O empresário é dono de uma das maiores frotas de ônibus do Rio.
Ele foi preso no mês passado, quando embarcava para Portugal.
O empresário, dono de uma das maiores frotas de ônibus do Rio de Janeiro, foi preso no mês passado, quando embarcava para Portugal.
Imagens do vídeo mostram Jacob Barata Filho prestes a embarcar para Portugal, dia dois de julho.
Ele levava na mala um documento sigiloso.
Era a ordem judicial da quebra do sigilo bancário do empresário, e de outros dez investigados na operação Ponto Final.
O documento do Banco Central é destinado aos funcionários de alto escalão dos bancos, obrigados a comunicar à Justiça as movimentações dos investigados.
As investigações indicam que Jacob Barata Filho, que é sócio do Banco Guabanara, recebeu a ordem judicial da Caruana S.A. Sociedade de Crédito, uma empresa de financiamento para o setor de ônibus.
Assim que recebeu o documento, Jacob Filho comprou às pressas uma passagem para Portugal, como mostra um e-mail enviado pela secretária dele a uma agência de turismo.
Em um diálogo com a secretária Raquel, Jacob Filho deixa claro que não tem data para voltar ao Brasil.
Ela pergunta sobre a viagem para Portugal, ele responde que decidiu ir naquela noite.
Raquel: E a sua viagem pra Portugal?
Jacob: Não eu resolvi...
Ir hoje à noite.
Eu vou junto com a Bia.
Raquel: O senhor já comprou ida e volta?
Jacob: Não. Comprei ida.
A volta deixa.
Bia é Beatriz Barata, filha de Jacob, que se casou em 2013 e teve como um dos padrinhos o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
Segundo as investigações, Jacob Barata Filho não contou nem para advogada dele que iria viajar para Portugal.
A prisão, pouco antes de embarcar, antecipou a operação Ponto Final, que investiga uma organização criminosa que movimentou, pelo menos, R$ 200 milhões.
Segundo os procuradores, o esquema corrompia agentes públicos para garantir contratos milionários com o governo do Rio na gestão de Sérgio Cabral, do PMDB, que está preso.
No sábado, Jacob Barata Filho deixou a prisão depois de uma decisão do ministro Gilmar Mendes.
RESPOSTAS - A defesa de Jacob Barata Filho disse, em nota, que o encadeamento de fatos da denúncia está incorreto e que nunca houve uma tentativa de fuga.
O ministro Gilmar Mendes informou, em nota, que as regras de impedimento e suspeição às quais os magistrados estão submetidos estão previstas no artigo 252 do Código de Processo Penal, cujos requisitos não estão preenchidos no caso.
A nota acrescenta que o contato com a família ocorreu só no dia do casamento e que não há relação com o paciente ou com os negócios que este realiza.
A defesa do ex-governador Sérgio Cabral disse que as informações são falsas.
O Jornal Hoje não conseguiu resposta dos advogados da Caruana S.A.
Nenhum comentário:
Postar um comentário