Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Máfia das próteses coloca vidas em risco com cirurgias desnecessárias


Médicos chegam a faturar R$ 100 mil por mês em esquema que desvia dinheiro do SUS e encarece planos de saúde.

Já imaginou médicos que mandam fazer cirurgias de próteses sem necessidade, só para ganhar comissão sobre o preço desses implantes?

 Ou então gastar muito mais material do que o necessário, também para faturar um dinheiro por fora? 

Esses golpes milionários, dados pela máfia das próteses, são o tema da reportagem de Giovanni Grizotti, que você vai ver agora.

O Fantástico revela um retrato escandaloso do que acontece dentro de alguns consultórios e hospitais do Brasil. 

O Fantástico investigou, durante três meses, um esquema que transforma a saúde do país em um balcão de negócios.

O repórter Giovani Grizotti viajou por cinco estados e se passou por médico para flagrar as negociatas. 

Empresas que vendem próteses oferecem dinheiro para que médicos usem os seus produtos.

Mercado de próteses movimenta anualmente R$ 12 bilhões no Brasil

“Normalmente o que eles utilizavam era aquela que vendia o material mais caro e que pagava a comissão maior”, conta uma testemunha.

Até cirurgias desnecessárias eram feitas, só para ganhar mais.

“Sacolas de dinheiro não surgem do nada e não são dadas à toa”, diz A testemunha.

O esquema usa documentos falsos para enganar a Justiça.

 Uma indústria de liminares que explora o sofrimento de pacientes, desvia o dinheiro do SUS e encarece os planos de saúde.

“Esse mercado de prótese no Brasil, ele hoje tem uma organização mafiosa.

 É uma cadeia, onde você tem o distribuidor, você tem o fabricante que se omite e você tem na outra ponta o médico ou o agente que vai implantar a prótese”, conta Pedro Ramos, diretor da associação dos planos de saúde.

O mercado de próteses movimenta anualmente R$ 12 bilhões no Brasil. 

 Elas têm várias finalidades, desde simples parafusos para corrigir fraturas até peças complexas que substituem partes inteiras do corpo. 

As operações são caras.

“Ortopedia, neuro e cardiologia são os mais lucrativos”, revela uma testemunha.


Esta testemunha que falou ao Fantástico conhece bem os bastidores das negociatas.

Durante dez anos, ela trabalhou para quatro distribuidores no Rio Grande do Sul. 

Ela explica como são calculadas as comissões dos médicos.

“É feito um levantamento mensal em nome do médico. 

Quantas cirurgias foram feitas o uso do material tal , ‘x’. 

E ali a gente faz o levantamento. Em cima disso a gente tira o percentual dele”, conta a testemunha.

Fantástico: Quanto um médico chega a faturar?

Testemunha: De R$ 5 mil a R$ 50 mil, R$ 60 mil, R$ 100 mil.


Investigação começou no RJ durante um Congresso Internacional.

A investigação do Fantástico começa no Rio de Janeiro, durante um Congresso Internacional de Ortopedia, onde os fabricantes expõem seus lançamentos. 

E alguns conquistam a confiança dos médicos não só pela qualidade, mas por outras vantagens.

“A gente consegue chegar a 20%”, diz um representante da Oscar Iskin.

“20?”, pergunta o repórter do Fantástico.


“É. É o que o senhor vai achar aí no mercado”, responde o representante.


Vinte por cento é a comissão que o médico recebe para indicar ao paciente a prótese vendida pela Oscar Iskin. 

E o pagamento é em dinheiro vivo.

Fantástico: Em dinheiro, espécie?

Representante da Oscar Iskin: É. Espécie.


As negociatas se repetem em outras empresas.

 O sócio da empresa Totalmedic, de São Paulo, oferece um pouco mais.


Fantástico: Mas é o quê? 20?

Sócio da Totalmedic: 30.

 
Fantástico: 30? 

Ó.
Sócio da Totalmedic: Eu prefiro deitar e dormir tranquilo.


Acompanhado do diretor, o vendedor da distribuidora Life X também faz a sua oferta.

Fantástico: Como é que vocês trabalham a questão comercial, assim, a relação com os médicos?

Vendedor da Life X: Olha, hoje a gente está com parceria em questão de 25%.


Fantástico: 25%.


Vendedor da Life X: A maioria das vezes é dinheiro, é espécie.


Veja um exemplo de quanto dinheiro um médico pode ganhar em comissões, dado pela mulher que era responsável pela contabilidade de uma grande clínica em São Paulo. 

“Aquilo ali parecia uma quadrilha. Uma quadrilha agindo e lesando a população.

 É uma quadrilha.

 Um exemplo que eu tenho aqui: R$ 260 mil de cirurgia, R$ 80 mil para a conta do médico.

 Aqui a gente tem uma empresa pagando R$ 590 mil de comissão para o médico no período aqui de seis meses”, conta ela.

Para dar aparência de legalidade às comissões, muitas empresas pediam que os médicos assinassem contratos de consultoria.

“Onde o médico não presta consultoria alguma.

 Ele usa material, só isso”, diz a testemunha.

Esse é o método usado pela Orcimed, de São Paulo, para incluir, na declaração de renda da empresa, comissões de até 30% aos médicos.


Fantástico: Mas qual é o argumento para justificar a consultoria?

Gerente da Orcimed: Faz consultoria de produtos.


A conversa foi gravada em um congresso voltado para dentistas e médicos especializados em cirurgias ortopédicas na face, em Campinas, interior de São Paulo. 

O gerente da empresa explica que a manobra evita problemas com a Receita Federal.

Gerente da Orcimed: O governo não está nem aí para isso. 

Quer saber o seguinte: está pagando? Pagou o meu? ‘Pagou’. Está tudo bem.

Fantástico: Questão ética?


Gerente da Orcimed: Ética não interessa a ele. 


Não quer saber. Ele não discute ética. 

Discute grana. Pagou o meu? Pagou. Dane-se agora.

Fraudes em licitações

Só no Sistema Único de Saúde, o SUS, são realizadas, por ano, 7 milhões de cirurgias que usam próteses.

 E algumas empresas oferecem meios de fraudar licitações de hospitais públicos.

É o caso da IOL, de São Paulo.

 O repórter se apresentou como diretor de um hospital público que queria comprar material.

 O gerente diz que dá para manipular a concorrência, para que a empresa vença. 

Para isso, basta exigir no edital alguma característica do implante que seja exclusiva da IOL.

 Nesse caso, é o diâmetro dos furos onde vão os parafusos que fixam as próteses.

Gerente da IOL: Geralmente o pessoal tem 10, 12, 14.

Fantástico: Aí, no caso, num edital?


Gerente da IOL: A gente coloca 13.
Fantástico: Como?


Gerente da IOL: Bota 13, 15... 11, 13,15.


Fantástico: No caso, tem algum acerto depois daí, alguma...


Gerente da IOL: Tem. É o edital, o volume do edital, como vai ser o preço do edital. 


A única coisa na vida que não dá para negociar é a morte.

A Brumed, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, chegou a montar empresas de fachada em nome de funcionários para emitir orçamentos falsos.

Bruno Garisto, dono da Brumed: Uma está no nome do Rodrigo. 

Outra está no nome do Hugo.

Fantástico: Quem é o Rodrigo?


Bruno Garisto: Rodrigo é um de Manaus, funcionário meu que mexe com coluna.


Fantástico: E o Hugo?


Bruno Garisto: E o Hugo é o que mexe com ortopedia.


Em troca dos contratos, o dono da Brumed paga comissões de 25%.
Bruno Garisto: Vai ter bastante volume?

Fantástico:  Vai ter. Te garanto.


Bruno Garisto: Se tiver bastante volume, dá pra chegar nuns 25.


Fantástico: 25?
Bruno Garisto: É.


Fantástico: Vamos chegar ali então. Nós somos do Fantástico e o senhor admitiu a prática de vários crimes.


Bruno Garisto: Olha, né... Brasil, né... todo mundo pega essa situação de querer alguma coisa no que produz. Então, isso o Brasil inteiro está assim.


Fantástico: O senhor admitiu fraude em licitação, falsidade ideológica, pagamento de comissões a médicos?


Bruno Garisto: Não.


Fantástico: Por que o senhor está negando algo que o senhor acabou de admitir?


Bruno Garisto: Olha, a gente não paga comissão. Entendeu?


Fantástico: O senhor nunca disse que repassa 25% de comissão?


Bruno Garisto: Não, nunca repasso.

Fraude de R$ 7 milhões no plano de saúde dos Correios no RJ.

Um esquema do mesmo tipo, com comissões e orçamentos falsos, também alimentou uma fraude de pelo menos R$ 7 milhões no plano de saúde dos Correios no Rio de Janeiro.

Flagrado pela Polícia Federal, João Maurício Gomes da Silva, ex-assessor da Diretoria Regional dos Correios fez um acordo de delação premiada e contou detalhes do golpe.

“Aquela empresa que, teoricamente, dizemos que era parceira, ela apresentava, já vinham com duas ou três orçamentos montados.

 Então sempre determinando quem estaria levando naquela determinada cirurgia, quem seria a beneficiada”, diz João Maurício Gomes da Silva, ex-assessor da diretoria regional dos Correios.

Ele mostra o exemplo de uma cirurgia de coluna que custou quase R$ 1 milhão ao plano dos Correios.

“Bem paga, muito bem paga, num preço normal, de repente, a uns R$ 180 mil, no máximo uns R$ 200 mil.”, conta o ex-assessor da diretoria regional dos Correios.

Para justificar operações tão caras, os médicos cobravam por produtos que sequer eram usados.

“Ele multiplicava mil, duas mil vezes a necessidade dessa massa com a ideia de que conseguiria justificar isso tecnicamente que o organismo absorvia essa massa”, explica João Maurício Gomes da Silva.

A massa é como um cimento para firmar os parafusos que fixam as próteses.

Representantes de empresa em SC dão detalhes sem constrangimento
A artimanha de cobrar por material não utilizado é comum nesse mercado negro. 

Os representantes da empresa Strehl, de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, dão detalhes sem constrangimento.

Representante da Strehl: No raio-X ou qualquer outra coisa, não aparece. Aí você pode inventar, entendeu? Usei seis.

Fantástico: Não aparece... Ele não vai ter como provar que eu usei três.


Veja o que pode render a comissão paga por uma única cirurgia de face:

Representante da Strehl: Tu vai ganhar em torno de uns R$ 18 mil, R$ 20 mil.

Fantástico: Para um custo total de…?


Representante da Strehl: Aí depende de quanto o senhor pedir, quanto mais pedir, mais ganha. 


O pessoal pede. 

Tudo que dá para pedir, o pessoal pede.

Fantástico: Até exagera um pouquinho, né?


Representante da Strehl: Sempre, né? Sempre exagerado.

E o abuso vai além. Outra tática é até motivo de piada para os vendedores.


Representante da Strehl: A gente até riu quando eu soube disso aí. Que eles entortaram a placa, eles tentaram usar, mas aí eles não conseguiram.

Fantástico: E aí tiveram que colocar outra?


Representante da Strehl: Aí tiveram que colocar outra.


Ou seja, danificaram uma prótese de propósito para poder cobrar duas vezes. 

E o rendimento é dividido.

Representante da Strehl: É. Tira o custo do material. E o lucro a gente divide em dois.

Fantástico: Meio a meio?


Representante da Strehl: Meio a meio.


É tanta desfaçatez que surgiu uma nova especialidade em alguns hospitais: os fiscais de cirurgia. 

Médicos contratados por planos de saúde para vigiar as operações mais caras.

“Alguns determinados materiais não deixam registro, então, quando são implantados, não aparecem em filmes radiológicos e é necessário que seja acompanhado para ver efetivamente qual foi a quantidade de material utilizado”, conta um fiscal.

Médicos indicam cirurgias desnecessárias para lucrar mais
Entre tanta coisa errada, um golpe se destaca como o mais escandaloso: indicar uma cirurgia sem necessidade, só para ganhar o dinheiro.

 É o que denuncia o médico Alberto Kaemmerer, que durante 14 anos foi diretor de um grande hospital de Porto Alegre.

“A cirurgia mal indicada, ela acresce um risco muitíssimo importante. 

Risco de morte”, alerta o cirurgião Alberto Kaemmerer.

O hospital precisou criar um grupo de médicos para revisar os pedidos de cirurgia. 

Pelo menos 35% eram rejeitados, porque a operação seria desnecessária.

Fantástico: O que que está por trás desse alto percentual de cirurgias desnecessárias na sua opinião?

Alberto Kaemmerer: Ganho financeiro.


Fantástico: De quem?


Alberto Kaemmerer: De médicos e também de alguns hospitais.

Uma experiência parecida foi realizada pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um dos principais da América Latina. 

Durante um ano, uma equipe médica revisou os pedidos de cirurgia de coluna encaminhados por um plano de saúde.


“Nós recebemos aproximadamente 1,1 mil pacientes no período de um ano. E desses, menos de 500 tiveram indicação cirúrgica. 

Então, muito possivelmente, estava havendo um exagero em relação a essas indicações”, diz Cláudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein.

Indústria de liminares

Dona Wilma, de 76 anos, pode ter sido vítima de uma indústria de liminares para realizar cirurgias às vezes desnecessárias.

 Ela mal consegue caminhar por causa de um problema na coluna. 

Também sofre de depressão.

“Eu não consigo me movimentar, pegar uma vassoura, varrer uma casa, aí vem a dor”, conta a aposentada Wilma Prates.

O esquema funciona assim: depois de esperar anos na fila do SUS, pacientes vão até os hospitais para realizar a consulta. 

Ali, em vez de dar o atendimento pelo sistema público, os médicos encaminham os pacientes a escritórios de advocacia. 

Com documentos falsos e orçamentos de cirurgia superfaturados, são montados pedidos de liminar para obrigar o governo a bancar os procedimentos.

 Foi o que aconteceu com Dona Wilma.

“O advogado me disse: ‘Pode deixar comigo que eu resolvo a situação’”, diz José Prates, marido de Wilma.

Mas um laudo indicou que a dona Wilma correria risco de vida se fizesse a cirurgia. Com base nisso, a liminar foi negada pela Justiça.

O Fantástico examinou em detalhes o processo judicial.

 O advogado apresentou à Justiça três orçamentos de médicos para que os desembargadores escolhessem o de menor valor, que é o do ortopedista Fernando Sanchis.

 Pedimos a um perito para examinar os papéis.

“Conclusão que ele é o grande suspeito de ter produzido as falsificações das assinaturas, de ter colocado o carimbo e de ter produzido o texto. 

Eu chego à conclusão que isto aqui é uma fraude”, define o perito Oto Henrique Rodrigues.

O valor do material que seria utilizado na cirurgia era de R$ 151 mil. 

O fornecedor é a empresa Intelimed, de Porto Alegre. 

A empresa paga comissões de até 20% aos médicos que indicam seus produtos.

 Quem admite é um vendedor.

Vendedor da Intelimed: Depende das linhas, 15%, 20%. Nessa linha, nesse valor aí. Isso nos principais convênios. 

Mas teria que ver direitinho.

Seu João Francisco, de Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, também foi usado no esquema. 

Ele é usuário do plano de saúde dos servidores do Governo Federal.

O advogado indicado pelo doutor Sanchis entrou com um pedido de liminar para que o plano bancasse uma cirurgia de coluna, orçada em R$ 110 mil.

O plano de saúde do Seu João conseguiu suspender a liminar e fez a mesma operação, com outro médico, por pouco mais de R$ 9 mil.

"Essas enrolações, quem é prejudicado é quem tá doente, entendeste? Tu está à mercê dele, você não entende nada", lamenta o serralheiro João Francisco Costa Da Silva.

Segundo os advogados do governo, os valores que aparecem nas liminares chegam a ser 20 vezes maiores do que os de mercado.


Fantástico: E quem paga essa conta?

Fabrícia Boscaini, procuradora: Quem paga essa conta somos todos nós. 


Vai ser bloqueado o dinheiro do Estado e esse dinheiro vai sair para pagar um procedimento particular, que teria dentro do sistema.

É o caso de Dona Elisabete, que esperou um ano pela liminar e agora teve que voltar para a fila do SUS.

“Aí é muita cachorrada. Poxa vida, aí eles pegam as pessoas bem inocentes para fazer uma coisa dessas.”, lamenta a balconista Elisabete Steinmacher Cufre.

Pelo menos 65 pedidos de liminar sob suspeita foram descobertos pelos procuradores do Rio Grande do Sul. Um desembargador que atua em alguns desses processos desabafa.

“Que o sistema penal do país está falido, porque no momento em que se encontram situações em que pessoas, seja que área for, profissionais, buscam o Poder Judiciário para realizar uma fraude e conseguir com isso auferir grandes lucros, significa que o sistema está desmoralizado e que estão, inclusive, brincando com o Judiciário.

 É lamentável”, diz o desembargador do TJ-RS, João Barcelos de Souza Júnior.

Procurado pelo Fantástico, o cirurgião Fernando Sanchis nega que receba comissão de fornecedores de próteses.

 Mas reconhece que pode ter assinado laudos em nome de outros médicos.

Fantástico: O senhor está admitindo com isso, uma falsificação.

Fernando Sanchis: Não.


Fantástico: Isso não é grave?


Fernando Sanchis: Não, de maneira nenhuma.


Fantástico: O senhor reconheceu que pode ter assinado em nome de outros médicos.


Fernando Sanchis: Mas com conhecimento dele, sempre. 


Ele trabalha junto com nós.

Por telefone, Henrique Cruz, médico que aparece nos orçamentos e trabalhava com Fernando Sanchis, nega ter autorizado a assinatura e diz que deixou a equipe dele após descobrir a fraude.

“Quando eu vi isso aí, eu caí fora. Eu descobri (que ele estava fazendo isso) porque me mandaram um papel falando assim, o paciente chegou com um papel com esses orçamentos. 

Aí eu falei, ‘eu não assinei orçamento’”, alega Henrique Cruz.

“Então, o que o consumidor deve fazer?

 Primeiro: se ele tem dúvida da recomendação desse procedimento, que ele procure um segundo ou um terceiro profissional da área da saúde. 

O consumidor tem um papel fundamental em não acomodar-se quando a recomendação que está vindo do profissional da saúde é suspeita de alguma coisa que não esteja correta ou que coloque sua vida em jogo”, orienta Alcebíades Santini, presidente do Fórum Latino-americano de Defesa do Consumidor.

Presentes e pagamento de comissões a médicos

A oferta de presentes e o pagamento de comissões a médicos é uma prática comum, e não vem de hoje. 

Foi o que concluiu uma pesquisa do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, entre 2009 e 2010. 

Trinta e sete por cento dos entrevistados admitiram que receberam presentes com valor superior a R$ 500 nos 12 meses anteriores à pesquisa.

 E o assédio começa cedo, logo na faculdade: 74% dos entrevistados disseram que receberam ou viram um colega receber benefícios da indústria durante os seis anos do curso de medicina.

“O Código de Ética Médica veda essa interação, com o intuito de vantagens, com a indústria e/ou a farmácia. Óbvio que as punições são previstas em lei. 

Estabelece desde uma censura e a até mesmo a cassação do exercício da profissão”, explica Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina.

Mas não é a ética que preocupa os vendedores de próteses que pagam comissões a médicos.

“A gente sabe que esses órgãos não vão discutir nada disso, porque isso é uma discussão sem fim”, diz um vendedor.

O que eles temem é que essas negociatas deixem o sigilo dos consultórios e hospitais e se tornem públicas, em uma reportagem de televisão, por exemplo.

Vendedor: Ano que vem vai ser um ano, para esse mercado, importante.
Fantástico: Por quê?


Vendedor: Porque vai estourar tudo. 


Porque a gente já sabe que a questão da Receita Federal e a Polícia Federal em cima. 

Ontem a gente teve informação que provavelmente em meados de janeiro o Fantástico faça uma reportagem com duas especialidades mostrando como funciona esse mercado.

Fantástico: Vamos ali, que o meu colega está aguardando ali.



O repórter Giovani Grizotti se apresenta.

Fantástico: Você disse que o Fantástico vai dar matéria sobre isso?

 Nós somos do Fantástico. 

O que você tem a dizer?

 Você paga propina para médico?

Vendedor: Não eu, não. Jamais.

E quando o vendedor é informado que vai aparecer na reportagem, decide correr, desesperadamente.
Fantástico: Você maquia pagamento de propina na forma de contrato de consultoria? 

Por que você está correndo? 

A gente só quer uma explicação sua, por gentileza.

Fantástico procurou todas as empresas mostradas na reportagem

A Life X não quis se manifestar.

Em nota, a Totalmedic disse que respeita as tabelas dos planos de saúde e que vai adotar as medidas cabíveis.

Já a IOL implantes disse que não participa de licitações públicas e repudia insinuações de fraude. 

Segundo a empresa, a conversa entre o gerente e o repórter aconteceu em ambiente informal e não representa a opinião do fabricante.

Também em nota, a Orcimed afirmou que cobrar comissões se tornou normal no mercado.

 A Orcimed disse ainda que sofre boicote de médicos por não aceitar a prática do superfaturamento e que, por isso, deixou de fornecer material para diversas cirurgias.

Os diretores da empresa Strehl não foram encontrados.

A Oscar Skin informou que demitiu o vendedor que apareceu oferecendo comissão.

Também por nota, a Intelimed disse que o representante mostrado na reportagem é um funcionário terceirizado. 

Mas que vai tomar as medidas cabíveis.

Imagens inéditas revelam situação dos sistemas de água em São Paulo


Fantástico sobrevoa principais sistemas que abastecem SP: Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga. Especialistas fazem projeção nada otimista.

 Sobrevoo mostra represas de SP e revela piscina que ficava submersa (Reprodução/TV Globo)

Para quem vive em São Paulo, 2014 ficou marcado como o ano da seca - a pior seca em décadas.  E agora o que todo mundo se pergunta é: o que vai acontecer em 2015? 

A crise da água vai piorar?

O Fantástico sobrevoou as principais represas que abastecem a capital e a Região Metropolitana para fazer um raio-x. 

Até quando os reservatórios vão aguentar? E quais serão as medidas para evitar o colapso total?

“Estamos no começo da crise.

 O pior ainda não aconteceu”, diz Pedro Luiz Côrtes, geólogo e professor de gestão ambiental da USP.

O período mais turbulento está próximo, diz Côrtes. 

“Nós consumimos as reservas todas que nós tínhamos e já entramos no cheque especial”, afirma.

O momento é de cautela, segundo o novo secretário de Recurso Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, que tomou posse em 1º de janeiro. 

“Estar preparado para o pior significa atenção da população para o problema”, diz ele.
Nesta semana, o Fantástico sobrevoou os três principais sistemas que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, o Cantareira, o Alto Tietê e o Guarapiranga, para mostrar como eles começam 2015. São imagens inéditas.

O Sistema Cantareira, que abastece a maior parte da população de São Paulo, é o mais seco de todos. 

Hoje, está com apenas 7,1% da capacidade, já usando o segundo volume morto, ou seja, a água que fica abaixo do nível das comportas.
Foi preciso instalar nove bombas para captar água de uma região mais profunda. 

A água é captada pelas bombas e depois vai para um outro canto do Sistema Cantareira, através de uma tubulação. 

Antes, nada disso era necessário porque a região toda era alagada e a água chegava naturalmente.

 Uma barragem, que antes não existia, foi construída há dois meses. 

A água chegava até o topo de uma marcação no local.

Em muitos pontos, o cenário, em pleno verão, a estação das chuvas, é árido. Para quem olha, até tem bastante água.

 Mas tinha muito mais. 

A água chegava a bater em marcas na parte superior de pilares. 

Com o nível baixo, o que tinha na parte de baixo começou a ficar aparente: carcaça de carro, pedra, banco de areia, tudo que estava coberto pela água.

“Onde eu estou aqui, se a gente tivesse na época de água dava 15m de altura. 

Há 7 meses atrás”, conta o taxista Claudio Rogério da Silva Santos.

O Sistema Alto Tietê está com menos de 12% da sua capacidade.

 No primeiro dia deste ano, o Fantástico encontrou bastante gente na parte da represa que antes era cheia de água.

“Desde quando encheu a represa, há mais de 20 anos, nunca se via esse asfalto aqui. 

O nível da água onde nós estamos era seis metros de altura”, afirma o comerciante Gisvaldo de Oliveira.

Construções antigas voltaram a aparecer. “Essa piscina eu não me lembro de ter visto ela não. 

Agora, estou aqui tendo a oportunidade de fazer um churrascão do lado dela”, conta José Benedito, ajudante geral.


Na estrada, antes submersa, Paulo aproveitou para limpar o carro. 

“Nos prédios não dá para lavar mais, tem que economizar, senão, vai faltar até para a gente beber né?”, diz.

Dos três sistemas sobrevoados, o Guarapiranga é o que está em uma situação melhor. 

Neste domingo, ele está com 40,3% do seu volume. 

Mas uma imagem de satélite mostra que em de janeiro de 2014 havia muito mais água no mesmo ponto do píer.


Por que esses sistemas chegaram a esse ponto? 

A seca foi um dos motivos.

 O ano de 2014 foi de pouca chuva. 

E o verão, período de recarga dos reservatórios, foi especialmente seco.

 Em dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, choveu muito abaixo da média histórica do período. E ao mesmo tempo fez muito calor.

“Quando a temperatura sobe, o consumo de água tende a subir e o sistema passa a operar muito próximo do limite ou, às vezes, até superando esse limite operacional”, explica o geólogo Pedro Luiz Côrtes.
Para o geólogo, o aumento da população metropolitana, a cada ano, é um fator importante na sobrecarga do sistema.

“A Região Metropolitana de São Paulo, ela concentra hoje mais de 20 milhões de habitantes. Para a gente ter uma ideia do que isso significa, é o dobro da população de Portugal, metade da população da Espanha ou da Argentina. 

E essa população cresce a uma razão próxima de 1% ao ano. Isso faz com que a cada cinco, seis anos, nós tenhamos mais 1 milhão de habitantes morando aqui. 

E os investimentos em captação e tratamento de água não vêm acompanhando o crescimento populacional”, diz Pedro Luiz Côrtes.

Com base no padrão de queda dos índices das represas e na média de consumo atual da população, ele faz uma projeção nada otimista para 2015: 

“Existe a séria perspectiva de que tanto o Cantareira quanto o Tietê, no máximo até a metade do ano, já não tenham mais água para captação”, alerta o geólogo.

Mas o governo não trabalha com essa possibilidade. “Não existe uma perspectiva dessa catástrofe que você está me trazendo. 

Eu acredito na hipótese de que a população vai reagir e de que o consumo será consciente e que não vai chegar nessa situação”, diz Benedito Braga, secretário de Recursos Hídricos.

Fantástico: Se não houver economia por parte do consumidor, pode faltar água em 2015?

Benedito Braga: Eu não sei, eu não sei,  porque vai depender da chuva.


Nas últimas semanas, apesar das chuvas fortes, as condições das represas praticamente não mudaram.

 “Precisava ter chuvas acima da média, como nós tivemos, por exemplo, em 1991, chuvas acima de 2.000 mm”, avalia o climatologista Ailton Pinto Alves Filho.

E a previsão meteorológica para 2015 não anima. “Vai ser um ano com chuvas dentro da normalidade. Dentro da média, ou seja, entre 1.200 mm a 1.500 mm para São Paulo. Demoraria algo em torno de cinco anos para haver a reposição”, diz Ailton Pinto Alves Filho.

A médio prazo, a Secretaria anuncia duas providências: tratar a água do esgoto para reutilizar nos reservatórios e investir em duas obras de transferência de água para os sistemas.

“Talvez não em 2015, mas no início de 2016, a gente já tenha capacidade para trazer mais água para Região Metropolitana”, planeja Benedito Braga.

Mas para este ano, a saída está nas mãos do consumidor.

Fantástico: A Secretaria não tem um plano para esse ano? Para resolver o problema esse ano?

Benedito Braga: Esse é o plano.


Fantástico: O consumidor economizar?


Benedito Braga: Sim. Esse é o plano. Em um prazo de seis meses, você não consegue fazer nenhuma obra. O que nós queremos é que o consumidor consuma menos. A curtíssimo prazo é isso que tem que ser feito.


sexta-feira, janeiro 02, 2015

Jatos pessoais de Elvis podem arrecadar até US$ 15 milhões em leilão

Aeronaves foram chamadas pelo cantor de 'Lisa Marie' e 'Hound dog II'.
Elas não voam mais, mas ficaram expostas como lembrança do artista. 

 

Reuters
Interior da aeronave chamada por Elvis de 'Hound dog II', uma Lockheed Jetstar, que vai a leilão nos EUA (Foto: Julien's Auctions/Reuters)Interior da aeronave chamada por Elvis de 'Hound dog II', uma Lockheed Jetstar, que vai a leilão nos EUA (Foto: Julien's Auctions/Reuters)
Interior da aeronave chamada por Elvis de 'Lisa Marie', uma Lockheed Jetstar, que vai a leilão nos EUA (Foto: Julien's Auctions/Reuters)Interior da aeronave chamada por Elvis de 'Lisa Marie', um Convair 880, que vai a leilão nos EUA (Foto: Julien's Auctions/Reuters)


Dois jatos pessoais de Elvis Presley serão leiloados em uma disputa com lances fechados e a expectativa é de que arrecadem entre US$ 10 milhões (R$ 26 milhões) e 15 milhões (R$ 40 milhões), informou a casa de leilões Julien's Auctions nesta sexta-feira (2).

Os dois jatos não podem mais voar, mas ficaram expostos para visitantes de Graceland, a propriedade que abriga o espólio de Elvis em Memphis, no Estado de Tennessee, pelas últimas três décadas.

O rei do rock comprou o Convair 880 da Delta Air Lines em 1975, dois anos antes de sua morte, aos 42 anos, por US$ 250 mil. 

Ele batizou a aeronave de "Lisa Marie" em homenagem a sua filha.

Elvis gastou mais de 300 mil dólares para reformar a aeronave com um quarto, uma sala de reuniões, bar e sistema de videotape ligado a quatro TVs. 

Ele pintou o avião de vermelho, branco e azul com a sigla "TCB" - "Takin' Care of Business" (cuidando dos negócios) na cauda.

O segundo jato, um Lockheed Jetstar com capacidade para de oito a dez passageiros batizado de "Hound Dog II", também em 1975 por cerca de 900 mil dólares, enquanto aguardava pela reforma do "Lisa Marie".

O Convair, de quatro motores e com capacidade para 28 passageiros, pode ter levado Elvis, que preferia voar à noite, por até 4.800 quilômetros.

Somente 65 jatos do modelo Convair 880 foram produzidos entre 1959 e 1962.

O vencedor do leilão também terá a opção de adquirir vários hectares adjacentes a Graceland para expor os aviões independente do museu de Elvis.

O acordo entre Graceland e os atuais proprietários das aeronaves, cujas identidades não foram reveladas, vencerá no final de abril.
Jato chamado por Elvis de 'Hound dog II', uma Lockheed Jetstar, que vai a leilão nos EUA, e está exposto em Graceland (Foto: Julien's Auctions/Reuters)Jato chamado por Elvis de 'Hound dog II', uma Lockheed Jetstar, que vai a leilão nos EUA, e está exposto em Graceland (Foto: Julien's Auctions/Reuters)
Jato chamado por Elvis de 'Lisa Marie', um Convair 880, que vai a leilão nos EUA, e está exposto em Graceland (Foto: Julien's Auctions/Reuters)Jato chamado por Elvis de 'Lisa Marie', um Convair 880, que vai a leilão nos EUA, e está exposto em Graceland (Foto: Julien's Auctions/Reuters)

Usina chinesa supera Itaipu como maior produtora de energia em 2014

Hidrelétrica de Três Gargantas gerou 98,8 milhões de MWh.
Binacional que fica no Paraná liderava ranking nos últimos dois anos.

 

Do G1 PR, com informações da EFE
Três gargantas 2 (Foto: China Out/AFP) 
A usina hidrelétrica chinesa de Três gargantas. (Foto: China Out/AFP)
 
 
A usina hidrelétrica de Três Gargantas da China, a maior infraestrutura desse tipo no mundo, superou Itaipu na produção de energia elétrica em 2014, segundo informações da agência de notícias EFE.

Dados divulgados pela Corporação de Três Gargantas, responsável pela gestão do local, e reproduzidos pela agência oficial 'Xinhua', mostram que foram produzidos 98,8 milhões de megawatts por hora (MWh) na usina em 2014, um novo recorde para o setor.

Já de acordo com a assessoria de imprensa de Itaipu, a segunda maior usina em capacidade instalada produziu pouco mais de 87,8 milhões de MWh, perdendo o primeiro lugar ño ranking mundial conquistado consecutivamente em 2012 e 2013, ano em que registrou a marca de 98,6 milhões de MWh.

Três Gargantas tem uma capacidade instalada de geração de 22,5 mil MWh de energia elétrica, frente aos 14 mil MWh de Itaipu.

Saiba mais

Ainda conforme a EFE, a Corporação das Três Gargantas explicou que a energia produzida equivale a uma economia de 49 milhões de toneladas de carvão, que continua sendo a principal fonte de energia da China, evitando também a emissão de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Idealizada por Mao Tse-tung ainda nos anos 50 para acabar com o déficit energético de Xangai, a usina chinesa só começou a ser construída em 1993 e suas obras foram finalizadas 17 anos depois. 

Apesar disso, a represa é criticada pelos danos ambientais causados, pelas desapropriações e perdas patrimoniais causadas pelas obras.

A instalação perdeu o posto de maior obra hidráulica do mundo para outro projeto chinês de concepção maoísta, chamado de transposição Sul-Norte. 

A ideia é abastecer todas as regiões do país, incluindo a capital Pequim, com as águas do rio Yang Tse.

Schumacher chora ao ouvir vozes dos filhos e da esposa, diz revista italiana

De acordo com a Autosprint, ex-piloto alemão não faz qualquer movimento e passa boa parte do tempo em frente às janelas de casa, e se emociona com a família

 

Por Rio de Janeiro
schumacher brasil 25/11/2012 (Foto: Getty Images)Schumacher se acidentou em estação de esqui na França (Foto: Getty Images)
 
 
As notícias sobre o estado de saúde do ex-piloto Michael Schumacher costumam ser raras vindas da família, de forma oficial, mas a imprensa tenta apurar de outras maneiras como o alemão tem se recuperado do grave acidente de esqui que sofreu há um ano, na França. 

Segundo informações da revista italiana Autosprint, colhidas com pessoas próximas ao ex-piloto, Schumacher fica boa parte do tempo numa cadeira de rodas em casa, em Gland, na Suíça, e chora ao ouvir as vozes dos filhos Mick e Gina Marie e da esposa Corinna, mas sem qualquer movimento.

Após quatro meses do seu retorno para casa, tendo ficado boa parte do ano passado em hospitais, em coma, depois do acidente na estação de esqui de Méribel, nos Alpes Franceses, Schumacher passa por sessões de fisioterapia para que os músculos não fiquem atrofiados. 

De acordo com a revista, quando não está na fisioterapia, ele fica em frente às janelas da casa, com vista para os picos nevados dos Alpes Suíços e também para as margens do Lago Genebra, mas com o “olhar muitas vezes perdido no vazio”.

A Autosprint ainda afirma que o ex-piloto alemão na fala e não pode se comunicar, com os músculos da face praticamente imóveis, com reações apenas a estímulos externos. 

Segundo fontes da publicação italiana, as atividades cerebrais de Schumacher parecem não terem sido afetadas.
- Michael chora quando ouve a voz das crianças ou de Corinna. 

Ele mostra que sente emoções e que o seu cérebro funciona. 

Sua única maneira de externar emoção e mostrar que está vivo, mesmo prisioneiro de um corpo agora imobilizado - afirma a revista.

Jean Todt, que foi chefe da equipe Ferrari quando o alemão corria na escuderia italiana, e que hoje é presidente da Federação Internacional de Automobilismo, demonstra confiança na recuperação do amigo, que costuma visitar constantemente. 

Já os médicos tratam a recuperação do heptacampeão de Fórmula 1 com cautela, e preveem anos de tratamento. 

“Muitas vezes o paciente vai ter que começar a aprender tudo de novo, pacientemente, como uma criança: falar, mover-se, lembrar-se”, diz a revista.

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Ano novo, oportunidade de tomada de grandes decisões.



"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo". II CORÍNTIOS 5: 17. 

Este ano de 2014 que daqui a pouco está sendo substituído por um novo ano, foi um ano de muitas reflexões para mim de tudo o que aconteceu no nosso país, tanto no segmento político como nos demais segmentos da sociedade. 

E um dos assuntos que mais mexeu com a minha cabeça, foi o nível da corrupção a que chegou no Brasil, não só nos meios políticos como nos empresariais, onde vários políticos e empresários se envolveram em crimes de corrupção ativa e passiva. 

Nesses meus 61 anos de vida, nunca tinha ouvido falar de tanta roubalheira aos cofres públicos por indivíduos acima de qualquer suspeita, tanto do setor público como do setor privado. 

Interessante, que a mais de 20 anos, eu já havia registrado no meu livro "Máfia Religiosa", com duas edições esgotadas, um comentário de J.J. Calmon de Passos publicado na Revista Veja de 14 de maio de 1986, página 122 que diz o seguinte: "...um só Chefe de Estado, paranoico, causa mais vítimas que 1000 delinquentes comuns. 

Um único colarinho branco do setor público ou do setor privado rouba mais, em termo de quantidade, do que todos os gatunos comuns reunidos". 

A confirmação dessa afirmação que acabo de transcrever aqui, tem a cara do "Mensalão" e do "Petrolão" e outros "derivados". 

Depois de analisar toda essa situação da crise de falta de moral e de caráter dos envolvidos nesses assaltos ao dinheiro público no nosso país, e descobrindo que a maioria desses criminosos têm formação acadêmica em diversas áreas profissionais, cheguei a conclusão que o problema de desvio de caráter e de conduta das pessoas que se revelam de uma hora para outro um fora da lei, não tem nada a ver com formação acadêmica, e que a educação não significa mais o caminho para a formação de homens e mulheres de bem, ao contrário do que sempre foi ensinado nas instituições de ensino, que pessoas que não frequentam uma escola, tem a possibilidade de se tornarem delinquentes, e que só a educação é o instrumento de transformação do ser humano. 

Voltando ao início desta minha reflexão sobre o comportamento do ser humano, e relendo o versículo bíblico transcrito na introdução deste texto, posso afirmar categoricamente que a única fórmula capaz de transformar uma pessoa que tem a tendência para o mal, é só uma conversão genuína a Jesus Cristo e passar a andar nos seus caminhos, para se transformar em "UMA NOVA CRIATURA". 

O resto não passa de "arranjos" incapazes de promover uma completa transformação ou mudança no interior do ser humano.

Não acreditando mais nessas fórmulas humanas de "regeneração" do ser humano de seu estado decadente, a partir deste novo ano, decidi também que quero passar pelo processo de RENOVAÇÃO DA MINHA VIDA, quero ser "UM HOMEM NOVO" a partir de 2015, e deixar "TODAS AS COISAS VELHAS" que pratiquei para trás, sepultá-las com o VELHO ANO, o "VELHO HOMEM" que existe dentro de cada um de nós antes de conhecermos profundamente JESUS CRISTO, e fazer tudo deferente, me dedicando incondicionalmente a causa do Evangelho de Jesus Cristo, abandonando as questões tolas desta vida, recusando-me a participar de qualquer movimento que nos leva ao rancor, ao ódio, a raiva, a ira, as contendas, as inimizades e as agressões verbais. 

A partir de 2015, usarei toda a minha habilidade profissional, minha experiência de vida, e minha experiência com Deus, exclusivamente para o bem estar do meu próximo, realizando a obra de Deus até a minha partida deste mundo. 

ESTE É O MEU PACTO COM DEUS QUE ACABO DE FAZER NESTE MOMENTO ANTES DA VIRADA DE ANO.

Parauapebas, 31 de dezembro de 2014. 

Valter Desiderio Barreto, servo do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Postado na página do Facebook ontem, dia 31 de dezembro de 2014.

A única resolução de Ano Novo que você realmente precisa

Extraído do blog: "Mulher, a quem procuras ?



Todo começo inspira mudanças. 

Possivelmente aquelas que tragam resultado positivo. 

Mesmo quando o novo começo é apenas uma data no calendário, existe a sensação de estarmos iniciando um novo capítulo, linhas em branco prontas para serem preenchidas com potenciais sucessos, conquistas e experiências positivas. 

Assim é o Ano Novo. 

Tempo para redefinir, virar a página e iniciar um novo capítulo.



Um homem chamado Habacuque fez a descoberta de que não era aumentando, mas sim diminuindo suas expectativas materiais futuras, que a verdadeira felicidade aconteceria. Mesmo se o próximo capítulo de sua vida fosse preenchido com palavras deprimentes, rabiscadas nas entrelinhas, tal realidade não influenciaria suas emoções.

Ele disse:

"Portanto, ainda que a figueira não floresça,
nem haja fruto na vide;
o produto da oliveira minta,

 
e os campos não produzam mantimento;
as ovelhas da malhada sejam arrebatadas,
e nos currais não haja vacas..."



Basicamente um futuro sem alimento, dinheiro, segurança, diversão, prestígio ou sucesso. 


Basicamente enfrentar a morte, a fome, a doença e a dor. Certamente as expectativas de Habacuque não poderiam ser mais baixas do que essas.

E, no entanto, ele conclui, mesmo se todo o cenário acima acontecesse:

"todavia, eu me alegrarei no Senhor,
exultarei no Deus da minha salvação."



Por quê? 


Como isso é possível?

Talvez fosse porque ele entendesse que...

"Deus, o Senhor, é minha força,
e fará os meus pés como os das cervas,
e me fará andar sobre as minhas alturas."



Visualizo novamente minha lista mental de resoluções para o Ano Novo e, de repente, os itens enfileirados uns após os outros perderam sua importância. 


De que importaria ocupar-me com poças de água no vale, quando eu poderia estar apreciando o horizonte do topo da montanha!?  

De que me importará se a figueira florescer, se as videiras derem frutos, se a oliveira produzir, se os campos derem alimento, se o rebanho multiplicar, se os currais estiverem cheios, mas a minha força repousar em lugares baixos?



Ano novo significa o início de uma nova volta ao redor do Sol. 


Não ao redor de si mesmo. 

Não ao redor da lua. 

Ao redor da luz. 

Ao redor da fonte de vida. 

Ao redor de algo maior, mais forte e mais brilhante.

Os lugares altos não podem ser escalado com diplomas, corpos em forma ou bens materiais. 


Os lugares altos requerem pés diferentes, passo diferente, andar para cima, seguindo a luz, a fonte de vida. 

Alguém maior, mais forte e mais brilhante.


E Ele é a única resolução de Ano Novo que eu realmente preciso.


Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...