Em depoimento revelado pelo Fantástico, o doleiro Álvaro Novis disse que entregou dinheiro diretamente nas mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e também está preso.
Por Fantástico
Ligação entre assessor de Pezão e corretora indica negociação de propina, diz investigação.
O doleiro Álvaro Novis, delator da Lava Jato, disse que entregou
dinheiro para um assessor do governador Luiz Fernando Pezão, segundo o
Ministério Público Federal.
O político foi preso na quinta-feira (29) na Operação Boca de Lobo, um desdobramento da Lava Jato.
Ele está na Unidade Prisional da PM, em Niterói, Região Metropolitana do RJ.
O político foi preso na quinta-feira (29) na Operação Boca de Lobo, um desdobramento da Lava Jato.
Ele está na Unidade Prisional da PM, em Niterói, Região Metropolitana do RJ.
Em depoimento, o delator disse que entregou dinheiro diretamente nas
mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e
também está preso.
Para tentar provar o que contou na Justiça, Álvaro Novis entregou
gravações das conversas entre um funcionário da corretora de valores
dele e Luizinho, o assessor de Pezão.
Em uma delas, o funcionário marca uma reunião entre Luizinho e o doleiro para eles combinarem a entrega:
Luiz: "Alô!"
Márcio (funcionário): "Fala, meu amigo.
Tudo bom?"
Tudo bom?"
Luiz: "Tudo bom?"
Márcio: "Nós temos novidades aí e temos que conversar.
O chefe também queria bater um papo com você. só marcar uma reunião com o chefe aqui?"
O chefe também queria bater um papo com você. só marcar uma reunião com o chefe aqui?"
Luiz: "Aonde?"
Márcio: "Barra."
Luiz: "Na Barra?"
Márcio: "É."
Márcio: "Seria pra conversar, pra gente esquematizar isso."
Luiz: "Ah, entendi.
Aquela reunião daquela lá, daquele projeto.
Entendi.
Entendi.
Mas aonde na Barra, Márcio?"
Aquela reunião daquela lá, daquele projeto.
Entendi.
Entendi.
Mas aonde na Barra, Márcio?"
Márcio: "Ah, eu te dou endereço direitinho.
Pode ser na nossa corretora lá."
Pode ser na nossa corretora lá."
O telefonema aconteceu no fim de julho de 2014, quando Pezão estava em campanha nas eleições para o governo do Estado.
Em outro telefonema, o funcionário diz a Luizinho que tem uma "documentação" para entregar.
Márcio: "Tem coisas que eu tenho que resolver, documentação pra te
entregar, que o chefe quer ver com você (...) a melhor forma de
fazer..."
Segundo as investigações, "documentação" é o dinheiro da propina.
O chefe mencionado na conversa é o doleiro Álvaro Novis.
E a "melhor forma de fazer" acabou sendo um encontro entre Luizinho e Álvaro num restaurante num shopping da Zona Oeste do Rio.
O chefe mencionado na conversa é o doleiro Álvaro Novis.
E a "melhor forma de fazer" acabou sendo um encontro entre Luizinho e Álvaro num restaurante num shopping da Zona Oeste do Rio.
O nome de Pezão aparece nas investigações desde o início da Lava Jato
no Rio, de acordo com a PF.
Mas era preciso apurar melhor esses supostos pagamentos.
Os investigadores seguiram o caminho do dinheiro e concluíram que os repasses foram feitos em dinheiro vivo.
Mas era preciso apurar melhor esses supostos pagamentos.
Os investigadores seguiram o caminho do dinheiro e concluíram que os repasses foram feitos em dinheiro vivo.
Nas planilhas de Álvaro Novis, o governador é chamado de 'Pé',
'Pé-grande', 'Big Foot' e 'Pezonne'.
Ao lado dos codinomes, há valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões.
Ao lado dos codinomes, há valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões.
Segundo
o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase
R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.
De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.
Pezão também foi gravado.
Em uma conversa telefônica transcrita no pedido de prisão, ele promete intervir quando é comunicado por um político do Rio que o ex-governador Sérgio Cabral não atendeu a uma ordem de ficar de frente para a parede durante uma inspeção do Ministério Público Estadual no presídio de Bangu 8 no dia 24 de julho deste ano. Cabral se negou e disse que era detento e não preso.
Celulares rastreados.
A polícia cruzou dados de antenas de celular na região do shopping e
concluiu que eles se encontraram naquele dia, 31 de julho de 2014. Para
os investigadores, foi nesse encontro que eles combinaram a entrega de
R$ 3 milhões para Luizinho.
No dia seguinte, 1º de agosto, o rastreamento dos celulares dos dois
comprovou que Luizinho e Álvaro se encontraram de novo num posto de
gasolina ao lado do condomínio onde Luizinho morava.
Na contabilidade do doleiro, ficou registrada uma saída de 3 milhões de reais para "pé grande".
Em 2 de agosto, o celular de Luizinho foi rastreado de novo e ficou
confirmado que ele passou o dia com Pezão percorrendo cidades do
interior do Rio.
A PF diz que nesse dia Luizinho pode ter repassado o dinheiro ao governador.
A PF diz que nesse dia Luizinho pode ter repassado o dinheiro ao governador.
Segundo
o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase
R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.
De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.
Defesa nega acusações.
O advogado do governador agora preso nega as acusações.
"Ele não tem nenhuma movimentação vultosa ou sinais de riqueza porque ele não tem riqueza.
Ele tem um patrimônio modesto, compatível com os 36 anos de vida pública dele", afirma.
"Ele não tem nenhuma movimentação vultosa ou sinais de riqueza porque ele não tem riqueza.
Ele tem um patrimônio modesto, compatível com os 36 anos de vida pública dele", afirma.
Em nota, o advogado de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que
também está preso, diz que seu cliente "nunca foi destinatário ou
portador de propinas para o governador pezão".
- o que ficou claro é que aquela prática que ocorria no governo do
ex-governador se manteve atualmente. de fato, o que houve?
Houve a mudança entre peças, houve a mudança de pessoas, houve a mudança de operadores que trabalhavam na organização criminosa e houve uma estruturação do modus operandi, pra que ficasse mais estruturado, mais complexo, pra que dificultasse ainda mais a atuação da polícia federal.
Houve a mudança entre peças, houve a mudança de pessoas, houve a mudança de operadores que trabalhavam na organização criminosa e houve uma estruturação do modus operandi, pra que ficasse mais estruturado, mais complexo, pra que dificultasse ainda mais a atuação da polícia federal.
A defesa de Luiz Fernando Pezão deve entrar com um pedido de liberdade
para o governador no Supremo Tribunal Federal esta semana.
E a Polícia Federal vai trabalhar na análise do material apreendido no dia da prisão dele.
O objetivo é aprofundar as investigações sobre o patrimônio de Pezão e as conexões com Sérgio Cabral.
E a Polícia Federal vai trabalhar na análise do material apreendido no dia da prisão dele.
O objetivo é aprofundar as investigações sobre o patrimônio de Pezão e as conexões com Sérgio Cabral.
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