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quarta-feira, outubro 15, 2014

Médico abandona carreira para abrir rede de 'yakisoba gourmet'



Hwang Chi Fong desistiu da oncologia e abriu a Yakisoba Factory.
Mudança foi gradual, e ele trabalhou como médico e chef por 4 anos.

 

Karina Trevizan  

Do G1, em São Paulo
 
Com investimento total de R$ 2 milhões, Hwang Chi Fong criou a Yakisoba Factory (Foto: Karina Trevizan/G1) 
Com investimento total de R$ 2 milhões, Hwang Chi Fong criou a Yakisoba Factory (Foto: Karina Trevizan/G1)


Uma carreira em medicina, que começou com formação pela USP e passou por residências em cirurgia geral e oncológica, acabou sendo trocada por uma rede de franquias de “yakisoba gourmet”. 

Essa foi a decisão tomada pelo empresário Hwang Chi Fong, que nasceu em Taiwan e veio para o Brasil aos 2 anos de idade

Ele tem 48 anos, e abandonou a medicina depois de 15 anos de carreira para se dedicar à gastronomia.


Hwang, que vive em São Paulo, conta que sempre gostou de cozinhar e se considera um “especialista” em cozinha oriental. 

Porém, na época em que teve que escolher sua carreira, foi pressionado pelo pai, que é engenheiro, e optou pela área da saúde. “Para ele, ou era engenheiro ou era médico”, lembra.

O empresário é dono da Yakisoba Factory, que teve sua primeira unidade inaugurada em janeiro de 2010 na Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo, e atualmente conta com 15 restaurantes em seis estados no país. 

A expectativa de Hwang é de inaugurar mais 7 ainda em 2014. 

O faturamento esperado para este ano de toda a rede é de R$ 10 milhões. 

O investimento até agora foi de R$ 2 milhões, segundo o empresário.


Primeira unidade da rede foi inaugurada em 2010 na Zona Sul de São Paulo (Foto: Karina Trevizan/G1) 
Primeira unidade da rede foi inaugurada em 2010 na Zona Sul de São Paulo (Foto: Karina Trevizan/G1)
 

Apesar de não se arrepender da troca, Hwang conta que o negócio ainda não é lucrativo. 


“A franquia não dá lucro ainda. 

Como franqueador, principalmente franquia nova, tenho despesas enormes. 

Preciso ter equipe de vendas, de operações, treinadores, todos os sistemas, locação, toda a parte de tecnologia e marketing. 

Hoje eu posso dizer que estou mais ou menos no ponto de equilíbrio.

Lucro não há nenhum”, diz. 

“A expectativa é no ano que vem, a partir do segundo semestre, a operação ser lucrativa.”

Hwang é o gestor da marca. 

Além de acompanhar as vendas, ele cria as receitas e participa dos testes de novos pratos. 

A forma de preparo é registrada em vídeo para os franqueados seguirem à risca a receita do chef. 

Há fiscalização de consultores, e não é permitido alterar as receitas.

As etapas da troca.


Hwang fez especialização em câncer de mama. 


Tinha seu próprio consultório e foi professor da área por 10 anos. 

Ele lembra que, financeiramente, não podia reclamar. 

“Eu pagava minhas contas, sobrava algum dinheiro, tinha status. 

Mas estava na minha vocação empreender.”


Para mudar, você tem que se preparar, fazer um plano de negócios. 
Se não é aventura".
Hwang Chi Fong.
A mudança foi gradativa. 

Hwang fez cursos de empreendedorismo e culinária enquanto ainda trabalhava como médico, até que abriu seu primeiro fast food de comida oriental em um shopping no Centro de São Paulo. 

“Em um ano estava me dando tanto dinheiro quanto eu ganhava como médico.”

Depois de 4 anos se dividindo entre a medicina e o negócio de fast food oriental, Hwang decidiu se dedicar integralmente à culinária. 


“Conversei com a minha esposa, tive o apoio dela e nós tiramos dois anos sabáticos. 

Fui para Miami estudar no Le Cordon Bleu o curso de chef de cozinha internacional.”

Foram 2 anos nos EUA, que custaram à família cerca de R$ 1,5 milhão, sendo cerca de US$ 50 mil (o equivalente a cerca de R$ 121 mil) apenas para custear o curso de gastronomia. 


“Foi toda a reserva, e mais ajuda da família”, conta o chef.

Hwang voltou ao Brasil em 2008. 


O restaurante do Centro de São Paulo não funcionava mais, pois o shopping em que ficava havia sido fechado. 

O chef precisava abrir um novo estabelecimento, e inaugurou um restaurante no Jardim Paulista. 

O negócio deu prejuízo por dois anos – o empresário afirma que o ponto era ruim.

Hwang cria as receitas e participa dos testes de novos pratos (Foto: Karina Trevizan/G1) 
Hwang cria as receitas e participa dos testes de novos pratos (Foto: Karina Trevizan/G1)

Foi então que começou o projeto do Yakisoba Factory (cujo nome foi inspirado no local em que Hwang estagiou nos EUA, o Cheesecake Factory). 

“Tinha que fazer alguma coisa que gerasse renda”, explica o chef. 

Para criar o novo negócio, ele planejou um investimento inicial menor e estabeleceu o conceito de adaptar a produção a um espaço pequeno. 

Até agora, foram investidos na primeira unidade R$ 180 mil.

Hwang passou dois anos tocando os dois restaurantes, até que precisou fechar o primeiro. 


“Quando eu estava ganhando um bom dinheiro por mês, pediram o imóvel de volta e eu perdi tudo”, conta o chef. 

Antes de o Yakisoba Factory se estabilizar, o chef também trabalhou como consultor para um fabricante de molho oriental e uma rede de fast food de comida oriental em shoppings.

Dois anos depois, o Yakisoba Factory começou a ser transformado em rede. 

“Foi um sucesso de cara porque não tem similar no mercado em termos de qualidade, principalmente na área de fast food, que é zero mesmo. 

Dois anos depois [da inauguração], alguns grupos me procuraram para lançar como modelo de franquia”, relata o empresário.

Reação da família.

Logo que Hwang começou a cogitar abandonar a medicina para abrir seu próprio negócio, teve que lidar com o estranhamento da família – em especial, claro, do pai. 


“Foi só de dois anos para cá que meu pai aceitou e falou: ‘acho que você fez a coisa certa’.”

Rede de fast food oriental é caracterizada pela qualidade 'gourmet' do yakisoba, diz Hwang Chi Fong (Foto: Karina Trevizan/G1) 
Rede de fast food oriental é caracterizada pela qualidade 'gourmet' do yakisoba, diz Hwang Chi Fong (Foto: KarinaTrevizan/G1)

O empresário garante que não voltaria atrás. 

“Mudar é positivo, te faz evoluir tanto no sucesso como no fracasso. 

Mas as pessoas têm medo, porque sair da zona de conforto incomoda”, avalia. 

“Como médico, eu saía com os colegas e todas as conversas giravam em torno de como estavam ganhando mal, a profissão estava um saco. 

Era só médico reclamando. 

Eu parei de reclamar da medicina. 

Está tão ruim assim? 

Se prepare e mude, pare de reclamar. 

Para mudar, você tem que se preparar, fazer um plano de negócios. 

Se não é aventura.”

Ainda na comparação entre a profissão de médico e chef, Hwang se diverte contando que não perdeu “status”. 


“Eu exerci dez anos a profissão de oncologista. 

Sabe quando eu ganhei a primeira publicação em uma revista de oncologia? 

Como chef de cozinha. 

A revista me procurou e publicou uma matéria de duas páginas sobre ‘o médico que largou a carreira’. 

Quando eu era oncologista ninguém dava bola para mim, quando virei chef as revistas me procuraram”, lembra, aos risos.

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