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segunda-feira, março 18, 2013

Médica presa acusa coordenador por fraude com dedos de silicone

 

Segundo a médica Thauane Nunes Ferreira, presa em flagrante, Jorge Luiz Cury cobrava repasse do valor dos plantões não trabalhados.


O Fantástico mostra a confissão da médica presa em flagrante fraudando um ponto eletrônico, no Samu, de Ferraz de Vasconcelos, na grande São Paulo. Domingo passado - você viu no Fantástico - as imagens do momento em que ela usava dedos de silicone para cometer a fraude. Agora, a médica revela como funcionava o esquema.

A origem da denúncia foi um vídeo obtido com exclusividade pelo Fantástico. As imagens foram gravadas por uma ex-funcionária do Samu de Ferraz de Vasconcelos, região metropolitana de São Paulo. No alojamento dos médicos, ela mostra diversos dedos de silicone. Segundo a ex-funcionária, o armário é do coordenador do Samu, o médico Jorge Luiz Cury. O vídeo foi enviado à prefeitura.

“A partir daí, nós iniciamos o monitoramento. Durante 15 dias, nós ficamos a postos, nós colocamos um ônibus e começamos o monitoramento acerca dessas informações”, diz o secretário de Segurança de Ferraz de Vasconcelos, Carlos César Alves.

Foi dentro desse ônibus, estacionado estrategicamente ao lado do relógio de ponto da prefeitura, que o pessoal da Secretaria de Segurança Pública gravou todas as imagens do flagrante. Os agentes já tinham uma ideia do dia e da hora da troca de plantão. Foi aguardar e filmar tudo.

No último domingo (10), a médica Thauane Nunes Ferreira, de 29 anos, foi pega em flagrante. Ela usava os dedos de silicone com as digitais de colegas. 

A médica passa a prótese, olha para o lado para se certificar se tem alguém, e depois pega o comprovante impresso. Ela repete a operação três vezes.

Logo depois, o próprio secretário de segurança gravou a confissão. Nas imagens, ela aponta o chefe como responsável pelo esquema.

Secretário: Como é o nome?
Thauane: Doutor Jorge.
Secretário: Jorge Cury? Ele que obriga você a fazer isso?
Thauane concorda com a cabeça.

A polícia apreendeu seis dedos de silicone. Três foram identificados imediatamente por comprovantes impressos pela máquina de ponto. São dos médicos: Rodrigo Gil de Castro Jorge, Aline Monteiro Cury, filha de Jorge Cury, e Felipe de Moraes.
No vídeo, Thauane diz que foi Felipe que fez o dedo falso.
Thauane: Doutor Felipe.
Secretário: Ele que faz o dedo?
Thauane: É, ele que fez o meu, pelo menos.


Na sexta-feira (15), a médica prestou depoimento ao Ministério Público. Ela afirmou que a abordagem de Jorge Cury era "intimidatória", e que ele havia dito que, se "ela não quisesse passar os dedos de silicone, ele arrumaria outro médico que o fizesse".

A médica contou ainda que não trabalhava todos os domingos. Ela "repassava a Jorge Cury o dinheiro dos plantões que não fazia. “Tem algumas vezes que ele dá plantão e passa o meu dedo, e aí cai na minha conta, eu repasso tudo para ele”, disse Thauane. Ela apresentou comprovantes bancários que somam R$ 5,5 mil.

“O único benefício que ela teve foi preservar o emprego. Todo o dinheiro de recebimento que foi a mais, que não foi o resultado do trabalho dela, ela fez uma devolução para o doutor Jorge Cury a mando dele”, diz o advogado dela, Celestino Gomes.

Outra médica, que não quer ser identificada, também trabalhou no Samu de Ferraz de Vasconcelos. Ela diz que participou da fraude, mas que se arrependeu e pediu demissão. Ela também aponta Jorge Cury como o autor do esquema. “Ele foi bem claro: que ou eu participava, ou estava fora”, diz ela.
Thauane Nunes Ferreira, Jorge Cury e os três médicos que aparecem no registro impresso de ponto foram afastados do trabalho e estão sendo investigados.

“Até agora, não tem me provado o envolvimento dos demais funcionários, exceto o da classe médica ali.”, aponta o delegado Wagner Lombisani.

“Serão com certeza exonerados e terão que devolver o que receberam de maneira ilegal”, afirma o prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Acir Filló.

O doutor Cury alegou problemas de saúde e  não prestou depoimento ao Ministério Público.
O Fantástico procurou o médico e a filha na casa dele, em Mogi das Cruzes, na grande São Paulo, e também por telefone, mas eles não foram encontrados.

Em nota, o advogado de Felipe de Moraes disse que o médico "não participou de nenhum esquema de fraude e que nunca recebeu dinheiro sem que tivesse trabalhado nos plantões".
Rodrigo Gil de Castro Jorge também não foi encontrado pela reportagem.

Golpes do ponto eletrônico não são raros. "Jogavam cola no local da leitura, jogavam ácido, quebras de mêcanica", disse o subsecretário de Estado de Saúde do RJ, Sylvio Jorge de Souza Júnior.

O Sindicato dos Médicos diz que não há provas. "Não há registro nem na polícia e em nenhuma investigação em curso que  esteja apontando para que os médicos tenham sido os causadores dos danos causados a essa máquina" , disse o presidente do Sindicato dos Médicos do RJ, Jorge Darze
No Rio de Janeiro, para controlar a presença dos médicos, o governo estadual apelou para a tecnologia. Os médicos registram a presença nos leitores biométricos e a informação vai automaticamente para uma central, além de ficar disponível também para os pacientes.

“Ele tem condições de olhar esse painel e verificar qual é o médico que está lá, quantos médicos tem e, se o médico não estiver, se for lançada a falta para ele, aparece na coluna de presença a palavra ausente”, explica o subsecretário.

A polícia e o Ministério Público investigam a possibilidade de mais médicos participarem da fraude. Até agora, só a médica que aparece nas filmagens foi indiciada. Ela e os colegas podem responder por peculato, estelionato e formação de quadrilha. A pena pode chegar a 12 anos de prisão.

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