Givanildo Borges atuava como pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus em Cubatão. Quadrilha agiu em, pelo menos, cinco cidades do estado.
Pastor que atuava em Igreja evangélica de Cubatão está
foragido (Foto: Divulgação/Polícia Civil).
O pastor evangélico de Cubatão (SP) suspeito
de ser o chefe de uma quadrilha que assaltava igrejas e templos em
cidades do litoral e interior de São Paulo foi preso nesta quinta-feira (24).
Givanildo Borges, de 37 anos, que pregava pela Igreja Mundial do Poder de Deus,
foi detido por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais
(Deic), em uma farmácia na capital paulista, onde trabalhava há dois meses.
Segundo a Polícia Civil, ele entrava nas igrejas,
pedia uma benção ao religioso que atuava no local e obtia informações sobre o
dízimo e objetos valiosos.
Em seguida, a quadrilha invadia o templo e roubava
os fiéis e o dinheiro da igreja.
O pedido de prisão temporária do grupo foi
deferido pela Justiça.
Os demais integrantes da quadrilha são considerados
foragidos.
De acordo com comunicado do Deic, a prisão ocorreu no
bairro Santana, na Zona Norte da Capital, e foi realizada por integrantes da 5ª
Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos).
Os policiais
obtiveram informações de que o pastor trabalhava como balconista em uma
farmácia na Avenida Alfredo Pujol.
Ele acabou detido no balcão.
Segundo o delegado Vagner da Cunha, da 5ª Patrimônio,
o pastor trabalhava no local há dois meses, “e ninguém desconfiava de sua face
criminosa, nem que tinha sido pastor”.
Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o ‘Chuchu’, fazia parte da quadrilha (Foto: Divulgação/Polícia Civil).
Investigação
De acordo com a polícia, as
investigações começaram em abril, quando a quadrilha assaltou uma igreja em
Cubatão.
Após colher informações, a equipe do delegado Antonio Messias, titular
da cidade, descobriu que o grupo era liderado por Givanildo Borges, pastor da
Igreja Mundial do Poder de Deus na Vila dos Pescadores.
“Eles escolhiam a igreja, chegavam ao
fim do culto evangélico, com veículos roubados ou furtados, e esperavam o local
esvaziar.
O pastor entrava na igreja com alguns fiéis, que ficavam organizando
a igreja após o culto.
Esse pastor entrava, se dirigia ao pastor do local e pedia uma benção, dizia que estava com problemas, fazia uma oração e aproveitava para fazer uma verificação do ambiente, ver onde havia objetos de valor”, afirma Messias.
Segundo o delegado, após a falsa
benção, o pastor se encontrava com os comparsas nos carros e repassava as
informações aos outros criminosos sobre o dízimo e objetos valiosos.
O grupo
entrava na igreja e roubava os fiéis e o dízimo.
Depois, voltavam para os veículos
e fugiam.
A quadrilha efetuou roubos em outras
cidades do estado.
Ao todo, foram seis crimes em templos evangélicos, sendo um
na Igreja Mundial do Poder de Deus, da qual o pastor Givanildo fazia parte, e
outros cinco na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), nas cidades de
Peruíbe, São Roque, Cubatão, Guarujá e Mongaguá.
O grupo também efetuou um
roubo a uma empresa de produtos eletrônicos em Santos e a uma residência em
Bertioga.
Felipe Marcolino dos Santos,
conhecido como 'Vovô' (Foto: Divulgação/Polícia Civil).
“Em
São Roque, foi em uma Igreja Mundial, a mesma rede onde ele trabalhava.
Quando
abordaram os fiéis, um deles era guarda municipal e estava com uma arma.
Quando
eles descobriram, pegaram a arma e apontaram para ele, mas, por sorte, a arma
não disparou, falhou.
Eles agrediram o guarda, que ficou três dias internado e
está afastado até hoje.
Eles agem com muita violência contra os fiéis e andam
armados”, diz Messias.
Segundo a polícia, durante as
investigações, os agentes foram até o quarto utilizado por Givanildo na Igreja
Mundial, em Cubatão.
Eles não localizaram o pastor no local, mas encontraram cinco notebooks que foram roubados da empresa de eletrônicos, em Santos.
Ainda de acordo com as autoridades, a quadrilha era formada por Felipe Marcolino dos Santos, conhecido como "Vovô", Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o "Chuchu", e Guilherme Augusto da Silva Júnior, o "Didi", além do pastor.
Didi foi
preso em Mongaguá, porém, os outros integrantes da quadrilha continuam soltos,
com exceção do pastor.
O G1 entrou em contato com a Igreja
Mundial do Poder de Deus.
Por telefone, o diretor jurídico da igreja, Rodrigo Braga, informou que, "por enquanto, não tem informações concretas e reais que possam condenar o rapaz.
Há cerca de um mês, aproximadamente, esse então
pastor abandonou a igreja.
Foi quando tomamos conhecimento de que ele estava
foragido, diante da acusação de integrar essa quadrilha que furtava as igrejas.
Após o sumiço, houve o
desligamento dele como pastor”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário