A testemunha morava com a vítima e disse ter acordado com os tiros. Paulo Sérgio foi morto na porta de casa, numa comunidade em Barcarena.
Por G1 PA, Belém
"Tive medo de morrer.
Não tive coragem de colocar o pé na rua porque é como se eu visse alguém ali escondido para me executar também", disse com exclusividade à TV Liberal uma das testemunhas do assassinato do representante da associação de indígenas e quilombolas que denunciava crimes ambientais em Barcarena, nordeste do Pará.
Paulo Sérgio Nascimento tinha 47 anos e foi morto na segunda-feira (12).
Até o momento ninguém foi preso.
Não tive coragem de colocar o pé na rua porque é como se eu visse alguém ali escondido para me executar também", disse com exclusividade à TV Liberal uma das testemunhas do assassinato do representante da associação de indígenas e quilombolas que denunciava crimes ambientais em Barcarena, nordeste do Pará.
Paulo Sérgio Nascimento tinha 47 anos e foi morto na segunda-feira (12).
Até o momento ninguém foi preso.
A testemunha, que morava com a vítima, fugiu depois do crime.
Ele conta que Paulo Sérgio estava chegando em casa de madrugada e que estava dormindo quando o amigo foi assassinado.
"Eu ouvi disparos, uma sequência de disparos, aquilo pra mim foi muito estranho e eu acordei atônito.
Eu fui até a porta, ela tava entreaberta.
Quando olhei, com muito cuidado, ele já tava caído ensanguentado", revelou.
Desde então, o homem permanece escondido com medo de novas ameaças.
"Fiquei naquele desespero.
Então eu aguardei um pouco de tempo lá dentro e logo depois eu ouvi um barulho de um carro dando partida, saindo", contou.
"Fiquei naquele desespero.
Então eu aguardei um pouco de tempo lá dentro e logo depois eu ouvi um barulho de um carro dando partida, saindo", contou.
Ameaças.
Este ano, um dos integrantes da associação chegou a procurar a Promotoria Militar para dizer que as lideranças vinham sendo perseguidas por policiais e que as ameaças começaram depois de denúncias contra a Hydro.
O advogado da associação, Ismael Moraes, disse que as lideranças das
comunidades estão com medo e, segundo ele, as ameaças têm prejudicado o
trabalho de ativismo ambiental.
"A morte do Paulo é um ato direto para coibir que as comunidades reajam às agressões ambientais que elas vem sofrendo", analisa.
"A morte do Paulo é um ato direto para coibir que as comunidades reajam às agressões ambientais que elas vem sofrendo", analisa.
O Ministério Público do Pará (MPPA) afirmou que pediu proteção para os
líderes da associação.
No entanto a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup) disse que a responsabilidade era da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
No entanto a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup) disse que a responsabilidade era da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Durante a semana a Sejudh disse que chegou a receber o pedido de
proteção somente um dia depois do assassinato de Paulo Sérgio.
A secretaria disse ainda que está analisando a inclusão das demais lideranças no programa de proteção aos defensores de direitos humanos.
A secretaria disse ainda que está analisando a inclusão das demais lideranças no programa de proteção aos defensores de direitos humanos.
Uma equipe da Divisão de Homicídios de Belém está investigando o caso em Barcarena.
O atirador ainda não foi identificado.
O delegado André Costa afirmou que a Polícia "não descarta nenhuma
possibilidade".
Segundo ele, todas as linhas de investigação estão sendo trabalhadas.
Segundo ele, todas as linhas de investigação estão sendo trabalhadas.
No entanto, de acordo com Costa, não foi encontrado até o momento
qualquer tipo de indicativo de que a morte tenha vínculo com o ativismo
ambiental de Paulo.
Um inquérito foi instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar para apurar as denúncias de ameaças.
A vítima também não teve proteção federal já que o Ministério dos
Direitos Humanos informou que não foi acionado.
Sobre a apuração do crime, o MPPA disse que irá indicar um promotor para companhar as investigações.
Sobre a apuração do crime, o MPPA disse que irá indicar um promotor para companhar as investigações.
A Hydro Alunorte disse em nota que condena a morte de Paulo Nascimento e
repudia qualquer associação entre as suas atividades e ações contra
moradores de Barcarena.
COMENTÁRIO:
Esperamos que o mesmo desempenho que autoridades federais estão tendo para descobrirem os assassinos da vereadora Marielle, seja de igual modo para descobrir também os responsáveis pelo assassinato do Paulo Nascimento que era apenas um simples líder comunitário que defendia a natureza e o meio ambiente dos seus depredadores, porém não tinha nenhum grau acadêmico, e sua atividade social não tinha nenhuma visibilidade, mas era um ser humano igual a todos nós.
Valter Desiderio Barreto.
Belém, Pará, 17 de março de 2018.
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