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quinta-feira, agosto 01, 2019

Bolsonaro e Damares trocam integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos


g1.globo.com

 

Mudança ocorre dias após órgão declarar que Fernando Santa Cruz, opositor do regime militar, foi morto pelo Estado. Presidente afirmou, sem apresentar provas, que militante foi assassinado por organização de esquerda.

Jair Bolsonaro e a ministra Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) durante a posse do presidente, em 1º de janeiro de 2019 — Foto: Marcos Corrêa/Presidência
Jair Bolsonaro e a ministra Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) durante a posse do presidente, em 1º de janeiro de 2019 — Foto: Marcos Corrêa/Presidência.
Governo troca quatro integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos
Governo troca quatro integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

O presidente Jair Bolsonaro trocou quatro dos sete integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. 


A mudança ocorreu após declarações de Bolsonaro sobre a morte, durante a ditadura militar (1964-1985), de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. 

A alteração no colegiado foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (1º), com a assinatura do presidente e da ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Segundo Bolsonaro, a mudança ocorreu porque mudou o presidente da República


(Veja declaração no vídeo abaixo).

"O motivo [é] que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita.


Ponto final.


Quando eles botavam terrorista lá, ninguém falava nada.


Agora mudou o presidente.


Igual mudou a questão ambiental também", afirmou Bolsonaro nesta manhã na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro disse que mudança na comissão ocorreu porque agora o presidente é 'de direita'
Bolsonaro disse que mudança na comissão ocorreu porque agora o presidente é 'de direita'.

De acordo com o decreto publicado nesta quinta-feira, estas são as alterações feitas na composição da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos

  • Marco Vinicius Pereira de Carvalho substitui Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, atual presidente do colegiado
  • Weslei Antônio Maretti substitui Rosa Maria Cardoso da Cunha
  • Vital Lima Santos substitui João Batista da Silva Fagundes
  • Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro substitui Paulo Roberto Severo Pimenta.


A alteração foi oficializada uma semana após a comissão emitir documento que atesta que a morte de Fernando Santa Cruz se deu de forma “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”. 


Na última segunda-feira (29), Bolsonaro afirmou que "um dia" contaria ao filho dele, que preside a OAB, como Santa Cruz desapareceu na ditadura militar. 

Horas depois da declaração, Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que a morte foi causada pelo "grupo terrorista" Ação Popular do Rio de Janeiro, do qual Santa Cruz fazia parte, e não pelos militares. 


(Veja a cronologia do caso ao final da reportagem)
Presidente da OAB pede ao Supremo que Bolsonaro se explique
Presidente da OAB pede ao Supremo que Bolsonaro se explique
Além do atestado de óbito emitido pela comissão que teve a composição alterada por Bolsonaro, relatório da Comissão Nacional da Verdade destaca que documentos da Marinha e da Aeronáutica apontam que Fernando Santa Cruz foi preso e desapareceu enquanto estava sob custódia das Forças Armadas, em 1974. 

Assessor de Damares presidirá comissão.

 

O novo presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Marco Vinicius Pereira de Carvalho, é filiado ao PSL, partido de Bolsonaro, e assessor especial de Damares. 


Ele foi funcionário da prefeitura de Taió (SC). 

A presidente substituída do colegiado, primeira da lista de trocas, havia criticado Bolsonaro na segunda-feira pelas declarações relacionadas a Santa Cruz. 


"Consideramos extremamente grave pela dor dos familiares, mas também pelo fato de ser um presidente da República de um país que vem assumindo essas mortes desde 1995, pelo menos", afirmou Eugênia Gonzaga. 

Questionada pela TV Globo sobre ter sido retirada da comissão nesta quinta-feira, Eugênia disse que "já esperava". 

"Eu ainda não tinha visto.


Eu já esperava desde a caminhada do silêncio.



Lamento muito também, mas ia acontecer mais cedo ou mais tarde”, declarou a presidente substituída da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Bolsonaro fala sobre troca de integrantes da comissão especial sobre mortos políticos
Bolsonaro fala sobre troca de integrantes da comissão especial sobre mortos políticos.

A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi criada em 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. 

A lei nº 9.140 estabelece que o colegiado realizará o reconhecimento de desaparecidos por atividades políticas entre 1961 a 1979, período que engloba parte da ditadura militar até o ano em que foi promulgada a Lei da Anistia.


A legislação também estabelece que os sete membros da comissão devem ser de livre escolha do presidente da República, sendo que quatro deles devem ser escolhidos: 

  • dentre os membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
  • dentre as pessoas com vínculo com os familiares das pessoas referidas em lista divulgada pelo governo federal em 1995
  • dentre os membros do Ministério Público Federal
  • dentre os integrantes do Ministério da Defesa (este item se referia, inicialmente, a integrantes das Forças Armadas, o que foi alterado em lei de 2004)

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