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O presidente Jair Bolsonaro publicou em uma rede social, neste sábado (30), comentários sobre diversas reportagens publicadas nos principais jornais do país a respeito de decisões do Judiciário em relação ao governo e a seus aliados. O título da postagem é "Tudo aponta para uma crise".
O presidente Jair Bolsonaro publicou em uma rede social, neste sábado (30), comentários sobre diversas reportagens publicadas nos principais jornais do país a respeito de decisões do Judiciário em relação ao governo e a seus aliados. O título da postagem é "Tudo aponta para uma crise".
Nas últimas semanas, o presidente manifestou contrariedade em relação a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), como a do ministro Celso de Mello, que retirou o sigilo do vídeo de uma reunião ministerial do dia 22 de abril.
Outra medida criticada pelo presidente foi a tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou operação da Polícia Federal dentro de inquérito que investiga a produção de fake news e ameaças contra integrantes da Suprema Corte. Aliados de Bolsonaro foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Na última quinta-feira (28), o presidente chegou a dizer que "ordens absurdas" não devem ser cumpridas e que não haverá outro dia como a quarta-feira (27) em que foi realizada a operação que atingiu empresários e blogueiros que o apoiam.
Entre os fatos elencados por Bolsonaro na postagem deste sábado, está o envio pelo ministro Celso de Mello à Procuradoria Geral da República (PGR) de comunicação de crime atribuído ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
Em uma transmissão na noite de quarta-feira, Eduardo cogitou a necessidade de adoção de "medida enérgica" pelo pai. Ele falou em "momento de ruptura" e disse que a questão não é de "se", mas, sim, de "quando" isto vai ocorrer.
O presidente também citou pedido da Polícia Federal para a prorrogação das investigações no inquérito que apura se Bolsonaro interferiu politicamente na corporação. A suposta ingerência, denunciada pelo ex-ministro Sergio Moro, motivou a saída do ex-juiz do governo.
Entre outros assuntos, Bolsonaro destacou a acusação de que a sua chapa nas eleições de 2018 teria se utilizado de empresas de disparos de mensagens em massa durante a campanha, para atacar opositores.
O chefe do Executivo citou ainda apurações sobre o chamado "gabinete do ódio",
que funcionaria sob a liderança do vereador do Rio de Janeiro Carlos
Bolsonaro, filho do presidente, com o objetivo de espalhar informações
falsas e difamações na internet.
Bolsonaro listou também a desistência, por parte do partido Rede, de ação que pedia o fim do inquérito das fake news; as notícias sobre o silêncio do ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante depoimento à PF; e o manifesto de procuradores favoráveis à obrigatoriedade da lista tríplice para definição do chefe do Ministério Público.
Íntegra do post de Bolsonaro no Facebook:
TUDO APONTA PARA UMA CRISE:
1.
Primeiras páginas dos jornais abordaram com diferentes destaques, as
decisões envolvendo a atuação do Supremo Tribunal Federal, da Polícia
Federal, do Tribunal de Contas da União e do Tribunal Superior Eleitoral
em relação ao governo Bolsonaro e seus aliados.
2.
O ministro do STF, Celso de Mello, fez um pedido de investigação contra
o deputado federal Eduardo Bolsonaro, à Procuradoria Geral da
República, por crime de incitação à subversão da ordem política ou
social. A prática viola a Lei de Segurança Nacional.
3.
A notícia-crime foi protocolada na Corte depois do parlamentar dizer,
em um vídeo publicado nas redes sociais, que não se trata de uma questão
de “se”, e sim “quando” haverá uma ruptura político-institucional.
4.
Nas primeiras páginas dos jornais, o pedido da Polícia Federal para a
prorrogação das investigações do inquérito, no âmbito do STF, que apura
se o PR interferiu politicamente, ou não, na PF, segundo a acusação do
ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. PF que ouvir oficialmente o PR sobre
a denúncia.
5.
Estadão e O Globo publicam, em suas primeiras páginas, o pedido do
ministro Og Fernandes, do Tribunal Superior Eleitoral, para que a chapa
Bolsonaro/Mourão se manifeste, em três dias, sobre a inclusão de
informações do inquérito das fakenews em dois processos da Justiça
Eleitoral, que questionam a diplomação dos dois.
6.
A acusação é a de que a chapa usou empresas para efetuar disparos em
massa de mensagens com notícias falsas contra opositores? Estadão realça
que esse seria o caminho mais próximo para retirá-los do Poder.
7.
Segundo o Estadão, a investigação do STF para apurar ameaças, ofensas e
fakenews contra ministros e familiares da Corte pode chegar ao chamado
“gabinete do ódio”, que trabalharia próximo ao PR e seria comandado pelo
vereador Carlos Bolsonaro. Faltando 45 dias para ser concluído, o
jornal já fala da intenção dos investigadores de prorrogar o inquérito.
8.
Estadão noticia que o “gabinete do ódio” também entrou na mira do
Tribunal de Contas da União. O subprocurador, Lucas Furtado, ingressou
com uma representação para que o plenário do TCU analise se a ação do
grupo de servidores é financiada, ou não, por recursos públicos. O grupo
teria 23 servidores trabalhando na assessoria especial do gabinete
presidencial.
9.
A Rede desistiu da ação que apresentou no ano passado, que solicitava o
fim do inquérito aberto para apurar ataques e ofensas ao Supremo
Tribunal Federal. Agora, o partido não quer o final do inquérito, que
serviu para o ministro-relator do caso, ministro do STF, Alexandre de
Moraes, acusar um rol de pessoas ligadas ao PR. E que a PGR quer
suspender.
10.
O inquérito, diz o partido, apresentava "inquietantes indícios
antidemocráticos", mas, um ano depois, "se converteu em um dos
principais instrumentos de defesa da democracia". Oportunismo jurídico. O
ministro Edson Fachin decidirá se aceita ou não o pedido da Rede.
11.
Jornais também destacaram na suas capas o manifesto dos procuradores da
República, com a assinatura de 590 de 1.150 integrantes do MPF, para a
adoção da lista tríplice para a nomeação do chefe da instituição.
12.
Segundo a leitura política da mídia, o manifesto é uma reação à postura
do atual PGR, Augusto Aras, que estaria favorecendo o PR, e foi
escolhido fora da lista tríplice encaminhada ao Presidente da República.
13.
Na capa da Folha de S. Paulo e do O Globo o fato do ministro da
Educação, Abraham Weintraub, ter ficado calado no depoimento à Polícia
Federal, no prédio do MEC, sobre suas declarações contra os ministros do
STF na reunião ministerial do dia 22 de abril.
14.
PR lhe concedeu a medalha do mérito naval, que a mídia entendeu como
uma “provocação.” Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a atacar
Weintraub, lamentando o país ter um “ministro tão desqualificado.”