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terça-feira, julho 14, 2009

Melhor petróleo do Brasil é extraído das profundezas da Amazônia

Uma atividade como essa, em um ambiente tão sensível, exige muitos cuidados. Um deles foi isolar o Campo de Urucu, onde só se chega de avião ou de barco.
Uma chama onde menos se espera: no centro de uma floresta virgem. De perto, as instalações assustam. De longe, nem tanto. É preciso aproximar muito a imagem de satélite para ver os Campos de Urucu, no centro do estado do Amazonas. Uma pista de pouso, um polo de controle e 70 poços ligados por estradas pequenas. Foi a boa quantidade de gás e a alta qualidade do petróleo que levaram o Brasil a assumir o risco de iniciar essa exploração em um ambiente tão sensível.
O petróleo de Urucu, saindo de uma profundidade de 2.300 metros. É um tipo especial, leve, rico em produtos nobres, muito valorizado. É o melhor petróleo produzido no Brasil. A extração de petróleo não é grande, menos de 2% da produção brasileira, mas dá para abastecer grande parte da Amazônia. Mais do que petróleo, Urucu produz gás. Sai daqui todo o gás de cozinha consumido no Norte do país e em parte do Nordeste.
Dos poços também sai um outro tipo de gás, o natural. Para aproveitá-lo, está em fase de acabamento um supergasoduto. Ele começa em Urucu, passa por Coari e chega a Manaus. O gás vai substituir o óleo que hoje é queimado em termoelétricas. Ele polui menos e é mais barato.
'Então você pode colocar energia em toda essa região a partir do gás que é transportado de forma mais limpa, porque volatiliza, não suja o ambiente', diz o gerente-executivo de Exploração da Região Norte e Nordeste da Petrobrás, Christóvan Sanches.
O gasoduto vai custar R$ 4,5 bilhões, quase o dobro do previsto. A obra enfrentou chuvas, pântanos e inundações. Alguns tubos tiveram de ser transportados por helicópteros. Um levantamento das doenças que poderiam atacar os operários teve resultado assustador. “Quarenta e sete doenças tropicais: malária, leishmaniose e até febre do oeste do Nilo. A gente estaria sujeito porque tem uma ave migratória, que pousa na região, e poderia nos contaminar', explica Mauro de Oliveira Loureiro, gerente-geral da obra do gasoduto.
O controle das doenças, no entanto, foi bem-sucedido. 'Não tivemos nenhum caso de contaminação de malária durante a obra, mesmo tendo períodos em que quase temos nove mil pessoas trabalhando', disse Mauro.
Todo o material usado em Urucu é trazido por balsas. A decisão foi isolar a área do resto da civilização. A construção de estradas de acesso poderia trazer posseiros e madeireiros para uma região de floresta virgem e rios limpos.
No Rio Urucu, vê-se como a intervenção na natureza provocada pela exploração do gás e do petróleo é pequena e localizada. O porto Urucu surge de uma hora para a outra em meio a um ambiente preservado. Não foi preciso destruir uma larga extensão de floresta.
Rio traiçoeiro - O belo rio de águas escuras é traiçoeiro. A navegação exige perícia dos marinheiros. 'Ele não tem espaço para você manobrar direito, é muito estreito, e você tem que ter bastante cuidado', conta o comandante do barco, Manoel da Silva.
Quem antes vivia do trabalho duro e mal pago na exploração da floresta, hoje tem emprego com carteira assinada. 'Nasci no interior, cortando seringa, fazendo roça', conta Juvenal Rodrigues Feitosa, de 55 anos.
O jardineiro Raimundo Ferreira da Silva, que cria mudas para reflorestamento é outro amazonense que se livrou da vida difícil de seringueiro: 'A gente pegou um dinheiro melhor, um trabalho mais seguro'.
O pessoal que trabalha em Urucu faz turnos, 14 dias de trabalho isolado na floresta por 14 dias de descanso com a família em Manaus e em outras cidades do Brasil. 'A Amazônia acho que todo mundo tem um sonho em conhecê-la. Tem hora que eu estou trabalhando em Urucu e eu fico pensando, no mapa. A distância de Betim para cá. Nunca imaginei estar aqui no coração da Amazônia', afirma Giovanini Araújo, mineiro de Betim.
Tempo livre - Difíceis são os momentos de descanso, quando a saudade da família bate forte. Aí sempre tem um jogo de dominó, muita conversa jogada fora e o suor da ginástica. Quem quiser, pode aproveitar a escola montada especialmente para os funcionários.
Bilga Cândido da Silva é camareira em Urucu. Ela gostou do sistema que permite que ela fique 14 dias com os filhos nas folgas em Manaus. Em Urucu ela consegue fazer o que sempre quis: estudar. 'Você passa o dia trabalhando. À noite você já vem para a escola e já está ocupando aquele espaço de noite que fica vago, com saudade da família. Você vem para a escola e estuda. Você está aprendendo e ainda está ocupando o tempo', conta.

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