Em nota, governo diz que aumento 'privilegia servidores muito bem pagos'.
A assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, na noite desta
terça-feira (5), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 5 que eleva o
teto salarial dos servidores públicos do estado.
A PEC recebeu 67 votos favoráveis e 4 contrários. Dentre as carreiras
beneficiadas estão a de auditores fiscais e pesquisadores.
Pela proposta, a referência de limite salarial para o funcionalismo
público no estado, hoje baseado no vencimento do governador, passa a ser
equivalente ao fixado a desembargadores de Justiça.
Com isso, o teto
deixa a faixa dos atuais R$ 21 mil e atinge R$ 30 mil até 2022.
A proposta já tinha sido aprovada em primeiro turno no final de abril.
Na ocasião, parlamentares tentaram garantir a votação em segundo turno em seguida, mas não houve quórum.
Ela precisava ser novamente colocada em pauta pelo presidente da Casa, o
deputado tucano Cauê Macris, que só o fez na noite desta terça.
"A
obrigação regimental me obrigou que esse momento acontecesse", afirmou
Macris ao final da sessão.
Contrário à PEC, Macris a colocou em pauta após a saída do
ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o comando do estado
para se candidatar à Presidência da República.
Servidores fiscais que acompanhavam a votação celebraram o resultado.
Por se tratar de PEC, ela não precisa ser sancionada pelo governador
Márcio França (PSB).
Proposta de 2016
De autoria do deputado Campos Machado (PTB), a PEC tramita na Casa
desde 2016, quando foi proposta.
O objetivo, segundo o parlamentar, é
fortalecer a carreira dos servidores e evitar a evasão de bons
profissionais.
"O que estamos defendendo é apenas o sub-teto.
Não há nada de
extraordinário nisso.
São Paulo está perdendo os melhores profissionais e
funcionários públicos por não valorizar os melhores.
USP, Unesp e
Unicamp formam as melhores cabeças, e na hora de eles prestarem
concurso, acabam indo para outros estados por ter maior reconhecimento",
afirmou Campos Machado.
"Gostaria muito que outras categorias de trabalhadores do estado
pudessem ter a mesma estrutura para vir aqui todas as terças-feiras
brigar pelos seus direitos", disse a deputada do PCdoB, Leci Brandão,
que votou a favor da proposta.
Impacto de quase R$ 1 bilhão após 4 anos
A estimativa é que a mudança provoque um impacto de quase R$ 909
milhões no orçamento do estado após quatro anos.
Ela passa a valer a
partir de abril de 2019, com reajuste escalonado.
No primeiro ano o impacto é estimado em cerca de R$ 13 milhões; no
segundo, R$ 280 milhões; no terceiro ano R$ 680 e, quando atingir 100%
ao salário dos desembargadores, o impacto será de R$ 909 milhões.
Deputados do PT e do PSOL, favoráveis à PEC, acreditam que o impacto no
orçamento será revertido para o estado ao impedir a evasão de bons
profissionais por falta de valorização salarial.
“Nós simplesmente vamos desobstruir carreiras que foram obstruídas pela
demagogia do José Serra, do Alckmin e agora também do governador Márcio
França”, afirmou o deputado João Paulo Rillo (PSOL).
A PEC recebeu manifestações contrárias do deputado Caio França (PSB),
que compõe a base governista, e tentaram adiar a votação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário