O desvio foi feito no sistema de drenagem encontrado em uma área de armazenamento de carvão. Empresa alega que operação tem licença ambiental.
Imagens divulgadas na noite deste sábado (17) mostra novo despejo
irregular na refinaria da Hydro em Barcarena, nordeste do Pará.
Esta é a
terceira vez que os fiscais constataram despejos no empreendimento.
O desvio, descoberto pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas), foi feito no sistema de drenagem encontrado em
uma área de armazenamento de carvão.
O material é usado pela Hydro
Alunorte para alimentar as caldeiras da refinaria.
De acordo com a Semas, o canal recebia água de chuva que pode ter se
misturado aos resíduos da fábrica, que extrai a matéria-prima do
alumínio a partir do refino de bauxita.
A Hydro disse que o projeto do galpão de carvão, que inclui o sistema
de drenagem, foi licenciado pelos órgãos ambientais competentes.
A empresa foi autuada pela Semas pela construção do canal clandestino e
pelo lançamento de rejeitos no rio Pará sem qualquer tipo de
tratamento.
Há um mês foi encontrada uma tubulação que despejou resíduos em uma
área de floresta depois que fortes chuvas em Barcarena.
O Instuto
Evandro Chagas (IEC) comprovou que os igarapés da região estavam com
altas concentrações de metais tóxicos, entre eles o chumbo.
A empresa
teve que reduzir a produção pela metade, por determinação da Justiça.
No dia 12 de março, foi descoberto outro canal que também lançava rejeitos no rio Pará, sem autorização.
Nota
A Hydro disse em nota que a vistoria da Semas, na última quinta-feira
(15), inspecionou o sistema de drenagem pluvial do galpão de carvão da
refinaria.
Este sistema é conectado ao sistema de drenagem de água
pluvial de galpões cobertos de armazenamento de matéria-prima da Albras.
A Alunorte realiza monitoramento bimestral da água no canal de
lançamento da refinaria e todos os parâmetros estão de acordo com as
determinações da legislação ambiental.
A empresa alegou ainda que a Albras também realiza monitoramentos dos
seus efluentes, conforme licença de operação, e todos os parâmetros
estão de acordo com as determinações da legislação ambiental e são
informados para a Semas.
Entenda o caso
No dia 17, fotos registraram vazamento
de rejeitos da bacia de depósitos da mineradora.
Nos dias seguintes,
órgãos dos governos estadual e municipal, além do Instituto Evandro
Chagas, estiveram no local para vistorias.
No dia 21, a Hydro Alunorte se manifestou negando qualquer incidente, garantindo que a bacia se manteve firme, intacta e sem vazamentos.
No dia seguinte, o Instituto Evandro Chagas divulgou seu laudo contrariando
a empresa e confirmando a contaminação em diversas áreas de Barcarena,
provocada pelo vazamento das barragens de rejeitos de bauxita da
mineradora norueguesa.
Desde então, Ministério Público, OAB, Ministério do Meio Ambiente, deputados federais e Governo do Estado destacaram equipes para apurar os danos do acidente e dar suporte às comunidades atingidas.
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