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segunda-feira, dezembro 17, 2018

MP e polícia recebem mais de 400 denúncias e investigam se João de Deus lavou dinheiro

Médium nega as acusações. Ele se entregou à Polícia Civil neste domingo em uma estrada de terra de Abadiânia.

 

Por Sílvio Túlio e Vitor Santana, G1 GO.
MP e polícia recebem mais de 400 denúncias e investigam se João de Deus lavou dinheiro
MP e polícia recebem mais de 400 denúncias e investigam se João de Deus lavou dinheiro.

O Ministério Público e a Polícia Civil informaram nesta segunda-feira (17) que receberam mais de 400 denúncias de mulheres que dizem ter sido abusadas por João de Deus em Abadiânia


O médium, que sempre negou as acusações, foi preso neste domingo (16). 


Além destes crimes, os órgãos também apuram se houve conivência de outras pessoas e denúncias de lavagem de dinheiro.
  • Ministério Público recebeu mais de 400 denúncias por e-mail
  • Das mulheres que denunciaram caso ao MP, 30 já formalizaram denúncia
  • Polícia Civil ouviu outras 15 mulheres
  • Há relatos de mulheres de seis países e vários estados brasileiros


O promotor Luciano Meirelles disse que há relatos de mulheres de mais da metade dos estados brasileiros e de países como EUA, Alemanha, Suíça e Bolívia. 


"Temos depoimentos do Brasil inteiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais. 


Esses relatos já foram formalizados", declarou.
João de Deus chega a delegacia após se entregar — Foto: Reuters/Metropoles/Igo Estrela
João de Deus chega a delegacia após se entregar — Foto: Reuters/Metropoles/Igo Estrela.

Já o delegado-geral da Polícia Civil, André Fernandes, afirmou que a corporação já ouviu 15 mulheres que relatam ter sofrido abusos sexuais do médium. 


Ele disse acreditar que o número vai crescer a partir da parceria com o MP. 

"É muito dinâmico. 


O MP vai contribuir com várias informações que foram colhidas por eles e serão enviadas para a polícia. 


Esses dados precisarão de uma nova análise por parte da polícia investigativa", disse. 

A Polícia Civil declarou que o líder religioso será ouvido "quantas vezes for necessário" durante as apurações. 


Delegados e promotores que compõem as forças-tarefas que investigam os crimes se reuniram no período da tarde na Secretaria de Segurança Pública para compartilhar dados.  


Entenda os rumos da investigação.

 
Na primeira coletiva após o primeiro depoimento de João de Deus, o delegado-geral informou que os depoimentos colhidos pela Polícia Civil revelam um modus operandi comum, "uma igualdade de comportamento", o que chamou a atenção dos investigadores.

Segundo ele, "a palavra da vítima tem uma relevância muito grande" e que a corporação tem algumas provas que ainda são sigilosas. 


O delegado diz acreditar que não deve ocorrer acareação entre as vítimas e o médium, pois os depoimentos foram colhidos de maneira "bem completa".

Prisão

João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). 


No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia. 


Ele foi trazido para Goiânia e, após prestar depoimento, encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. 

O médium dormiu em uma cela de 16 m² no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. 


De acordo com a Diretoria-Geral de Adminisitração Penitenciária (DGAP), ele passou a noite bem, dormiu junto com outros três presos e comeu pão com manteiga e achocolatado nesta manhã. 


O órgão informou ainda que João de Deus está recebendo todos os medicamentos que ele faz uso contínuo. 

A defesa informou que o médium está abatido e passou a primeira noite em um colchão no chão

Depoimento.

 

O médium prestou depoimento durante três horas na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, totalizando sete páginas de respostas às perguntas dos delegados. 


Durante o interrogatório houve uma pane elétrica que causou uma interrupção breve. 

Na ocasião, João de Deus afirmou disse à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. 


Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias. 

Os delegados informaram que o preso ficou calmo durante o depoimento, com exceção do momento em que falou de uma vítima de quem se lembrava e ficou nervoso.
O médium João de Deus se entregou à Polícia Civil — Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo
O médium João de Deus se entregou à Polícia Civil — Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo.

Pedido de habeas corpus.

 

Segundo o advogado Alberto Toron, responsável pela defesa do médium o pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (17). 


Em entrevista no domingo, ele citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. 


Além disso, negou que tenha havido intenção de fuga.

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