Inquérito apura indícios de pagamento de propina pela Odebrecht na Secretaria de Aviação Civil, que já foi chefiada pelos ministros. G1 aguardava resposta do Palácio do Planalto.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou
nesta sexta-feira (2) a inclusão do presidente Michel Temer em um
inquérito que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e
Moreira Franco (Secretaria Geral) dentro da Operação Lava Jato.
Na mesma decisão, o ministro deu 60 dias para a Polícia Federal
concluir as investigações.
O prazo poderá ser estendido se houver novo pedido de prorrogação.
O prazo poderá ser estendido se houver novo pedido de prorrogação.
O G1 procurou a assessoria do Palácio do Planalto e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O inquérito, aberto em março do ano passado com base na delação de
executivos da Odebrecht, busca indícios de pagamento de propina pela
empreiteira na Secretaria de Aviação Civil, que já foi comandada por
Padilha e Moreira Franco.
Nesta semana, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a inclusão de Temer na investigação a partir do relato do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
Em depoimento, ele disse que Temer participou de jantar, ocorrido em
maio de 2014, no qual teria sido discutida a divisão de valores
destinados ao PMDB.
Quando o caso veio à tona, no ano passado, o então procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, excluiu Temer do inquérito por entender que o
presidente não poderia ser investigado por fatos anteriores ao mandato.
Dodge discordou dessa posição e disse que pelo princípio de que todos
são iguais perante a lei, não há imunidade penal para o presidente que
impeça investigação.
Para ela, a investigação deve ocorrer para evitar que se percam provas.
Para ela, a investigação deve ocorrer para evitar que se percam provas.
"Há inúmeros exemplos de situações indesejáveis que podem ser causadas
pelo decurso do tempo, como o esquecimento dos fatos pelas testemunhas, o
descarte de registros, a eliminação de filmagens, entre outros, a
ocasionar, desnecessariamente, o que a doutrina denomina de "prova
difícil", argumenta a procuradora-geral da República.
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