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A juíza Carolina Lebbos autorizou a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
da carceragem a Polícia Federal (PF), em Curitiba, para um
estabelecimento prisional de São Paulo.
A decisão foi publicada nesta quarta-feira (7).
A decisão foi publicada nesta quarta-feira (7).
O juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, da Justiça estadual de São Paulo, determinou que o ex-presidente cumpra no presídio de Tremembé, no interior paulista, o restante da pena de 8 anos e 10 meses por condenação na Lava Jato, no caso do triplex em Guarujá (SP).
A data da transferência não foi definida.
A data da transferência não foi definida.
Ainda não há prazo para a saída de Lula de Curitiba para SP
Quem pediu a remoção foi a Superintendência Regional da Polícia Federal
no Paraná, onde Lula está detido desde abril de 2018.
A PF alegou que, por causa da prisão, os órgãos de segurança têm de atuar de forma permanente para evitar confrontos entre "grupos antagônicos" e que toda a região teve a rotina alterada.
A corporação disse que ainda que as instalações são limitadas para presos de longa permanência.
A PF alegou que, por causa da prisão, os órgãos de segurança têm de atuar de forma permanente para evitar confrontos entre "grupos antagônicos" e que toda a região teve a rotina alterada.
A corporação disse que ainda que as instalações são limitadas para presos de longa permanência.
A Polícia Federal argumentou que a transferência minimizaria as
demandas apresentadas diariamente à corporação e demais instituições
envolvidas, reduzindo gastos e o uso de recursos humanos, além de
devolver à região a tranquilidade e livre circulação para moradores e
cidadãos que buscam serviços prestados pela PF.
A juíza determinou que, na transferência, seja preservada a
"integridade física, moral e psicológica do preso, bem como sua imagem –
como, aliás, deveria ser observado em relação a qualquer cidadão",
vetando o uso de algemas sem necessidade.
O que disse a defesa de Lula.
A defesa do ex-presidente discordou do pedido de transferência nos moldes da solicitada pela PF do
Paraná.
Além de defender que Lula fosse colocado em uma sala de Estado-Maior em unidade militar, pedia a suspensão da análise da requisição feita pela PF até o julgamento de um pedido de liberdade provisória (habeas corpus) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Esse habeas corpus foi julgado – e rejeitado – em 25 de junho.
Além de defender que Lula fosse colocado em uma sala de Estado-Maior em unidade militar, pedia a suspensão da análise da requisição feita pela PF até o julgamento de um pedido de liberdade provisória (habeas corpus) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Esse habeas corpus foi julgado – e rejeitado – em 25 de junho.
Segundo os advogados de Lula, qualquer determinação de transferência
deveria levar em consideração que "o cumprimento antecipado da pena pelo
peticionário deve ocorrer em Sala de Estado-Maior, em instalações
militares situadas no raio da Grande São Paulo, conforme disponibilidade
das Forças Armadas a ser informada pelo Exmo. Sr. Ministro da Defesa".
A defesa disse que a Lei Federal nº 7.474/1986 garante aos
ex-presidentes da República, de forma vitalícia, as prerrogativas ali
previstas.
A juíza, por sua vez, disse que a lei não faz qualquer menção ao
cumprimento da pena por ex-presidentes em sala de Estado-Maior.
"E, ao ver deste Juízo, não se pode juridicamente extrair interpretação extensiva nesse sentido, de modo a impor, a priori e em qualquer circunstância, o cumprimento de pena por ex-presidentes da República em Sala de Estado-Maior", afirmou na decisão.
"E, ao ver deste Juízo, não se pode juridicamente extrair interpretação extensiva nesse sentido, de modo a impor, a priori e em qualquer circunstância, o cumprimento de pena por ex-presidentes da República em Sala de Estado-Maior", afirmou na decisão.
Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que "Lula é vítima de
intenso constrangimento ilegal imposto por parte do Sistema de Justiça".
A
defesa informou que "tomará todas as medidas necessárias com o objetivo
de restabelecer a liberdade plena do ex-presidente Lula e para assegurar
os direitos que lhe são assegurados pela lei e pela Constituição
Federal".
MPF foi contra a transferência.
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) se mostraram contra o pedido de transferência e argumentaram que a remoção somente poderia ocorrer após o encerramento da instrução criminal nas ações penais que envolvem a investigação sobre a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, e a que investiga o sítio em Atibaia.
Segundo a juíza Carolina Lebbos, o MPF também argumentou que "a
movimentação do entorno foi resolvida pelo Juízo Estadual e a
concentração de pessoas diminuiu consideravelmente, não mais havendo
notícia de episódios de confronto nas imediações"; "que a remoção não
afeta os ônus da administração, alterando apenas o centro de custo; que a
sociedade deve suportar os incômodos do livre exercício do direito à
manifestação pública, cabendo a atribuição dos prejuízos a quem lhes deu
causa".
Em nota, o Partido dos Trabalhadores (PT) informou que a decisão de
transferir Lula de Curitiba para São Paulo "é de exclusiva
responsabilidade da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, que
solicitou a medida, e da juíza de Execuções Penais Carolina Lebbos, que
deferiu o pedido sem considerar os argumentos da defesa do
ex-presidente".
O PT afirmou que o ex-presidente é inocente e que "foi condenado em uma
farsa judicial" e não deveria ter sido julgado em Curitiba, pois,
segundo o partido, "o próprio ex-juiz Sergio Moro admitiu que seu
processo não envolvia desvios da Petrobrás investigados na Lava Jato".
Lula cumpre pena por condenação em 2ª instância na Operação Lava Jato.
Em 24 de janeiro de 2018, o ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex.
Para a Justiça, Lula recebeu propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento no Guarujá, em troca de favores na Petrobras.
A defesa do ex-presidente nega.
Em 24 de janeiro de 2018, o ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex.
Para a Justiça, Lula recebeu propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento no Guarujá, em troca de favores na Petrobras.
A defesa do ex-presidente nega.
Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a condenação, mas reduziu a pena para 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.
Considerando essa pena, Lula teria que cumprir, desde a data da prisão,
17 meses para reivindicar a transferência para o semiaberto, regime
pelo qual é possível deixar a cadeia durante o dia para trabalhar.
Esse prazo será atingido em 7 setembro.
Esse prazo será atingido em 7 setembro.
Em março, o ex-presidente foi autorizado a deixar o presídio e ir até São Bernardo do Campo (SP), para participar do velório do neto, Arthur Lula da Silva, de 7 anos.
Em 6 de fevereiro, Lula foi condenado em outra ação da Lava Jato: a
juíza substituta da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Gabriela
Hardt, condenou o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão
por corrupção e lavagem de dinheiro, por receber propina por meio de
uma reforma em um sítio em Atibaia (SP).
A defesa nega e recorreu à 2ª instância, que ainda não julgou o caso.
COMENTÁRIO:
É um presidiário como outro qualquer.
Não é melhor do que nenhum outro bandido preso.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 07 de agosto de 2019.
A defesa nega e recorreu à 2ª instância, que ainda não julgou o caso.
COMENTÁRIO:
É um presidiário como outro qualquer.
Não é melhor do que nenhum outro bandido preso.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 07 de agosto de 2019.
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