A evolução
das cidades mineradoras e suas consequências
INTRODUÇÃO
A exploração mineral faz presente hoje, uma vez que o Brasil é um dos maiores produtores minerais do mundo.
Esse grande potencial resulta na contínua abertura
de minas por todo o território nacional.
A atividade mineira corresponde a cerca de 3% do
Produto Interno Bruto (PIB), e emprega diretamente cerca de 100 mil pessoas e
outras 500 mil estão ligadas indiretamente ao setor.
Apesar da prosperidade trazida pela exploração
mineral, a atividade também acarreta em consequências negativas para a área
onde se encontram.
A atividade tem como seu malefício mais conhecido a degradação ambiental.
A atividade tem como seu malefício mais conhecido a degradação ambiental.
A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA GERADA PELA
ATIVIDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS.
Esse processo é conhecido como “enclave econômico”
e também pode ocorrer em áreas prioritariamente industriais.
Além da dependência econômica, a mineração
apresenta outro fator negativo, a limitação de suas atividades.
Isso quer dizer que uma mina possui um tempo limite
para sua exploração.
O esgotamento de uma jazida, quase sempre resulta
em desemprego e subutilização da infraestrutura implantada.
Esses problemas, somados à degradação do meio
ambiente, impactam o desenvolvimento da região mineradora.
Esse cenário desolador pode ser evitado ou revertido, desde que a atividade mineradora seja praticada de maneira consciente e planejada.
Esse cenário desolador pode ser evitado ou revertido, desde que a atividade mineradora seja praticada de maneira consciente e planejada.
Em geral a mineração pode ser considerada uma
atividade de extração de minerais que possuam valor econômico.
A atividade foi fundamental para o desenvolvimento
da humanidade e hoje ainda apresenta extrema importância tendo em vista que
fornece matéria prima base para a indústria.
Todos os produtos têm origem mineral, desde os mais
simples aos mais complexos, cosméticos, eletro-eletrônicos, meios de transporte
e computadores, todos têm algum mineral como matéria-prima.
O Brasil apresenta grande potencial mineral, suas
principais reservas são de o nióbio, minério de ferro (segundo maior produtor
mundial), tantalita, manganês, entre outros.
Sendo um país continente, apresenta, em seus mais
de 8,5 milhões de km2, uma grande diversidade de terrenos e formações
geológicas que lhe conferem o status de possuir um dos maiores potenciais
minerais do mundo.
Esta característica, internacionalmente
reconhecida, é de certa forma refletida na importância e na variedade da
produção mineral brasileira, que tem grande destaque internacional: o Brasil é
um dos principais produtores de minerais do mundo e registra oficialmente a
produção de 83 substâncias minerais diferentes, apesar de, até o momento, haver
explorado predominantemente depósitos superficiais e subaflorantes.
O potencial geológico do país é significativo, una vez que possuem a maior reserva mundial de nióbio com 88,3% dos depósitos existentes; a segunda maior reserva do caulim com 14,1% dos depósitos; a terceira maior reserva de bauxita com 12,2%; possui também a quinta maior reserva de minero de ferro com 8,3% e a sexta maior de estanho com 7,5%.
O potencial geológico do país é significativo, una vez que possuem a maior reserva mundial de nióbio com 88,3% dos depósitos existentes; a segunda maior reserva do caulim com 14,1% dos depósitos; a terceira maior reserva de bauxita com 12,2%; possui também a quinta maior reserva de minero de ferro com 8,3% e a sexta maior de estanho com 7,5%.
A mineração corresponde a cerca de 3% do Produto
Interno Bruto Brasileiro (PIB).
Os empreendimentos minerais desenvolvem regiões desfavorecidas, muitas vezes tendo que investir em infraestrutura e cria novos núcleos urbanos.
Os empreendimentos minerais desenvolvem regiões desfavorecidas, muitas vezes tendo que investir em infraestrutura e cria novos núcleos urbanos.
A mão-de-obra empregada diretamente é de
cerca de 100 mil pessoas e outras 500 mil estão ligadas informalmente ao
setor.
A mineração é, portanto, um setor de profunda
importância para o país, pois, além do que já representa para a economia atual,
tem potencial de crescimento.
Esse potencial se deve ao fato de que o país possui
importante depósito mineral ainda não explorado.
A produção brasileira de minério e ferro atinge aproximadamente 145 milhões de toneladas anuais, das quais cerca de 70% se destinam ao mercado externo e correspondem a mais de 80% das exportações minerais brasileiras.
A produção brasileira de minério e ferro atinge aproximadamente 145 milhões de toneladas anuais, das quais cerca de 70% se destinam ao mercado externo e correspondem a mais de 80% das exportações minerais brasileiras.
A Europa ocidental e o Japão são os principais
compradores.
Além do ferro, o Brasil produz e exporta muitos
outros minerais, com destaque para a bauxita, o manganês e a cassiterita.
O QUE ACONTECEU EM ITABIRA PODERÁ
ACONTECER EM PARAUAPEBAS SE PROVIDÊNCIAS URGENTES NÃO FOREM TOMADAS.
O Município de Itabira encontra-se no estado de
Minas Gerais, à 111 km da capital Belo Horizonte.
Fazem parte do Município os distritos de Itabira, Ipoema e Senhora do Carmo.
Fazem parte do Município os distritos de Itabira, Ipoema e Senhora do Carmo.
A população total é de 105.159 (2007), em uma área
de 1.305km2.
Itabira desenvolveu um grave problema econômico, toda a demanda de desenvolvimento foi monopolizada pela mineração, o que acabou inibindo outros empreendedores e atividades desvinculadas da matriz geradora de empregos.
Itabira desenvolveu um grave problema econômico, toda a demanda de desenvolvimento foi monopolizada pela mineração, o que acabou inibindo outros empreendedores e atividades desvinculadas da matriz geradora de empregos.
O resultado foi a situação de dependência econômica
que se implantou em Itabira, fazendo com que quase a totalidade do mercado de
trabalho dependesse da mineração.
Hoje, a mineração em Itabira representa de forma direta aproximadamente 80% do mercado de trabalho e indiretamente 19%.
Hoje, a mineração em Itabira representa de forma direta aproximadamente 80% do mercado de trabalho e indiretamente 19%.
A diversificação comercial deveria ter sido
estimulada no momento da entrada da mineradora na região.
Agora, com o possível encerramento das atividades
da Vale, a cidade tem que se preparar para não prejudicar seu desenvolvimento
econômico e a qualidade de vida local.
A saída da empresa irá resultar na redução da oferta de trabalho local.
A saída da empresa irá resultar na redução da oferta de trabalho local.
Mesmo com as possíveis diversificações econômicas,
haverá grande redução das atividades e, consequentemente, haverá perda de
arrecadação municipal.
A região tradicionalmente produtora de minério de
ferro é o município mineiro com maior arrecadação da Compensação Financeira
pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) devido ás atividades da VALE.
Ali,
a empresa mantém uma das maiores minas a céu aberto de minério de ferro do
mundo.
A mineração em Itabira emprega direta e
indiretamente cerca de 4 mil pessoas.
A atividade rende uma receita de aproximadamente R$
150 milhões anuais, 75% da arrecadação total do município.
Em Itabira está a maior jazida de esmeralda do
Brasil, de propriedade da Belmont Mineradora.
A mineração alterou a paisagem de Itabira, dando novo perfil topográfico às serras agora descaracterizadas.
A mineração alterou a paisagem de Itabira, dando novo perfil topográfico às serras agora descaracterizadas.
A questão da água também é séria, uma vez que a
necessidade de rebaixar o lençol freático cada vez que a mineração o atinge,
comprometeu as nascentes existentes e o abastecimento de água para a população,
sem falar na poluição dos córregos e do solo causada pela lavagem do minério.
GRANDE CARAJÁS: PLANEJAMENTO DA
DESTRUIÇÃO.
Tragédia anunciada.
No capítulo 20 do livro Grande Carajás, do autor
Orlando Valverde, o geólogo responsável pela pesquisa encomendada pelo governo
do então Presidente Figueiredo sobre os impactos ambientais e sociais que a
implantação do PGC - Projeto Grande Carajás, que o mesmo concluíra que seria
inviável tal projeto, ele já prenunciava o que está acontecendo hoje, no
município de Parauapebas.
"Por exemplo: no alto rio Doce, a devastação
generalizada da cobertura florestal numa região de relevo enérgico provocou
fenômenos violentos de erosão acelerada, enchentes avassaladoras, assoreamento
de leitos fluviais...
As inversões de temperatura, acentuadas com a remoção das matas, causam agora densa poluição atmosférica, pelos "finos" em suspensão no ar, na cidade de Itabira, como ademais em todas as vizinhanças da área de mineração.
As inversões de temperatura, acentuadas com a remoção das matas, causam agora densa poluição atmosférica, pelos "finos" em suspensão no ar, na cidade de Itabira, como ademais em todas as vizinhanças da área de mineração.
No outro extremo da E.F. Vitória-Minas, o material
fino levantado na ponta do Tubarão é arrastado pelos ventos do quadrante norte,
aí predominantes (alísios de retorno), e vão poluir o ar com o pó de ferro na
capital capixaba.
Na praia de Camburi, outrora a mais sofisticada da
cidade, formou-se um banco de ferrugem paralelo às areias, que tornou
desagradáveis, senão inviáveis, os banhos de mar".
Em Parauapebas todos nós, expiramos 24 horas do
dia, esse pó de ferro citado no relatório do geólogo Orlando Valverde.
Na pagina 31, está a seguinte afirmação do grande
geólogo Orlando Valverde.
"Além da falta de recursos hídricos, o PGC
está contribuindo para agravar fortemente o problema da poluição ambiental.
:Parauapebas está situado exatamente no sopé da serra dos Carajás, onde, durante
as invasões de massas frias, no semestre de inverno (quando tinha inverno e
verão em Parauapebas), ocorrem inversões de temperatura.
Já na curta viagem de reconhecimento, realizada por
uma equipe técnica em outubro de 1985, foi possível comprovar esse fenômeno,
pela ocorrência de denso nevoeiro.
Hoje não existe mais nevoeiro em
Parauapebas.
Nessas oportunidades, o ar úmido, pesado, fica aprisionado, sem subir, durante vários dias.
Impregnado de fuligem, ele formará o
"smog" que além de prejudica as saúde da população local, irá anular
grande parte do esforço promovido pela Cia. Vale do Rio Doce para preservar as
condições ambientais".
Na página 109, para finalizar as referência que
constam nesse livro revelações estarrecedoras da irresponsabilidade do governo
federal ignorar tal relatório de um profissional do nível de Orlando Valverde
consta mais uma de suas afirmações que diz assim:
"Nas terras desprovidas da cobertura florestal
e submetidas aos aguaceiros que sucedem à época das queimadas, estabelecem-se:
a erosão acelerada dos solos; a lixiviação, que é o arrastamento das bases
solúveis do húmos, por dissolução, para o lençol freático e daí para os rios; a
iluviação, ou seja, a descida de partículas finas, sobretudo das frações argila
e silte, para os horizontes inferiores dos perfis de solo.
Os rios aumentam sua carga sólida e entulham-se de
sedimentos.
O rio Araguaia, que já era conhecido por suas
extensas praias e "c´roas" (bancos de areia), parece cada dia mais
afetado por esse fenômeno.
O próprio clima local fica alterado.
Sem o manto protetor da floresta, a irradiação solar incide diretamente sobre o solo desnudo, provocando um brutal aquecimento do ar, em contato com ele, durante o dia.
Em consequência, a subida do ar (convecção) vai
provocar instabilidade atmosférica.
À noite, o solo se resfria depressa, muito mais do
que quando se encontrava sob a mata.
Há, portanto, um sensível aumento da amplitude
térmica diária e uma tendência à acentuação dos curtos aguaceiros.
Como um reflexo, os regimes fluviais exageram suas
enchentes e vazantes, que tendem a tornar-se torrenciais.
Do lado diretamente agredido, isto é, da floresta,
verifica-se o desaparecimento de espécies botânicas.
Esse empobrecimento não é apenas florístico; é
também econômico.
Espécie de alto valor comercial estão agora
ameaçado de extinção, como: o mogno que era particularmente abundante nas
florestas dos vales do Tocantins e do Araguaia".
Finalizando nosso alerta sobre os males que as
mineradoras, provocam contra a natureza e o meio ambiente, e
principalmente a Vale, se as autoridades do Estado do Pará não tomarem uma
atitude enérgica e urgente para a recuperação do rio Parauapebas que está
agonizando, brevemente nosso município se transformará em uma cidade fantasma,
a semelhança de Serra do Navio no Amapá.
Fontes: Grande Carajás: Planejamento da Destruição e
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