Deputado deveria ter comparecido à Justiça do DF antes de embarcar, afirma magistrada. Caso será avaliado pelo ministro do STF Edson Fachin.
Por Mateus Rodrigues e Rosanne D'Agostino, G1 DF e TV Globo
A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal,
apontou irregularidades na prisão domiciliar do deputado afastado Paulo
Maluf (PP-SP) e na viagem dele de Brasilia a São Paulo, no último sábado (30).
Segundo a juíza, o envio do deputado a São Paulo – após três dias de
internação por dores nas costas e outras complicações de saúde – não
cumpriu o protocolo da Justiça.
Em vez de ser levado a um hospital público para avaliação médica, por exemplo, Maluf seguiu direto para o hospital particular Home, onde passou três dias internado.
Em vez de ser levado a um hospital público para avaliação médica, por exemplo, Maluf seguiu direto para o hospital particular Home, onde passou três dias internado.
Ainda de acordo com Leila, ao receber alta médica, o ex-deputado não
cumpriu a ordem judicial para comparecer a uma audiência na própria Vara
de Execuções Penais.
Lá, ele seria informado sobre as restrições da prisão domiciliar – que incluiriam uma tornozeleira eletrônica e a permanência em Brasília.
Lá, ele seria informado sobre as restrições da prisão domiciliar – que incluiriam uma tornozeleira eletrônica e a permanência em Brasília.
As falhas apontadas pela magistrada constam em um ofício enviado ao
Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (2).
Nele, Leila Cury pede mais informações sobre o caso e diz que, com a viagem a São Paulo, Maluf "saiu da jurisdição" da VEP do DF.
Nele, Leila Cury pede mais informações sobre o caso e diz que, com a viagem a São Paulo, Maluf "saiu da jurisdição" da VEP do DF.
O documento será analisado pelos ministros Edson Fachin – relator da
ação contra Maluf no STF por lavagem de dinheiro – e Dias Toffoli – que
concedeu a prisão domiciliar na quarta (28).
O G1 entrou em contato com os advogados de Paulo Maluf e aguarda retorno.
Mudança na prisão
Até a semana passada, Maluf cumpria pena no presídio da Papuda, em
Brasília.
O político foi condenado pelo ministro Edson Fachin a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro no período em que foi prefeito de São Paulo – entre 1993 e 1996.
O político foi condenado pelo ministro Edson Fachin a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro no período em que foi prefeito de São Paulo – entre 1993 e 1996.
No despacho da decisão, o ministro Dias Toffoli afirma que documentos
apresentados pela defesa de Maluf demonstram que o deputado, aos 86
anos, "passa por graves problemas relacionados à sua saúde no cárcere,
em face de inúmeras e graves patologias que o afligem".
Mesmo com o aval do Supremo, o político deveria ter se apresentado à
Justiça do DF para assinar papéis e ouvir recomendações sobre o novo
regime de prisão.
Segundo Leila Cury, isso não aconteceu.
Segundo Leila Cury, isso não aconteceu.
"Determinei a intimação dele [...] a fim de ser realizada a audiência
admonitória, oportunidade na qual deveria haver sua cientificação acerca
das condições da prisão domiciliar e colocação do aparelho de
monitoração eletrônica (tornozeleira eletrônica), tudo de acordo com o
rito processual adotado por este Juízo para os casos de concessão de
prisão domiciliar humanitária", diz o documento.
Questionada após a decisão de Toffoli sobre o uso da tornozeleira
eletrônica para monitorar a prisão de Maluf, a Secretaria de Segurança
do DF informou que essa decisão caberia ao próprio STF.
No habeas corpus obtido pelo G1, o dispositivo não é mencionado.
No habeas corpus obtido pelo G1, o dispositivo não é mencionado.
Saúde debilitada
Segundo o Hospital Ortopédico e Medicina Especializada (Home), onde
Maluf foi internado, uma ressonância feita na quarta (28) identificou a
compressão de nervos na coluna vertebral.
Por conta disso, o deputado recebeu analgésicos "potentes",
anti-inflamatórios e opióides.
Ele também foi submetido a uma infiltração com corticoite na base da coluna.
Ele também foi submetido a uma infiltração com corticoite na base da coluna.
Na madrugada de quinta (29), Maluf "apresentou leve desconforto
respiratório" e precisou de oxigênio suplementar, segundo boletim
divulgado pelo hospital.
No mesmo dia, ele passou por uma punção na coluna e outros exames de controle.
No mesmo dia, ele passou por uma punção na coluna e outros exames de controle.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, chegou a dizer ao G1 que
o quadro de saúde do parlamentar era "grave, com constante e diário
comprometimento, inclusive com permanente risco de óbito".
De acordo com a defesa, Maluf tem problemas cardíacos e ortopédicos, além de câncer de próstata e diabetes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário