Estado desmatou 36% da floresta amazônica na última década.
Projeto TerraClass aponta as localidades e estados que mais desmataram.
O levantamento mostra que o Pará lidera o registro de crime ambiental, com 36% da floresta desmatada só em seu território.
O projeto utiliza sistema sensores com resolução espacial com alcance de 60 m do solo, chamado DETER B.
Esta tecnologia permite identificar novas tendências, novas frentes de desmatamento na Amazônia Legal, enviando os dados em tempo quase real para as equipes de fiscalização do IBAMA.
"O que nós fazemos, chamamos de qualificação do desflorestamento.
Se antes o INPE dizia que tinha sido desflorestado 1000 km², agora está dizendo que desses 1000 km², uma parta é agricultura, uma parte é capoeira e outra é pastagem.
Então estamos dizendo o que se transformou após a conversão da floresta" disse Adriano Venturieri, chefe do EMBRAPA da Amazônia Oriental.
De agosto de 2015 a janeiro de 2016, o Pará teve uma área desmatada de 1009,35 km², ficando à frente de Mato Grosso, 632,59 km², Rondônia, 544,31 km², Amazonas, 366,57 km² e Acre, 131,04 km².
Os três tipos mais comuns de desmatamento identificado pelo INPE são os desmatamento de corte raso, desmatamento com vegetação e a mineração, todos feitos de forma ilegal.
Segundo Igor Marvaes, pesquisador do INPE, o Pará tem fronteira de contato com outro bioma, por isso facilita a entrada de agentes da agricultura, não específica ou apropriada para a região.
"O avanço da agricultura se dá pelo estado do Pará e Mato Grosso, por isso chefiam a lista dos grandes desmatadores da Amazônia Legal" concluiu Igor Narvaes.
O município de Paragominas, há sete anos liderou o ranking do desmatamento na região.
Com uma política de conscientização e aperfeiçoamento das técnicas de agricultura, Paragominas detém hoje o título de município Verde no país.
"Isso se conseguiu devido a um manejo adequado do solo, correção do solo, uso de fertilizantes, rotação de pastagem e uso adequado da espécie a ser plantada.
Ao invés de ser criar meio ou uma unidade de animal por hectare pode ser criado cinco ou seis cabeças de gado nessa área de 1 hectare" explicou Pedro Emerson Gazel, pesquisador da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
A nova política agropecuária adotada em Paragominas, aliada ao monitoramento realizado pelo INPE e a fiscalização dos agentes do IBAMA, o Pará conseguiu recuperar 22% de toda área desmatada da Floresta Amazônica em 10 anos.
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