Revisor da Lava Jato, Celso de Mello liberou a ação nesta sexta (8). Agora, cabe ao presidente da Segunda Turma do STF, Ricardo Lewandowski, marcar data do julgamento.
Por Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, liberou nesta sexta-feira (8) para julgamento a ação penal que decidirá se a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Paulo Bernardo serão condenados ou absolvidos na Operação Lava Jato.
Celso de Mello é o revisor da Lava Jato no STF.
O julgamento da ação será pela Segunda Turma da Corte (leia detalhes mais abaixo).
Caberá ao presidente da Turma, ministro Ricardo Lewandoski, marcar a
data do julgamento.
Também será julgado o empresário Ernesto Kugler
Rodrigues, ligado ao casal.
Segundo a acusação, os três, "agindo de modo livre, consciente e voluntário”, pediram e receberam R$ 1 milhão desviados do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
O dinheiro, de acordo com o Ministério Público, teria sido direcionado
para campanha eleitoral de Gleisi em quatro parcelas de R$ 250 mil.
O repasse teria sido realizado, ainda segundo a Procuradoria Geral da
República (PGR), através de empresas de fachada do doleiro Alberto
Youssef contratadas pela Petrobras a firmas de Rodrigues.
A PGR afirma, ainda, que os recursos foram liberados pelo ex-diretor de
Abastecimento Paulo Roberto Costa, cujo objetivo seria obter apoio
político de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo para se manter no cargo.
Versões.
À época em que Gleisi e Paulo Bernardo se tornaram réus no Supremo, a
defesa da senadora negou os crimes e apontou supostas divergências entre
as declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef nas delações
premiadas, especialmente em relação ao modo como o dinheiro teria sido
repassado.
A defesa de Paulo Bernardo também rebateu a acusação, alegando que não
teria sido provada interferência do ex-ministro para manter Paulo
Roberto no cargo de diretor na Petrobras.
Segunda Turma.
O relator da Lava Jato, Luiz Edson Fachin, liberou a ação para revisão em fevereiro.
Como as pautas das sessões da Segunda Turma de junho ainda não estão
definidas, o julgamento pode ocorrer ainda neste semestre.
Participarão do julgamento:
- Edson Fachin;
- Celso de Mello;
- Ricardo Lewandowski;
- Gilmar Mendes;
- Dias Toffoli.
Condenação na Lava Jato.
Em maio, a Segunda Turma condenou o primeiro parlamentar com foro na Lava Jato, o deputado Nelson Meurer (PP-PR).
Ele foi condenado a uma pena de 13 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Atualmente, 13 parlamentares são réus na Lava Jato e seus desdobramentos, sendo seis senadores e sete deputados.
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