Procuradora-geral da República discursou na abertura do ano do Judiciário, no Supremo Tribunal Federal. Ela disse ainda que Ministério Público vai 'endireitar atos' dos que desviam verba pública.
Por Renan Ramalho e Bernardo Caram, G1, Brasília
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu nesta
quinta-feira (1º), em discurso na abertura do ano do Judicíario no
Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão após condenação em segunda
instância.
Segundo ela, isso "evita impunidade".
Segundo ela, isso "evita impunidade".
O tema voltou ao debate com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
O tribunal é a 2ª instância, que manteve a condenação do juiz da 1ª, Sérgio Moro.
O tribunal é a 2ª instância, que manteve a condenação do juiz da 1ª, Sérgio Moro.
A defesa de Lula pode recorrer ao próprio TRF-4, com um recurso chamado
embargo de declaração, que não reverte a condenação, mas pede
esclarecimentos de ambiguidades, pontos obscuros, contradições ou
omissões no acórdão.
O tribunal informou, no dia do julgamento, que Lula poderá ser preso após esgotados os recursos na Corte.
O tribunal informou, no dia do julgamento, que Lula poderá ser preso após esgotados os recursos na Corte.
Nos úlitmos dias, chegou a ser cogitado que o Supremo poderia revisar uma decisão,
tomada em 2016 pelo tribunal por 6 votos a 5, que determinou a
possibilidade de execução imediata da pena após uma confirmação de
sentença em segunda instância.
Mas a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, afirmou na segunda-feira (29) que pautar o assunto em função de um caso específico seria "apequenar o Supremo".
No discurso no STF, Raquel Dodge deixou claro que a posição do
Ministério Público é pela prisão após a condenação na segunda instância.
"O Ministério Público tem agido e pretende continuar a agir com o propósito de buscar resolutividade, para que a Justiça seja bem distribuída.
Para que haja o cumprimento da sentença criminal após o duplo grau de jurisdição, que evita impunidade.
Para defender a dignidade humana, de modo a erradicar a escravidão moderna, a discriminação que causa infelicidade.
E para assegurar acesso à educação, à saúde e a serviços públicos de qualidade", afirmou a procuradora-geral.
A procuradora-geral discursou após a fala da presidente Cármen Lúcia.
Também estavam presentes ao evento no STF o presidente da República, Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), mas eles não discursaram.
Também estavam presentes ao evento no STF o presidente da República, Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), mas eles não discursaram.
Dodge, assim como Cármen Lúcia,
defendeu o papel da Justiça na sociedade e afirmou que o Ministério
Público vai agir "firmemente" para "endireitar" os atos daqueles que
desviam dinheiro público.
"Os olhos do país e o coração de todo o povo observam e sentem o que pensam e decidem os órgãos do sistema de justiça, com a atenção que nos impulsiona, no Ministério Público, a agir firmemente em nome do interesse público, a encontrar caminhos que façam chegar justiça aos mais necessitados e a endireitar os atos tortuosos dos que desviam dinheiro público."
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