenda e encoraje com paciência e bom ensino.


Pois virá o tempo em que as pessoas já não escutarão o ensino verdadeiro.

 
Seguirão os próprios desejos e buscarão mestres que lhes digam apenas aquilo que agrada seus ouvidos.


Rejeitarão a verdade e correrão atrás de mitos.


Você, porém, deve manter a sobriedade em todas as situações.
Não tenha medo de sofrer. 


Trabalhe para anunciar as boas-novas e realize todo o ministério que lhe foi confiado.


Os cristãos devem ser um povo de boca aberta.


Atos 11.27-32.


Durante esse tempo, alguns profetas viajaram de Jerusalém a Antioquia.  
Um deles, chamado Ágabo, pôs-se em pé numa das reuniões e predisse, pelo Espírito, que uma grande fome viria sobre todo o mundo romano.


 (Isso se cumpriu durante o reinado de Cláudio.)


Então os discípulos de Antioquia decidiram enviar uma ajuda aos irmãos na Judeia, cada um de acordo com suas possibilidades.


Foi o que fizeram, enviando as doações aos presbíteros por meio de Barnabé e Saulo.


Veja que Ágabo, com discernimento divino, faz um diagnóstico: “haverá uma grande fome”. 


A profecia não era para assustar, mas para mobilizar.


Os discípulos, por sua vez, abrem o bolso e ofertam com amor aos seus novos irmãos de fé que moravam na Judeia — seus “pais” na fé.


Nossos braços abertos para acolher o pecador faz expandir a obra de Deus; já a boca aberta, falando do evangelho, consolida a obra de Deus.


A ORIGEM DO NOME “CRISTÃO”.


O nome cristão foi pela primeira vez aplicado aos discípulos de Jesus porque aquela gente tinha os braços abertos para acolher o pecador, a boca aberta para falar do evangelho
Somos um povo de braços abertos para os que nos visitam ou chegam aqui?


Abrimos a boca para anunciar o evangelho e para convidar as pessoas?


Sejamos também chamados de cristãos; o mesmo tipo de cristãos que havia em Antioquia: com braços abertos, boca aberta e corações abertos.


Façamos justiça ao nome de cristão.
 

Que o Senhor e Salvador Jesus Cristo nos abençoe, e nos guarde de todo o mal, que nos cerca neste mundo vil !

Valter Desiderio Barreto

Barretos, São Paulo, 26 de junho de 2022.


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