Francisco concedeu entrevista para livro de padre espanhol. Obra será lançada nesta semana e narra episódio em que o Papa diz ter sido salvo da morte por uma freira.
Papa Francisco — Foto: Mindaugas Kulbis/AP.
Homens com tendências homossexuais não deveriam ser admitidos no clero
católico, e seria melhor para os padres ativamente gays abandonar o
sacerdócio em vez de levar uma vida dupla, afirmou o Papa Francisco em
um livro que será lançado nesta semana.
Embora o Papa já tenha falado antes sobre a necessidade de uma melhor
triagem de candidatos para a vida religiosa, o comentário sugerindo que
padres que não podem manter seus votos de celibato devem deixar o
sacerdócio é um dos mais enfáticos sobre o assunto até o momento.
Francisco deu a declaração em entrevista para um livro do padre
espanhol Fernando Prado, que aborda os desafios de ser padre ou freira
nos dias atuais.
O título da obra é "O poder da vocação".
O título da obra é "O poder da vocação".
Francisco disse no livro que a homossexualidade na Igreja "é algo que preocupa".
A Reuters obteve uma cópia da versão italiana da publicação.
A Reuters obteve uma cópia da versão italiana da publicação.
"A questão da homossexualidade é muito séria", disse Francisco,
acrescentando que os responsáveis pela formação de homens para serem
padres devem ter certeza de que os candidatos são "humanos e
emocionalmente maduros" antes de serem ordenados.
Isso também se aplica às mulheres que queiram entrar em comunidades religiosas femininas para se tornarem freiras.
Na Igreja Católica, padres, freiras e monges fazem votos de celibato.
Isso também se aplica às mulheres que queiram entrar em comunidades religiosas femininas para se tornarem freiras.
Na Igreja Católica, padres, freiras e monges fazem votos de celibato.
Francisco disse que "não há espaço" para a homossexualidade nas vidas
de padres e freiras e que a Igreja deve ser "exigente" na escolha de
candidatos.
"Por essa razão, a Igreja pede que pessoas com essa tendência enraizada não sejam aceitas no ministério [sacerdotal] ou na vida consagrada", afirmou.
"Por essa razão, a Igreja pede que pessoas com essa tendência enraizada não sejam aceitas no ministério [sacerdotal] ou na vida consagrada", afirmou.
'Melhor deixar a igreja'
Ele pediu que os homossexuais que já são padres ou freiras sejam celibatários e responsáveis para evitar criar escândalo.
"É melhor que eles deixem o sacerdócio ou a vida consagrada em vez de viver uma vida dupla", ponderou.
A entrevista aconteceu em meados de agosto.
Menos de duas semanas depois, em 26 de agosto, o arcebispo Carlo Maria Vigano, ex-embaixador do Vaticano nos EUA, colocou a Igreja no epicentro de uma polêmica com uma declaração bombástica contra o Papa e autoridades do Vaticano.
Menos de duas semanas depois, em 26 de agosto, o arcebispo Carlo Maria Vigano, ex-embaixador do Vaticano nos EUA, colocou a Igreja no epicentro de uma polêmica com uma declaração bombástica contra o Papa e autoridades do Vaticano.
Vigano disse que existe uma "rede homossexual" no Vaticano, cujos
membros ajudaram a promover as carreiras uns dos outros na Igreja.
Ele também acusou o Papa de ter ignorado suspeitas de má conduta sexual do ex-cardeal americano Theodore McCarrick, de 88 anos.
Ele também acusou o Papa de ter ignorado suspeitas de má conduta sexual do ex-cardeal americano Theodore McCarrick, de 88 anos.
O Vaticano disse que as acusações de Vigano estavam repletas de "calúnia e difamação".
A Igreja Católica tem sido assombrada por milhares de casos de abuso
sexual de menores de idade por clérigos em todo o mundo, em países que
vão desde os Estados Unidos até a Austrália, Irlanda, Bélgica, Alemanha e
Chile.
Freira 'desobediente'
Em outro trecho de "O poder da vocação", o Papa revelou que, há seis
décadas, quando corria risco de morrer de pneumonia, foi salvo por uma
freira que desobedeceu as ordens do médico.
Quando Francisco estava estudando para o sacerdócio na América Latina
na década de 1950, ele pegou pneumonia, mas foi diagnosticado
erroneamente pelo médico do seminário, que achou que era gripe, e um dia
teve que ser levado para o hospital "a ponto de morrer", contou.
Um médico do hospital percebeu que era uma pneumonia e ordenou que os
funcionários dessem ao jovem Jorge Mario Bergoglio dois tipos de
antibióticos.
Mas uma freira do hospital, chamada Cornelia Caraglio, teve uma ideia diferente.
"Assim que o médico foi embora, [ela disse à equipe] 'vamos dobrar a
dose'.
Ela certamente era uma freira sábia.
Ao ordenar que a dose fosse dobrada, ela salvou minha vida", disse ele.
Ela certamente era uma freira sábia.
Ao ordenar que a dose fosse dobrada, ela salvou minha vida", disse ele.
Vários meses depois, o futuro papa retornou ao hospital para remover a
parte superior de um de seus pulmões por causa de uma infecção.
COMENTÁRIO:
COMENTÁRIO:
A revolta das "bichinhas" contra o Vaticano por não aceitá-las como "sacerdotes" da religião Católica vai começar.
Valter Desiderio Barreto.
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