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segunda-feira, dezembro 03, 2018

Delator diz que entregou dinheiro a assessor de Pezão; em áudio, propina é tratada como 'documentação'


Em depoimento revelado pelo Fantástico, o doleiro Álvaro Novis disse que entregou dinheiro diretamente nas mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e também está preso. 

 

Por Fantástico

Ligação entre assessor de Pezão e corretora indica negociação de propina, diz investigação
Ligação entre assessor de Pezão e corretora indica negociação de propina, diz investigação.

O doleiro Álvaro Novis, delator da Lava Jato, disse que entregou dinheiro para um assessor do governador Luiz Fernando Pezão, segundo o Ministério Público Federal. 


O político foi preso na quinta-feira (29) na Operação Boca de Lobo, um desdobramento da Lava Jato. 


Ele está na Unidade Prisional da PM, em Niterói, Região Metropolitana do RJ. 

Em depoimento, o delator disse que entregou dinheiro diretamente nas mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e também está preso. 

Para tentar provar o que contou na Justiça, Álvaro Novis entregou gravações das conversas entre um funcionário da corretora de valores dele e Luizinho, o assessor de Pezão. 

Em uma delas, o funcionário marca uma reunião entre Luizinho e o doleiro para eles combinarem a entrega:
Luiz: "Alô!" 

Márcio (funcionário): "Fala, meu amigo. 


Tudo bom?"

Luiz: "Tudo bom?" 

Márcio: "Nós temos novidades aí e temos que conversar. 


O chefe também queria bater um papo com você. só marcar uma reunião com o chefe aqui?" 

Luiz: "Aonde?" 

Márcio: "Barra." 

Luiz: "Na Barra?"

Márcio: "É." 

Márcio: "Seria pra conversar, pra gente esquematizar isso."


Luiz: "Ah, entendi. 


Aquela reunião daquela lá, daquele projeto. 


Entendi. 


Entendi. 


Mas aonde na Barra, Márcio?" 

Márcio: "Ah, eu te dou endereço direitinho. 


Pode ser na nossa corretora lá." 

O telefonema aconteceu no fim de julho de 2014, quando Pezão estava em campanha nas eleições para o governo do Estado. 

Em outro telefonema, o funcionário diz a Luizinho que tem uma "documentação" para entregar. 

Márcio: "Tem coisas que eu tenho que resolver, documentação pra te entregar, que o chefe quer ver com você (...) a melhor forma de fazer..." 

Segundo as investigações, "documentação" é o dinheiro da propina. 


O chefe mencionado na conversa é o doleiro Álvaro Novis. 


E a "melhor forma de fazer" acabou sendo um encontro entre Luizinho e Álvaro num restaurante num shopping da Zona Oeste do Rio. 

O nome de Pezão aparece nas investigações desde o início da Lava Jato no Rio, de acordo com a PF. 


Mas era preciso apurar melhor esses supostos pagamentos. 


Os investigadores seguiram o caminho do dinheiro e concluíram que os repasses foram feitos em dinheiro vivo. 

 
Nas planilhas de Álvaro Novis, o governador é chamado de 'Pé', 'Pé-grande', 'Big Foot' e 'Pezonne'. 


Ao lado dos codinomes, há valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões.

Segundo o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.  


De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal.


Pezão também foi gravado.  


Em uma conversa telefônica transcrita no pedido de prisão, ele promete intervir quando é comunicado por um político do Rio que o ex-governador Sérgio Cabral não atendeu a uma ordem de ficar de frente para a parede durante uma inspeção do Ministério Público Estadual no presídio de Bangu 8 no dia 24 de julho deste ano. Cabral se negou e disse que era detento e não preso. 

Celulares rastreados.

 

A polícia cruzou dados de antenas de celular na região do shopping e concluiu que eles se encontraram naquele dia, 31 de julho de 2014. Para os investigadores, foi nesse encontro que eles combinaram a entrega de R$ 3 milhões para Luizinho. 

No dia seguinte, 1º de agosto, o rastreamento dos celulares dos dois comprovou que Luizinho e Álvaro se encontraram de novo num posto de gasolina ao lado do condomínio onde Luizinho morava. 

Na contabilidade do doleiro, ficou registrada uma saída de 3 milhões de reais para "pé grande". 

Em 2 de agosto, o celular de Luizinho foi rastreado de novo e ficou confirmado que ele passou o dia com Pezão percorrendo cidades do interior do Rio. 


A PF diz que nesse dia Luizinho pode ter repassado o dinheiro ao governador. 

Segundo o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015. 


De acordo com o MPF, o valor é incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. 

 

Defesa nega acusações.

 

O advogado do governador agora preso nega as acusações. 


"Ele não tem nenhuma movimentação vultosa ou sinais de riqueza porque ele não tem riqueza. 


Ele tem um patrimônio modesto, compatível com os 36 anos de vida pública dele", afirma. 

Em nota, o advogado de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que também está preso, diz que seu cliente "nunca foi destinatário ou portador de propinas para o governador pezão". 

- o que ficou claro é que aquela prática que ocorria no governo do ex-governador se manteve atualmente. de fato, o que houve?

Houve a mudança entre peças, houve a mudança de pessoas, houve a mudança de operadores que trabalhavam na organização criminosa e houve uma estruturação do modus operandi, pra que ficasse mais estruturado, mais complexo, pra que dificultasse ainda mais a atuação da polícia federal. 

A defesa de Luiz Fernando Pezão deve entrar com um pedido de liberdade para o governador no Supremo Tribunal Federal esta semana. 


E a Polícia Federal vai trabalhar na análise do material apreendido no dia da prisão dele. 


O objetivo é aprofundar as investigações sobre o patrimônio de Pezão e as conexões com Sérgio Cabral.

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