Homem tem ao menos 15 passagens pela polícia, incluindo três prisões por estupro. Ao menos três registros de abuso sexual são da delegacia do Metrô.
Por G1 SP
Em um boletim de ocorrência de junho de 2017 em mais um crime do homem que ejaculou em uma mulher no ônibus na Avenida Paulista,
o delegado afirmou que "não irá parar".
O abusador foi preso três vezes
por flagrante em estupro, com a ocorrência de terça-feira (29), e tem
12 boletins de ocorrência por crimes sexuais em São Paulo.
Ao menos três são da delegacia do Metrô.
Neste caso de junho, o homem de 27 anos colocou o pênis para fora da
calça e encostou no ombro da vítima.
Ele assinou um Termo
Circunstanciado pela prática do crime de ato obsceno e de contravenção
penal.
O delegado afirma que o “autor [dos crimes] possui claros e nítidos
traços de debilidade, representando sério risco à sociedade, no que
tange a crimes sexuais.
E não irá parar, conforme mostram suas passagens
na polícia”.
Ele recomenda ainda que ele seja submetido a exame médico legal, “para
que, se comprovado sua imputabilidade e periculosidade, seja internado e
segregado do convívio social, devendo ser submetido a medida de
segurança”.
Cinco boletins de ocorrência são de crimes sexuais dentro do ônibus na
região da Avenida Paulista, sendo quatro na própria avenida e um na
Alameda Santos, esquina com a Rua Augusta.
Em 19 de setembro de 2016, a vítima contou que ele esfregou o pênis em
sua mão dentro do ônibus.
Dois meses depois, em novembro, o abusador se
masturbou dentro do ônibus e mulheres começaram a gritar.
Neste ano, dia 2 de março, uma mulher estava sentado no ônibus lendo um
livro quando ele encostou o pênis em seu braço.
Em 1º de maio, ele
voltou a encostar o órgão sexual na mão de uma passageira.
Para a advogada de rede feminista de juristas Marina Ganzarolli não há
dúvidas de que o que aconteceu na última terça foi um estupro.
"Se uma
das pessoas envolvidas nesse ato sexual não consentiu com ele, logo,
portanto, houve constrangimento, e se houve constrangimento, houve
violência.
Aí já se enquadra o estupro".
Homem foi solto menos de 24h depois do último crime
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz entendeu que não era
necessária a manutenção da prisão.
Para o magistrado, o crime se
encaixa no artigo 61 da lei de contravenção penal - "importunar alguém
em local público de modo ofensivo ao pudor" - e é considerado de menor
potencial ofensivo.
A lei é de 1941.
O agressor ficou menos de 24 horas detido.
Na decisão do juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto, embora afirme que
"o ato praticado é grave", e destaque o "histórico desse tipo de
comportamento" do rapaz, o juiz diz não ver "constrangimento tampouco
violência" e, por tal razão, defende que o crime "se amolda à
contravenção e não estupro".
"Entendo que não houve constrangimento tampouco violência ou grave
ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi
surpreendida pela ejaculação do indiciado", aponta o texto.
Ainda de acordo com o TJ, a Polícia Civil não pediu a prisão preventiva
do acusado e o Ministério Público, durante a audiência de custódia, se
manifestou pela liberação do rapaz.
Abuso na Avenida Paulista
O último crime praticado pelo suspeito ocorreu no início da tarde desta
terça-feira (29), na altura da Alameda Joaquim Eugênio de Lima.
A
Polícia Militar foi acionada e o homem foi preso em flagrante por
estupro e levado ao 78º Distrito Policial, no Jardins.
Depois,
encaminhado para carceragem do 2° DP, no Bom Retiro.
Chorando e em estado de choque, a vítima foi acolhida por outras
mulheres.
O assediador foi mantido dentro do ônibus até ser retirado por
policiais militares.
O local rapidamente reuniu dezenas de pessoas.
Revoltados, muitos gritavam, xingavam e ameaçavam linchar o agressor.
Em menos de 24 horas, outro assédio
Na tarde desta quarta-feira (30), outra mulher foi vítima de assédio sexual dentro de um ônibus que também passava pela Avenida Paulista,
na região central de São Paulo.
A vítima relatou que o agressor passou a
mão em seus seios.
O motorista fechou a porta e chamou a polícia, que
deteve o agressor.
"Ele passou a mão em mim e quis parecer que eu estava louca", relatou
Juliana de Deus, de 25 anos.
"Estava sentada ao lado dele.
Ele começou a
passar a mão no meio seio e eu comecei a me ligar.
'Sai de perto, sai
de perto!'
As mulheres ao redor também começaram a se revoltar", disse a
vítima, que é cantora.
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