Ex-governador Silval Barbosa (PMDB) disse que Cidinho dos Santos (PR) o visitou no CCC em abril deste ano
Por G1 MT
O senador José Aparecido dos Santos (PR), o Cidinho Santos, teria
visitado o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) no Centro de Custódia de
Cuiabá (CCC), onde o peemedebista passou quase dois anos preso, com a
intenção de que ele não fizesse acordo de delação, pois teria a ajuda do
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, do governador de Mato Grosso,
Pedro Taques (PSDB), e do senador Wellington Fagundes (PR).
Os três políticos foram citados pelo ex-governador em depoimentos
prestados à Procuradoria-Geral da República (PGR), no acordo de delação
premiada.
Em nota, Cidinho confirmou ter visitado Silval na prisão
porque ficou sabendo que ele estava com depressão e que não fez a visita
para levar nenhum recado.
"Não sou garoto de recado, não recebi
orientação e não fui a mando de ninguém", declarou.
Maggi disse que nunca agiu ou autorizou a agirem de forma ilícita
dentro do governo para obstruir a Justiça.
Em nota, Taques afirmou que
ainda não tem conhecimento sobre o teor da delação de Silval, que os
dois são adversários políticos e que aguarda ter acesso à delação para
se manifestar.
A reportagem não conseguiu contato com Wellington
Fagundes.
Silval entregou a gravação de um diálogo que teve com Cidinho como
prova.
Ele afirmou ter decidido fazer a gravação porque sabia que seus
planos de delatar o ministro, que é ex-governador de MT, poderiam ser
frustrados.
A visita de Cidinho a Silval aconteceu no dia 27 de abril deste ano.
O
ex-governador disse a Cidinho que pensava em confessar os crimes e pagar
fiança para sair da prisão.
Cidinho então afirmou que Maggi, Fagundes e
o "número 1 PTX" - se referindo a Pedro Taques - iriam ajudá-lo e que
esse grupo político junto com o empresário Valdir Piran já estavam se
movimentando para fazer isso, assim como tentavam anular a Operação
Ararath, que investiga crimes de corrupção no governo do estado e
lavagem de dinheiro, no âmbito do Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF-1).
Cidinho assumiu vaga no Senado com a saída de Blairo Maggi para comandar o Ministério da Agricultura.
Acordo na chácara
Em outro trecho da delação, Silval revelou pagamento ao ex-secretário
de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes, para que mudasse o depoimento a
fim de inocentar Blairo Maggi, em 2014.
Ficou acordado que, para isso,
ele receberia R$ 6 milhões.
"Blairo Maggi concordou em pagar R$ 3
milhões para que Eder se retrasse das declarações", afirmou.
Ele disse
ter pago o restante do valor.
Éder nega ter recebido qualquer valor para mudar o depoimento e que desconhece o conteúdo da delação de Silval Barbosa.
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