O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é interrogado nesta sexta-feira (8) em processo que apura ocultação e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Ele disse que se perdeu em 'promiscuidade' de doações eleitorais.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é interrogado nesta
sexta-feira (8) em processo que apura ocultação e lavagem de dinheiro na
Lava Jato.
O interrogatório é conduzido pelo juiz Marcelo Bretas.
Na audiência, Cabral admitiu ter movimentado R$ 500 milhões em doações eleitorais, sendo R$ 20 milhões do total para uso pessoal.
O interrogatório é conduzido pelo juiz Marcelo Bretas.
Na audiência, Cabral admitiu ter movimentado R$ 500 milhões em doações eleitorais, sendo R$ 20 milhões do total para uso pessoal.
No depoimento, Cabral disse que "se perdeu" na promiscuidade de doações.
"A promiscuidade (de doações) foi muito grande e foi nessa promiscuidade que me perdi.
Usei dinheiro de campanha para fins pessoais.
Eu nunca pedi a um empresário que incluísse um percentual qualquer em nenhuma obra ou serviço do meu governo.
Garanto isso ao senhor, falo em nome dos meus filhos e do neto que conheci essa semana", afirmou.
"Eu pedia dinheiro e campanha sim e era muito dinheiro sim.
Em vez de ficar concentrado no meu governo, nas minhas realizações... o poder é algo tão perigoso".
Em vez de ficar concentrado no meu governo, nas minhas realizações... o poder é algo tão perigoso".
"Eu não soube me conter diante de tanto poder e de tanta força
política.
E, de maneira vaidosa, quis fazer (eleger) prefeitos, vereadores, usar recursos", acrescentou.
E, de maneira vaidosa, quis fazer (eleger) prefeitos, vereadores, usar recursos", acrescentou.
Movimentação de meio bilhão de reais.
Em relação às delações premiadas de doleiros e de seu ex-assessor
Carlos Miranda, Sérgio Cabral admitiu ter movimentado cerca de R$ 500
milhões, conforme eles disseram.
"Desse valor devo ter utilizado para uso pessoal em torno de R$ 20 milhões".
"Desse valor devo ter utilizado para uso pessoal em torno de R$ 20 milhões".
Questionado pelo juiz Marcelo Bretas se Cabral tem interesse em ressarcir os cofres públicos, respondeu; "Tenho sim".
No processo, ele é acusado junto aos doleiros Renato e Marcelo Chebar,
além de seu ex-secretário Wilson Carlos e de seus assessores Carlos
Miranda e Sérgio de Castro Oliveira, o Serjão.
Questionado pelo juiz Marcelo Bretas se Cabral tem interesse em ressarcir os cofres públicos, respondeu; "Tenho sim".
"Qual a importância de patrimônio estando longe dos filhos?
Nada é mais importante", observou o juiz.
"Então ofereça à Justiça, ao Ministério Público..."
Nada é mais importante", observou o juiz.
"Então ofereça à Justiça, ao Ministério Público..."
"Vou oferecer", respondeu Cabral.
Somente nesta denúncia, o grupo é acusado de ocultar e lavar cerca de R$ 40 milhões, guardados no Brasil; US$ 100 milhões depositados no exterior; e mais quase R$ 10 milhões ocultados em joias, segundo o MPF.
O depoimento deveria ter ocorrido em fevereiro, quando Cabral estava
preso em Curitiba.
A defesa, no entanto, alegou cerceamento por conta da distância e ele ficou em silêncio.
A defesa, no entanto, alegou cerceamento por conta da distância e ele ficou em silêncio.
O ex-governador foi transferido de volta para o Rio após decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF), assinada por Gilmar Mendes.
Um dia antes da audiência, na quinta, Cabral foi denunciado em outro
processo da Lava Jato - a Operação Câmbio Desligo.
Ele já é réu em mais de 20 processos e foi condenado em cinco, totalizando mais de 100 anos de prisão.
Ele já é réu em mais de 20 processos e foi condenado em cinco, totalizando mais de 100 anos de prisão.
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