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quarta-feira, julho 13, 2011

AMBIENTALISTA VALTER DESIDERIO BARRETO DENUNCIA CRIME ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS

AMBIENTALISTA VALTER BARRETO

CRIME AMBIENTAL EM PARAUAPEBAS

SEC. DE MEIO AMBIENTE GINALDO RODRIGUES

Produtores rurais da margem esquerda do rio Parauapebas, assentados em lotes localizados na antiga fazenda Carajás, a 18 quilômetros do centro de Parauapebas, convidaram a reportagem da Sucursal do CORREIO DO TOCANTINS para registrar e denunciar o que eles consideram como crime ambiental que ocorre naquela região, com a retirada indiscriminada de areia das margens daquele rio.

Uma equipe de reportagem do jornal esteve no local e presenciou homens retirando areia com dragas montadas em balsa na maior tranquilidade, formando enormes montes do produto, que é transportado à noite por caçambas para o centro da cidade, onde é armazenado e comercializado para construção civil.

Segundo os produtores rurais, que pediram para não ser identificados, alegando que já foram ameaçados de mortes pelos exploradores de areia, o crime ambiental no local vem ocorrendo desde o mês de dezembro, sem que as autoridades responsáveis pela fiscalização do meio ambiente façam alguma coisa para impedir este tipo de crime.

Os produtores rurais reclamam que com o movimento das dragas extraindo areia, e consequentemente o barulho dos motores da balsa, os peixes desaparecem do local, prejudicando a vida dos ribeirinhos, que têm a pesca como meio de sobrevivência complementar.

No momento em que a reportagem estava na região, buscando informações e imagens para produção da matéria, o professor Valter Desidério Barreto se encontrava na propriedade de uma amiga produtora rural e disse ser testemunha da retirada de areia, que ele vem monitorando há alguns meses, fazendo imagens e fotografias.


“Já denunciei ao secretário municipal de Meio Ambiente, mas até o momento nenhuma providência foi tomada para punir os culpados, que continuam a praticar o crime, inclusive ameaçando os pequenos agricultores que reclamam da ação delituosa”, explica Valter Barreto.

No Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o chefe do órgão, Frederico Drumond Martins, informou à reportagem que a jurisdição de fiscalização da repartição pública vai até a ponte sobre o rio Parauapebas localizada nas proximidades do City Park Club, e daí em diante seria competência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).

Na Semma, o titular da pasta, Ginaldo Rodrigues, afirma que tem conhecimento da denúncia, que já fez monitoramento na área e estaria dependendo de uma guarnição da Polícia Militar para acompanhar os fiscais da secretaria na região para averiguar a situação, e, se necessário, apreender os equipamentos e até prender os responsáveis pela eventual retirada ilegal de areia do rio Parauapebas.

“A legislação autoriza a retirada controlada de areia do leito de rios e igarapés, sem configurar algum crime ecológico ou ambiental, desde que seja concedida licença pelo poder público para exploração do produto”, pondera Ginaldo Rodrigues.

Neste sentido, o secretário informa que uma conhecida empresa da cidade do ramo de cerâmica e venda de material para construção civil tem licença concedida pelo Governo do Estado, com anuência da prefeitura local, para retirada de areia em rios e igarapés do município, que não seria o caso denunciado pelos ribeirinhos. (Waldyr Silva/CT)

terça-feira, julho 12, 2011

Lição de moral – Tigela de madeira



Uma senhora de idade avançada foi morar com o filho, a nora e a netinha de 4 anos. As mãos da velhinha estavam trémulas, sua visão embaçada e os passos, vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas as mãos trémulas e a visão falha da avó a atrapalhavam na hora de comer. A soja rolava de sua colher e caía no chão. Quando pegava a tigela, o missoshiru (sopa à base de pasta de soja) era derramado na toalha.

O filho e a nora irritaram-se com a bagunça: - Precisamos tomar uma providência com respeito à mamãe”, disse o filho.

- Já tivemos suficiente sopa derramada, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão.

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.
Ali, a avó comia sozinha, enquanto o resto da família fazia as refeições na sala, com satisfação.

Desde que a velhinha quebrara uma ou duas tigelas de louça, sua comida era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para a avó sentada ali sozinha, às vezes notava que ela tinha lágrimas nos olhos.

Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ela deixava um palito ou comida cair ao chão. A menina de 4 anos assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, a mãe percebeu que a filha pequena estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ela perguntou delicadamente à criança: “O que está fazendo?”

A menina respondeu docemente:

- Oh, estou fazendo uma tigela para você comer, quando eu crescer.

E a garota sorriu e voltou ao trabalho.


Colaboração: Karine Mikawa - Barretos - São Paulo.



quinta-feira, julho 07, 2011

Justiça: Vale pagará R$ 800 mil por 'lista suja' de empregados


A Vale foi condenada pela Justiça a pagar R$ 800 mil por ter pressionado empresas terceirizadas e contratadas a dispensar ou não admitir pessoas que já entraram com processos trabalhistas contra a mineradora, criando uma "lista suja" de candidatos. O dinheiro será revertido para o Fundo de Amparo ao Trabalho (FAT).

A acusação foi feita em agosto de 2006 na 12ª Vara do Trabalho de Vitória (ES) pelo Ministério Público do Trabalho da 17ª Região (ES). A Vale recorreu à quinta turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que não aceitou o recurso da empresa.

Em sua decisão, o ministro do TST e relator do processo, Emmanoel Pereira, afirmou que "a denúncia diz que a recorrente (Vale) exercia pressão para que as empresas terceirizadas e contratadas dispensassem esses empregados ou impedissem sua contratação. E a denúncia está devidamente provada". O ministro afirmou ainda que a conduta da empresa foi "uma violência contra as normas protetivas do trabalho".

A empresa Vale foi procurada, mas até o momento da publicação desta nota ainda não havia se posicionado. (Fonte: O Documento)

1 comentários:

Valter Desiderio Barreto disse...

Boa noite meu amigo jornalista Waldir Silva!

Mais uma vez a Vale dar um péssimo exemplo de sua truculência contra os pequenos e humildes trabalhadores, obrigando a Justiça reconduzí-la a sua insignificância diante do valor do ser humano (que não tem preço) punindo-a aplicando-lhe uma punição ainda modesta em forma de moeda corrente no país, para mostrar a mesma que independente do seu poderio econômico, ela não está acima do bem e do mal.

A discriminação da Vale contra os humildes é visceral, não tem remédio, constatamos isso a cada ano que convivemos com a mesma aqui no município de Parauapebas.

Ela só está preocupada em robustecer a sua conta no banco com os lucros exorbitantes auferidos da nossa riqueza mineral que ela exporta para o exterior.

Para ela qualquer meio justifica o fim de seus lucros fáceis, até mesmo recusar pagar ao município de Parauapebas o que ela deve.

Ao invés dela pagar o que deve ao município, se presta a fazer denúncia em revista de grande circulação contra o gestor municipal Darci Lermen de desvio de verba pública, ao invés de denunciar os Vereadores do município que são os legítimos representantes do povo e que foram eleitos exatamente para fiscalizar o poder executivo e exigir do mesmo transparência no trato com a coisa público, tendo o poder até de destituir o mesmo caso seja necessário.

Prefeito não governa um municipio sosinho, ele governa em parceria com o Legislativo, os erros que praticar frente a administração os Vereadores devem responder solidariamente com o chefe do executivo.

A Vale só convoca a população para audiência pública quando é de interesse dela, mas quando a população deseja algo dela, ela se esquiva e não dá a mínima para os interesses da comunidade aonde ela está instalada extraindo as riquezas do município, acumulando grandes bônus, e nos deixando só com o ônus assim como aconteceu com Itabira e outras regiões do nosso país.

Graças a Deus e a minha persistência juntamente com minha esposa, hoje sou uma referência mundial no aproveitamento de caroços de açaí para confeccionar diversos produtos como cadeiras, mesas, armários, tapetes, jarros e tantos outros objetos conforme já foi divulgado na grande mídia, como na TV Liberal no programa "É do Pará", na TV Cultura do estado do Pará, na RBA, afiliada a Band, na Globo News, sendo o nosso trabalho premiado a nível estadual pelo Sebrae.

Procuramos a Vale através de seu representante na Serra dos Carajás para firmarmos parceria com o o objetivo de capacitarmos pessoas que estão fora do mercado de trabalho no município de Parauapebas, ministrando-lhes curso de confecção de artefatos de grãos de açaí abrindo assim porta de trabalho e renda para os mesmos, no final do ano passado, fomos orientados pelo funcionário da empresa a enviar-lhe material que mostrava nossos produtos, providenciamos dois vídeos das matérias que foram veiculadas nas duas emissoras de televisão acima citadas e enviamos para o cidadão de nome Luiz Veloso através do escritório da Vale em Belém que após assistir os vídeos enviou-nos uma mensagem via e-mail, comunicando-nos que breve faria-nos uma visita ao nosso ateliê e até hoje nunca nos deu uma satisfação.

Não pedi nada a Vale para mim, apenas solicitei uma parceria com a mesma, para abrirmos portas de trabalho e renda para pessoas que se encontram fora do mercado de trabalho em Parauapebas.

Estarei participando de todas as Audiências Públicas em Parauapebas em que a Vale se faça presente, para cobrar da mesma melhor respeito para com a população do nosso município.

Valter Desiderio Barreto - Escritor e Artesão. e-mail valterbt@gmail.com Cel. (91) 81751369.

Arlen carlos deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Prêmio Sebrae de Jornalismo: reportagens do progra...":



Estive na uepa neste período de exposição da arte de vocês e me impressionou bastante a forma de como é possível realizar esta obra prima que é móveis, por exemplo, de caroço de açaí; quando eu ter a oportunidade, irei encomendar pra mim! Parabéns!!!!!!!!!!!!



Postado por Arlen carlos no blog VALTER DESIDERIO BARRETO em 7 de julho de 2011 15:39

segunda-feira, julho 04, 2011

ARTESÃO RECEBE CONVITE DO IPAHN PARA FAZER EXPOSIÇÃO INTINERANTE.

Belém/Pa., 24 de Junho de 2011

Ao

Ateliê do Açai

Sr. Valter Barreto

Ref.: Exposição Museográfica Temporária Itinerante sobre as Práticas e Ofícios do Complexo Ver-o-Peso.

Prezado Senhor,

O IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Superintendência Pará, no uso de suas atribuições vem solicitar a Vossa Senhoria apoio para a exposição museográfica temporária sobre as Práticas e Ofícios do Complexo Ver-o-Peso, a ser realizado no período de Agosto a Novembro de 2011, no prédio sede do IPHAN em Belém.

O evento pretende proporcionar uma experiência de conhecimento e valorização do ver-o-peso enquanto patrimônio cultural, material e imaterial, destacando sua importância no cenário paraense.

A sala denominada “Paisagens Ver-o-Peso”, será um espaço criado para proporcionar aos visitantes sensações a partir dos elementos encontrados no mercado, destacando-se o açaí.

Assim, gostaríamos de disponibilizar objetos como o tapete feito com caroços para proporcionar aos visitantes o contato com este material.

Acreditamos ser uma oportunidade de divulgação do trabalho desenvolvido pelo ateliê já que a exposição será itinerante e visitará outros centros urbanos.

Certos de que poderemos contar com seu importante apoio, nos colocamos à disposição no aguardo de sua resposta.

NIKKEI DESIGN

IPHAN

quinta-feira, junho 30, 2011

O RACISMO DE MONTEIRO LOBATO DESCOBERTO DEPOIS DE MORTO.

Cartas inéditas reforçam que o autor do Sítio do Picapau Amarelo se entusiasmou com a eugenia – pretensa ciência que ajudou a embasar o nazismo e o holocausto

por André Nigri

O escritor Monteiro Lobato (1882-1948) era racista? Eis uma polêmica que vai e volta na vida cultural brasileira e recentemente foi reativada pelo Conselho Federal de Educação. No ano passado, o organismo emitiu um parecer classificando o livro As Caçadas de Pedrinho, de 1933, como racista. Na análise, eram citados trechos da obra em que a personagem Tia Nastácia, que é negra, era tratada de forma ofensiva: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”. O Conselho Federal de Educação endossou, na verdade, uma corrente acadêmica que já há algum tempo vê sinais de racismo no tratamento dispensado à personagem ao longo da obra infantil do escritor. Embora o Ministério da Educação tenha vetado o parecer, alguns estados, como Mato Grosso e Paraíba, chegaram a tirar o livro do currículo escolar.

A polêmica esquentou ainda mais no início deste ano, quando alguns intelectuais aderiram a ela. Em geral, esgrimindo por Lobato e usando o tom do panfleto e da galhofa. O jornalista e escritor Ruy Castro foi veemente: “As pessoas que acusam Monteiro Lobato de racismo e de querer ‘extinguir a raça negra’ certamente nunca leram uma linha do que ele escreveu. Trata-se de uma atitude ‘politicamente correta de galinheiro’, como diria Nelson Rodrigues”. O cartunista Ziraldo criou um desenho em que o autor do Sítio do Picapau Amarelo aparece abraçado a uma passista negra para satirizar os que viam racismo em sua obra – e a história toda se tornou tema de um samba de bloco no Carnaval do Rio de Janeiro em março deste ano.

A polêmica mudou de nível, indo para o terreno do factual, quando Arnaldo Bloch, colunista de O Globo, formulou a pergunta que precisava ser feita: mas, afinal, o que o próprio Lobato escreveu sobre o tema, para além das interpretações que se fazem de sua ficção? Em um texto para o jornal em que trabalha, Bloch alinhavou trechos de cartas do escritor. Em uma delas, aparecia a frase fortíssima que saiu na capa desta edição de BRAVO!: “País de mestiços, onde branco não tem força para organizar um Kux-Klan (sic) é país perdido para altos destinos”, escreveu Lobato, citando a mais famosa organização racista da história norte-americana. Seguindo a trilha sugerida por Bloch, BRAVO! foi conferir a correspondência de Lobato. Foram garimpadas cerca de 20 cartas inéditas. E o seu conteúdo é estarrecedor.

É possível depreender algo sobre o teor de suas cartas ao examinar os seus três principais destinatários. Um deles é o escritor Godofredo Rangel – e o próprio Lobato havia publicado uma seleção da correspondência enviada a ele no livro A Barca de Gleyre, 1944. Os outros dois – fato incomum entre intelectuais – são cientistas. O paulista Renato Kehl (1889-1974) nasceu em Limeira e as cartas enviadas por Lobato a ele estão depositadas na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. O baiano Arthur Neiva (1880-1943) foi aluno do próprio Oswaldo Cruz e é um dos fundadores do Instituto Biológico de São Paulo, lugar onde está guardada parte da correspondência que ele manteve com Lobato – entre elas, a missiva citada acima, exaltando a Ku Klux Klan. Outro lote de cartas – a Kehl e a Neiva – foi garimpado nos arquivos da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Uma ideia unia Monteiro Lobato, Renato Kehl e Arthur Neiva. Os três eram adeptos de um conceito esdrúxulo chamado eugenia. A ideia, surgida na França na metade do século 19 e sistematizada pelo médico François Galton, era definida pelo próprio como “o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer qualidades raciais das futuras gerações, física ou mentalmente” – e na prática representava, entre outras coisas, uma exaltação da superioridade da raça “branca” em relação às outras. Ou seja, racismo. Nas primeiras décadas do século 20, a eugenia ganhou status de ciência. Renato Kehl era um dos principais estudiosos do tema no Brasil. Redigiu uma vasta obra defendendo os princípios eugênicos. Foi por iniciativa dele que foi criada, em 1918, a Sociedade Eugênica de São Paulo. Em sua obra, ele defende princípios como a proibição de imigrantes que não fossem de raça branca e esterilização de pessoas que, em sua ótica, apresentassem “problema físicos ou mentais”. Os princípios professados por Kehl são muito parecidos com aquilo que, na Europa, ficou conhecido como “eugenia negativa” – ou seja, proibição de que seres humanos considerados “inferiores” se reproduzissem. Como mostra o cineasta sueco Peter Cohen em seu filme Homo Sapiens, essa eugenia negativa está na base da ideologia racial que embasou o nazismo – e esse pensamento, levado ao extremo, culminaria no holocausto.

A correspondência de Monteiro Lobato mostra que, no fim dos anos 20, ele foi um entusiasta das ideias eugênicas e da obra de Renato Kehl. A primeira carta do escritor ao cientista data de 1918 e, nela, Lobato diz: “Lamento só agora travar conhecimento com um espírito tão brilhante como o seu”. No mesmo ano, Lobato convidou Kehl para escrever o prefácio de seu livro O Problema Vital, uma coletânea de artigos do escritor publicados no jornal O Estado de S.Paulo. O entusiasmo de Lobato pela obra do cientista só aumentou na década seguinte, em que Kehl deu uma virada em seu pensamento ao abraçar radicalmente os princípios da eugenia negativa. Em 1921, Kehl publicou um artigo chamado A Esterilização sob o Ponto de Vista Eugênico, no qual defende a prática como “um auxiliar poderoso da redução dos degenerados”. Para Lobato, em carta de 9 de outubro de 1929, Renato Kehl era “um D. Quixote científico (…) a pregar para uma legião de panças” (gíria que, nos anos 20, significava pessoas ignorantes). No mesmo ano, Monteiro Lobato viajou para os Estados Unidos e se entusiasmou com o país pelas razões erradas. Na terra de Abraham Lincoln, a eugenia havia ganhado status científico como em nenhum outro lugar, e Lobato lamenta que seria difícil publicar um livro de Renato Kehl no país por causa da concorrência. “Não pode haver país onde a eugenia esteja mais proclamada, estudada, praticada, ‘livrada’ (no sentido de publicada em livros) do que este”, escreveu Lobato.

“EUgenia tão adiantada”

Nessa mesma carta, se lê um dos trechos mais chocantes dentro do conjunto de missivas ao qual BRAVO! teve acesso exclusivo. Lá, num trecho repleto de termos em inglês, Lobato descreve uma história abjeta como se fosse uma experiência positiva: “Nos Estados Unidos, a eugenia está tão adiantada que já começam a aparecer ‘filhos eugênicos’. Uma senhora da alta sociedade meses atrás ocupou durante vários dias a front page [primeira página] dos jornais mexeriqueiros graças à audácia com que, rompendo contra todos os preceitos da ciência e sem se ligar legalmente a nenhum homem, escolheu um admirável tipo macho, fê-lo estudar sobre todos os aspectos e, achando-o fit [adequado] para o fim que tinha em vista, fez-se fecundar por ele. Disso resultou uma menina que está sendo criada numa farm [fazenda] especialmente adaptada para nursery [creche] eugênica. E lá vai ela conduzindo a sua experiência de ouvidos fechados a todas as censuras da bigotry [fanatismo]“. Esse trecho impressiona porque mostra Lobato entusiasmado por uma prática adotada na Alemanha nazista. Por ideia de Heinrich Himmler, um dos asseclas delirantes de Hitler, implantou-se no país um programa conhecido como Lebensborn (“fonte da vida”, em alemão arcaizado). Pelo programa, mulheres “arianas” solteiras eram incentivadas a engravidar de líderes “arianos” com o objetivo de expandir, nos dizeres de Himmler, uma “raça líder e pura”.

No Brasil, as ideias eugênicas proliferaram principalmente em dois estados: Bahia e São Paulo. Se Kehl foi o líder da corrente em terras bandeirantes, o principal prócer da ideia na Bahia era Arthur Neiva. É interessante notar que a Faculdade de Medicina de Salvador era um centro de discussão de ideias eugenistas, como Jorge Amado bem retrata em seu livro Tenda dos Milagres. Criado nesse ambiente, Neiva era, no entanto, menos radical do que Kehl. Sua principal preocupação eram as ações sanitárias nas cidades brasileiras. Mesmo assim, fazia questão de definir a si próprio como “germânico”, e não “mestiço”, como a maior parte da população de seu estado.

Foi para Neiva que Lobato enviou alguns de seus mais impressionantes desabafos sobre a questão racial, entre as cartas inéditas garimpadas por BRAVO!. Ele tocou várias vezes, por exemplo, no tema da Ku Klux Klan, o grupo fundado logo após o fim da Guerra Civil Americana (1861-1865) no estado do Tennessee e que tinha como principal objetivo impedir a integração social dos negros recém-libertados – proibindo-os, por exemplo, de adquirir terras e também promovendo assassinatos traiçoeiros como uma forma de “higiene racial”. Escreve Lobato a Neiva, em 1938: “Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca – mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva”.

Três anos antes, em 1935, Lobato esteve na Bahia e escreveu uma carta ao cientista, que então morava em São Paulo. Lobato inicia o texto dizendo-se maravilhado com a terra de Neiva, com sua comida, arquitetura e igrejas – “Sua Bahia, dr. Neiva, positivamente enfeitiçou-me”. No quarto parágrafo, no entanto, ele fala das pessoas do lugar: “Mas que feio material humano formiga entre tanta pedra velha! A massa popular é positivamente um resíduo, um detrito biológico. Já a elite que brota como flor desse esterco tem todas as finuras cortesãs das raças bem amadurecidas”. O comentário comparando a população pobre da Bahia a “esterco” é francamente racista – assim como as observações que, numa carta relativamente conhecida enviada a Godofredo Rangel (leia acima), ele faz sobre os mestiços cariocas – mas também tem a ver com o preconceito que Lobato nutria em relação a habitantes de outros estados brasileiros que não fossem São Paulo. Aparecem em sua correspondência, por exemplo, referências desairosas a cariocas e mineiros.

Diante de tal conjunto de cartas, é inevitável perguntar: ao abraçar a causa da eugenia, Lobato não teria sido apenas um homem de seu tempo? A resposta é: em termos. É certo que tal ideia tinha status de ciência na época, era bem aceita em determinados círculos intelectuais, e o termo estava tão na moda que aparecia até na poesia (o fluminense Raul de Leoni escreveu um famoso soneto chamado Eugenia, em que o vate se dirige à musa com versos de péssimo gosto, como “tens legendas pagãs nas carnes claras”). A eugenia, no entanto, não era uma ideia majoritária, tanto que Lobato chamou Kehl de “Quixote”. Um fato relevante a mostrar que havia muita gente consciente do absurdo da coisa foi o lançamento, em 1933, de Casa Grande e Senzala, o clássico de Gilberto Freyre – obra-prima que é resposta eloquente às bobagens defendidas por Kehl e pelo “baiano germânico” Neiva. Em sua prosa irresistível, Freyre mostra o óbvio. O que influencia as características dos povos, se é que isso existe, é a cultura, como pregava o antropólogo alemão Franz Boas, e não a raça. O livro apresenta, também, a mestiçagem que horrorizava os eugenistas como um valor positivo.

Cabe finalizar dando a medida justa e apresentando Lobato em toda a sua complexidade. O escritor é um dos mais talentosos de sua geração. Legou ao Brasil um bem inestimável: uma literatura infantil de altíssimo nível, que pode ser lida até hoje. As eventuais alusões racistas a personagens como a Tia Nastácia não tiram o prazer da leitura – talvez constituam até um bom tema de discussão em aula. No caso específico da Tia Nastácia, é possível fazer até a leitura contrária, dado que a personagem é sempre apresentada de forma bastante positiva ao longo da obra de Lobato. Que, como escritor, chegou a denunciar maus tratos contra negros em alguns de seus contos, caso de Os Negros, incluído no livro Negrinha (1923). Lobato também foi um polemista brilhante e extremamente atilado quando defendeu as ideias certas. Sua impaciência quanto a certo costume brasileiro de empurrar a solução dos problemas para depois é altamente louvável. É válida até hoje, assim como as críticas contra a falta de saneamento básico e a triste burocracia do país.

Tais qualidades tornam ainda mais espantoso o fato de Lobato – mesmo relativizando a época em que ele viveu – ter-se encantado com ideias tão estapafúrdias, como as defendidas por Arthur Neiva e Renato Kehl. Ele parou de falar no assunto quando o nazismo, embasado na eugenia, gerou os horrores do holocausto, mas nunca se retratou publicamente pelas ideias que defendeu durante pelo menos três décadas (dado que parte de sua correspondência continua inédita, existe a esperança de que ainda apareça uma carta com um mea-culpa). É tarde demais para condenar Lobato pelo crime intelectualmente imperdoável – e hoje inafiançável juridicamente – do racismo. Ler suas cartas com a distância dos anos proporciona uma reflexão: mesmo as mentes mais sólidas podem, em determinados momentos, sofrer um amolecimento radical.


ODE À KU KLUX KLAN

Em várias de suas cartas, Monteiro Lobato se refere de forma elogiosa à entidade racista fundada no estado do Tennessee no fim da Guerra Civil Americana. A Ku Klux Klan tinha como objetivo evitar que os negros recém-libertos adquirissem direitos civis e ainda organizava assassinatos traiçoeiros como uma forma de “purificação racial”

“País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos. (…) Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca – mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva”
(carta enviada a Arthur Neiva em 10 de abril de 1928)


ELOGIO A UMA PRÁTICA NAZISTA

Foi o nazista Heinrich Himmler quem instituiu na Alemanha as Lebensborn – “fazendas” onde mães solteiras de bebês supostamente arianos podiam criar seus filhos. Lobato teve conhecimento de prática semelhante nos EUA e se referiu a ela de forma elogiosa.

“Nos Estados Unidos, a eugenia está tão adiantada que já começam a aparecer ‘filhos eugênicos’. Uma senhora da alta sociedade meses atrás ocupou durante vários dias a front page [primeira página] dos jornais mexeriqueiros graças à audácia com que, rompendo contra todos os preceitos da ciência e sem se ligar legalmente a nenhum homem, escolheu um admirável tipo macho, fê-lo estudar sobre todos os aspectos e, achando-o fit [adequado] para o fim que tinha em vista fez-se fecundar por ele. Disso resultou uma menina que está sendo criada numa farm [fazenda] especialmente adaptada para nursery [creche] eugênica.”
(carta enviada a Renato Kehl em 8 de julho de 1929)


SOBRE A MESTIÇAGEM NA BAHIA

A eugenia pregava que a mestiçagem “enfraquecia” a raça. Tal ideia esteve em voga no Brasil nos anos 20 e 30, mas não era majoritária – tanto que Gilberto Freyre glorificou a mistura de raças em seu clássico “Casa Grande e Senzala”. Monteiro Lobato, no entanto, jogava no time dos eugenistas – e fez comentários ofensivos ao povo mestiço da Bahia durante uma visita a Salvador.

“Mas que feio material humano formiga entre tanta pedra velha! A massa popular é positivamente um resíduo, um detrito biológico. Já a elite que brota como flor desse esterco tem todas as finuras cortesãs das raças bem amadurecidas.”
(carta enviada a Arthur Neiva em 15 de dezembro de 1935)


SOBRE A MESTIÇAGEM NO RIO DE JANEIRO

Foi na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, que começou a amizade de Monteiro Lobato com o escritor mineiro Godofredo Rangel. Eles trocaram centenas de cartas durante várias décadas. Em muitas delas, Lobato faz observações sobre a mistura de raças no Rio de Janeiro.

“Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde.”
(carta a Godofredo Rangel incluída na primeira edição do livro “A Barca de Gleyre”, em 1944)

quarta-feira, junho 29, 2011

LEI FEDERAL......URGENTISSIMO

Vejam o escárnio que um deputado federal está propondo.
Por favor, alastremos este e-mail pela internet o mais rápido possível.

Leiam... Olhem o absurdo!!!!
A fonte é boa. Vejam no final, quem assinou.

Independentemente de orientação política, é preciso estar atento ao que anda acontecendo no Congresso Nacional.
Divulgue!!! Mande para pessoas formadoras de opinião.

Chega de sermos otários.

A internet está dando resultado. Temos um poderoso meio de comunicação na mão.

Vocês viram a Petrobrás baixando os preços dos combustíveis?
A internet pressionou muito divulgando para que boicotássemos os Postos BR (Petrobrás).

Precisamos mostrar que o povo tem força e luta pelos direitos e uso correto do dinheiro público.
Tem certas coisas que só dependem de nós, e este absurdo, não podemos deixar.
Atenção:

Um deputado chamado Jutahy Magalhães , do PSDB da Bahia,
é o autor de um projeto de lei que legaliza a corrupção em nosso país (que parece não ser muita!).

O projeto, conforme matéria da Rede Globo, proíbe o Ministério Público de investigar atos de corrupção de Presidente da República, Governadores de Estados, Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Prefeitos.
De acordo com a nova lei, que já foi aprovada em primeiro turno no congresso, esse pessoal aí vai deitar e rolar com o dinheiro público, sem ser importunado.

Então, caros internautas, vamos espalhar esse assunto para toda a rede. Vamos pressionar de todas as formas possíveis, para que essa lei absurda e imoral não seja aprovada.
Vamos nos utilizar de todos os meios disponíveis: televisão, rádios, jornais e etc.

O Brasil e o Povo Brasileiro não pode, de forma alguma, aceitar isso: que meia dúzia de parlamentares mal intencionados (o que parece ser o caso do tal Jutahy) legalizem a corrupção e a bandalheira em nosso País.

Nós, internautas, já fomos responsáveis por soluções e divulgação de vários casos lamentáveis que envergonham todo e qualquer cidadão de bem.
Acredito ser esta causa justa e que precisa ser levada ao conhecimento de toda a população .

Não vamos, de forma alguma, deixar passar em branco este ato vergonhoso, arquitetado por este elemento. Fiquem atentos, e vamos salvar o Brasil de mais esta maracutaia..

Divulguem este manifesto para todo o seu catálogo de endereços.
Obrigado,

Franklin Martins (Rádio CBN e Rede Globo)

segunda-feira, junho 27, 2011

quarta-feira, junho 01, 2011

ACASALAMENTO DE GAFANHOTOS


9 horas e 45 minutos do dia 16/05/2011.

3 horas da madrugada e 37 minutos do dia 16/05/2011.


3 horas e 37 minutos da madrugada de 16/05/2011.



Início do acasalamento 9:45 do dia 15/05/2011.

Assisti algumas vezes, um quadro no Fantástico da Rede Globo de Televisão, que ostentava o título "A VIDA COMO ELA É", que mostrava a vida dos animais e insetos em seus habitat, inclusive as diversas formas de acasalamento de alguns deles. Passei a me interessar em pesquisar a vida amorosa dos gafanhotos e me pús a buscar em seus próprios habitat a forma de seus relacionamentos. Descobri comportamento curioso entre esses insetos que é o terror dos agricultores quando os mesmos resolvem atacar suas lavouras. Me propús a apenas a descobrir como se dá o processo de acasalamento de ambos. Minha primeira descoberta foi que o macho sempre é menor do que a fêmea. Em seguida, descobri que os mesmos têm um apetite para o sexo dígno de causar inveja a qualquer ser humano, pois os mesmos chegam a passar mais de 30 horas fazendo sexo ininterruptamente e que depois que os mesmos encerram o ato sexual, dão uma pausa de aproximadamente uma hora e retornam novamente a mais uma sessão de sexo. confiram nas fotos a seguir.

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...