Mais de 120 países membros votaram a favor de resolução contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.
Por G1
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
adotou nesta quinta-feira (21), por uma ampla maioria, uma resolução
condenando o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital
de Israel.
Dos 193 países membros, 128 votaram a favor dessa resolução, incluindo o
Brasil, e 9 contra.
Argentina, Austrália, Canadá, Colômbia, Hungria,
México, Panamá, Paraguai e Polônia foram alguns dos 35 países que se
abstiveram.
Países contra a resolução da ONU
- Guatemala
- Honduras
- Ilhas Marshall
- Micronésia
- Nauru
- Palau
- Togo
- Estados Unidos
- Israel
"Esse dia será lembrado", ameaçou a embaixadora americana na ONU, Nikki
Haley.
Ela deixou claro que os EUA não se esqueceriam de países que
votaram a favor da resolução.
Esse posicionamento de Haley está de acordo com declaração de Donald Trump nesta quarta-feira (20).
Ele prometeu acompanhar a votação dos países membros de perto.
O presidente americano chegou a ameaçar que cortaria a ajuda financeira
aos que votassem a favor do projeto de resolução.
Além do
reconhecimento da cidade como capital israelense, os EUA também declararam que devem transferir a embaixada para Jerusalém.
"Eles tomam centenas de milhões de dólares e até bilhões de dólares, e depois eles votam contra nós.
Bem, nós estamos observando esses votos.
Deixe-os votar contra nós. Nós vamos economizar muito.
Nós não nos importamos", disse Trump a repórteres na Casa Branca.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, comemorou a decisão majoritária dos países membros da ONU.
"Esta decisão reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional (...) Vamos prosseguir com os nossos esforços na ONU e em outros fóruns internacionais para acabar com a ocupação (israelense) e criar um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital".
Movimento polêmico dos EUA.
O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da
Embaixada dos EUA em Israel para a cidade são movimentos delicados e que
causam muita polêmica no cenário internacional.
Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível.
Mas os
palestinos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capital
de seu futuro Estado.
Apesar de apelos por parte de líderes árabes e europeus, e de
advertências que a decisão poderia desencadear uma onda de protestos e
violência, Trump declarou que adota agora uma nova abordagem,
considerando que mesmo com a postura anterior dos EUA, a paz na região
até hoje não foi atingida.
Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv,
justamente pela falta de consenso na comunidade internacional sobre o
status de Jerusalém.
A posição da maior parte da comunidade
internacional, e dos Estados Unidos até o anúncio de Trump, é a de que o
status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de
Jerusalém, cidade que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e
muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas
negociações de paz.
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