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quinta-feira, setembro 07, 2017

Joesley e outros dois delatores da J&F prestam depoimento na PGR para esclarecer novo áudio

Os três delatores da Lava Jato foram chamados a dar explicações sobre gravação que aponta que omitiram informações na delação. Rodrigo Janot mandou abrir investigação para apurar suspeitas.


Por Camila Bomfim e Renan Ramalho, TV Globo e G1, Brasília
Joesley Batista e dois executivos da J&F prestam depoimento em Brasília
Joesley Batista e dois executivos da J&F; prestam depoimento em Brasília.
 
 
O empresário Joesley Batista – um dos donos da holding J&F –, o diretor de Relações Institucionais do grupo, Ricardo Saud, e o advogado da empresa Francisco de Assis e Silva chegaram na manhã desta quinta-feira (7) à sede da Procuradoria Geral da República (PGR) para prestar depoimentos e esclarecer o conteúdo do áudio que aponta omissão de informações dos três delatores aos investigadores da Lava Jato. 
 
 
Joesley chegou a Brasília em seu jatinho particular por volta das 10h. Do aeroporto, o empresário seguiu direto para o prédio da PGR.
Cármen Lúcia pede investigação imediata sobre menção de delatores da JBS ao STF
Cármen Lúcia pede investigação imediata sobre menção de delatores da JBS ao STF.
 
 
O depoimento também atende ao pedido da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de investigar falas dos delatores envolvendo ministros da Corte
 
 
Na conversa, Joesley e Saud discutem como gravar o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para ele “entregar” ministros do STF, o que poderia reforçar a delação dos executivos.
 
 
Os depoimentos dados à PGR, de qualquer forma, também vão embasar o processo de revisão da delação premiada conduzido pela própria PGR. 
 
 
Caberá ao órgão depois pedir ao ministro Edson Fachin, relator do caso no STF, uma eventual rescisão do acordo – com perda dos benefícios – e outras medidas contra os delatores. 
 
 
Na última segunda-feira (4), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações de práticas de crimes no acordo de delação premiada dos executivos do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. 
 
 
Segundo Janot, dependendo do resultado da investigação, os benefícios oferecidos no acordo de colaboração de Joesley, Saud e Assis poderão ser cancelados. 
 
 
O áudio que pode levar à anulação dos benefícios dos delatores da J&F foi gravado, aparentemente por descuido, em 17 de março. 
 
 
Na conversa de quatro horas, Joesley Batista e Ricardo Saud falam de uma suposta atuação do ex-procurador da República Marcello Miller para ajudar os executivos da holding a fechar a delação, que garantiu, entre os benefícios, imunidade penal aos delatores. 
 
 
À época, Miller ainda trabalhava no Ministério Público. 
 
 
Em um dos trechos da gravação que está sendo investigada pela PGR, Joesley Batista relata ao diretor de Relações Institucionais que Marcelo Miller incentivou o procurador-geral da República a fechar acordo de delação premiada com os executivos da J&F.
Joesley diz a Saud que intenção é usar Marcelo Miller para chegar a Janot
Joesley diz a Saud que intenção é usar Marcelo Miller para chegar a Janot.
 
 
O dono da JBS ressalta ainda a importância de eles se aproximarem de Miller para "chegar no Janot" e, com isso, negociarem a delação premiada com imunidade penal, que assegurou que os delatores da empresa não seriam denunciados pelo Ministério Público. 
 
 
No bate-papo, Ricardo Saud também conta que Marcelo Miller repassava informações a Janot por meio de um "amigo em comum". 
 
 
Miller trabalhou com Janot durante três anos, período no qual atuou nos casos ligados à Lava Jato. Ele deixou a PGR em abril deste ano e passou a atuar no escritório de advocacia Trench Rossei e Watanabe, que atende a JBS. 
 
 
Como advogado, o ex-procurador Miller chegou a atuar nas negociações da JBS para fechar um acordo de leniência, mas o escritório no qual ele trabalhava deixou o caso antes do fechamento do acerto. 
 
 
Em julho, Miller foi desligado do escritório. 
 
 
Agora, a PGR também quer apurar os motivos da saída do ex-procurador da banca de advocacia. 
 
 
Na segunda-feira, após Janot anunciar a investigação para apurar eventuais irregularidades na delação dos executivos da J&F, a assessoria de Marcelo Miller divulgou uma nota na qual o ex-procurador se dizia inocente. 
 
 
"Marcello Miller tem convicção de que não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa e informa que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos", diz o comunicado de Miller.

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