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sexta-feira, junho 08, 2018

Cabral admite ter movimentado R$ 500 milhões de doações eleitorais, R$ 20 milhões para uso pessoal

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é interrogado nesta sexta-feira (8) em processo que apura ocultação e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Ele disse que se perdeu em 'promiscuidade' de doações eleitorais.


Por Gabriel Barreira, G1 Rio
O ex-governador Sérgio Cabral disse em audiência que "se perdeu" na promiscuidade das doações (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O ex-governador Sérgio Cabral disse em audiência que "se perdeu" na promiscuidade das doações (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo).
 
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é interrogado nesta sexta-feira (8) em processo que apura ocultação e lavagem de dinheiro na Lava Jato. 
O interrogatório é conduzido pelo juiz Marcelo Bretas. 
Na audiência, Cabral admitiu ter movimentado R$ 500 milhões em doações eleitorais, sendo R$ 20 milhões do total para uso pessoal.


No depoimento, Cabral disse que "se perdeu" na promiscuidade de doações. 
"A promiscuidade (de doações) foi muito grande e foi nessa promiscuidade que me perdi. 
Usei dinheiro de campanha para fins pessoais. 
Eu nunca pedi a um empresário que incluísse um percentual qualquer em nenhuma obra ou serviço do meu governo. 
Garanto isso ao senhor, falo em nome dos meus filhos e do neto que conheci essa semana", afirmou.
 
"Eu pedia dinheiro e campanha sim e era muito dinheiro sim. 
Em vez de ficar concentrado no meu governo, nas minhas realizações... o poder é algo tão perigoso". 
 
"Eu não soube me conter diante de tanto poder e de tanta força política. 
E, de maneira vaidosa, quis fazer (eleger) prefeitos, vereadores, usar recursos", acrescentou.

Movimentação de meio bilhão de reais.

Em relação às delações premiadas de doleiros e de seu ex-assessor Carlos Miranda, Sérgio Cabral admitiu ter movimentado cerca de R$ 500 milhões, conforme eles disseram. 
"Desse valor devo ter utilizado para uso pessoal em torno de R$ 20 milhões". 
 
Questionado pelo juiz Marcelo Bretas se Cabral tem interesse em ressarcir os cofres públicos, respondeu; "Tenho sim". 
 
No processo, ele é acusado junto aos doleiros Renato e Marcelo Chebar, além de seu ex-secretário Wilson Carlos e de seus assessores Carlos Miranda e Sérgio de Castro Oliveira, o Serjão. 
 
Questionado pelo juiz Marcelo Bretas se Cabral tem interesse em ressarcir os cofres públicos, respondeu; "Tenho sim". 
 
"Qual a importância de patrimônio estando longe dos filhos? 
Nada é mais importante", observou o juiz. 
"Então ofereça à Justiça, ao Ministério Público..."
 
"Vou oferecer", respondeu Cabral.

Somente nesta denúncia, o grupo é acusado de ocultar e lavar cerca de R$ 40 milhões, guardados no Brasil; US$ 100 milhões depositados no exterior; e mais quase R$ 10 milhões ocultados em joias, segundo o MPF.
 
O depoimento deveria ter ocorrido em fevereiro, quando Cabral estava preso em Curitiba. 
A defesa, no entanto, alegou cerceamento por conta da distância e ele ficou em silêncio. 
 
O ex-governador foi transferido de volta para o Rio após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), assinada por Gilmar Mendes. 
 
Um dia antes da audiência, na quinta, Cabral foi denunciado em outro processo da Lava Jato - a Operação Câmbio Desligo. 
Ele já é réu em mais de 20 processos e foi condenado em cinco, totalizando mais de 100 anos de prisão.

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