Por Alessandra Modzeleski, G1, Brasília
O empresário Joesley Batista, um dos do donos do grupo J&F, e o
executivo da empresa Ricardo Saud chegaram a Brasília no início da tarde
desta segunda-feira (11) em um avião da Polícia Federal.
Eles foram
presos neste domingo (10) em São Paulo e ficarão presos em Brasília por
pelo mneos cinco dias.
Joesley e Saud tiveram a prisão temporária decretada pelo ministro Luiz Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eles devem permanecer detidos ao menos por cinco dias, mas a prisão
temporária pode ser prorrogada ou até mesmo convertida em preventiva,
que não tem prazo determinado para terminar.
Inicialmente, a PF informou que Joesley e Saud haviam assinado um
documento informando estar em "perfeita saúde" e que, por isso, não
precisavam ser submetidos a exames de corpo de delito no Instituto
Médico Legal (IML).
Mas, cerca de meia hora depois, eles foram para o
IML, fizeram os exames e foram levados de volta para a superintendência da Polícia Federal em Brasília
Na última semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou
que revisaria os acordos de delação premiada dos executivos, com base
na gravação de uma conversa na qual Joesley e Saud dão a entender que
omitiram informações nos depoimentos à Procuradoria-Geral da República
(PGR).
Nos diálogos, há trechos em que os executivos falam sobre Marcelo
Miller, ex-procurador da República, que supostamente estava orientando
os dirigentes da J&F a elaborar os termos de delação premiada,
quando ainda fazia parte do MPF.
Em nota,
as defesas de Joesley e Saud disseram que "não mentiram nem omitiram
informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada e
que estão cumprindo o acordo".
'Recepção'.
Por volta das 15h50, o comboio que levava Joesley e Saud chegou à superintendência da PF em Brasília.
Na porta da superitendência da PF, dez manifestantes aguardavam os
executivos com cartazes contra a corrupção.
Eles erguiam frases como:
"Joesley, a Papuda te espera", numa referência ao presídio do Distrito
Federal.
Segundo o autônomo Joaquim José Gomes, um a intenção é "recepcionar" o dono da J&F.
"Estamos comemorando a prisão de Joesley.
Antigamente só prendiam
pretos e pobres.
Hoje, estão indo [presos] brancos ricos e poderosos
também", afirmou o manifestante.
Buscas e apreensões.
Joesley e Saud se entregaram
à polícia, em São Paulo, no domingo (10).
No início da manhã desta
segunda (11), policiais federais e procuradores da República cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos executivos da J&F na capital paulista.
Policiais federais ainda cumpriram mandado de busca e apreensão na
residência do diretor jurídico da J&F, Francisco de Assis e Silva
No Rio, a PF também fez buscas no apartamento de Marcello Miller, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul.
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