Por BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
Introdução
Desde os primórdios da
humanidade, as sociedades convivem com os mais variados tipos de comportamentos
sexuais.
O relato bíblico da Criação em Gn 1 e 2 mostra que Deus formou o homem
e a mulher para viverem em comunhão íntima, tornado-se “uma só carne”.
Porém o
pecado infiltrou-se nos relacionamentos sexuais entre os seres humanos de tal
forma que hoje a sociedade convive com uma variação enorme de perversões
sexuais, tais como: narcisismo, homossexualismo, masturbação, sadismo,
masoquismo, exibicionismo, pedofilia, gerontofilia, fetichismo, travestismo,
incesto, pluralismo, necrofilia, bestialidade, zoofilia, voyeurismo, sexopatia
acústica, renifleurismo, coprofagia, frotterurismo, entre outros.
O presente trabalho não vai entrar nos detalhes das diversas anomalias sexuais,
limitando-se apenas ao estudo do homossexualismo, pois este é o tema tratado
pelo apóstolo Paulo em Rm 1:26 e 27.
O artigo será dividido nas seguintes
seções: Estudo da referência paulina em Romanos; conceito e causas da
homossexualidade; os motivos pelos quais Deus condena este comportamento
sexual; terapia para a regeneração daqueles que apresentam este desvio da sua
sexualidade.
Ao final, será apresentado um resumo do trabalho e as conclusões
encontradas.
Comentário Sobre Rm 1:26-27
Encontra-se a declaração de
Paulo nas seguintes palavras:
"Por causa disso, os entregou Deus a paixões
infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas
por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o
contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade,
cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida
punição do seu erro." Romanos 1:26-27
Há um consenso geral de que
Paulo referia-se aqui à prática do lesbianismo e do homossexualismo masculino.
A palavra “natural” (kata physin) em oposição à “contrária à natureza” (para
physin) era usada no tempo de Paulo com muita freqüência como uma maneira de
estabelecer distinção entre comportamento heterossexual e homossexual.
Harrison
acrescenta que “Paulo usa linguagem direta, para condenar a perversão do sexo
fora do seu justo lugar: dentro do relacionamento conjugal”.
Outro teólogo
afirma que a contaminação do corpo humano é claramente manifestada no
homossexualismo, pois ele é obviamente antinatural, contrário à natureza
sexual.
A prática do
homossexualismo era comum no mundo pagão, tendo forte presença na sociedade em
geral, sendo designado como o “pecado grego”.
Paulo escreveu sua epístola aos
Romanos na cidade de Corinto, a capital dos vícios gregos, e certamente já vira
ali evidências sobre as práticas homossexuais.
Lovelace ainda diz que
“contrária à natureza” significa “simplesmente contra a intenção de Deus para o
comportamento sexual humano que é explicitamente visível na natureza, na função
complementar dos órgãos sexuais e dos temperamentos do macho e da fêmea”.
No verso 27 Paulo emprega o
termo arsen 3 vezes, traduzidos na ARA por “homens”.
O substantivo arsenokoites
(“homossexual masculino”, “pederasta”) é empregado pelo apóstolo como alguém
que não herdará a salvação por estar sob a condenação de Deus (1Co 6:9; 1Tm
1:10).
Brown ainda acrescenta que aqui a perversão sexual é vista como
resultado de (e, até certo ponto, um julgamento sobre) o pecado do homem em
adorar a criatura ao invés do criador.
Conceito e Causas da Homossexualidade
Uma vez comprovado que o tema que Paulo abordou em Rm 1:26-27 foi mesmo a
homossexualidade, tanto masculina quanto feminina, faz-se necessário um maior
aprofundamento sobre o estudo deste comportamento sexual.
O homossexual é considerado
uma pessoa com tendência a dirigir o desejo sexual para outra pessoa do mesmo
sexo, ou seja, ele (ou ela) sente atração erótico-sexual por parceiro do mesmo
sexo.
Maranon apresenta uma definição mais completa sobre a homossexualidade
nas seguintes palavras:
Por mais classificações que se façam desta anormalidade, a base patogenética é
sempre a mesma: uma sexualidade recuada, de polivalência infantil que, por
circunstâncias externas, condiciona sob diferentes formas seu objetivo erótico
em sentido homossexual.
Baseando-se no relatório de Kinsey, os homossexuais pretendem que sua condição
seja considerada “uma espécie de forma alternativa de sexualidade, homóloga e
simétrica à heterossexualidade”.
Bergler, porém, vê a
homossexualidade como uma espécie de “síndrome neurótica”, caracterizada por
alguns estigmas bem definidos, a saber: uma elevada dose de masoquismo
psíquico, levando o homossexual a situações de desconfianças e humilhações;
medo, ódio, fuga em relação ao sexo oposto; insatisfação constante e
insaciabilidade sexual; megalomania; depressão; sentimento patológico de culpa;
ciúme irracional; e inadmissibilidade psicopática.
As pesquisas com relação às
causas da homossexualidade ainda não são consideradas de todo consistentes;
porém, elas podem ajudar na orientação de uma profilaxia social com relação ao
homossexualismo.
Gius afirma que “não se verificam quadros de aberração
cromossômica ligados primitivamente à homossexualidade”, o que descarta sua
origem genética, pois “em todos os casos de homossexualidade masculina
examinados, o sexo genético correspondia ao sexo fenotípico (respectivo) e
faltavam sinais de qualquer alteração cromossômica verdadeira”.
Mesmo os defensores da
origem genética da homossexualidade admitem que a eventual “predisposição
inata” só se transforma em efetivo desejo homossexual por força de fatores
desencadeadores de natureza psicossocial, dentre os quais: obsessiva ligação
com uma mãe autoritária ou possessiva; falta de uma figura paterna
significativa como modelo de identificação; experiências de iniciação na
infância ou adolescência; e fixação ou regressão da personalidade a níveis
auto-eróticos, com supervalorização do falo (órgão sexual masculino).
O homossexual é um homem
ressentido por acreditar que não tem o corpo que sua mente mereceria.
Freud
também considerava que o meio onde as crianças se desenvolvem é fator
determinante de sua sexualidade.
Snoek divide estes fatores determinantes em três categorias:
1. Fisiológicos -
Nenhuma das teorias (genética, hormonal, morfológica) foi comprovada;
2. Familiares - Uma
mãe dominante, juntamente com um pai apagado; uma supermãe, tão envolvente que
para o filho só existe uma mulher, que é ela; a mãe frustrada no seu
relacionamento com o marido, incutindo na cabeça das filhas que homem nenhum
tem valor; um superpai que exige uma virilidade impossível de ser alcançada
pelo filho; os pais desejam um menino, mas nasce uma menina;
3. Sociais – O
unissexismo, que ocorre na forma do segregacionismo ou do igualitarismo; o
anarquismo; e a sedução por adultos.
Por Que Deus Condena o
Homossexualismo?
Deus abençoou o homem e a
mulher e lhes deu o mandamento de serem fecundos e multiplicarem-se (Gn 1:28).
O casamento é a “união de duas pessoas que originalmente foram uma, depois
foram separadas uma da outra, e agora no encontro sexual do casamento se uniram
novamente”.
Lovelace acrescenta dizendo que “não é por acidente que toda forma
de expressão sexual fora da aliança do casamento seja explícita ou
implicitamente condenada no restante das Escrituras”.
A sociedade atual está cada
vez mais perdendo de vista o princípio que Deus definiu para a união sexual
entre os seres humanos: um homem e uma mulher, unidos pelo compromisso eterno
do matrimônio.
Em virtude deste crescente desvio do padrão idealizado por Deus
no princípio, é que têm surgido todas estas anomalias sexuais descritas até
aqui.
Hoje já se convive até mesmo com o “casamento” entre homossexuais e a
adoção de filhos por estes “casais”.
O propósito de Deus é que o
homem junte-se com a mulher e os dois formem “uma só carne” (Gn 2:24),
constituindo-se numa família heterossexual, na qual os filhos poderão ser
educados em meio a um ambiente sadio e livre de preconceitos.
Este ideal está totalmente
corrompido na sociedade moderna, e as relações sexuais passaram a ser apenas um
meio de obter prazer a qualquer custo, sem atentar para as orientações dadas
por Deus no passado, e para os perigos de não seguir estas orientações.
A atual
sociedade já aprendeu a conviver pacificamente com o outrora chamado “pecado
grego”, vendo os homossexuais como apenas “um pouco diferentes”.
Deus condena o
homossexualismo porque ele é totalmente contrário ao propósito original das
relações sexuais: procriação e/ou prazer.
Segundo Boice, apenas em se olhar
para a anatomia dos órgãos sexuais do homem e da mulher já deveria haver
argumento suficiente para convencer de que as práticas homossexuais não são
normais.
Tanto o Judaísmo quanto o Cristianismo sempre reconheceram esse fato,
defendendo que o homossexual está sob a condenação de Deus.
Cura Para o Homossexual.
Após verificar que o
homossexualismo está arraigado fortemente na sociedade hodierna, faz-se
necessário apresentar ao portador desta anomalia sexual um meio de regeneração
e retorno ao ideal divino.
A terapia de aconselhamento para o homossexual
consiste em “escutar a quem pede ajuda, a fim de facilitar-lhe a decifração,
por ele mesmo, de seu próprio discurso... levando a uma convivência mais
saudável consigo mesmo e, em vários casos, chega-se à heterossexualidade”.
Talvez o maior problema a
princípio seja romper as barreiras da solidão e da incomunicabilidade que a
sociedade erige em relação aos homossexuais.
Gatti defende que o ponto de
partida deve ser a total aceitação do homossexual como pessoa, a plena
compreensão de seu drama, e a mais leal solidariedade a seus sofrimentos e a
seus problemas.
Para o auxílio pastoral ao homossexual são sugeridos os
seguintes passos:
1. Reconhecimento e confissão de que sua atitude e conduta são errados;
2. Ele deve admitir e
reconhecer seu problema;
3. Deve confessar o
pecado a Deus e a um conselheiro espiritual, e depois deve pedir a Deus que o
purifique e perdoe;
4. O homossexual que
busca a cura deve pedir a Deus que lhe dê um espírito de arrependimento;
5. Pode-se considerar
a possibilidade de uma libertação de demônios;
6. O conselheiro deve
repetir a promessa de que o indivíduo poderá mudar;
7. O homossexual deve
concordar em submeter-se a um plano de disciplina que Deus possa usar para
concretizar a mudança desejada;
8. Entre o homossexual
e o conselheiro deve haver sinceridade absoluta;
9. O homossexual deve
começar a participar de uma comunidade cristã compreensiva;
10. O conselheiro deve
ser paciente.
Para o homossexual, como
para qualquer outro homem, no fim é apenas a graça do Espírito Santo com seus
misteriosos dinamismos que é capaz de tornar a cura do homossexual possível.
Acima de todos os meios educativos e terapêuticos, é sempre na graça de Deus
que o homem pecador deve confiar.
O Dr. José Maria concorda
com o pensamento de que a igreja deve ser o conduto para a ajuda aos
homossexuais que desejarem um retorno aos desejos sexuais naturais de cada ser
humano.
Ele afirma que “a igreja será o último reduto para a consolidação dos
conceitos familiares” nos próximos anos.
Resumo e Conclusão.
O homossexualismo está
presente na história humana desde o seu princípio.
Biblicamente, encontra-se
referências à homossexualidade já no relato de Sodoma e Gomorra (Gn 19:4-5), de
onde advém o termo “sodomia” como referência à homossexualidade e outras
anomalias do gênero; bem como no período dos Juízes (Jz 19:22).
Moisés também
fez referências a esta prática sexual entre o povo de Israel (Lv 18:22; 20:13),
condenando-a e considerando-a abominável aos olhos de Deus, punível mesmo com a
morte.
No Novo Testamento, a
referência clássica à homossexualidade, tanto feminina quanto masculina,
encontra-se na epístola de Paulo aos Romanos (Rm 1:26 e 27).
Porém, o apóstolo
também faz outras referências à condenação divina sobre esta prática (1Co
6:9-10; 1Tm 1:9-11).
O presente trabalho
analisou o texto de Romanos, observando a quase unanimidade entre os teólogos e
comentadores de que Paulo realmente referia-se na passagem em estudo ao
homossexualismo.
Porém, é crescente o grupo de eruditos que não aceitam esta
interpretação usual, e tentam reinterpretar as declarações paulinas,
aplicando-as aos dias atuais, onde a homossexualidade tornou-se já parte comum
do cotidiano das grandes cidades.
Através dos estudos e
pesquisas científicas consultadas, verifica-se que é reduzida a probabilidade
de que as tendências homossexuais sejam o resultado de uma “deformação
genética” ou algum caractere hereditário.
Ao contrário, é grande o número de
estudiosos da psicologia humana que acreditam que este comportamento sexual
advém de fatores psicossociais vividos na infância (até os 5 anos de idade,
principalmente), e que acarretam traumas e complexos que podem levar o
indivíduo a desenvolver o homossexualismo durante sua vida.
Apesar de Deus condenar
este comportamento anômalo, em virtude de desvirtuar-se do Seu propósito para o
relacionamento sexual e matrimonial, Ele concede ao homossexual desejoso de
regenerar-se uma opção de cura, que está disponível através de Sua infinita
graça e misericórdia pelas mazelas que atingem a humanidade.
Como representantes de Deus
e instrumentos Seus para distribuição de Sua graça ao mundo pecador, os Crentes em Jesus Cristo
não devem olhar o homossexualismo como uma doença típica de pessoas
“despudoradas”; mas devem encarar o problema com o mesmo amor fraternal e
solidariedade que Jesus demonstrou em Seu convívio com o ser humano.
Resta ao crente em Jesus Cristo ouvir e atentar ao conselho do próprio apóstolo Paulo: “Tudo posso,
nAquele que me fortalece” (Fp 4:13)...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON
CAVALCANTE
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