Empresária reafirma que foi jogada de prédio pelo marido: 'Me lançou'

Mulher recebeu alta após ficar 15 dias internada em hospital de Goiânia.
Com ossos e dentes quebrados, ela diz que quer mudar de cidade: 'Medo'.

 

Do G1 GO

 

A empresária Halyne Elias Neto, de 27 anos, reafirmou que foi empurrada pelo marido do 2º andar do prédio onde moravam, no Residencial Eldorado, em Goiânia. 

Após 15 dias internada, ela recebeu alta médica nesta segunda-feira (7). 

"Ele realmente me empurrou da sacada. 

Corri para a sacada e ele me lançou para fora", disse.

O crime ocorreu no último dia 23 de agosto, após eles voltarem de uma festa. 

Apesar de negar o crime, o suspeito, um comerciante de 38 anos, está preso no Centro de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia.

Saiba mais:

 

• Mãe de mulher jogada de prédio se surpreendeu ao saber de estupro
• Empresária que teria sido jogada pelo marido de prédio diz que foi estuprada
• Empresária diz ter sido jogada pelo marido do 2º andar de prédio, em GO

Halyne ficou praticamente irreconhecível após a queda. 

A mulher chegou a ficar por seis dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e fez cinco cirurgias para a reconstrução do rosto, que teve 20 ossos quebrados. 

Ela ainda terá que passar por fisioterapia, pois o lado direito do seu rosto está paralisado.

Além disso, a empresária sofreu fraturas no braço, pé e bacia. 

Como perdeu oito dentes, atualmente ela só pode ingerir alimentos líquidos. 

Com receio, ela diz que pretende mudar de cidade.

"A gente quer ir embora daqui. 

Não quero ficar em Goiânia por medo. 

Eu tenho muito medo que ele [marido] saia devido aos comentários que ainda não tem provas suficientes que indicie ele", revela.

Familiares e amigos estão fazendo um abaixo-assinado para cobrar que o suspeito responda pelo crime de tentativa de homicídio e não apenas lesão corporal. 

"A gente fica preocupada porque uma pessoa que fez o que com ela, sendo a esposa dele, é uma pessoa capaz que qualquer coisa", diz o pai de Halyne, Valdeci Elias da Silva. 

Halyne antes e depois da queda de prédio: ossos e dentes quebrados (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

 

 

Depoimento.

Dois dias após a queda, a empresária prestou depoimento à polícia ainda no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde estava internada. 

Na ocasião, já havia acusado o marido de ter jogado-a.  

Ela afirmou que havia sido estuprada pelo marido há um ano e que não denunciou o crime por conta de dívida e porque o amava.

"Ele devia R$ 60 mil para a mãe dela e falou que se a mulher fosse à delegacia dar queixa, não faria o pagamento. 

Além disso, a vítima afirmou que amava o marido e acreditava que ele poderia mudar", disse ao G1 a delegada Magda D'Ávila, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher da Região Noroeste (Deam 2), responsável pelo caso.

 

Mulher foi jogada do 2º andar de prédio em Goiânia (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

 

 

Briga em festa.

Segundo a polícia, horas antes do fato, o casal brigou durante uma festa em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. 

Na confusão, o homem bateu na empresária, que pegou o carro e voltou para capital.

Logo depois de a vítima entrar no edifício, o marido dela chegou ao local em outro automóvel. 

Conforme o depoimento de funcionários do condomínio, em um curto espaço de tempo, a mulher caiu do apartamento.

O casal estava junto há sete anos. 

Apesar de ter denunciado o marido uma vez, a empresária era agredida constantemente, segundo a mãe dela.  

O suspeito já tinha passagem por tráfico de drogas e outras duas por violência doméstica, sendo uma delas registrada pela própria empresária em 2013.