Embaixada em Washingtn pediu ao governo norte-americano registros produzidos pela CIA durante o regime militar no Brasil. Decisão contempla pedido do Instituto Vladimir Herzog.
Por Guilherme Mazui, G1, Brasília
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que a embaixada do
Brasil em Washington solicitou nesta segunda-feira (14) ao governo
americano os documentos produzidos pela CIA (agência de inteligência
norte-americana) sobre operações de tortura e morte de brasileiros.
A determinação contempla o pedido feito na sexta-feira (11) pelo presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, filho do jornalista assassinado na ditadura militar.
Ivo Herzog enviou carta ao ministro Aloysio Nunes na qual pediu para
que o governo federal solicite aos EUA a "liberação completa" dos
registros da CIA que "documentam a participação de agentes do Estado
Brasileiro em operações para torturarem ou assassinarem cidadãos
brasileiros".
A carta foi enviada ao ministro após a revelação de um memorando da
CIA, segundo o qual o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil entre
1974 e 1979, sabia e autorizou execução de opositores durante a
ditadura militar.
Vladimir Herzog foi torturado e morto em uma cela do DOI-Codi em São
Paulo, em 25 de outubro de 1975.
Na época, o regime militar argumentou que Herzog tinha se suicidado.
Na época, o regime militar argumentou que Herzog tinha se suicidado.
Levantamento do G1 com base em registros da Comissão Nacional da Verdade mostra que 89 pessoas morreram ou desapareceram após 1º de abril de 1974, data a partir da qual, segundo o documento da CIA, Geisel autorizou a execução de opositores.
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