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quarta-feira, dezembro 27, 2017

PF aponta indício de que Geddel usou 'gado de papel' para lavar R$ 6,5 milhões

Investigadores suspeitam de que a família Vieira Lima teria simulado venda de 2,5 mil cabeças de gado que não existiam. TV Globo não obteve resposta da defesa de Geddel e Lúcio Vieira Lima


Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília
PF investiga suspeitas de que Geddel Vieira Lima e familiares cometeram o crime de lavagem de dinheiro (Foto: Ueslei Marcelino, Reuters)
PF investiga suspeitas de que Geddel Vieira Lima e familiares cometeram o crime de lavagem de dinheiro (Foto: Ueslei Marcelino, Reuters).
 
Um relatório elaborado pela Polícia Federal (PF) aponta a suspeita de que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e familiares usaram "gado de papel" para lavar R$ 6,5 milhões. 
Segundo as investigações, a família Vieira Lima teria forjado a venda de 2,5 mil cabeças de gado que não existiam.

Os documentos que levaram às suspeitas da Polícia Federal foram encontrados em diligências realizadas no apartamento de Marluce Vieira Lima, mãe de Geddel e do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). 
A PF afirma que a compra e a venda fictícia de gado é uma forma de lavagem de dinheiro muito utilizada. 
 
A TV Globo entrou em contato com a defesa de Geddel e Lúcio Vieira Lima, mas até a última atualização desta reportagem ainda não havia obtido uma resposta.
PF encontrou R$51 milhões em caixas e malas guardadas em um apartamento usado por Geddel em Salvador (Foto: Divulgação, PF)

PF encontrou R$51 milhões em caixas e malas guardadas em um apartamento usado por Geddel em Salvador (Foto: Divulgação, PF).

O ex-ministro da articulação política do governo Michel Temer está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde que a PF descobriu um apartamento, em Salvador, com malas e caixas abarrotadas com R$ 51 milhões
O imóvel era usado por Geddel como uma espécie de sala-forte. 
 
No relatório, que faz parte das investigações do suposto crime de lavagem de dinheiro cometido pela família Vieira Lima, a PF relata que o ex-ministro e seus familiares têm 12 fazendas no interior da Bahia que valeriam R$ 67 milhões.

O documento revela ainda anotações feitas a mão sobre o rebanho dos Vieira Lima. 
 
Mais de 9 mil animais, entre vacas, novilhos, bezerros e touros.

O controle interno da família de Geddel mostra que há 9.296 animais nas fazendas dos Vieira Lima. 
No entanto, a Polícia Federal ressalta no relatório que as fichas sanitárias emitidas pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) indicam um total de 11.855 animais nas propriedades do ex-ministro.
 
Ou seja, 2.549 animais a mais do que consta na caderneta de controle manual.

Os policiais federais também destacaram no documento que esse número maior de animais é autodeclaratório: não há fiscalização para confirmar a contagem informada. 
 
A PF fez as contas de como essa diferença poderia ter sido usada para lavar dinheiro. 
 
Em Vitória da Conquista, na Bahia – onde estão localizadas as fazendas dos Vieira Lima –, a arroba do boi vale R$ 142. 
A arroba é a medida de pesagem do boi. 
 
O animal é vendido a um frogorífico, geralmente, com 18 arrobas. 
Ou seja, por cerca de R$ 2,5 mil.
 
A Polícia Federal destaca no relatório que, por meio da prática do "gado de papel", os Vieira Lima podem ter lavado R$ 6,5 milhões. 
 
Há ainda, segundo a PF, indícios de uma simulação do nascimento de novilhos e da venda desses animais, o que daria uma aparência de origem legal ao dinheiro obtido, por exemplo, por meio de propinas.

Maquinário agrícola.

Além da lavagem de dinheiro por meio da venda fictícia de animais, os investigadores da Lava Jato acreditam que a família de Geddel também forjava o aluguel de maquinário agrícola para legalizar dinheiro. 
 
Ainda de acordo com a PF, para disfarçar a operação com máquinas agrícolas, os Vieira Lima usavam a empresa de Valério Júnior, que declarou ser secretário parlamentar de Lúcio Vieira Lima desde 2009. 
Valério Júnior pediu demissão em setembro, após a descoberta dos R$ 51 milhões no apartamento de Salvador. 
 
Os policiais federais observaram no relatório que o aluguel de elevado número de máquinas, por mais de 12 horas por dia ao longo de três anos, reforça as suspeitas em torno da prestação do serviço. 
 
Conforme os investigadores, aparentemente, a empresa de Valério Júnior não tem estrutura para oferecer o serviço ou para receber o volume de dinheiro que envolvido no aluguel do maquinário.

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