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sexta-feira, junho 23, 2017

Perícia da PF conclui que aúdio da conversa entre Temer e Joesley não sofreu edição

Empresário Joesley Batista registrou conversa com presidente com um gravador escondido. Em maio, perito contratado pelos advogados de Temer disse que áudio era 'imprestável'.

Perícia nas gravações de Joesley e Temer está pronta e segue para o STF
Perícia nas gravações de Joesley e Temer está pronta e segue para o STF.
 
O laudo da perícia da Polícia Federal que analisou as gravações da conversa entre o empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, e o presidente Michel Temer e os gravadores usados pelo empresário aponta que não houve edição de conteúdo, ou seja, não houve manipulação nos diálogos. 
 
A informação foi confirmada por duas fontes envolvidas na investigação. 
 
A perícia oficial contesta a perícia contratada pela defesa de Michel Temer, do perito Ricardo Molina, que apontou entre 50 e 60 "pontos de obscuridade" e "mascaramentos" na gravação (leia mais informações sobre a perícia de Molina ao final desta reportagem). 
 
Investigadores afirmam que os peritos da Polícia Federal encontraram pontos de descontinuidades técnicas, ou seja, variações no sinal de áudio, provocadas por questões técnicas, sem sinais de fraude ou edição. 
 
O laudo acrescenta que as conversas de Joesley com o presidente têm lógica e coerência. 
 
De acordo com o laudo da PF um dos dois gravadores que o empresário apresentou à PF foi, de fato, utilizado para registrar a conversa.
 
O laudo da PF foi entregue em mãos ao delegado do caso, que foi ao Instituto Nacional de Criminalística para recebê-lo. 
 
O parecer será enviado na segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal e anexado ao inquérito, cujo relatório parcial foi entregue pela Polícia Federal ao STF na última segunda-feira. 
 
O relatório afirma que evidências indicam "com vigor" que Temer e o ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures cometeram crime de corrupção passiva. 
 
A PF aguardava a perícia da gravação para concluir as investigações sobre a suspeita de que Temer e Loures cometeram outros dois crimes: obstrução de justiça e formação de organização criminosa.

Advogado de Temer

O advogado do presidente Michel Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, disse ao G1 que ainda não teve acesso ao documento da PF e que buscará conhecer o teor da perícia para se pronunciar. 
 
"Mas posso adiantar que laudo não é uma verdade absoluta. 
 
Se existe um laudo dizendo que não houve manipulação, existem outros três dizendo que houve. 
 
É uma questão de análise e de julgamento final da autoridade responsável. 
 
E essa prova está sendo contestada sob outros aspectos, principalmente sobre a licitude", disse Mariz. 
 
O advogado de Temer acrescentou, ainda, que a gravação de Joesley Batista deveria ser considerada ilícita porque, na visão da defesa do presidente, só se pode gravar uma conversa "para quem está gravando vir a se defender futuramente, o que não é o caso". 
 
"Portanto, existem duas objeções a esta gravação, uma de caráter técnico e outra de caráter legal, que nós vamos discutir", concluiu.

O diálogo

Na noite de 7 de março, Joesley Batista teve um encontro com Temer fora da agenda, na residência oficial do Palácio do Jaburu, em Brasília, e, com um gravador escondido, registrou a conversa. 
 
No diálogo, ele diz que "zerou pendências" com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que está "de bem" com o peemedebista, que está preso em Curitiba. 
 
Neste momento, Temer diz ao empresário: "tem que manter isso". 
 
Joesley disse ao Ministério Público que Temer deu aval para que ele comprasse o silêncio de Cunha, para que o ex-deputado não fizesse delação premiada. 
 
De posse da gravação, o Supremo instaurou inquérito para investigar Temer. 
 
A PGR afirmou em documento enviado à Corte que houve “anuência” do presidente ao pagamento de propina mensal para comprar o silêncio de Cunha.

Laudo paralelo

Em maio, o perito Ricardo Molina, contratado pelos advogados de Temer, divulgou um laudo no qual afirmou que é "imprestável" como prova numa investigação e não seria aceita em uma "situação normal". 
 
Para Ricardo Molina, o áudio apresentava "inúmeras descontinuidades, mascaramentos por ruído, longos trechos ininteligíveis ou de inteligibilidade duvidosa". 
 
Com base na gravação e em informações prestadas por Joesley e o irmão Wesley Batista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito para investigar Temer pelos crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

Deputado Gesmar Costa recebe lideranças políticas de Tucumã


A imagem pode conter: 7 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé e barba

Manhã de trabalho no gabinete, recebendo os amigos vereadores Du Santos (PSDB) e Goiaba (PMDB), ambos da cidade de Tucumã.

Deputado Gesmar Costa recebe comitiva de Eldorado dos Carajás composta por vereadores e secretária municipal de saúde



Na quinta-feira, dia 22, estive em uma reunião com o Chefe da Casa Civil da Governadoria, José Megale; Secretário de Estado de Saúde, Vitor Manuel; com os deputados estaduais Cássio Andrade e Junior Hage, além da comitiva de Eldorado dos Carajás que incluía o prefeito Célio Boiadeiro, nove vereadores e a secretária de saúde daquele município. 

Na pauta, debatemos a crítica situação da saúde em Eldorado dos Carajás, que hoje, se encontra com o Hospital Municipal fechado. 

Para que alguns atendimentos pudessem continuar, a prefeitura precisou alugar outro prédio, porém, os problemas de falta de recursos continuam.

Fizemos um apelo ao Governo do Estado para a resolução desses problemas e recebemos a informação de que um estudo será feito para que a situação seja resolvida em curto prazo. 

Na ocasião, destinamos emendas individuais, para aquisição de duas ambulâncias, que atenderão os munícipes de Eldorado. 

Vamos sempre lutar por melhorias para nossa região e a saúde tem sido uma de nossas prioridades.

quinta-feira, junho 22, 2017

STF retoma nesta quinta julgamento que decide se Fachin segue relator do caso JBS

Julgamento foi interrompido nesta quarta-feira após dois votos favoráveis à manutenção de Fachin. Faltam os votos dos outros nove ministros do Supremo Tribunal Federal.

Supremo decide se Fachin continua relator das delações da JBS
Supremo decide se Fachin continua relator das delações da JBS.
 
Após os votos de dois ministros, o Supremo Tribunal Federal interrompeu o julgamento desta quarta-feira (21) que decidirá se o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, continuará como relator das investigações baseadas nas delações premiadas dos donos e executivos da empresa JBS.
 
A ministra Cármen Lúcia, presidente do tribunal, informou que o julgamento será retomado na sessão do plenário desta quinta (22). 
 
Faltam os votos dos outros nove ministros do STF. 
 
O julgamento é motivado por uma ação do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). 
 
No pedido, o governador defende que ao menos parte das investigações baseadas nas delações da JBS seja sorteada para outros ministros porque não teriam relação com a Lava Jato, da qual Fachin é relator. 
 
Votaram pela permanência de Fachin à frente das investigações o próprio relator e o ministro Alexandre de Moraes. 
 
Os dois também votaram contra a revisão dos benefícios concedidos aos executivos da JBS negociados com o Ministério Público no momento da homologação (validação jurídica do acordo). 
 
Nas delações, executivos e donos da empresa apontaram a existência de um esquema de corrupção e pagamento de propina para políticos. 
 
As delações resultaram em inquéritos abertos no STF para investigar, entre outros, o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). 
 
Fachin foi designado relator a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), responsável pelo acordo com a JBS. 
 
O órgão aponta conexão com a Operação Lava Jato, da qual Fachin é relator, especialmente por desvios do Fundo de Investimentos do FGTS que também beneficiaram o grupo empresarial à qual a JBS pertence. 
 
O governador Azambuja argumenta, no entanto, que o caso deve sair das mãos de Fachin porque vários outros casos narrados pelos executivos da JBS não têm relação com desvios na Petrobras, principal foco da Lava Jato. 
 
Primeiro a se manifestar, Fachin lembrou que pelas regras do STF, novas investigações devem ser enviadas ao ministro que já conduz um caso semelhante. 
 
"Não se verifica, em meu modo de ver, qualquer ilegalidade na distribuição por prevenção do pedido de homologação do acordo de colaboração premiada diante da evidência de fatos relatos conexos com investigações em curso sob a minha relatoria", disse. 
 
No caso da JBS, a conexão estaria em desvios no Fundo de Investimentos do FGTS que já integravam as investigações da Lava Jato desde o ano passado. 
 
A Eldorado Papel e Celulose, empresa do mesmo grupo da JBS, obteve financiamento mediante suposta propina a Fábio Cleto, ex-diretor da Caixa e responsável pela gestão do fundo.

Revisão dos acordos de delação

No julgamento, Fachin também votou contrariamente à revisão ou interferência nos benefícios negociados entre os delatores do frigorífico JBS e o Ministério Público no acordo de colaboração premiada. 
 
Para Fachin, uma eventual revisão dos benefícios dos delatores poderá ser feita só ao final do processo criminal, quando se for condenar ou absolver o delator pelos crimes que ele confessou. 
 
“No ato de homologação da colaboração premiada, não é dado ao magistrado, de forma antecipada e, por isso, extemporânea, tecer qualquer valoração sobre o conteúdo das cláusulas avençadas, exceto nos casos de flagrante ofensa ao ordenamento jurídico vigente. 
 
Se assim agir, estará, de modo indevido, interferindo na atuação dos órgãos de investigação”, afirmou Fachin em seu voto.
 
A mesma posição foi defendida pelo ministro Alexandre de Moraes:
“Não poderá o Judiciário substituir aquele acordo de vontades entre o Ministério Público e o delator ou agente colaborador, mesmo que o juiz não concorde desde que haja lícita escolha entre as várias escolhas legalmente e moralmente previstas”. 
 
Durante a maior parte da sessão, outros ministros se manifestaram sobre a questão, mas sem votar. 
 
Gilmar Mendes, por exemplo, disse que, no caso da delação da JBS, não haveria como rever os benefícios ao final do processo, já que o acordo proíbe o Ministério Público de apresentar denúncia contra os executivos.
 
“Se se opta pela extinção da punibilidade, não haverá denúncia. 
 
Em que processo vai se fazer a verificação sobre a viabilidade do acordo?”, questionou.
 
O ministro também disse que benefícios como esse não estão previstos na lei e, por isso, poderiam ser derrubadas pelo Judiciário.
 
“Há acordos suspendendo o prazo prescricional sem nenhuma base legal. 
 
Está se reescrevendo a lei? 
 
Pode? 
 
A promotoria assumiu função legislativa no acordo? 
 
Causas flagrantemente ilegais podem ser homologadas, seja lá pelo relator ou submetidas a plenário?”, disse. 
 
Após o fim da sessão, o ministro Marco Aurélio disse a jornalistas que a hipótese de se anular a delação da JBS é um “delírio”. 
 
Ele observou que o acordo de colaboração premiada já prevê as situações em que o acordo ficará prejudicado. 
 
Marco Aurélio ponderou ainda que o procurador-geral, ao assumir o compromisso de não apresentar denúncia contra os delatores – um dos pontos mais criticados do acordo – considerou o fato de que o resultado da delação será “muito maior do que uma possível condenação dos delatores”.
 
“Em síntese, o procurador-geral não está na berlinda, não está sendo julgado, vamos acreditar um pouquinho nele. 
 
Se ele chegou nesse ponto de assumir o compromisso de não denunciar e ele assumiu, daí o sucessor não poder alterar esse ponto de vista, se ele assumiu esse compromisso, é porque o resultado da delação é muito maior do que uma possível condenação dos delatores. 
 
É muito maior”, afirmou Marco Aurélio Mello.

Homologação

A questão sobre o papel do relator na delação – que também deve ser decidida no julgamento desta quinta – foi proposta pelo próprio Fachin, a partir do questionamento de Azambuja. 
 
Em seu voto, o ministro defendeu que a decisão de homologar (validar) a delação seja feita monocraticamente (de forma individual) pelo ministro relator e não de forma conjunta por vários ministros. 
 
Um dos benefícios obtidos pelos donos da JBS é o compromisso do Ministério Público, responsável pela acusação, em não denunciá-los junto à Justiça pelos crimes nos quais confessaram participação. 
 
Fachin lembrou que a lei que regula as delações não prevê participação do juiz na negociação. 
 
O magistrado é responsável somente pela verificação da legalidade e regularidade do acordo, especialmente para checar se os colaboradores não foram coagidos. 
 
“Nessa fase homologatória, não compete ao Poder Judiciário a missão de qualquer juízo acerca da proporcionalidade ou conteúdo das cláusulas que compõem o acordo celebrado entre as partes, sob pena de malferir a norma prevista na lei que veda a participação dos juízes nas negociações, dando-se concretude ao juízo acusatório que rege o processo penal no Estado democrático de direito”, afirmou.

Janot

Responsável pelo acordo de delação da JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu durante o julgamento a manutenção do caso com Fachin e também dos benefícios pactuados com os donos da empresa em troca da delação.
Para Janot, retirar de Fachin as delações da JBS e rever os benefícios negociados com os delatores seria um “salto triplo mortal de costas”.
O procurador-geral sustentou que os casos trazidos pelos delatores guardam relação com a Operação Lava Jato por revelarem desvios de dinheiro de diversos órgãos públicos. 
 
“Os fatos trazidos com indicativo de prova envolvem nada mais, nada menos, que os três últimos presidentes da República. 
 
Os fatos trazidos com indício de prova dão conta que o dinheiro que irrigou os ilícitos, que pagou a propina é dinheiro público, não é dinheiro privado, que veio de contratos com o serviço público, com Petrobras, com Fundo de Investimento do FGTS, BNDES e tantos outros que se entrelaçam nesses fatos todos em apuração”, destacou.
 
O procurador também disse que o Ministério Público, do qual é chefe, não poderia recusar o acordo oferecido pelos irmãos Batista, pois revelavam crimes que estavam acontecendo no momento. 
 
“Os crimes estavam em curso, tanto é que alguns deles foram pilhados por ação controlada. 
 
Como se pode recusar um acordo quando se tem conhecimento de crimes em curso por altas autoridades da República, porque a premiação seria alta, média ou baixa? 
 
Teria o Ministério Público condição de recusar e permitir que essas autoridades continuassem a cometer o crime porque a premiação deveria ter sido essa ou aquela?”, disse. 
 
Ele lembrou que, assim como os donos da JBS, outros seis colaboradores da Lava Jato obtiveram o benefício de não serem denunciados sem qualquer questionamento judicial. 
 
A revisão do acordo, argumentou, traria insegurança jurídica para os novos delatores. 
 
“A mensagem que se passa é o Ministério Público ao acordar, pode, mas não muito. 
 
O MP pode acordar, mas não cumprir”, afirmou.

Advogados

Antes de Fachin, advogados do governador Reinaldo Azambuja, do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, se manifestaram sobre a delação. 
 
Representante de Azambuja, Gustavo Passarelli disse que não há nada que vincule a conduta do governador a fatos ligados a Petrobras. 
 
Ele foi citado por suposto recebimento de propina da JBS em troca de benefícios fiscais no Mato Grosso do Sul. 
 
“No próprio pré-acordo de colaboração consta que os fatos seriam relacionados a Lava Jato ou não [...] 
 
É possível contatar que houve preocupação por parte dos colaboradores e do Ministério Público no sentido de segmentar os fatos que eram tratados. 
 
Há uma nítida divisão de fatos, especialmente quando se começa a tratar de governadores de estado, com capítulo específico sobre governador do Mato Grosso do Sul”, afirmou.
 
Em nome de Rocha Loures, Cezar Bitencourt, pediu anulação da homologação por Fachin, bem como o envio de investigações de pessoas sem foro privilegiado para outros tribunais e não para o juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato no Paraná. 
 
“Não se pode relativizar tudo, fazer todo um pacote só, argumentativamente, puramente intelectual, e levar tudo para um lugar só. 
 
Tem mais juízes! 
 
Tem mais juízes! 
 
Não vamos botar todos esses milhões de brasileiros em Curitiba, com argumentações aleatórias, abstrata, sem vínculo nenhum concreto, fora dos fatos”, protestou.
 
Advogado da JBS, Pierpaolo Bottini foi o único a defender a relatoria de Fachin e a manutenção do acordo de colaboração. 
 
Argumentou que, assim como as medidas de investigação que permitem obter provas, a validação de uma delação é sempre feita por um único juiz. 
 
Destacou que o caso da JBS foi distribuído a Fachin por ter relação com desvios no Fundo de Investimentos do FGTS, e em investigação sobre a gráfica Focal, que prestou serviços para a campanha presidencial do PT em 2014, fatos também investigados na Lava Jato. 
 
Depois, disse que rever o acordo nesse momento quebraria a confiança na Justiça por parte dos colaboradores. 
 
“Rever esse acordoo no presente momento, quando o Estado já obteve benefícios, é um golpe brutal na segurança jurídica, é a frustração da confiança legitima que o cidadão deposita no poder público”. 
 
Por fim, lembrou que os benefícios previstos no acordo podem ser revistos caso a Justiça, ao final das investigações, entenda que a colaboração não foi eficaz para desvendar os crimes.

Procuradora é presa suspeita de atropelar ciclista, bater em táxi e xingar policiais

Mulher teve de pagar fiança de mais de R$ 10 mil para responder aos crimes em liberdade. Pai de Maria Grazzioli alegou ao G1 que filha fugia de bandido que a assaltou no trânsito. 

 

Maria Helena Martone Grazzioli apresentou a carteira funcional de procuradora do Estado aos policiais, segundo o boletim de ocorrência (Foto: Reprodução/WhatsApp) 
Maria Helena Martone Grazzioli apresentou a carteira funcional de procuradora do Estado aos policiais, segundo o boletim de ocorrência (Foto: Reprodução/WhatsApp).
 
 
A procuradora do Estado Maria Helena Martone Grazzioli, de 54 anos, foi presa em flagrante sob suspeita de embriaguez ao volante, fugir do local de acidente e desacato porque teria atropelado um ciclista, batido o carro em um táxi e ainda xingado policiais civis. 
 
O caso ocorreu na madrugada de terça-feira (20), na República, Centro de São Paulo. 
 
Em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (21), o pai da procuradora, o advogado Hylson Martone, de 89 anos, disse que sua filha só bateu num automóvel após ter sido roubada no trânsito da Avenida São João e fugir do criminoso. 
 
Ele disse que a filha não falaria com a imprensa.
 
“Ela não fugiu do local, ela fugiu de bandido”, disse Hylson, que negou que Maria Helena estivesse bêbada ou ainda tenha atropelado um ciclista ou ofendido policiais. 
 
“Ela foi assaltada. 
 
Levaram celular e documento do carro.”
 
Segundo ele, a procuradora foi levada a uma audiência de custódia na Justiça, onde foi solta após pagar uma fiança arbitrada pelo juiz para responder ao processo em liberdade. 
 
O valor da fiança foi de mais de R$ 10 mil, informou, em nota, a assessoria de imprensa do Ministério Público (MP). 
 
“Está tudo resolvido agora. 
 
Foi um acidente banal, não teve nenhuma consequência”, disse Hylson.
 
Segundo a Promotoria, a Justiça suspendeu a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) da procuradora a pedido do promotor Eduardo Augusto Vellosso Roos Neto. 
 
Maria Helena trabalha na Procuradoria Geral do Estado (PGE). 
 
Procurada, a assessoria do órgão informou que vai instaurar processo administrativo para apurar a conduta dela.

O caso

De acordo com o boletim de ocorrência do caso, registrado no 2º Distrito Policial (DP), no Bom Retiro, a procuradora dirigia seu Land Rover Freelander branco quando, por volta da 1h40, atropelou um ciclista na Rua Marquês de Itu.
 
Em seguida, o veículo dela “teria abalroado a traseira” de um táxi, modelo Renault Logan branco, que estava parado no semáforo da Rua Rego Freitas por causa do farol vermelho. 
 
"Ouvimos um barulho. 
 
Estava com um passageiro e ele disse: 'Olha, o carro atropelou um ciclista'. 
 
Eu olhei no retrovisor o carro veio para cima do meu e acertou a traseira. 
 
Em seguida, o carro bateu novamente", disse o taxista Nilton Reis Dias.
 
Sobre o ciclista, o taxista disse que "ele levantou mancando, pegou a bicicleta e saiu de lá". 
 
De acordo com o registro da delegacia, o taxista contou que Maria Helena pediu para ele “pegar o celular para ligar para a polícia”, mas quando fez isso, ela “se aproveitou e acelerou o veículo e se evadiu do local”.  
 
"Ela me disse assim: 'Se você acha que eu bati em seu carro, liga para a polícia'. 
 
Eu peguei o celular para fazer a ligação e ela deu ré e fugiu. 
 
Nesse meio tempo, o passageiro desceu do meu carro." 
 
O taxista então afirmou que decidiu entrar no táxi e seguir o carro da mulher, que dirigia com “excessiva velocidade”, passando por três sinais vermelhos, nos cruzamentos da Rua Rego Freitas com o Largo do Arouche, com a Avenida Duque de Caxias e com a Avenida São João. 
 
"Uns policiais apareceram e falei que ela tinha acabado de bater no meu carro e estava fugindo. 
 
Foi quando ela foi abordada por eles. 
 
Não queria sair do carro, demorou muito, mas saiu. 
 
Ela completamente fora de si, foi um vexame", disse Dias.

Ação policial

O boletim de ocorrência informa que o Land Rover parou quando foi abordado por uma viatura do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), onde estavam dois policiais civis. 
 
Eles contaram que um outro taxista os havia alertado que o automóvel de Maria Helena havia atropelado um ciclista.
 
Segundo os policiais do Garra, a mulher só aceitou deixar o carro após muita insistência” deles. 
 
E que constataram que ela encontrava-se com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão de álcool porque exalava forte odor etílico”.
 
De acordo com os agentes da Polícia Civil, Maria Helena ainda "estava bastante alterada, urinada, e os ofendeu”, os xingando de “cavalo, jumento” e que eles “ganham salário de fome e que jamais teriam um veículo igual ao dela” e também os empurrou. 
 
Nesse instante, os policiais deram “voz de prisão em flagrante delito” a mulher e a levaram para o 2º DP. 
 
Na delegacia, ela chegou “completamente alterada, aparentemente sob influência de álcool ou qualquer outro tipo de droga”. 
 
Os agentes também contaram que Maria Helena continuava se portando “de forma inconveniente, promovendo escanda-lo desmedido e somente dizia que havia sido roubada, assunto que até aquele momento ela não havia tocado”. 
 
O registro policial informa que os agentes tentaram “de todas as formas” que ela ligasse para o seu advogado, mas a mulher “afirmava que não lembrada o telefone dele”, e não aceitou que os policiais ligassem para seus parentes porque “não iria incomodar nenhum familiar” dela. 
 
Como se recusou a fazer o teste do bafômetro com um policial militar do Batalhão de Trânsito, Maria Helena foi levada ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de dosagem alcoólica e de corpo de delito. 
 
Mas quando chegou ao IML, a mulher se negou a entrar no instituto para fazer exame e volto a “fazer escanda-lo”. 
 
O médico legista então foi até o estacionamento onde viu Maria Helena. 
 
Na volta do IML, os policiais contaram que ela “sacou da bolsa uma carteira funcional de cor vermelha, apresentando-se como procuradora do Estado”. 
 
Novamente na delegacia, a mulher “manteve o seu comportamento inconveniente, investindo inclusive contra os policiais, sendo contida pelo delegado” do Garra. 
 
Foto da carteira circula no WhatsApp.
 
E somente às 4h30, Maria Helena “resolveu ligar para a mãe” e “implorou aos berros que viesse busca-la na delegacia porque ela não havia feito nada” porque “era tão comente uma vítima de roubo”.

CNH suspensa

A procuradora foi indiciada por embriaguez ao volante (que prevê pena de 6 meses a 3 anos de prisão), fuga de local de acidente (6 meses a 1 ano) e desacato (15 dias a 3 meses). 
 
Como a soma das penas ultrapassa o mínimo legal que autoriza o delegado a arbitrar fiança, Maria Helena foi levada para audiência de custódia na Justiça. 
 
De acordo com o MP, “a procuradora foi ouvida na audiência de custódia às 12h11 pelo promotor de Justiça Eduardo Augusto Velloso Roos Neto. 
 
O MP por meio da medida cautelar pediu a suspensão da habilitação e a fixação de fiança de 12 salários mínimos, o que foi aceito pelo juiz”, informa a nota da Promotoria. 
 
“A investigação continua sendo conduzida pela Polícia Civil.” 
 
O Land Rover de Maria Helena e o táxi do taxista passariam por perícia do Instituto de Criminalística (IC). 
 
“O ciclista envolvido no evento não foi identificado até o presente momento”, informa o registro policial. 
 
Além da mãe, o pai da procuradora, o advogado Hylson, também compareceu ao 2º DP. 
 
“Acho que o delegado exagerou”, reforçou Hylson. 
 
“Ela estava nervosa numa cidade de bandido. Ela não exagerou nada. 
 
Ela só fugiu de bandido, tem que frisar isso”.
 
O caso será investigado pelo 3º DP, Santa Ifigênia, que deverá ir ao local em busca de imagens de câmeras de segurança que possam ter gravado a série de acidentes que teria sido causada pela procuradora.

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