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quinta-feira, maio 10, 2018

Bispo acusado de desvio de dízimos em Formosa lista Papa Francisco como testemunha de defesa

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Segundo MP-GO, foram desviados mais de R$ 2 milhões da Diocese da cidade. Nove membros Igreja foram acusados do crime e respondem em liberdade.


Por Raquel Morais, G1 Goiás
Nome do Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, que aparece listado como testemunha de defesa (Foto: Reprodução)
Nome do Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, que aparece listado como testemunha de defesa (Foto: Reprodução).
 
O bispo afastado de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, listou o Papa Francisco, o núncio apostólico no Brasil, Giovanni D’Aniello, e o cardeal Dom João Braz de Aviz entre as 31 testemunhas de defesa no processo que investiga o desvio de mais de R$ 2 milhões em dízimos da Diocese de Formosa.

O advogado dele, Lucas Rivas, disse que as escolhas foram técnicas.

Ele defende a inocência do padre.
Além dele, outras dez pessoas — incluindo o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau, o vigário-geral Epitacio Cardozo e mais três padres — estão entre os acusados de participar do esquema.

O Ministério Público apurou que eles usaram o dinheiro para comprar uma fazenda de gado, uma casa lotérica e carros de luxo.

"Ficou bem evidente desde a busca da soltura dos religiosos por meio de habeas corpus, que a estratégia dos acusados é adiar o máximo que puderem o julgamento do caso, de forma a se beneficiarem do transcurso do tempo, que virá acompanhado de um pretendido esquecimento e da prescrição", disse o promotor responsável pelo caso, Douglas Chegury.

O G1 tentou contato com a Nunciatura Apostólica no Brasil (que funciona como embaixada da Santa Sé) ao longo de quarta-feira (9), mas não recebeu retorno.

À reportagem, a assessoria do "interventor" nomeado pelo Papa após o escândalo, Dom Paulo Mendes Peixoto, disse que ele está escrevendo um parecer, juntamente com outros responsáveis, para enviar para a Santa Sé e, a partir deste documento, a Igreja tomará as devidas medidas.

Ainda não há nada definido.

Desde a soltura, Dom José Ronaldo está ficando na casa episcopal (casa do bispo da Diocese), porém não está exercendo nenhuma função administrativa.
Bispo e padres suspeitos de desviar dízimo deixam a cadeia (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Bispo e padres suspeitos de desviar dízimo deixam a cadeia (Foto: TV Anhanguera/Reprodução).

Operação Caifás

Deflagrada pelo MP-GO, a Operação Caifás apura o desvio de R$ 2 milhões pela Diocese de Formosa.

No último dia 19 de março, nove pessoas foram presas.

Além do dízimo, a apuração apontou que o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.

As investigações sobre o desvio começaram no ano passado, após denúncias de fiéis.

Eles afirmaram que as despesas da casa episcopal subiram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde a chegada do bispo Dom José Ronaldo, em 2015.

Na ocasião, o clérigo negou haver irregularidades nas contas da Diocese de Formosa.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça foram usadas na apuração.

O grupo teria comprado uma fazenda de gado, carros de luxo e uma lotérica com os recursos.

A operação culminou com apreensões em Formosa, Posse e Planaltina.

Durante as apreensões, foi encontrado dinheiro escondido em fundo falso de armário (assista abaixo).
Vídeo mostra dinheiro em fundo falso de armário de clérigo; MP apura se valor foi desviado
Vídeo mostra dinheiro em fundo falso de armário de clérigo; MP apura se valor foi desviado.
 
Após menos de um mês detidos em uma ala isolada do recém-inaugurado presídio da Formosa, os presos foram liberados por habeas corpus concedidos pela Justiça. 
Na saída da cadeia, o bispo Dom José Ronaldo, outros quatro clérigos e dois empresários foram recebidos com festa por parentes e amigos.

Bloqueio de bens.

O juiz Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa, determinou em 27 de março o bloqueio de bens dos seis clérigos, dois empresários e do secretário da Cúria.  
O limite é de até R$ 1 milhão por cada. 
Também foi autorizada a quebra do sigilo bancário e fiscal dos acusados.
 
Gestor temporário da Diocese de Formosa nomeado pelo Papa Francisco e arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto criticou o bispo preso e disse que recebeu "caixa vazio e com dívida".  
 
Ele auxiliará nas atividades da paróquia da região até que seja nomeado um novo bispo.
Dom Paulo Mendes Peixoto auxilia nas atividades da diocese de Formosa (Foto: CNBB/ Divulgação)
Dom Paulo Mendes Peixoto auxilia nas atividades da diocese de Formosa (Foto: CNBB/ Divulgação).
 
A polícias apura outras acusações que surgiram contra o bispo fora do processo. 
Entre elas, está o uso de cartões da Igreja para compra de bebidas alcoólicas.  
De acordo com boletim de ocorrência, houve gasto de R$ 4 mil indevidamente. 
 
No processo do MP-GO constam documentos que apontam que alguns dos religiosos acusados de desvios de dízimos reconheceram a ausência de R$ 910 mil nos caixas das igrejas. 
O órgão acredita que o padre Waldson José de Melo, de Posse, o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira e o bispo Dom José Ronaldo embolsavam os valores declarados como “desaparecidos”.

Além disso, fiéis afirmam que Dom José Ronaldo aumentou em até 400% taxas de casamento quando assumiu a administração, em 2014. 
As mesmas informações chegaram ao MP-GO) por meio do depoimento de um dos padres que denunciou o esquema, mas, segundo o promotor, ainda não compõem uma apuração específica.

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