TUDO É FORÇA, SÓ DEUS É PODER.
"DEUS SEM MIM CONTINUARÁ SENDO DEUS.
EU SEM DEUS NÃO SEREI NADA".
DISSE JESUS : ”E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ“. JOÃO 8:32 .
TODOS CONTRA A PEDOFILIA, EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL, A CORRUPÇÃO GENERALIZADA NO NOSSO PAÍS, A VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS, AS CRIANÇAS E TODOS INDIVÍDUOS INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDADE.
ACESSE DIARIAMENTE A SUA "REVISTA ELETRÔNICA".
Empresário
Joesley Batista registrou conversa com presidente com um gravador
escondido. Em maio, perito contratado pelos advogados de Temer disse que
áudio era 'imprestável'.
Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília
Perícia nas gravações de Joesley e Temer está pronta e segue para o STF.
O laudo da perícia da Polícia Federal que analisou as gravações da conversa entre o empresário Joesley Batista,
dono da empresa JBS, e o presidente Michel Temer e os gravadores usados
pelo empresário aponta que não houve edição de conteúdo, ou seja, não
houve manipulação nos diálogos.
A informação foi confirmada por duas fontes envolvidas na investigação.
A perícia oficial contesta a perícia contratada pela defesa de Michel
Temer, do perito Ricardo Molina, que apontou entre 50 e 60 "pontos de
obscuridade" e "mascaramentos" na gravação (leia mais informações sobre a perícia de Molina ao final desta reportagem).
Investigadores afirmam que os peritos da Polícia Federal encontraram
pontos de descontinuidades técnicas, ou seja, variações no sinal de
áudio, provocadas por questões técnicas, sem sinais de fraude ou edição.
O laudo acrescenta que as conversas de Joesley com o presidente têm
lógica e coerência.
De acordo com o laudo da PF um dos dois gravadores
que o empresário apresentou à PF foi, de fato, utilizado para registrar a
conversa.
O laudo da PF foi entregue em mãos ao delegado do caso, que foi ao
Instituto Nacional de Criminalística para recebê-lo.
O parecer será
enviado na segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal e anexado ao
inquérito, cujo relatório parcial foi entregue pela Polícia Federal ao
STF na última segunda-feira.
A PF aguardava a perícia da gravação para
concluir as investigações sobre a suspeita de que Temer e Loures
cometeram outros dois crimes: obstrução de justiça e formação de
organização criminosa.
Advogado de Temer
O advogado do presidente Michel Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, disse ao G1 que ainda não teve acesso ao documento da PF e que buscará conhecer o teor da perícia para se pronunciar.
"Mas posso adiantar que laudo não é uma verdade absoluta.
Se existe um
laudo dizendo que não houve manipulação, existem outros três dizendo que
houve.
É uma questão de análise e de julgamento final da autoridade
responsável.
E essa prova está sendo contestada sob outros aspectos,
principalmente sobre a licitude", disse Mariz.
O advogado de Temer acrescentou, ainda, que a gravação de Joesley
Batista deveria ser considerada ilícita porque, na visão da defesa do
presidente, só se pode gravar uma conversa "para quem está gravando vir a
se defender futuramente, o que não é o caso".
"Portanto, existem duas objeções a esta gravação, uma de caráter
técnico e outra de caráter legal, que nós vamos discutir", concluiu.
O diálogo
Na noite de 7 de março, Joesley Batista teve um encontro com Temer fora
da agenda, na residência oficial do Palácio do Jaburu, em Brasília, e,
com um gravador escondido, registrou a conversa.
No diálogo,
ele diz que "zerou pendências" com o deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) e que está "de bem" com o peemedebista, que está preso em
Curitiba.
Neste momento, Temer diz ao empresário: "tem que manter isso".
Joesley disse ao Ministério Público que Temer deu aval para que ele
comprasse o silêncio de Cunha, para que o ex-deputado não fizesse
delação premiada.
De posse da gravação, o Supremo instaurou inquérito para investigar Temer.
Em maio, o perito Ricardo Molina, contratado pelos advogados de Temer, divulgou um laudo no qual afirmou que é "imprestável" como prova numa investigação e não seria aceita em uma "situação normal".
Para Ricardo Molina, o áudio apresentava "inúmeras descontinuidades,
mascaramentos por ruído, longos trechos ininteligíveis ou de
inteligibilidade duvidosa".
Com base na gravação e em informações prestadas por Joesley e o irmão
Wesley Batista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson
Fachin autorizou a abertura de inquérito para investigar Temer pelos
crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização
criminosa.
Na quinta-feira, dia 22, estive em uma reunião com o Chefe da Casa
Civil da Governadoria, José Megale; Secretário de Estado de Saúde, Vitor
Manuel; com os deputados estaduais Cássio Andrade e Junior Hage, além
da comitiva de Eldorado dos Carajás que incluía o prefeito Célio
Boiadeiro, nove vereadores e a secretária de saúde daquele município.
Na pauta, debatemos a crítica situação da saúde em Eldorado dos
Carajás, que hoje, se encontra com o Hospital Municipal fechado.
Para que
alguns atendimentos pudessem continuar, a prefeitura precisou alugar
outro prédio, porém, os problemas de falta de recursos continuam.
Fizemos um apelo ao Governo do Estado para a resolução desses problemas
e recebemos a informação de que um estudo será feito para que a
situação seja resolvida em curto prazo.
Na ocasião, destinamos emendas
individuais, para aquisição de duas ambulâncias, que atenderão os
munícipes de Eldorado.
Vamos sempre lutar por melhorias para nossa região e a saúde tem sido uma de nossas prioridades.
Julgamento
foi interrompido nesta quarta-feira após dois votos favoráveis à
manutenção de Fachin. Faltam os votos dos outros nove ministros do
Supremo Tribunal Federal.
Por Renan Ramalho e Fernanda Calgaro, G1, Brasília
Supremo decide se Fachin continua relator das delações da JBS.
Após os votos de dois ministros, o Supremo Tribunal Federal interrompeu
o julgamento desta quarta-feira (21) que decidirá se o ministro Edson
Fachin, relator da Operação Lava Jato, continuará como relator das
investigações baseadas nas delações premiadas dos donos e executivos da
empresa JBS.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do tribunal, informou que o
julgamento será retomado na sessão do plenário desta quinta (22).
Faltam
os votos dos outros nove ministros do STF.
O julgamento é motivado por uma ação do governador do Mato Grosso do
Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB).
No pedido, o governador defende que ao
menos parte das investigações baseadas nas delações da JBS seja sorteada
para outros ministros porque não teriam relação com a Lava Jato, da
qual Fachin é relator.
Votaram pela permanência de Fachin à frente das investigações o próprio
relator e o ministro Alexandre de Moraes.
Os dois também votaram contra
a revisão dos benefícios concedidos aos executivos da JBS negociados
com o Ministério Público no momento da homologação (validação jurídica
do acordo).
Nas delações, executivos e donos da empresa apontaram a existência de
um esquema de corrupção e pagamento de propina para políticos.
Fachin foi designado relator a pedido da Procuradoria Geral da
República (PGR), responsável pelo acordo com a JBS.
O órgão aponta
conexão com a Operação Lava Jato, da qual Fachin é relator,
especialmente por desvios do Fundo de Investimentos do FGTS que também
beneficiaram o grupo empresarial à qual a JBS pertence.
O governador Azambuja argumenta, no entanto, que o caso deve sair das
mãos de Fachin porque vários outros casos narrados pelos executivos da
JBS não têm relação com desvios na Petrobras, principal foco da Lava
Jato.
Primeiro a se manifestar, Fachin lembrou que pelas regras do STF, novas
investigações devem ser enviadas ao ministro que já conduz um caso
semelhante.
"Não se verifica, em meu modo de ver, qualquer ilegalidade na
distribuição por prevenção do pedido de homologação do acordo de
colaboração premiada diante da evidência de fatos relatos conexos com
investigações em curso sob a minha relatoria", disse.
No caso da JBS, a conexão estaria em desvios no Fundo de Investimentos
do FGTS que já integravam as investigações da Lava Jato desde o ano
passado.
A Eldorado Papel e Celulose, empresa do mesmo grupo da JBS, obteve
financiamento mediante suposta propina a Fábio Cleto, ex-diretor da
Caixa e responsável pela gestão do fundo.
Revisão dos acordos de delação
No julgamento, Fachin também votou contrariamente à revisão ou
interferência nos benefícios negociados entre os delatores do
frigorífico JBS e o Ministério Público no acordo de colaboração
premiada.
Para Fachin, uma eventual revisão dos benefícios dos delatores poderá
ser feita só ao final do processo criminal, quando se for condenar ou
absolver o delator pelos crimes que ele confessou.
“No ato de homologação da colaboração premiada, não é dado ao
magistrado, de forma antecipada e, por isso, extemporânea, tecer
qualquer valoração sobre o conteúdo das cláusulas avençadas, exceto nos
casos de flagrante ofensa ao ordenamento jurídico vigente.
Se assim
agir, estará, de modo indevido, interferindo na atuação dos órgãos de
investigação”, afirmou Fachin em seu voto.
A mesma posição foi defendida pelo ministro Alexandre de Moraes:
“Não poderá o Judiciário substituir aquele acordo de vontades entre o
Ministério Público e o delator ou agente colaborador, mesmo que o juiz
não concorde desde que haja lícita escolha entre as várias escolhas
legalmente e moralmente previstas”.
Durante a maior parte da sessão, outros ministros se manifestaram sobre a questão, mas sem votar.
Gilmar Mendes, por exemplo, disse que, no caso da delação da JBS, não
haveria como rever os benefícios ao final do processo, já que o acordo
proíbe o Ministério Público de apresentar denúncia contra os executivos.
“Se se opta pela extinção da punibilidade, não haverá denúncia.
Em que
processo vai se fazer a verificação sobre a viabilidade do acordo?”,
questionou.
O ministro também disse que benefícios como esse não estão previstos na
lei e, por isso, poderiam ser derrubadas pelo Judiciário.
“Há acordos suspendendo o prazo prescricional sem nenhuma base legal.
Está se reescrevendo a lei?
Pode?
A promotoria assumiu função
legislativa no acordo?
Causas flagrantemente ilegais podem ser
homologadas, seja lá pelo relator ou submetidas a plenário?”, disse.
Após o fim da sessão, o ministro Marco Aurélio disse a jornalistas que a
hipótese de se anular a delação da JBS é um “delírio”.
Ele observou que
o acordo de colaboração premiada já prevê as situações em que o acordo
ficará prejudicado.
Marco Aurélio ponderou ainda que o procurador-geral, ao assumir o
compromisso de não apresentar denúncia contra os delatores – um dos
pontos mais criticados do acordo – considerou o fato de que o resultado
da delação será “muito maior do que uma possível condenação dos
delatores”.
“Em síntese, o procurador-geral não está na berlinda, não está sendo
julgado, vamos acreditar um pouquinho nele.
Se ele chegou nesse ponto de
assumir o compromisso de não denunciar e ele assumiu, daí o sucessor
não poder alterar esse ponto de vista, se ele assumiu esse compromisso, é
porque o resultado da delação é muito maior do que uma possível
condenação dos delatores.
É muito maior”, afirmou Marco Aurélio Mello.
Homologação
A questão sobre o papel do relator na delação – que também deve ser
decidida no julgamento desta quinta – foi proposta pelo próprio Fachin, a
partir do questionamento de Azambuja.
Em seu voto, o ministro defendeu que a decisão de homologar (validar) a
delação seja feita monocraticamente (de forma individual) pelo ministro
relator e não de forma conjunta por vários ministros.
Um dos benefícios obtidos pelos donos da JBS é o compromisso do
Ministério Público, responsável pela acusação, em não denunciá-los junto
à Justiça pelos crimes nos quais confessaram participação.
Fachin lembrou que a lei que regula as delações não prevê participação
do juiz na negociação.
O magistrado é responsável somente pela
verificação da legalidade e regularidade do acordo, especialmente para
checar se os colaboradores não foram coagidos.
“Nessa fase homologatória, não compete ao Poder Judiciário a missão de
qualquer juízo acerca da proporcionalidade ou conteúdo das cláusulas que
compõem o acordo celebrado entre as partes, sob pena de malferir a
norma prevista na lei que veda a participação dos juízes nas
negociações, dando-se concretude ao juízo acusatório que rege o processo
penal no Estado democrático de direito”, afirmou.
Janot
Responsável pelo acordo de delação da JBS, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, defendeu durante o julgamento a manutenção do
caso com Fachin e também dos benefícios pactuados com os donos da
empresa em troca da delação.
Para
Janot, retirar de Fachin as delações da JBS e rever os benefícios
negociados com os delatores seria um “salto triplo mortal de costas”.
O procurador-geral sustentou que os casos trazidos pelos delatores
guardam relação com a Operação Lava Jato por revelarem desvios de
dinheiro de diversos órgãos públicos.
“Os fatos trazidos com indicativo de prova envolvem nada mais, nada
menos, que os três últimos presidentes da República.
Os fatos trazidos
com indício de prova dão conta que o dinheiro que irrigou os ilícitos,
que pagou a propina é dinheiro público, não é dinheiro privado, que veio
de contratos com o serviço público, com Petrobras, com Fundo de
Investimento do FGTS, BNDES e tantos outros que se entrelaçam nesses
fatos todos em apuração”, destacou.
O procurador também disse que o Ministério Público, do qual é chefe,
não poderia recusar o acordo oferecido pelos irmãos Batista, pois
revelavam crimes que estavam acontecendo no momento.
“Os crimes estavam em curso, tanto é que alguns deles foram pilhados
por ação controlada.
Como se pode recusar um acordo quando se tem
conhecimento de crimes em curso por altas autoridades da República,
porque a premiação seria alta, média ou baixa?
Teria o Ministério
Público condição de recusar e permitir que essas autoridades
continuassem a cometer o crime porque a premiação deveria ter sido essa
ou aquela?”, disse.
Ele lembrou que, assim como os donos da JBS, outros seis colaboradores
da Lava Jato obtiveram o benefício de não serem denunciados sem qualquer
questionamento judicial.
A revisão do acordo, argumentou, traria insegurança jurídica para os
novos delatores.
“A mensagem que se passa é o Ministério Público ao
acordar, pode, mas não muito.
O MP pode acordar, mas não cumprir”,
afirmou.
Advogados
Antes de Fachin, advogados do governador Reinaldo Azambuja, do
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e dos irmãos Joesley e Wesley Batista,
donos da JBS, se manifestaram sobre a delação.
Representante de Azambuja, Gustavo Passarelli disse que não há nada que
vincule a conduta do governador a fatos ligados a Petrobras.
Ele foi
citado por suposto recebimento de propina da JBS em troca de benefícios
fiscais no Mato Grosso do Sul.
“No próprio pré-acordo de colaboração consta que os fatos seriam
relacionados a Lava Jato ou não [...]
É possível contatar que houve
preocupação por parte dos colaboradores e do Ministério Público no
sentido de segmentar os fatos que eram tratados.
Há uma nítida divisão
de fatos, especialmente quando se começa a tratar de governadores de
estado, com capítulo específico sobre governador do Mato Grosso do Sul”,
afirmou.
Em nome de Rocha Loures, Cezar Bitencourt, pediu anulação da
homologação por Fachin, bem como o envio de investigações de pessoas sem
foro privilegiado para outros tribunais e não para o juiz Sergio Moro,
que conduz a Lava Jato no Paraná.
“Não se pode relativizar tudo, fazer todo um pacote só,
argumentativamente, puramente intelectual, e levar tudo para um lugar
só.
Tem mais juízes!
Tem mais juízes!
Não vamos botar todos esses
milhões de brasileiros em Curitiba, com argumentações aleatórias,
abstrata, sem vínculo nenhum concreto, fora dos fatos”, protestou.
Advogado da JBS, Pierpaolo Bottini foi o único a defender a relatoria
de Fachin e a manutenção do acordo de colaboração.
Argumentou que, assim
como as medidas de investigação que permitem obter provas, a validação
de uma delação é sempre feita por um único juiz.
Destacou que o caso da JBS foi distribuído a Fachin por ter relação com
desvios no Fundo de Investimentos do FGTS, e em investigação sobre a
gráfica Focal, que prestou serviços para a campanha presidencial do PT
em 2014, fatos também investigados na Lava Jato.
Depois, disse que rever o acordo nesse momento quebraria a confiança na
Justiça por parte dos colaboradores.
“Rever esse acordoo no presente
momento, quando o Estado já obteve benefícios, é um golpe brutal na
segurança jurídica, é a frustração da confiança legitima que o cidadão
deposita no poder público”.
Por fim, lembrou que os benefícios previstos no acordo podem ser
revistos caso a Justiça, ao final das investigações, entenda que a
colaboração não foi eficaz para desvendar os crimes.
Mulher
teve de pagar fiança de mais de R$ 10 mil para responder aos crimes em
liberdade. Pai de Maria Grazzioli alegou ao G1 que filha fugia de
bandido que a assaltou no trânsito.
Por Kleber Tomaz e Glauco Araújo, G1 SP, São Paulo
Maria Helena Martone Grazzioli apresentou a carteira funcional de
procuradora do Estado aos policiais, segundo o boletim de ocorrência
(Foto: Reprodução/WhatsApp).
A procuradora do Estado Maria Helena Martone Grazzioli, de 54 anos, foi
presa em flagrante sob suspeita de embriaguez ao volante, fugir do
local de acidente e desacato porque teria atropelado um ciclista, batido
o carro em um táxi e ainda xingado policiais civis.
O caso ocorreu na
madrugada de terça-feira (20), na República, Centro de São Paulo.
Em entrevista ao G1 nesta
quarta-feira (21), o pai da procuradora, o advogado Hylson Martone, de
89 anos, disse que sua filha só bateu num automóvel após ter sido
roubada no trânsito da Avenida São João e fugir do criminoso.
Ele disse
que a filha não falaria com a imprensa.
“Ela não fugiu do local, ela fugiu de bandido”, disse Hylson, que negou
que Maria Helena estivesse bêbada ou ainda tenha atropelado um ciclista
ou ofendido policiais.
“Ela foi assaltada.
Levaram celular e documento
do carro.”
Segundo ele, a procuradora foi levada a uma audiência de custódia na
Justiça, onde foi solta após pagar uma fiança arbitrada pelo juiz para
responder ao processo em liberdade.
O valor da fiança foi de mais de R$
10 mil, informou, em nota, a assessoria de imprensa do Ministério
Público (MP).
“Está tudo resolvido agora.
Foi um acidente banal, não
teve nenhuma consequência”, disse Hylson.
Segundo a Promotoria, a Justiça suspendeu a Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) da procuradora a pedido do promotor Eduardo Augusto
Vellosso Roos Neto.
Maria Helena trabalha na Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Procurada,
a assessoria do órgão informou que vai instaurar processo
administrativo para apurar a conduta dela.
O caso
De acordo com o boletim de ocorrência do caso, registrado no 2º
Distrito Policial (DP), no Bom Retiro, a procuradora dirigia seu Land
Rover Freelander branco quando, por volta da 1h40, atropelou um ciclista
na Rua Marquês de Itu.
Em seguida, o veículo dela“teria abalroado a traseira”de
um táxi, modelo Renault Logan branco, que estava parado no semáforo da
Rua Rego Freitas por causa do farol vermelho.
"Ouvimos um barulho.
Estava com um passageiro e ele disse: 'Olha, o carro atropelou um
ciclista'.
Eu olhei no retrovisor o carro veio para cima do meu e
acertou a traseira.
Em seguida, o carro bateu novamente", disse o
taxista Nilton Reis Dias.
Sobre o ciclista, o taxista disse que "ele levantou mancando, pegou a
bicicleta e saiu de lá".
De acordo com o registro da delegacia, o
taxista contou que Maria Helena pediu para ele “pegar o celular para
ligar para a polícia”, mas quando fez isso, ela “se aproveitou e
acelerou o veículo e se evadiu do local”.
"Ela me disse assim:
'Se você acha que eu bati em seu carro, liga para a polícia'.
Eu peguei o
celular para fazer a ligação e ela deu ré e fugiu.
Nesse meio tempo, o
passageiro desceu do meu carro."
O taxista então afirmou que decidiu entrar no táxi e seguir o carro da
mulher, que dirigia com “excessiva velocidade”, passando por três sinais
vermelhos, nos cruzamentos da Rua Rego Freitas com o Largo do Arouche,
com a Avenida Duque de Caxias e com a Avenida São João.
"Uns policiais
apareceram e falei que ela tinha acabado de bater no meu carro e estava
fugindo.
Foi quando ela foi abordada por eles.
Não queria sair do carro,
demorou muito, mas saiu.
Ela completamente fora de si, foi um vexame",
disse Dias.
Ação policial
O boletim de ocorrência informa que o Land Rover parou quando foi
abordado por uma viatura do Grupo Armado de Repressão a Roubos e
Assaltos (Garra), onde estavam dois policiais civis.
Eles contaram que
um outro taxista os havia alertado que o automóvel de Maria Helena havia
atropelado um ciclista.
Segundo os policiais do Garra, a mulher só aceitou deixar o carro após “muita insistência” deles.
E que constataram que ela “encontrava-se com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão de álcool porque exalava forte odor etílico”.
De acordo com os agentes da Polícia Civil, Maria Helena ainda "estava
bastante alterada, urinada, e os ofendeu”, os xingando de “cavalo,
jumento” e que eles “ganham salário de fome e que jamais teriam um
veículo igual ao dela” e também os empurrou.
Nesse instante, os policiais deram “voz de prisão em flagrante delito” a
mulher e a levaram para o 2º DP.
Na delegacia, ela chegou
“completamente alterada, aparentemente sob influência de álcool ou
qualquer outro tipo de droga”.
Os agentes também contaram que Maria Helena continuava se portando “de
forma inconveniente, promovendo escanda-lo desmedido e somente dizia que
havia sido roubada, assunto que até aquele momento ela não havia
tocado”.
O registro policial informa que os agentes tentaram “de todas as
formas” que ela ligasse para o seu advogado, mas a mulher “afirmava que
não lembrada o telefone dele”, e não aceitou que os policiais ligassem
para seus parentes porque “não iria incomodar nenhum familiar” dela.
Como se recusou a fazer o teste do bafômetro com um policial militar do
Batalhão de Trânsito, Maria Helena foi levada ao Instituto Médico Legal
(IML) para exame de dosagem alcoólica e de corpo de delito.
Mas quando chegou ao IML, a mulher se negou a entrar no instituto para
fazer exame e volto a “fazer escanda-lo”.
O médico legista então foi até
o estacionamento onde viu Maria Helena.
Na volta do IML, os policiais contaram que ela “sacou da bolsa uma
carteira funcional de cor vermelha, apresentando-se como procuradora do
Estado”.
Novamente na delegacia, a mulher “manteve o seu comportamento
inconveniente, investindo inclusive contra os policiais, sendo contida
pelo delegado” do Garra.
Foto da carteira circula no WhatsApp.
E somente às 4h30, Maria Helena “resolveu ligar para a mãe” e “implorou
aos berros que viesse busca-la na delegacia porque ela não havia feito
nada” porque “era tão comente uma vítima de roubo”.
CNH suspensa
A procuradora foi indiciada por embriaguez ao volante (que prevê pena
de 6 meses a 3 anos de prisão), fuga de local de acidente (6 meses a 1
ano) e desacato (15 dias a 3 meses).
Como a soma das penas ultrapassa o mínimo legal que autoriza o delegado
a arbitrar fiança, Maria Helena foi levada para audiência de custódia
na Justiça.
De acordo com o MP, “a procuradora foi ouvida na audiência de custódia
às 12h11 pelo promotor de Justiça Eduardo Augusto Velloso Roos Neto.
O
MP por meio da medida cautelar pediu a suspensão da habilitação e a
fixação de fiança de 12 salários mínimos, o que foi aceito pelo juiz”,
informa a nota da Promotoria.
“A investigação continua sendo conduzida
pela Polícia Civil.”
O Land Rover de Maria Helena e o táxi do taxista passariam por perícia
do Instituto de Criminalística (IC).
“O ciclista envolvido no evento não
foi identificado até o presente momento”, informa o registro policial.
Além da mãe, o pai da procuradora, o advogado Hylson, também compareceu
ao 2º DP.
“Acho que o delegado exagerou”, reforçou Hylson.
“Ela estava
nervosa numa cidade de bandido. Ela não exagerou nada.
Ela só fugiu de
bandido, tem que frisar isso”.
O caso será investigado pelo 3º DP, Santa Ifigênia, que deverá ir ao
local em busca de imagens de câmeras de segurança que possam ter gravado
a série de acidentes que teria sido causada pela procuradora.