Standard&Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil de 'BB' para 'BB-'. Ministro diz que governo vai seguir tentando aprovar reforma da Previdência.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou durante entrevista
coletiva nesta sexta-feira (12) que as decisões das agências de
classificação de risco, como a da Standard&Poor's, que rebaixou a nota brasileira nesta semana, não devem ser consideradas como uma "grande questão política" do Brasil.
A S&P argumentou que o rebaixamento da nota do Brasil se deve ao
atraso na aprovação de medidas fiscais de reequilíbrio das contas
públicas, em especial a reforma da Previdência, o que a agência
considera "uma das principais fraquezas" do país.
Segundo avaliação do Blog de Helio Gurovitz, essa decisão da S&P atinge atinge diretamente Henrique Meirelles, condutor da área econômica do governo Michel Temer, apontado como possível candidato à Presidência na eleição deste ano.
"É um movimento técnico, e não acredito que isso afete candidaturas", declarou o ministro.
Para ele, "está claro que a agência fez lá sua avaliação, e não discuto
avaliação de agências, nunca discuti.
Eles fazem o trabalho deles e a
gente faz o nosso trabalho".
O ministro afirmou que o governo vai levar adiante as reformas que, na avaliação dele, o país necessita.
"Não devemos considerar isso [o rebaixamento] uma grande questão
politica do Brasil.
Importante é fazermos as reformas que o Brasil
precisa.
Acredito que as lideranças do Congresso e do Executivo estão
trabalhando juntas e vão continuar trabalhando juntas em um processo que
está bem sucedido", acrescentou.
Relação com o Congresso.
Na quinta, após o anúncio da decisão da S&P, lamentou que o
Congresso não tenha aprovado a reforma da Previdência até agora, informou o Blog do João Borges.
Meirelles também mencionou entre as medidas ainda não aprovadas a
reoneração da folha de pagamento de empresas, a taxação dos fundos
exclusivos, o adiamento do aumento dos servidores públicos (suspenso por
decisão liminar do Supremo Tribunal Federal) e o aumento de 10% para
14% da contribuição previdenciária dos servidores públicos.
Essas medidas são consideradas necessárias pelo governo para reduzir
gastos e equilibrar as contas públicas, que vêm registrando seguido
rombos.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não gostou de declarações iniciais do ministro da Fazenda e de assessores de Temer
que destacaram pontos da nota da agência indicando que a não aprovação
pelo Congresso de medidas fiscais, como a reforma da Previdência, foi
uma das causas da redução da nota de risco do Brasil.
"Isso não ajuda.
Sabemos que, se não fossem as duas denúncias contra o
presidente Temer, teríamos condições de aprovar a reforma da
Previdência.
E isso não foi culpa do Legislativo", afirmou Maia.
Na entrevista desta sexta, Meirelles mudou o tom e disse que o
rebaixamento da nota do Braisl "não é uma questão de ser uma
responsabilidade desse e daquele."
O ministro lembrou que o Congresso
aprovou outros projetos importantes do governo, entre eles a nova lei
trabalhista e a medida que criou o teto para gastos públicos, e apontou
que "extremamente positiva" a perspectiva de aprovação da reforma da
Previdência no começo deste ano.
"Retomaremos essas sessões legislativas no próximo mês e temos
confiança que esses projetos serão aprovados em sua grande maioria, de
maneira de que, de fato, sejam suficientes para equilibrar a situação
fiscal do Brasil, de curto e médio prazos.
É um processo que continua",
disse.
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