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segunda-feira, janeiro 08, 2018

Rocha Loures nega propina em decreto sobre portos e diz que mantinha relação 'somente profissional' com Temer




Ex-assessor do presidente depôs à PF em inquérito que apura suposto favorecimento ao setor portuário em troca de propina. Ele disse ter inventado nome para se livrar de executivo da JBS.


Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília
Rocha Loures depõe e nega ser intermediário de Temer
Rocha Loures depõe e nega ser intermediário de Temer.
 
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que atuou como assessor especial do presidente Michel Temer, negou, em depoimento à Polícia Federal, ter recebido propina para atuar em favor de uma empresa do setor portuário na edição de um decreto presidencial. 
 
A investigação sobre o decreto tem como alvos Temer, Rocha Loures, além de Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, executivos da Rodrimar, empresa concessionária no porto de Santos. 
 
A suspeita é de que Temer recebeu propina pela edição do decreto que teria beneficiado a Rodrimar. 
 
O ex-deputado prestou dois depoimentos à PF em novembro do ano passado, e a TV Globo teve acesso aos termos de declaração. 
 
No depoimento, Rocha Loures admitiu ter recebido parecer jurídico com "apontamentos" do setor portuário à minuta do decreto que, segundo as investigações, beneficiou a empresa Rodrimar. 
 
Segundo ele, o documento foi elaborado por um escritório de advocacia e entregue em reunião com representantes do setor portuário, entre eles, Ricardo Mesquita. 
 
Ele, porém, negou ter recebido dinheiro da empresa para atuar pelo decreto, e que “não agiu a pedido ou intermediando qualquer tratativa” de Temer nesta área. 
 
Ao longo do depoimento, o peemedebista afirmou que mantinha relação somente profissional com o presidente e que Temer não sabia das reuniões que ele mantinha com representantes do setor portuário, inclusive com executivos da Rodrimar.
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em julho de 2017, ao deixar a carceragem da PF, em Brasília, para colocar tornozeleira eletrônica em Goiânia (Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo)
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em julho de 2017, ao deixar a carceragem da PF, em Brasília, para colocar tornozeleira eletrônica em Goiânia (Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo).

Diálogos

A Polícia Federal confrontou Rocha Loures sobre o conteúdo de áudios gravados a partir da delação de executivos da J&F, especificamente sobre conversas entre ele e o executivo da J&F, Ricardo Saud, e entre ele e o chefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha. 
 
Sobre o primeiro diálogo que, segundo as investigações, tratava sobre entrega de dinheiro por meio de intermediários, Rocha Loures disse ter inventando o nome de um suposto intermediário apenas para "se livrar da abordagem" de Saud.
  • Rocha Loures: "Então vamos fazer o seguinte. Eu vou verificar com Edgar, se o Edgar... Tem duas opções: o Edgar ou o teu Xará".
  • Ricardo Saud: "Pra mim é mais confortável com o Edgar".
  • Rocha Loures: "Você não conhece e ele também não te conhece".
"A pessoa de nome Edgar, citado em áudio conhecido, foi uma pessoa inventada pelo declarante na ocasião para se livrar da abordagem do interlocutor Ricardo Saud”, relata a PF sobre o que disse o ex-deputado.
 
Em outro momento, a PF questionou o peemedebista sobre um diálogo que manteve com Gustavo Rocha.
  • Gustavo Rocha: "É uma exposição muito grande para o presidente se a gente colocar isso. Já conseguiram coisas demais nesse decreto".
  • Rocha Loures: "O importante é ouvi-los."
  • Gustavo Rocha: "A minha preocupação é expor o presidente em um ato que é muito sensível. [...] Esse negócio vai ser questionado".
Ao explicar o diálogo, Rocha Loures disse desconhecer as expressões: “já conseguiram coisas demais nesse decreto” e "é uma exposição muito grande para o presidente”. 
 
Ele também negou ter feito pressão junto ao governo para favorecer a Rodrimar.

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